O Conselho de Harry.





Naquela mesma noite, Chris Brown e Lilá despediram-se dos Weasley e de Tonks. Rony muito corado, Lilá muito chorosa, Hermione em seu quarto e o Sr. Brown e o Sr. Weasley muito carrancudos. Fora um dia difícil.
- Bem... Então, até um dia, Arthur. - O Sr. Brown disse, apertando a mão do Sr. Weasley sem um sorriso sequer. - Se precisar de algo ou tiver alguma notícia importante, me mande uma coruja. Adeus.
E com um último olhar choroso para Rony, Lilá e o pai desapareceram pela porta da frente.
O Sr. Weasley virou-se pra ele.
- O que diabos você estava pensando, Rony? Tratando aquela garota daquele jeito quando precisamos da ajuda do pai dela?
- Papai, não é isso... È que...
- Isso era jeito de tratar a menina? E na frente da família toda? Você não tem juízo?
- Mas, é que...
- Estou muito decepcionado, Ronald, muito decepcionado. E agradeça pelo pai dela não ter ficado muito ofendido. Uma vez o Carlinhos se desentendeu com a namorada na frente do pai da garota e voltou pra casa com furúnculos roxos pelo rosto.
- Ela NÂO é minha namorada! Ela...
- Chega disso tudo. Agora vou conversar com a sua mãe na cozinha, pra ela maneirar no sermão. - E de cenho franzido ele se afastou.
Rony largou-se no sofá:
- Caracas! Quanto problema... Por que eles quiseram vir pra cá, antes de mais nada? Não têm parentes ou algo assim? Quero dizer... O cara lá morre, e eles vem pedir ajuda ao funcionário do Mau uso dos Artefatos dos Trouxas?
- Bom, suponho que a idéia tenha sido da Lilá, não? - Ginny disse, passando o braço pelo ombro de Harry. - Ela não pareceu nem um pouco surpresa por te ver aqui.
- È, suponho que sim. Bom, pelo menos estou livre dela. È a segunda vez que tenho que fazer isso... - ele recostou-se na poltrona e fechou os olhos.
- E agora... O que vai fazer com relação a Mione?
- Nada.
- Nada? - exclamou Harry enquanto Ginny bufava.
- È, isso mesmo. Ela não quer falar comigo... Bem, talvez eu também não queira falar com ela.
- Como você pode ser tão idiota? - Ginny exclamou erguendo a mão no ar como se fosse bater nele, depois abaixando-a e gritando. - Seu cabeça de abóbora! Não entende as coisas, não? Arnoldo é mais inteligente que você e ele é só um pufoso!
- Eu não sou idiota, sabe? Estou cansado de correr atrás dela e...
- VOCÊ nunca correu atrás de ninguém! Você sempre ferrou tudo!
- EU sempre ferrei tudo? Não fui eu quem me envolvi com um búlgaro rabugento que...
- Não, Rony, você fez pior, seu banana. Você se envolveu com a Lilá DUAS vezes quando vocês dois estavam a um passo de se acertarem.
- Não tenho nada pra acertar. - Ele fechou a cara, cruzando os braços.
- HARRY! - Ginny gritou, dando um soco no ombro do namorado. - Você ouviu, né? Você ouviu? Eu desisto! Desisto! Chega, vou pro meu quarto fingir que meu irmão é retardado pra tornar aceitável meu parentesco com ele! - Ela deu as costas pros dois e subiu as escadas dois degraus de cada vez, deixando que eles ouvissem um "idiota!" murmurado entre dentes.
Rony franziu as sobrancelhas e suspirou:
- Bom, acho melhor eu ir pra cama também, foi um dia longo.
- Como assim?
- Dormir, ué. Foi um dia muito cansativo. E além do que... - Ele foi se levantando devagar da poltrona, mas, Harry bloqueou seu caminho. - Mas, que diab...!
- Olha, cara... Até hoje você fez tanta, mas, TANTA merda, e eu nunca... Nunca MESMO me intrometi em nada...
- Harry, o que...?
- Quieto! Rony, cara... Até quando você vai continuar adiando isso? Pior, fudendo com a situação de você e da Mione? - Rony esbugalhou os olhos e deixou os ombros caírem. - Como seu amigo, cara... Eu tenho todo o direito de falar quando você está sendo idiota, e você está sendo o maior dos idiotas agora. - Rony abaixou a cabeça e suspirou. Harry revirou os olhos. - Olha, sei que é difícil tomar uma atitude a respeito. Mas, cara... SETE anos que se conhecem... Não acha que já é hora de parar de se comportar como imbecil? Se fosse só você sofrendo sozinho, eu até aceitaria essa decisão ridícula, mas, a Mione também está envolvida. Não sei como você ainda pode ter dúvidas quanto a isso... Está mais do que óbvio oque vocês sentem um pelo outro. Não é melhor engolir a insegurança e o medo e acabar com isso logo de uma vez?
Rony engoliu em seco e passou as duas mãos pelo rosto:
- Ah, Harry... Com a Mione é tão... Tão difícil...
- Tá, cara, eu sei... Ela com certeza também pensa assim. - Harry deu uns tapinhas nas costas do amigo e o pôs em pé. - Que tal subir pra falar com ela?
- Certo. Certo. Acho que... Bem... E se ela...?
- Não é melhor ter certeza de algo do que dúvidas?
Rony estava pálido:
- Droga, se você diz...
Os dois se encaminharam para a escada devagar, Harry com o braço passado pelo ombro do amigo. Rony ofegava. No início, Harry sentira raiva pelo amigo, agora sentia pena. Subiram os degraus devagar e sem fazer ruído, e quando chegaram no topo, viram Ginny sair do banheiro com cara de poucos amigos. Ela lançou um olhar aos dois e bufou, mas, antes que pudesse entrar, Harry a chamou:
- Gin! Venha aqui. - A garota virou-se com impaciência.
- Que é?
- Vamos lá pra baixo. - Ela olhou pra Rony, que parecia querer abrir um buraco no chão e se afundar até as orelhas. Um belo sorriso desenhou-se no rosto da ruiva.
- Ele... Ele vai...?
- Uhum. Uhum... Agora vem. - Ele largou Rony e agarrou Ginny pela cintura. - Boa sorte, cara.
- Como assim, boa sorte... mas, é claro que vai dar tudo certo! - Ginny abraçou o irmão e o empurrou em direção á porta. - Vai lá, anda.
- Ahn... Certo... Certo. - Rony respirou fundo, ergueu a cabeça e entrou no quarto.
Harry e Ginny se entreolharam, cúmplices:
- Descemos ou escutamos na porta? - Ginny perguntou, mordendo o lábio para segurar o riso.
- Escutamos... Ainda está com as Orelhas Extensíveis do Fred e do Jorge? - Harry tapou a boca com a mão para abafar o riso.
- Claro que sim! São uma benção para ocasiões como essa! - Ela tirou as Orelhas Extensíveis do bolso e os dois se inclinaram para a porta para escutar.

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