Open Your Eyes
Capítulo 6
Open Your Eyes
Foi bem mais fácil do que Rony pensara conseguir enganar todo mundo. E, por incrível que pareça, ele nunca pensou em Hermione ou Harry como sendo, dentre todos, os mais difíceis. Com certeza a resistência seria bem maior por parte de Fred e Jorge e, claro, Gina. Mas, no fim, todos haviam caído. Todos haviam acreditado piamente na figura do Rony seguro, decidido, “cool”. Até ele tinha acreditado. Mas agora ele estava ali. Os lábios colados aos de Hermione, beijando-a ferozmente e pensando que se não respirasse conseguiria segurar o momento. E, talvez, quando finalmente parasse de beijá-la, sua aura de segurança já tivesse voltado e ele já tivesse parado de se perguntar que diabos estava fazendo.
Sonhava com aquele beijo há mais tempo do que poderia lembrar, mas em nenhum dos seus sonhos ele se sentia daquele jeito. Como se fosse um garoto desajeitado de treze anos, segurando pela primeira vez a mão da menina que gostava. Ele sentia uma delícia, uma felicidade, uma enormidade de desejo que jamais tinha experimentado. Em outras palavras, estava em pânico.
Lentamente, depois de um tempo incontável, os dois começaram relutantemente a se separar. Do beijo feroz passaram ao doce e deste aos beijinhos longos e depois curtos. Rony se recusava a abrir os olhos ou a soltar Hermione, mais ainda ao sentir que ela continuava a se afastar.
– Mione – pediu com esforço ao perder o último contato com a boca da moça.
Silêncio. Ele abriu os olhos.
– Rony – ela tinha a respiração curta, o que era bom, mas mal dava para divisar sua expressão no lusco-fusco entre a luz da lua e as folhas copadas das árvores – me solta... – pediu num fio de voz – por favor.
E isso foi ruim, muito ruim. Ainda assim, Rony atendeu ao pedido. Hermione deu dois passos para trás, ajeitou o vestido, olhou em torno, ergueu o cabelo para ventilar o pescoço, deu mais alguns passos passando por Rony e ficou olhando para o rio. Cada movimento deixando-o mais nervoso. Ele já nem saberia dizer se queria ou não ouví-la falar qualquer coisa. Tinha feito tudo errado. Tinha certeza disso. Xeque-mate? Onde ele estava com a cabeça? O que ele tinha conseguido era jogar a si mesmo e a mais da metade das suas peças para fora do tabuleiro, isso sim. Você é um cretino sem cérebro, Ronald Weasley!
– Você tinha prometido – a voz de Hermione estava embargada e, mesmo estando de costas para ele, era óbvio que ela esfregava e apertava as mãos em frente ao corpo.
– Eu sei. Olha, Mione, me desculpe, eu... eu não queria – ela endireitou imediatamente as costas. – Quero dizer, eu queria muito. Quero. Eu só... era só para o Harry não nos ver, eu me empolguei... Me desculpe, mas depois que eu comecei, eu... eu não consegui parar e... – Por que ele não estava mais próximo ao rio? Poderia se atirar nele e voltar para a Inglaterra a nado. Com sorte, se afogaria no caminho.
– Eu também queria. – A voz dela saiu firme dessa vez e a noite subitamente pareceu mais fácil de respirar para ele. Talvez houvesse uma chance de tudo dar certo, afinal, e Rony quase ensaiou um passo em direção a ela. – Mas eu... Eu estou muito confusa ainda, Rony. – Hermione se voltou para ele e parecia estar pedindo desculpas. – Eu preciso de mais tempo, eu não conseguiria ser uma...
– Mais tempo??
– Você prometeu, Rony. – Ela reclamou com a voz chorosa.
– É, eu prometi, mas já fazem quase dois anos, Hermione! Quanto tempo mais você quer que eu espere?
– Você disse que esperaria o tempo que fosse preciso e... – Rony fez um movimento de corpo tão furioso que ela acabou respondendo a pergunta com uma nota de desespero. – Eu não sei! Eu não sei quanto tempo, ok? Só eu não posso! Não agora! Eu não consigo!
A insegurança que Rony vinha sentindo desde que a beijara, ia sendo rapidamente substituída por raiva, por um sentimento de estar sendo injustiçado, sendo colocado de lado. Sempre em segundo plano. Sempre no fim da fila. Ele podia sentir uma coisa quente que subia do seu pescoço em direção às orelhas.
– Quanto tempo mais eu vou ter de ficar a sua disposição, Hermione?
Ela arregalou os olhos, chocada.
– Eu nunca pedi isso.
– Nunca? Não foi o que me pareceu, sabe? Estava tudo certo, tínhamos combinado de conversar, lembra? Íamos nos acertar naquele dia, há dois anos atrás, e foi você quem deu para trás!
– Meu pai foi assassinado naquele dia!! – Àquela altura, os dois já estavam berrando e muitos dos casaizinhos, que estavam de namoros pelos bosques que ficavam atrás do castelo, tinham se aproximado para ver o que estava acontecendo.
– E eu forcei alguma coisa? Cobrei alguma coisa de você? Não consolei você, não fiquei ao seu lado, cuidando de você, te deixando chorar e te vendo dormir como... – buscou bem no fundo um rasgo de coragem – como um namorado faria?
Mesmo na luz pálida dava para ver o rosto lavado em lágrimas de Hermione.
– Você também é meu amigo – choramingou a garota.
– É claro que eu SOU seu amigo! E o Harry também é. Mas não foi para ele que você pediu que ficasse com você naquela noite. Foi a mim! – Ele baixou a voz, cansado. – Achei que a gente fosse especial.
– Não é isso, Rony. Você não entendeu. Não foi isso o que eu quis dizer.
– O que eu não entendi, Mione? O que foi que o burro do Rony não entendeu? Você pediu para eu esperar, não pediu? Por causa da guerra, dos seus pais, porque tínhamos que ajudar o Harry! E eu esperei, ainda estou esperando! É muito você responder o quanto mais de tempo isso vai levar?
Hermione baixou a cabeça, mortificada.
– Eu não sei o que dizer, Rony. Não estou preparada. Eu... realmente não sei.
Mesmo sabendo que se arrependeria à morte. Mesmo sabendo que era uma jogada temerária, na qual não havia um mínimo de estratégia. Rony não via outra saída. Às vezes, é preciso sacrificar o cavaleiro para que o movimento final seja da rainha. Caminhou até ela com as mãos no bolso das calças.
– Me procure quando souber, Hermione.
E saiu caminhando de volta ao castelo. A festa tinha acabado para ele. Harry e Gina que se virassem.
Rony voltou pela margem do rio até a pequena ponte que dava acesso à Grande Galeria. Um lado dele esperou que Hermione viesse atrás, que o chamasse, mas seu lado mais realista sabia que ela não faria isso. Entrou no salão e foi direto para as duas grandes mesas ocupadas pela família Weasley. Angelina estava sentada próximo à pista e parecia estar tendo uma conversa bem íntima com Fred. Rony não precisou nem procurar, pois sabia que a essa altura a menina que viera acompanhando o irmão já devia ter evaporado ou estava sendo consolada por alguém. Chegou até a cadeira em que estava sentado e pegou a capa que tinha deixado ali.
– Rony! – Exclamou Angelina sem fôlego e dando um empurrão em Fred.
– Não vou precisar te levar para casa, não é Angelina?
– Olha, Rony – Fred levantou parecendo querer discutir, mas Rony fez um gesto de descaso.
– Senta aí, Fred! Não vou atrapalhar o seu namoro, não se preocupe.
– Está tudo bem? – Angelina pareceu preocupada com o jeito dele de uma forma que Fred não pareceu entender.
– Maravilhoso! Perfeito! É a melhor festa de todos os tempos, superou o lendário Baile de Inverno do Torneio Tribruxo... Eu estou indo para casa. – Tirou um pouco do sarcasmo do rosto e se inclinou dando um beijo na bochecha da amiga. – Valeu, cunhada. – Disse piscando o olho e antes que Angelina ou Fred dissessem qualquer coisa ele saiu pela porta lateral que levava à frente do castelo.
De longe, Harry, que estava espremido entre dois Ministros e um Presidente do mundo mágico, viu quando Rony entrou por uma porta e rumou para a saída pela outra. Ele tinha retornado do bosque com Bridget e tão logo entrara no salão tinha sido praticamente abalroado por um grupo de políticos. Estes pareciam achar que, agora que a festa já era um sucesso, podiam tentar capitalizar pelo menos um ou dois minutos de conversa com o grande Harry Potter. Sem muita preocupação com a educação, Harry cortou a fala do Ministro da Magia da Dinamarca e pedindo desculpas ao grupo, que incluía as respectivas senhoras, saiu em direção à porta deixando Bridget para trás. Já tinha visto Rony com aquela cara e não precisava ser gênio para saber que algo tinha dado tremendamente errado para o amigo. Como ele não identificou Hermione no meio do salão, podia até arriscar saber qual tinha sido a causa da catástrofe.
Quando chegou perto da mesa dos Weasley, Angelina o pegou pelo braço.
– É melhor ir atrás dele. Ele me pareceu muito mal.
– A mim também. Pode deixar, vou tentar alcançá-lo.
Harry seguiu para fora do salão, mas seu progresso atrás de Rony foi bem mais lento do que ele imaginava. Todos os grupos pelos quais ele passava pareciam querer puxá-lo para trocar umas palavras. E mesmo não reagindo como educação mandava, isso o atrasou o suficiente para que, no momento em que ele chegou em frente ao castelo, não houvesse mais nem rastro de Rony.
Ficou olhando para as esfinges que guardavam a saída. Pensando no que poderia fazer.
– Não vai adiantar ir atrás dele. Duvido que o Rony esteja localizável nesse momento – A voz de Gina soou atrás dele fazendo-o se voltar.
– Você sabe aconteceu?
– Exatamente, não. Mas pela cara que a Hermione voltou para o salão, deu para imaginar com detalhes.
– Droga! – Harry deu um chute numa pedra imaginária. – Onde ela está?
– Acho que pegando as capas. Neville vai levá-la para casa. Como não consegui arrancar nada dela achei que poderia saber pelo Ron, mas a Angelina me disse que ele tinha saído ventando e que você tinha vindo atrás dele.
– Não fui rápido o bastante – lamentou.
– Era de esperar – Gina comentou com um sorriso. – Você é a estrela da festa.
Harry não conseguiu ver a careta de desagrado que fez, mas ela provocou em Gina uma risada tão cristalina, que ele não conseguiu mantê-la por muito tempo.
– Você acha que a Mione vai ficar bem? – Perguntou para romper o silêncio que se seguiu ao riso dela.
– Não sei. Ofereci-me para ir com ela para casa, mas ela recusou. Acho que o Neville vai fazer o possível para bancar o amigo dedicado. Ele não é muito hábil nisso, mas vai tentar, tenho certeza. – Harry franziu a testa não entendendo bem o alcance das palavras de Gina. – Ah Harry, por favor! Você não sabe que o Neville gosta da Mione desde o tempo da escola?
Harry sabia, mas isso estava num lugar tão fundo da sua mente que era como se estivesse soterrado por quilômetros de tralhas antes que ele pudesse se lembrar das esperanças de Neville em relação à Hermione. Afinal, mesmo antes que ele registrasse isso conscientemente, sempre achara que a coisa era entre Hermione e Rony.
– Ah é! Mas eu pensei que ele tivesse já... sei lá... Desencanado.
Gina deu de ombros.
– Parece que não. Fazer o quê? Tem amores que são sem esperança mesmo, não é? Bem, eu vou voltar para a festa, deixei meu par a ver navios. Você vem?
Harry lançou um olhar para as paredes altas e brancas do belo castelo e depois para os jardins cheios de luz que estavam à volta deles. Nada lhe atraía menos do que a idéia de voltar para o grande salão escurecido, a música alta, o cheiro forte de cigarros e cachimbos. Não quando a lua estava tão bonita lá em cima e Gina parecia uma visão caída de um livro de contos de Fadas trouxa. Só que quando ele voltou para olhar para ela, a garota já estava a largos passos de volta para o salão e apenas se voltou para trás para lhe dar um sorriso por sobre o ombro. Sumiu pelas portas largas antes que ele pudesse se mover. Sem mais nada que lhe chamasse atenção, Harry começou lentamente a fazer o caminho de volta para o salão.
Foi uma noite extraordinária. Ao menos foi o que disseram muitos dos convidados quando a festa começou finalmente a esfriar. E isso realmente demorou a acontecer. Como não se poupou em bebidas, comidas ou boa música, os bruxos pareciam dispostos a continuar ali por quase todo o final de semana e era provável que alguns ficassem. Mas, a estrela da festa, como Gina nomeou, foi embora com seu par por volta das quatro horas da manhã. Rita Skeeter comandou os boatos e especulações sobre o novo tórrido romance do “menino-que-sobreviveu”. E não perdeu tempo em tentar saber como as ex-namoradas (as oficialmente conhecidas), que estavam presentes, estavam se sentindo. Cho Chang fez uma declaração educada de que apenas queria ver Harry feliz. Gina Weasley começou a zumbir em um som bem alto ao invés de responder e a repórter achou que seria mais saudável colocar na matéria um “nada a declarar” e suas próprias impressões sobre o comportamento da moça.
– Eu não entendi o que você fez para afastar aquele repórter, Gina. – Comentou Luc assim que Skeeter se afastou. – Acho que ela ficou zangada e pode falar algo desagradável sobre você no jornal.
– Ah, não se preocupe com isso. Rita Skeeter é uma velha conhecida. Temos um segredinho em comum, sabe? Bem, na verdade, é a Hermione que “tem” o segredo. E, acredite querido, Rita Skeeter não vai querer ver a Hermione zangada. Estou segura.
Pouco depois a família Weasley pareceu resolver se retirar em peso. Molly não parava de reclamar que queria saber o que tinha acontecido com Rony e, para acalmá-la, o Sr. Weasley concordou em ir para casa. Os outros rapazes Weasley também pareciam achar que a festa se esgotara e pelas expressões, que Gina conhecia bem, dos irmãos mais velhos, estavam todos prontos para um outro tipo de festa. A Sra. Weasley fez caras e bocas ao se despedir dos quatro, mas como nenhum deles morava mais na casa dos pais, não pode dizer nada.
– E você, querida? – Perguntou a mãe. – Vai ficar um pouco mais ou vai para casa conosco?
Gina olhou para Luc e o rapaz parecia implorar com os olhos que ela ficasse. Até poderia. Ela nem tinha ido até o bosque. Ficaria sem a vigilância dos irmãos e dos pais. Luc parecia muito interessado em contar sobre as coisas maravilhosas que ele tinha em seu apartamento em Paris e insinuara umas duas vezes que os dois poderiam aparatar lá antes dele a deixar em casa. Poderia ser bom. Sorriu e voltou-se para a mãe.
– Acho que já estou cansada também. Você não se importa se que for para casa com os meus pais, não é Luc? – O que você está fazendo? Fique! Gina achou que tinha perdido o controle da própria boca. O que era isso? Pensava uma coisa e fazia outra. Desde quando, sua boca ficara mais sincera que seus pensamentos?
O sorriso de Luc congelou, mas ele sabia ouvir um não com elegância. Inclinou a cabeça de um jeito muito cavalheiro.
– Claro, Gina. Foi realmente uma noite cansativa. Mas me prometa que virá outra vez para que eu possa lhe mostrar Paris.
– Não só prometo como vou cobrar – falou no mesmo tom animado e subiu na pontinha dos pés para dar-lhe um beijo na bochecha. Luc virou o rosto na hora e segurou-a gentilmente pela curva do rosto fazendo-a beijá-lo na boca. Gina ouviu o pai pigarrear e riu. Isso quebrou o momento e deixou Luc constrangido o suficiente para murmurar um pedido de desculpas para o pai dela.
Todo o caminho até a área de aparatação foi feito com uma conversa animada em que iam comentando cada momento da festa. Luc fez questão de acompanhar Gina e seus pais e os três se despediram do rapaz já no local em que aparatariam para a Toca.
Mal tinha saído chegado em casa e Gina deu um sorriso ao perceber que havia luz lá dentro.
– Oh, graças a Deus! – Falou a mãe dela se dirigindo rapidamente para a porta. – Rony está em casa.
– Molly – chamou o Sr. Weasley – se ele e Harry estiverem conversando não se intrometa. Deixe o menino desabafar com o amigo. Amanhã, saberemos o que houve.
A Sra. Weasley não pareceu gostar muito da idéia, mas fez um gesto estabanado de que concordava, enquanto quase se atirava porta à dentro da casa chamando por Rony. Artur e a filha trocaram um olhar divertido e ele enlaçou-a pelos ombros para que entrassem juntos. O quadro lá dentro não era muito diferente do que Gina tinha imaginado, exceto por um detalhe.
Rony estava sentado no sofá apenas com a calça e a camisa de seu traje bruxo. Tinha os olhos fixos na lareira apagada e uma garrafa de cerveja amanteigada vazia pendia molemente das suas mãos. O mau humor era palpável a quilômetros de distância. Mas Gina sabia que ele não estaria ali se não estivesse carente e que embora se recusasse a aceitar os mimos da mãe estava precisando deles mais do que nunca. O detalhe que faltava era Harry. Gina olhou sutilmente em direção à cozinha, mas não o viu. Pensou que ele poderia estar nos andares de cima, afinal, ele já devia ter chegado em casa.
Na verdade, ela achou que estava sendo bem discreta e que os outros poderiam interpretar seu andar em direção à escada como uma simpatia pela dor do irmão mais velho. Quer dizer, ele não iria poder chorar no colo da mamãe se ela estivesse ali, não é? Não que ela achasse que ele fosse chorar, mas de qualquer forma, Rony não desmontaria na frente dela.
– Ué? – A voz alta do irmão a alcançou já com o pé no primeiro degrau. – O Harry não veio com vocês?
Gina virou como se tivesse sido escaldada e não pode deixar de notar que havia maldade nos olhos de Rony, e que ele falara aquilo se dirigindo para ela.
– Pensamos que ele já estivesse aqui com você, querido. – Respondeu a Sra. Weasley, fazendo um carinho nos cabelos do filho.
– Não. – De novo a voz ferina do irmão fazendo chacota nos seus ouvidos. Isso Rony, espalhe a sua miséria por todos os cantos do mundo, pensou Gina ainda parada ao pé da escada. – Ele disse aonde ia?
– Bem filho, acho que ele foi levar a... hum, a moça que estava com ele em casa – comentou o Sr. Weasley, não parecendo bem certo quanto ao nome da garota.
– E pelo visto ficou por lá. – Era definitivo. Rony tinha resolvido se vingar do que quer que Hermione tivesse feito na pele de qualquer mulher que cruzasse o seu caminho e parecia que não teria piedade nem mesmo da irmã. Ou principalmente dela. – Afinal, o cara é adulto e desimpedido, não é?
– Rony! – Sra. Weasley censurou o comentário, mas Rony manteve os olhos magoados e enraivecidos em Gina.
– Não tem nada demais, mamãe. Como eu disse: ele é adulto e desimpedido. Não é mesmo, Gina?
O Sr. e a Sra. Weasley lançaram olhares temerosos para a filha, mas Gina manteve-se impassível.
– Se você diz, Rony... O amigo é seu, afinal. Bem, família, foi uma longa noite e eu estou exausta. Além disso, o Roniquinho parece estar precisando de um colinho da mamãe. Não se preocupe, irmãozinho, vou sair para você poder chorar à vontade.
– Gina, vai a...
– Não ouse terminar a frase, Ronald Weasley! – Ameaçou a mãe.
Rony bufou e desviou o olhar cheio de rancor de cima da irmã voltando a fixá-lo no vazio da lareira apagada. Sem esperar um novo ataque, Gina murmurou um “boa noite” para os pais e seguiu em passos rápidos para o próprio quarto.
Fechou a porta com cuidado. Não queria que Rony ouvisse um estrondo. Não queria que ele soubesse o que havia conseguido. Não pense! Não pense! De repente estava difícil de engolir e a sensação de frustração subia aos olhos com uma rapidez extraordinária. Mas Gina sabia barrar o processo. Se tornara especialista nisso. A garota de vestido diáfano que se refletia no espelho da cômoda do outro lado do quarto olhou para ela com ceticismo.
– Você não vai chorar agora, vai, sua tonta?
– Não – respondeu com firmeza. – Eu não vou chorar.
Não vou. Fechou os olhos e pensou que poderia escorregar até o chão e talvez sumir pelo assoalho. Mas Gina conhecia muito bem todas as seqüências que aquela dor produzia nela. Era uma longa escola. Ela podia se entregar e no dia seguinte tentar emplacar a desculpa de que o ar frio do rio Cher a tinha deixado gripada, na qual Rony certamente não cairia e que faria Harry lhe lançar olhares dolorosamente preocupados. Podia pegar sua vassoura e sumir por tantas horas quanto conseguisse. Mas essas duas opções implicavam em pensar e Gina definitivamente não queria pensar. Queria afastar qualquer imagem que viesse a sua cabeça naquele momento. Foi quando decidiu isso que abriu os olhos. Imagens dolorosas são mais rápidas com os olhos fechados.
O papel de parede com florezinhas desbotadas e feias pareceu de repente flutuar diante dela. Era quase um convite. E Gina aceitou quase com gratidão. Tirou a varinha do bolso da capa e com um movimento fez seu lindo vestido de noite se transformar numa jeans desbotada, cortada sob os joelhos e numa camiseta velha e gasta. O penteado elegante se transformou num prático rabo de cavalo e os delicados sapatinhos de pelica foram jogados em um canto com um movimento furioso dos pés.
Nos minutos seguintes a cama, a cômoda, sua cadeira e sua escrivaninha, bem como o guarda-roupa tinham sido afastadas das paredes e estavam cobertas por lençóis velhos que ela conjurara. Apenas por garantia, lançou um feitiço silenciador à porta e depois se jogou a arrancar o papel de parede. Havia uma enorme satisfação em destruir alguma coisa. Destruir seu quarto de menina. Apagar as vezes em que chorou e sofreu ali. Era como aniquilar incômodas testemunhas. E Gina estava agindo sem misericórdia. Usava magia apenas onde era absolutamente necessário, depois, usava as mãos. Arrancava. Puxava. Cobria-se de pó. Sua vontade era de bater naquela garota. Bater com vontade. Bridget Mansfield? Não. Gina queria bater na dona daquele quarto. Na menina boba que passara anos alimentando uma tolice infantil até aquilo ficar tão maior que ela que se tornou capaz destruí-la por inteiro.
Não pense. Não pense! Terminou a primeira parede, suada e com a raiva ainda transbordando, e seguiu para a segunda. Ela tinha tentado. Pelo menos isso. Aprendeu a mentir o melhor que pode e um dia lá estava, Harry olhava para ela de um jeito diferente. Arrancou mais um pedaço grande do papel de parede. Para sempre é muito tempo, pensou com uma vontade selvagem de se machucar. Mas seu para sempre durou dois meses. E quando ele voltou, não havia nem um sinal nem uma indicação. Gina ficou esperando, mas não veio. Harry parecia vazio. E não chegou perto dela um só instante.
Passou para a terceira parede e ainda não diminuíra o ritmo. Crescer em meio a uma guerra te faz ter noções diferentes de algumas coisas. Talvez, numa outra situação, Gina achasse que Harry precisava apenas de um tempo para se reconstruir, para saber o que queria. Mas, numa guerra, as coisas se tornam imediatas. Ou você quer ou você não quer. Harry nunca demonstrou ter voltado para ela. Quer algo mais óbvio do que isso?
Seus braços começaram finalmente a reclamar, mas ainda assim ela se atirou à quarta parede com o mesmo furor. Os braços ainda não estavam doendo o bastante. Não sentia dor o suficiente para parar.
Foi só quando terminou de arrancar o último milímetro das famigeradas florezinhas que Gina parou. O quarto parecia ter sido varrido por um vendaval. Caliça e pó branco caíam por toda parte, inclusive sobre ela. Os móveis amontoados no meio do quarto pareciam uma montanha de equilíbrio duvidoso. Os sapatos da festa jaziam quase inutilizados num canto tal a cobertura de poeira que se grudara a delicada pelica. Ela acabou sentando num canto próximo à porta. Finalmente estava se sentindo vazia. Era o último estágio daquelas ondas de dor e Gina conhecia todos eles. O vazio não doía menos que o momento do rasgão no peito, ou que o momento em que ela passava engolindo aquela bola que insistia em se formar na sua garganta. Mas era mais suportável. E lhe permitia ficar quieta, lhe permitia não pensar.
Ficou ali, ocupando o mínimo de espaço que podia em meio à catástrofe em que havia transformado o seu quarto. Só se deu conta do quanto de tempo havia passado quando um raizinho de sol atravessou uma fresta na janela e começou a fazer a poeira dançar diante dos seus olhos. Pela temperatura, aquele prometia ser um dia quente de verão. Gina se ergueu com dificuldade do chão. Os músculos estavam doloridos e entorpecidos, e ela pode se sentir tremer um pouco ao ficar em pé. Olhou para o quarto e ficou pensando por um instante em que desculpa inventaria para aquilo, mas não conseguiu achar nenhuma razoável além de: as flores estavam me irritando. Doces demais, suaves de mais, Gina Weasley demais! Se ela não podia mudar o que havia dentro, pelo menos ia eliminar o que havia fora e que não parava de lembrar-lhe quem ela era.
Retirou o feitiço silenciador, enfiou a varinha no cós do jeans e foi até a porta. Precisava lavar o rosto e tomar uma xícara grande de chá antes de começar a colocar ordem naquela bagunça. Seu inferno particular podia ficar bem pior se a mãe visse o aquilo tudo. Abriu a porta de chofre, mas seu passo para o corredor acabou se perdendo quando ela trombou com algo que caiu sobre suas pernas. O tombo foi feio e Gina teve certeza de ter machucado o braço direito que usou para se apoiar. Embolado nos seus pés estava Harry com uma cara tão assustada quanto a dela.
– Harry? O que você... aiii – massageou o quadril – o que você estava fazendo aí?
Gina esperava qualquer coisa, menos que ele olhasse dentro dela daquele jeito. Ficou esperando uma desculpa qualquer, mas não veio.
– Você chegou agora? – Tentou tornar a voz casual e se ajeitar com o pouco de dignidade que restava a sua figura imunda e estatelada no chão.
Harry pareceu demorar séculos para responder.
– Mais ou menos – e a resposta não foi das melhores.
Continuaram no chão ainda por um tempo, enquanto Gina buscava desesperada por algo para dizer que não vinha. Só tinha uma pergunta a fazer, já tinha feito e Harry não tinha respondido. Logo, a situação passara rapidamente de estranha à patética. Gina puxou as pernas que ainda estavam enroscadas em Harry e as firmou para ficar em pé. Harry a acompanhou. Finalmente ele parecia estar constrangido com o que tinha acontecido.
– Me desculpe. Eu te machuquei?
– Meio tarde para perguntar isso, não é?
Ele deu um passo para trás e Gina se arrependeu do que tinha dito. Soara realmente grosseiro.
– Desculpe, eu não quis...
– Não. Tudo bem. É a segunda frase de duplo sentido que você me diz hoje. – Gina piscou rápido ao ouvir isso. – Acredite Gina, machucar você era a última coisa que eu queria na vida.
Ela deu um suspiro exasperado.
– Pensei que a gente já tivesse superado essa fase.
– Eu também. O problema é que eu acho que eu não superei.
Gina se aproximou dele parecendo como nunca com uma leoa enfurecida. Ela estaria gritando se não estivesse mantendo a voz cuidadosamente baixa para não despertar a casa inteira.
– Você acha? E vem me dizer isso agora? Desse jeito? Passa a noite com sua nova namorada e vem fazer plantão na porta do meu quarto? O que espera que eu diga, Harry? O que você quer que eu faça?
Gina não esperou que ele respondesse. Não queria realmente ouvi-lo responder coisa alguma. Pela segunda vez naquela noite ela podia tomar dois caminhos diferentes. Um a deixaria tranqüila, feliz e em paz com ela mesma. Mas não foi esse o caminho que ela tomou. Num passo rápido, Gina ficou na ponta dos pés e segurou o rosto dele com as duas mãos. Não parou para raciocinar nas conseqüências do que estava fazendo. Apenas beijou-o sem pedir licença, com o corpo inteiro, com toda a dor e o vazio daqueles dias, noites, de todos aqueles anos. Harry estreitou os braços em torno dela com tanta força que quase a machucou. Depois disso, ela simplesmente deixou de pensar.
“Cais, às vezes, afundas
em teu fosso de silêncio,
em teu abismo de orgulhosa cólera,
e mal consegues
voltar, trazendo restos
do que achaste
pelas profunduras da tua existência.
Meu amor, o que encontras
em teu poço fechado?
Algas, pântanos, rochas?
O que vês, de olhos cegos,
rancorosa e ferida?
Não acharás, amor,
no poço em que cais
o que na altura guardo para ti:
um ramo de jasmins todo orvalhado,
um beijo mais profundo que esse abismo”.
Neruda
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N/A: A música Open your eyes, do Snow Patrol está no meu espaço Multiply, para quem quiser ouvir e ver o clipe. A letra e a tradução, como sempre, estão na comu do orkut Fanfics da Sally Owens
Eu ando boa com deadlines, não é? Prometi para 01 de maio e aqui está o capítulo. Está mais curto que o capítulo anterior, mas o achei intenso demais para fazê-lo maior. Acho que vão concordar comigo.
Como prometi no Multiply, o capítulo é dedicado a Georgea, que fez aniversário dia 28, e a Sônia Sag, que está de aniversário hoje. Eu ensaiei muitas vezes essa dedicatória, mas acabei apagando todas. De repente, me faltaram palavras para traduzir o que é encontrar pessoas como vocês e que tão longe e tão perto, se tornaram tão importantes. Obrigada, de coração, e meus parabéns!!!!
Sobre este capítulo: Não vou dizer que não tinha planejado isso. Mas o problema todo é que eu não consigo controlar o Harry e a Gina!!! Sério, eu tenho certeza que a JK deve ter sentido algo assim ao escrever o sétimo livro. Vocês vão ver, ela ainda vai revelar isso em alguma entrevista. Mas esses dois são os personagens mais donos de si que já vi. Resultado? Vocês leram, não leram?
Sobre o capítulo anterior:
Paulo Borges: Vc leu, mas não disse o que achou!
Mayana Sodré: Obrigada pelos votos de bom regresso, querida. E como vê, estou me esforçando para ficar o mínimo possível longe. Acho que a Angelina foi a unanimidade do capítulo, não é? Beijão!
Sônia Sag: Linda!! Vc abalou no baile! Quem era o cara alto de olhos cor de whisky que se aproximou de vc e não te deixou solta o resto da noite? Eu sei que os Weasley já foram, mas Chenonceau vai ficar livre de trouxas até segunda-feira e o castelo está a sua disposição. Aproveite que é seu aniversário. Um beijão Anam, obrigada pela sua força.
Andressa Domingues: Valeu, Andressa!
Lica Martins: Lica!! *Sally dá um beijo na bochecha e senta à mesa um pouco para conversar* E aí, gostou da festa? Dançou? Conheceu algum bruxo interessante? Amei o seu vestido, sabia? Quanto aos fofos... ó céus. Não dá vontade de bater com a cabeça um do outro para ver se pega no tranco? *Fica fofocando uma boa parte da noite armando planos para azarar Rita Skeeter na saída*
Amanda Regina Magatti: Ah, se fosse tudo tão simples, Amanda. Beijos querida!
Morgana Black: Adorei o “segunda-feira mais feliz”. Mas confesso que terminei o capítulo anterior menos doída que neste. Mas, fazer o quê? Não seria tão bom se fosse tão fácil, não é? Beijo enorme!
Dibiela: Obrigada, querida!
Gina W. Potter: Ahh querida! Valeu mesmo. Fico tão feliz em ler seus comentários. Tem um entusiasmo que contagia e eu até me convenço de que a coisa está legal de verdade. Obrigada, do fundo do coração. Bj grande, grande!
Eleonora: Bem, quanto ao que o Harry fez ou deixou de fazer, só nos próximos capítulos rsrsrs. Pelo menos no que se refere a Bridget, hehe. Bjão!
Pamela Black: Ah amada, obrigada. Fico realmente feliz de ter conseguido essa sensação de “acompanhar”. Isso é um elogio maravilhoso! Um beijão!
Natinha Weasley: Espero que o Rony não tenha te decepcionado neste, Natinha. Mas verdade é que ele estava pedindo essa reviravolta. Aliás, esse foi um capítulo de reviravoltas, rsrs e não foram as últimas. Espero que tenha gostado. Beijo grande e obrigada!
Gabizinha: Querida, que comentário bom de ler. Não apenas pelos elogios, mas tb pelo que vc disse sobre as descrições. Fazer o leitor “se sentir dentro” é uma das ambições dos autores e é uma recompensa enorme ouvir isso. Obrigada mesmo.
Bernardo Cardoso Silva: Ah meu amigo, darei curso o dia em que controlar os personagens e não for um mero joguete nas mãos deles. Concorda ou não comigo que harry Potter e Gina Weasley são incontroláveis? Pensei muito em La Vie em rose, mas definitivamente ainda não é para esse capítulo, rsrs. Beijos querido. (Quando sai o novo capítulo da Lembranças????)
Drika Granger: Obrigada, obrigada, querida! Sim, Chenonceau é um cenário de sonho. O tipo do lugar que parece pertencer mais a outro mundo que o nosso, não é? Eu enfeitei um pouquinho a história, mas acho que Diane de Poitiers tinha seus truques mágicos sim, hehe. Um beijão!
Torcatto: *Sally sorri para o rapaz* Muito obrigada, Matheus. Será um prazer dançar essa música com você. *Os dois seguem para a pista de dança*.
Charlotte Ravenclaw: Acho que partilhamos das mesmas idéias sobre a Diane, não amiga. Estou com um retrato dela na minha mesa e não consigo deixar de pensar que seus encantos deviam ir além da beleza e da inteligência, rsrs. Espero que não tenha ficado triste com esse capítulo, mas quem mandou torcer pelos cabeças duras. Agora temos que agüentar!! Beijos amada. Vem logo!
Doug Potter: Valeu, Doug! Fico feliz que continue lendo!
Íris Potter: Me diz Íris: não deu vontade de azarar a Hermione? Tá que a menina sofreu o cão (ainda vou desenvolver mais isso), mas ainda assim. Vai dizer que vc que viu tudo, não ficou se coçando para jogar um balde de água fria nela? P.S.: Lindo vestido, querida!
Sô: Ahh querida, obrigada. Você não imagina o prazer que é para mim escrever e ter de vocês um retorno tão legal. Me sinto partilhando algo que me faz muito feliz que é escrever. Quanto a Chenonceau, ponha em sua lista. As vezes a vida nos surpreende com oportunidades e esse lugar vale o esforço. Um beijo enorme.
Srtáh Míííhh: Mirella, a história é “baseada” livremente em fatos reais. Procure por Henrique II da França e por Diane de Poitiers. É uma história é muito interessante. Tb adorei escrever o Harry no telhado. É engraçado, mas imagino o Harry e a Gina tendo reações diferentes à dor. Ele precisa de espaço, Gina procura não ocupar espaço. Viagens minhas, claro. Beijão e se ainda não agradeci, Valeu pelos comentários 1000 no Retorno e 100 nessa.
Priscila Louredo: *Sally retorna o brinde agradecendo* Lá se foi a Priscila. Essa menina anda requisitada pelos bruxos altos e ruivos, não? Rsrsrs. Bjkas!
Hanna Burnnet: Obrigada querida. Não sei se ficou tão delicioso este, mas pelo menos veio rápido, hehe. Bjão!
Leo Potter: Só H/G que é cabeça-dura? Rsrs... acho que não. Obrigada pela leitura, querido.
Ginny Weasley Potter Poderosa: Que bom que gostou. Espero que tenha curtido o Retorno e este capítulo tb. Bjão!
Maria Lucinda Carvalho de Oliveira: Obrigada, querida! Adoraria atualizar mais rápido, mas o pão nosso de cada dia ainda não me deixa fazer só o que eu gosto. Beijos!
Rafaela Porto: Que bom que gostou Fá. Quanto à Luna, sabe que não me acho uma boa autora quando a escrevo. Gosto muito da personagem, mas não sei, não consegui pegar o jeito dela sem ficar caricato. Quem sabe mais adiante eu me sinta mais segura, não é? Quanto ao castelo, concordo com vc. Não haveria nenhum lugar melhor que ele para essa festa.
Lili N. (Liz): Queria que fosse tão simples, querida. Mas seu casal favorito é duro na queda, não é? Beijo grande!!
Alessandra Amorim: Valeu, querida!! E tb pela força que vc vem dando na comunidade. Tb adoro a Molly. Acho o jeito dela tão MÃE, hehe. Quem não tem uma em casa que atire a primeira pedra, hihi. Beijos linda!
Luisa Lima: Menina, eu sempre rio quando vc manda saudações aos meus pais, rsrs. Já transmiti, viu? A coisa das segundas-feira é minha. Mas imagino que a tia Jô concordaria, vc não acha? Desculpe pela Mione, mas a menina ainda está muuiiitooo confusa. Tenha paciência com ela. Obrigada de coração pelos elogias, querida. Não prometo ser imortal (Deus me livre da síndrome de Voldemort rsrsrsr), mas ainda quero escrever muito, muito, muito :D Um beijo bem grande!!
Katherine Lovegood: Muito obrigada Kathe. Por seu comentário aqui e nas outras fics tb e no Multiply. Beijo grande!
Bruna Perazolo: Oi amada! Rsrsrs... obrigada pela sinceridade hehe. Fico muito feliz que esta esteja agradando tanto. Essa história me perseguiu tanto, ainda tinha dúvidas de que vcs fossem gostar. É muito bem saber que sim. Um beijo carinhoso.
#Belle Sarmanho#: Belle, acredite, esse lugar não é só fascinante na descrição. Ele é uma das obras primas do ser humano. Que bom que a festa agradou e a Angelina tb, mas eu sempre achei ela poderosa, né? Obrigada pela leitura e um beijo bem grande.
naty Lavigne Potter: Oi querida. Eu tenho orkut, sim, mas não consegui achar vc. O meu vc pode localizar pela comu Fanfics da Sally Owens. É só me adicionar, ok? Um beijo!
Georgea: Há uma conspiração universal para esconder a VERDADE sobre as segundas-feiras!!! (Mas eu aproveitei o aumento de horas para escrever este capítulo hihi) Beijos amada!
Graziella S.: Espero que consiga continuar a ler e que continue a gostar Graziella. Não esqueça de me dizer o que achou dos outros capítulos. Bjs.
Tonks Butterfly: Valeu, querida!
Suzana Barrocas: Ah querida, valeu por votar na enquete e fico muito feliz de vc estar gostando dessa. Quanto ao convite, só peço um pouco de paciência. Eu anotei e vou aparecer, ok? Beijão!!
Lóide Eunice Sacramento: Obrigada, mesmo querida! Viu, dessa vez já foi uma demora bem civilizada, não é? Bjs.
Patricia Ribeiro: Brigadão, Patrícia!! Quais foram as outras que vc leu? Apenas por curiosidade rsrs. Um beijão!
Regina McGonagall: Vc não tem do que se desculpar amiga. Que bom que gostou. Beijo grande!
MarciaM: Saudades de vc, querida!! Estou na sua comu, vc viu? Obrigada por elogiar o capítulo. Bem, digamos que naquele momento o cérebro estrategista do Ron embotou rsrs. Beijão!
Gianna: :D:D:D. Valeu, querida!!!
Hellzita: Tentei caprichar, espero ter conseguido. Beijão, querida!
Luluh Black: Bem, H/G é ainda o shipper principal da fic, mas nesta estou tentando equilibrar para dar espaço aos dois casais. Que bom que as partes R/H tb te encantaram. Obrigada mesmo. Beijão!
Daniella Granger: Seguindo a seqüência, Dani. Primeiro uma depois a outra. A seguir vem o 33 do Retorno. Espero que tenha gostado desta aqui. Beijão!
Um beijo carinhoso e até o próximo!
Sally
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