Rápida Estada
A Rua dos Alfaneiros parecia quase amigável àquela hora da manhã. Tudo parecia estar na mais perfeita calma como deveria estar em uma rua de gente comum. Mas no meio de tanta gente comum, dormindo ou levantando pra trabalhar, um garoto com uma cicatriz em forma de raio na testa lia na sua cama uma carta... Uma carta que nem ao menos era destinada a ele, mas sim ao seu mais perigoso inimigo.
Ao Lord das Trevas
“Sei que há muito estarei morto quando ler isso, mas quero que saiba que fui eu quem descobriu o seu segredo. Roubei a Horcrux verdadeira e pretendo destruí-la assim que puder. Enfrento a morte na esperança de que, quando você encontrar um adversário a altura, terá se tornado outra vez mortal”.
R.A.B
Harry Potter já havia lido aquela carta inúmeras vezes, e, embora soubesse que viriam buscá-lo para ir a Toca dentro de vinte minutos, qualquer tempo parecia necessário para desvendar o mistério nesta carta. As únicas coisas que pode concluir até então fora que R.A.B era uma pessoa que participava do intimo de Voldemort, e assim descobriu seu mais sigiloso segredo. Mas seria ele um Comensal da Morte? Mas se a resposta fosse sim, por que traíra Voldemort? E por que esperava sua morte, se tinha certeza de que ele não descobriria tão cedo... “Sei que há muito estarei morto quando ler isso”. O que faria depois pra despertar a cólera de Voldemort? Ou não seria morto pelo Voldemort? Quem o mataria? Ele cometeria suicídio? Sofria de algum mal? “Roubei a Horcrux verdadeira e pretendo destruí-la assim que puder...” “A Horcrux...” Tinha alguma coisa importante ali... Tinha que descobrir... Mas seus pensamentos foram arrastados da sua mente quando a campainha tocou.
-QUEM SERÁ ESSA HORA DA MANHÃ? – Harry ouviu a voz do Sr. Dursley no quarto ao lado.
Harry saltou da cama e guardou a carta dentro do bolso da calça. Pegou seu malão e a gaiola vazia de Edwiges que saíra à noite pra caçar e ainda não voltara. Saiu correndo descendo as escadas e abriu a porta da sala de visitas.
-Bom dia Harry! Tudo beleza? – Cumprimenta Tonks animada. – Vim te resga... Bom dia Sr. e Sra. Dursley presumo!
Os dois ficaram paralisados ao ver tamanha quantidade de cor berrante em uma pessoa só. Tia Petúnia parecia estar extremamente horrorizada com tamanha falta de noção de estilo com aquele cabelo rosa chiclete.
-Onde está o Duda? – Pergunta Tonks ainda não percebendo a hostilidade que Harry tinha certeza de que seus tios tinham para com ela.
-Bom, Tonks, acho melhor irmos andando. Quero chegar logo na Toca... Hum... Saudades de todos – Disse Harry tentando fazê-la parar de tentar comunicar-se com quem não queria conversa.
- Você pensa que vai aonde? Nós somos seus responsáveis ainda, ouviu? – indignou-se tio Válter.
- Vou ser maior de idade daqui a um mês no mundo bru... – começou Harry
-Não.Fale.Desse.Mundinho.Em.Voz.Alta. - Brigou Tio Válter.
-Ok, Ok, Tio Válter.- Apressa-se a Dizer Harry antes que Tonks começasse a ficar assustada, mas ela meramente olhava com interesse para a televisão. - Ah! E não volto mais pra cá ano que vem, e nem em ano nenhum. Para a alegria de vocês.
-Hum. Então vai logo... – Mandou Tia Petúnia sonolenta. -Os vizinhos Válter...
-Ah, ah é. Vai logo. – Encerrou Tio Válter com uma felicidade crescente em seu rosto.
-Tchau então. – Despediu-se Harry sentindo um pouco de felicidade e medo... Se não voltasse pra cá era porque tinha vencido Voldemort e poderia morar onde quisesse porque não existiria mais perigo, casa própria ou A Toca, ou teria morrido.
-Tudo bem, então até a vista! – Diz Tonks saindo até o gramado. – Bom, acho que não faz mal trazer companhia não é mesmo?
Lá fora estavam Lupin e Moody sorrindo pra ele.
- Bom, pelo menos a guarda diminuiu esse ano... – Comenta Harry cheio de otimismo forçado.
-Não foi porque queríamos... Posso afirmar! – exclama Moody com uma loucura visivelmente transbordando pelos olhos - Vamos ter que tomar muita cautela hoje! Cada um vai de uma vez!
-Vamos como? – Pergunta Harry ansioso pela resposta “Com vassouras!”.
- Aparatando mesmo. – Diz Lupin calmamente – Primeiro Moody, para saber se o local está seguro, depois você e Tonks e logo após verificar se ninguém estaria assistindo a cena, irei também.
- Mas se vamos pra Toca, por que precisamos verificar se o local é seguro? – pergunta Harry.
- Ah Harry – Diz Tonks com um ar triste, fazendo seus cabelos ficarem em um tom bem menos vivo talvez - bom, antes de... Bom... De Dum... Dumbledore... Bom, falecer sabe, ele implantou várias medidas de segurança lá como você já estava sabendo... Mesmo ele morrendo, o Ministério implantou novamente todas as medidas de segurança que conseguiram. E bom, uma é não poder aparatar dentro da Toca ou ao redor dela... Como em...
-Hogwarts. – Completa Harry se sentindo muito deprimido. Hogwarts fora sua casa desde seus onze anos, e este ano era o primeiro ano que ele não iria mais estudar lá mesmo que por um milagre a escola reabrisse. Precisava cumprir uma missão... E não por causa da profecia, mas pela sede de justiça que alimentava em seu peito. Precisava matar Voldemort, por mais que esse pensamento o atormentasse... Teria de matar, para se salvar, salvar o mundo, e salvar sua alma do tormento de não ter seus pais, seu padrinho, e Dumbledore a sua volta por culpa, e somente por culpa, de Voldemort.
-Então vou aparatar e verificar se a situação é favorável. – E em um estalo desapareceu, e quando Harry achou que iria aparatar com Tonks, Moody voltou. – Tudo certo! – E aparatou novamente.
-Agora é nossa vez Harry! Segura minha mão! Lá vamos nós! – E o que sentiu não foi mais tão desagradável como suas primeiras aparatações, que com um aperto no estômago, lembrou-se que foram com Dumbledore.
Abriu os olhos e estava vendo a Toca ao longe... Estava morrendo de saudades de lá embora só tivesse ficado uns dias na casa de seus tios.
Com um estalo, Lupin apareceu:
-Tudo correu perfeitamente bem. Vamos entrando.
Foram caminhando até A Toca em silêncio. Em breve veria seu amigo Rony, e talvez sua amiga Hermione, seus amigos e companheiros de aventuras. Depois do casamento de Fleur com Gui, iriam aventurar-se para o destino tortuoso para qual Harry fora arrastado e cumprir aquilo que prometeu a si mesmo.
Quando chegaram, Lupin bateu na porta.
-Quem é? – Perguntou Sra Wesley com a voz trêmula.
-Lupin, Moody, Tonks e Harry! – Respondeu Lupin.
-Ah que bom que vieram rápido! Ah Harry querido! – Exclamou Sra. Wesley apertando seu tórax. – Como você cresceu! Uma senhora baixinha como eu não tem chance pra vocês! Rony não para de crescer! Mas você está tão sem alimentação! Vamos entrando, vamos entrando!
Todos entraram e sentaram-se na mesa.
-Quem chegou mãe? – Perguntou uma voz feminina da escada. Harry sentiu um solavanco no umbigo.
-Ah Gina, vem logo, que foi o Harry que chegou!
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