a carta inesperada



“Ding Dong”- a campainha soou e ele, com pressa, jogou tudo na mala. Não se importando em guardar tudo arrumado. Apenas estava querendo sair logo daquela casa. Enquanto na sala, um homem de média estatura e bem gordo, abria a porta e se deparava com um individuo um tanto familiar.

- Quem é você e o que quer?! - Perguntou carrancudo.

- Você deve ser o Sr. Dursley. Acho que nós já nos vimos antes, meu nome é Remo Lupin e estou aqui pra buscar o Harry. - Tio Válter o olhou com a cara mais feia que se pode imaginar, e já começava a ficar vermelho quando gritou:

-Ô moleque! Vê se desce logo. Tem gente aqui te esperando!

Harry já estava quase perdendo o fôlego de tanto que corria para terminar de arrumar a mala. Com o grito de seu tio, ficou ainda mais desesperado. Terminou de socar tudo em sua mala, pegou a gaiola de Edwiges e desceu correndo. Ao chegar às escadas, seu desespero era tamanho que deixou sua mala cair, e esta acabou se abrindo e cuspindo roupas, livros e outras coisas no chão da sala de estar. Antes que alguém falasse alguma coisa, Lupin fez tudo voltar arrumado para dentro da mala com um simples aceno de varinha.

- Obrigado. - agradeceu Harry um pouco corado. - Estava com pressa de arrumar tudo e vir logo... - ele deu um sorriso sem graça.

- Sem problemas, essas coisas acontecem. Bem, podemos ir então? - o garoto fez que sim com um aceno de cabeça.

- É, antes de ir eu gostaria de falar umas coisinhas a vocês. - estavam na sala Duda, Petunia e Valter, olhando-o com cara de interesse e deboche ao mesmo tempo.

- Como vocês devem saber, estou indo embora para, provavelmente nunca mais voltar, pois só estava aqui por causa do feitiço que Dumbledore lançou nesta casa, para me proteger até que eu me tornasse maior de idade. – fez-se um silêncio significativo, ao mencionar Dumbledore. Sentiu-se emocionado, porém isso não era novidade, nesse verão ele havia tido vários pesadelos com o ocorrido do ano passado e também com as possíveis horcruxes. Sentiu uma pequena dor em sua cicatriz, mas isso também já havia se tornado comum, pois desde que Dumbledore morrera e Voldemort estava mais forte a cada momento, sua cicatriz doía e ardia com muito mais freqüência.

- Bem, como faço 17 anos amanhã, e como devem saber, atingirei a maioridade no mundo bruxo, - tio Valter entortou o nariz. – Então, estou deixando essa casa definitivamente, apesar de tudo, eu gostaria de agradecer-lhes por tudo que fizeram por mim nesses anos todos. Por terem me abrigado, mesmo que contra a vontade de vocês, sou muito grato, e espero que no futuro possamos quem sabe viver como uma família feliz, afinal vocês são os meus únicos parentes ainda vivos. - ele tentou esboçar um sorriso, porém sua tentativa foi em vão.

- Ainda bem que você nunca mais vai voltar. Até que enfim minhas preces foram atendidas. - resmungou Duda com sua cara de porco.

- Achei que isso nunca iria acabar! Pelo menos você teve o bom senso de agradecer. - disse tio Valter ficando cada vez mais vermelho.

- Desculpe-me se alguma vez lhe tratei mal, um dia entenderá o porquê de tudo isso. - disse tia Petúnia com seus olhos marejados. E surpreendentemente ela foi lhe abraçar. Com certeza esse tinha sido o gesto mais sincero e mais carinhoso que tinha recebido daquela família até hoje. Sem entender nada e dando-lhes apenas um sorriso, saiu porta a fora com Lupin em seus calcanhares.

- É... Acho que não os verei mais. - comentou Harry pensativo. - Mas como iremos para Hogwarts?

- Aparatando.

-Mas eu ainda não tenho licença pra aparatar e... - Lupin o interrompeu.

- Eu sei, nós vamos do mesmo jeito que você foi no ano anterior, primeiro iremos pra Hogsmead, e depois caminharemos até Hogwarts, pois como sabe não se pode aparatar nos terrenos da escola.

- Antes de aparatarmos eu recebi uma carta um tanto estranha, não tinha remetente, apenas disse para eu primeiro procurar sobre o nome RAB. - disse ele entregando a carta a Lupin.

- Hum estranho isso. - disse Lupin pegando a carta e lendo.

Eles andaram até uma rua deserta, onde não havia ninguém, onde não passava nenhum carro no momento. Quando eles pararam, viram uma coruja voando em direção a eles e deixando cair um pergaminho. Logo em seguida sumindo no horizonte. Harry pegou a carta e leu junto com Lupin.

“Por enquanto não vou poder te falar quem sou eu, mas sempre vou te ajudar. Deixando-lhe pistas, algumas vão ser difíceis, mas espero que você consiga.”

“Alguém que te ama muito”


Harry e Lupin leram a carta, eles não tinham a menor idéia de quem era.

- Harry, pelo que eu li nessas cartas, se trata de alguém que quer te ajudar, mais não diretamente. - disse Lupin.

- Pois é Lupin, mas estranho que ele só manda por enigma essas cartas.

Eles olharam pra ver se não vinha ninguém.

- Segure bem meu braço e não o solte por nada. - Harry apertou o braço de Lupin e logo sentiu aquela horrível sensação, pareciam que lhe comprimiam todos os órgãos, como se tivesse o empurrado por uma estreita mangueira trouxa, quando já estava começando a ficar sem ar, a sensação passou. Ele olhou em volta, Hogsmeade estava muito diferente desde a ultima vez que estivera lá. Várias lojas estavam fechadas, inclusive o famoso bar, três vassouras. Uma das poucas lojas abertas era a cheia e animada loja de logros dos irmãos Weasley. Com o sucesso desta no beco diagonal, os gêmeos tiveram dinheiro suficiente para montar uma segunda loja, esta, porém em Hogsmead.

- Já que estamos aqui, poderíamos passar na loja dos gêmeos, para pelo menos dar um olá... Tem tanto tempo que não os vejo.

- Tudo bem, mais temos que ser breves, já estamos atrasados. - quando chegaram lá, Harry olhou impressionado para loja, de ato era bem maior do que a outra e com muito mais coisas do que da última vez que ele havia ido à loja, os negócios deviam estar indo muito bem mesmo.

- Pois não? Em que posso ajudá-los? - disse uma simpática moça loira

-Gostaria de falar com Fred e Jorge, poderia chamá-los por favor?

- Ó sim, quem gostaria?

- Harry Potter e Remo Lupin. - ela se espantou e ficou por um tempo encarando a cicatriz do rapaz, mas não demorou muito para descer pelas escadas logo atrás do balcão e voltar com dois ruivos idênticos e animados.

- Harry, Harry! Quem diria, quanto tempo cara! - disse Fred animado.

- É mesmo, sentimos sua falta! - sorriu Jorge.

- Eu também. - pela primeira vez em todo o verão Harry se sentiu feliz e animado, estar perto de pessoas que o queriam bem era bom. - Infelizmente já estou de saída, pois temos que resolver umas coisas em Hogwarts, passei mesmo só pra dar um oi.

- Que pena, foi bom te ver e volte logo hein cara.

- É foi bom te ver. - disse Fred dando um tapinha amigável nas costas do rapaz.

- Tchau rapazes. - disse Lupin apressado.

Na saída à loja, Harry viu um jovem loiro andando parecido com Draco Malfoy. Decidiu sair andando mais rápido atrás desse jovem. Lupin sem entender nada, correu atrás dele. Mas eles perderam o garoto de vista.

- O que ouve Harry? - perguntou Lupin um pouco alarmado pelo súbito arrancar de Harry.

- Podia jurar ter visto Draco Malfoy.

- Acho meio impossível, ele não se atreveria a vir aqui. Ainda mais nos tempos de hoje. - ele olhou desconfiado em volta. - é melhor nos apressarmos. Vamos Harry.

Enquanto caminhavam em direção ao colégio, Harry fechou os olhos e sentiu a brisa do outono chegando. Estava uma tarde abafada e as árvores do caminho já estavam ficando secas e marrons. Depois de quase quinze minutos de caminhada já se podia avistar as torres do castelo. Ele sentiu um aperto em seu coração, afinal tinha jurado nunca mais pisar naquela escola e lá estava ele caminhando para o castelo novamente, como se estivesse voltando de um dos passeios escolares. Mais uns quinze minutos e eles chegaram aos enormes portões da escola, onde um meio gigante lhes esperava com um caloroso sorriso estampado em sua cara peluda. Harry sentiu uma enorme vontade de abraçar o seu amigo gigante e foi o que fez, saiu correndo e o abraçou, os olhos do gigante lacrimejaram.

- Andem, é melhor se apressarem à professora Minerva já os aguarda. - disse meio emocionado.

- Obrigado Hagrid. - Lupin sorria amigavelmente para ele.

As pernas de Harry o levaram automaticamente para a torre norte, enquanto Hagrid e Lupin conversavam baixo. Até que ouviu Hagrid murmurar: “Sapos de chocolate”.

- Bom Harry agora é com você, estarei te esperando aqui fora junto com o Hagrid. - disse Lupin acenando para ele.

A feia e enorme gárgula se movia lentamente em círculos revelando a escada, quando eles a subiram, ela voltou ao normal. A porta do escritório estava aberta e Harry por um momento pensou encontrar Dumbledore dentro da sala, pois ela estava exatamente como antes, enquanto o diretor ainda estava vivo e dirigia a escola. Só que em vez de Dumbledore, Minerva McGonagall se encontrava sentada na cadeira do diretor. Assim que ela o viu, abriu um enorme sorriso, de acordo com Harry aquele tinha sido o único sorriso que tinha visto a professora dar.

- Que bom que veio Harry, precisava muito falar com você. - enquanto falava ela conjurava confortáveis poltronas para eles se sentarem. - Gostariam de beber alguma coisa?!

- Não, obrigado. – disse Harry sentando numa poltrona.

- Bem, - disse ela se sentando novamente na cadeira do diretor. - um pouco antes de morrer, Dumbledore já imaginava o que lhe aconteceria, então me pediu para lhe entregar essa carta se alguma coisa acontecesse a ele. - Ela pegou uma carta dentro da gaveta da mesa e a entregou a Harry. Ele abriu curioso e viu a caligrafia fina e caprichada de Dumbledore

"Prezado Harry

Se está lendo está carta provavelmente não estarei mais entre vocês, mas preciso que você seja forte para continuar a nossa jornada., Gostaria de deixar pra você a Falwkes e a minha penseira, deixarei também alguns frascos de lembranças que creio que irão lhe ajudar bastante. Eu acredito em você e só você pode destruir Voldemort. E não se preocupe comigo, sei que estarei eternizado nos corações de meus amigos. Gostaria de lhe pedir uma ultima coisa, não deixe a escola. Você precisa concluir seu estudo, pois precisa adquirir conhecimento e poder para destruir Voldemort.”

Abraços,
”Alvo Dumbledore "




Ele leu, releu e depois a leu novamente sem saber exatamente o que dizer. Uma enorme e bela ave vermelha e dourada entrou pela janela e pousou sobre os seus joelhos, ela o olhava profundamente.

- Alvo sabia muito bem o que fazia, agora é com você Harry. - disse a profª. Mcgonagall

-Tudo bem, se essa era a vontade de Dumbledore eu voltarei para a escola. - disse com a voz um tanto embargada

-Se quiser levar a Fawkes, sinta-se a vontade. - ela esboçou um sorriso.

- É acho que vou levá-la comigo, mas o resto eu deixarei aqui, tudo bem?

- Ó sim, claro. - eles se levantaram e foram andando em direção aos exteriores do castelo, agora já estava escurecendo, um belo pôr-do-sol, pensou Harry distraído.

- Harry antes de qualquer coisa, Dumbledore me pediu pra que te desse aceso a essa sala, então quando você quiser você poderá sempre vir aqui. - disse a professora.

- Tudo bem professora. - disse ele descendo as escadas.

Assim que Harry desceu as escadas, Lupin e Hagrid os esperavam ansiosos para saber o que a professora tanto queria com ele.

- Então Harry, o que ela queria com você? - disse Lupin.

- Ela queria me entregar uma carta de Dumbledore. - disse Harry já um pouco mais animado.

Ele entregou a carta para Lupin e Hagrid, mal eles tinham terminado de ler e a ave vermelha voou alegremente, pousando no ombro de Harry.

- Você vai ter que cuidar muito bem da Fawkes, hein Harry. - disse Lupin.

- Mas não se esqueça da Edwiges Harry, senão ela pode ficar com ciúmes. - completou Hagrid.

- Nunca esqueceria da minha companheira Edwiges. - Harry sorriu, talvez fosse melhor mesmo retornar a escola e terminar os estudos, adquiriria muito mais conhecimento e teria mais chances de derrotar Voldemort.

- Falando em companheiro como está Grope, Hagrid? – perguntou Harry.

- Ó ele já está muito evoluído, está falando muito melhor que antes, está praticamente um "ser normal" venham vamos lá ver, ele ficara feliz em ver você, Harry. - disse Hagrid animado.

Então os três foram andando para fora do colégio, estava como tudo sempre foi, o lago, as árvores, estava tudo tão lindo como sempre. Quando eles estavam chegando perto da cabana de Hagrid, viram um gigante correndo ate eles.

- Harry! - disse Grope vindo em sua direção.

- Olá Grope! Como você esta? - Disse Harry animado.

- Grope está bem.

Eles ficaram conversando ate Lupin perceber que já estava tarde.

- É melhor irmos Harry, já está tarde e a estrada é longa. - Harry se levantou.

- Tchau Harry. - disse Grope muito sorridente.

- Tchau Grope. - disse Harry acenando para ele.

- Eu acompanho vocês, - Hagrid também se pôs de pé, eles foram até os portões e se despediram. Estava realmente tarde, já havia escurecido totalmente. Eles começaram a andar rapidamente e em poucos minutos sumiram ao horizonte. Chegando a Hogsmead Harry percebeu que já muitos Pub's não haviam aberto essa noite.

- Segure firme Harry. - Lupin fechou os olhos e Harry apertou seu braço, sentiu a mesma sensação de estar passando por dentro da mangueira trouxa e logo estavam na Toca. Ela estava exatamente como antes, até os gnomos passeando pelos terrenos, as luzes lá dentro estavam acesas e vários murmúrios vinham de lá. Lupin bateu a porta e aguardou.

Continua...

********************************************

n/a mais um capitulo saindo do forno esta quentinha espero que gostem

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.