Yellow



Capítulo 2



Yellow


Os dois estavam sentados em uma das mesinhas que ficavam em frente à sorveteria de Florean Fortescue e que agora pertencia ao seu filho, pois o velho sorveteiro fora uma das inúmeras vítimas da guerra. Rony jogou sua colher dentro do copo de sundae, que ele devorara, enquanto falava seu plano para Hermione. A amiga, no entanto, continuava com o mesmo olhar confuso, a colher suspensa no ar entre seu rosto e o copo de sorvete semi-derretido. Rony jogou o corpo para trás na cadeira.

– Então? Vai me ajudar ou vai ficar me olhando com essa cara?

Hermione piscou umas duas vezes como se acordasse e então largou a colher dentro do copo com um suspiro.

– Eu não sei se eu entendi bem, Rony.

– Como assim “não entendeu bem”? Você é a pessoa mais inteligente que eu conheço, Mione. Qual parte do meu plano você não entendeu bem?

– Todo ele.

Rony bufou e escorou os antebraços na mesa, inclinando-se para frente, mas Hermione o interrompeu erguendo a mão.

– Olha Rony, eu acho que até entendo você, mas o fato é que o que havia entre o Harry e a Gina acabou. – Rony fez menção de falar, o rosto tingido de manchas vermelhas, mas novamente ela o impediu. – Você sabe que sempre torci pelos dois, mas... sei lá, passou. A guerra mexeu muito com todos nós. – Ela passou a mão pelo cabelo num gesto vago e seu olhar se perdeu em direção ao Beco Diagonal. – Todos nós fizemos planos que não se concretizaram... – concluiu com a voz sumindo.

Rony, porém, não a ouviu. Não quis ouvir. Fez um som alto com a garganta para tirá-la do devaneio.

– Eu realmente gosto das suas explicações, Mione. Mas, no momento, não estou interessado em uma análise da fase “eu-sou-um-herói-solitário” do Harry. Eu sei o que ele precisa e o que ele precisa é da minha irmã!

– Você insiste nisso porque quer ver os dois felizes ou porque o Harry é o único homem que você admite ficar com a sua irmã?

Rony fez uma careta. As palavras “homem” e “ficar” com Gina lhe soaram desagradáveis, mas ele não tinha mais 16 anos e tampouco Gina era uma menininha, coisa que ela dizia o tempo todo. Afinal, se ela tinha que ficar com alguém, que fosse com o Harry. Encarou Hermione decidido.

– Eu insisto nisso porque eu estou certo! E todo mundo que aceita ver esses dois separados está errado e eu vou provar isso, com ou sem a sua ajuda. – Ele fez uma pausa e deu um sorriso de lado, meio sem jeito. – Mas eu prefiro “com”...

Hermione respirou profundamente e voltou a brincar com a colher no sorvete já totalmente derretido.

– Ok.

– Sério?

– Sim, vou te ajudar com isso. Deus sabe como o Harry precisa desesperadamente ser feliz... Depois de tudo.

Rony não se conteve e deu um salto de felicidade, segurando o rosto da amiga com as mãos e lhe dando dois sonoros beijos nas bochechas. Ela riu do arroubo.

– Você é maravilhosa, Hermione!

– Sei – comentou cética. – Sou maravilhosa quando faço o que você quer. Isso sim.

Ele deu um sorriso enorme e presunçoso fazendo-a lembrar de quando ele era menino e sorria daquele jeito ao ganhar um jogo de xadrez. Rony ainda sorria daquele jeito quando ganhava um jogo de xadrez, consertou mentalmente.

– O que você tem em mente? – Perguntou, afastando as considerações sobre o sorriso do amigo.

Rony mudou de cor.

– Bem – de novo o sorriso malandro – é aí que você entra.

– O quê?

– A minha parte do plano era te convencer a me ajudar. A sua parte é bolar um plano para os dois ficarem juntos.

Ele fez uma careta engraçada e puxou o sorvete dela para si, enquanto Hermione o olhava, indignada. Rony devolveu-lhe um sorriso que pretendia ser charmoso.

– Qual é, Mione? – Perguntou já começando a comer o sundae abandonado. – Você sempre foi o “cérebro” do Trio Maravilha.

Ela corou e ajeitou o cabelo, fazendo-o sorrir ainda mais. Xeque!

– Você sempre foi bom nas estratégias – comentou Hermione, tentado lembrar que devia ficar zangada com ele.

– Mas é você que entende dessas coisas de sentimentos. Eu sou o legume insensível, lembra?

– Tudo o que você falou até agora me pareceu muito sensível, Rony.

– Deve ser alguma febre. – Rony deu de ombros. – Logo passa. – Raspou a taça com a colher para finalizar o sorvete.

Hermione revirou os olhos sem se dar ao trabalho de esconder o gesto. Era típico do Rony! Inventar as coisas e na última hora se tornar apenas um executor. Não que a insistência dele não tivesse sentido, apenas ela achava que Rony interpretava como uma teimosia por parte de Harry, coisas infinitamente mais complicadas. Hermione, ao contrário, compreendia bem a necessidade de isolamento do amigo. Entendia o seu enorme esforço para continuar sendo o mesmo após tudo o que acontecera durante a guerra. Harry passara a vida toda apenas conhecendo o que era perder. Os pais, Sirius, Dumbledore... Era natural que ele não quisesse nenhum vínculo mais forte, nada que o fizesse correr o risco de perder, mais uma vez.

Não tinha como não ver um pouco de si nisso, afinal, as perdas da própria Hermione ainda eram muito recentes. Viver em dois mundos, como ela fizera por quase sete anos, não manteve um deles a salvo do outro. A guerra invadiu seu mundo trouxa e regular, invadiu sua casa sem magias e levou seu pai. E isso ia doer para sempre.

A verdade é que todos eles haviam perdido alguém que lhes era próximo ou com quem se importavam. É o que as guerras fazem. O que era curioso agora é que por tanto tempo a presença da guerra e do mal que a incitava foram tão fortes e tão reais, que a paz de hoje parecia irreal. A vida comum lembrava uma representação. Estar ali, vivo, era estranho. Rir, trabalhar, fazer as refeições, encontrar os outros, se assemelhava ao seguir de um roteiro. O roteiro de “ser normal”.

– Terra para Hermione!

– Hã... Desculpe, eu fiquei pensando.

– Eu vi. – Rony estava sério e a analisava com tanta atenção que Hermione acabou desviando o rosto. – Mas pela sua cara não me pareceu que você estivesse bolando um plano muito bom.

Ela fez um gesto exasperado afastando o cabelo cheio do rosto.

– Eu ainda não bolei plano nenhum, Rony. Preciso sondar um pouco os dois. Vamos ver como as coisas caminham nessas duas semanas que teremos de férias, ok? Poderei ir mais vezes até a Toca e falar com Gina sobre este garoto com quem ela está saindo. Depois, eu vejo o que iremos fazer.

– Bem, enquanto você pensa, eu já tenho algumas coisas para fazer.

– Como o quê, por exemplo?

– Fazer a Gina terminar logo com esse namoro, por exemplo.

– Ah, francamente Rony!

– Mione, ela não vai ficar com o Harry se tiver um namorado – explicou como se ela não conseguisse entender algo muito óbvio.

– Eu sei, Rony! Mas você não acha que bancar o cupido já é se meter o bastante na vida dos dois?

Rony franziu a testa fingindo fazer um grande esforço para refletir sobre a pergunta.

– Não. – Completou com um sorrisinho feito para irritar. – Mas não se preocupe com essa parte, pode deixar comigo. Eu ponho o sujeitinho a correr. Qualquer coisa, eu peço ajuda para o Fred e o Jorge.

– Não se atreva a colocar aqueles dois no meio disso, Ronald! – A voz de Hermione saiu alta e aguda o suficiente para fazer Rony recuar um pouco e algumas pessoas das mesas ao lado olharem para os dois. Ela praguejou baixinho e continuou com a voz mais controlada. – Gina vai querer o seu fígado se souber disso! Além do mais – argumentou pensativa – Harry já reagiu, no passado, ao fato de ver Gina com outro garoto. Isso pode acontecer novamente.

Rony não pareceu convencido.

– Se esse é o seu plano, ele não me agrada.

– Não é um plano, Rony. Apenas eu não vejo nenhum mal em Gina sair com um garoto se isso servir para o Harry perceber se ainda gosta dela ou não.

Rony fez um muxoxo emburrado.

– Talvez – continuou a garota – se não houver nenhuma reação da parte dele, seja o caso da gente desistir...

– Nunca!

– Céus! O que deu em você?

– Eu é que pergunto: que diabo deu em vocês? Nunca foram de entregar os pontos e agora tudo é um problema. Para tudo vocês ficam cheios de dedos! A guerra ACABOU! Temos vidas para seguir em frente. Que tal a gente fazer isso?!

Havia bem mais naquelas palavras do que Hermione queria admitir. Ao mesmo tempo em que notou que Rony a incluíra, preferiu colocar a atenção apenas em Harry e Gina.

– Você disse que eu é que deveria fazer o plano.

– É.

– Então, me dê um tempinho, ok? E deixe a Gina sair com o garoto em paz. Já disse que isso não é necessariamente ruim.

– Ok – concordou a contragosto.

Rony pensou um pouco voltando a mexer na taça de sorvete.

– E se o Harry não demonstrar nenhuma reação visível? Da outra vez, ele foi bem discreto.

– Eu achei que ele deu um bocado de bandeira – retrucou Hermione endireitando as costas e erguendo o nariz. – Talvez, você é que não tenha notado logo. Andava tão ocupado na época.

Ela tentou não notar que ao invés de ficar bravo ou desconfortável, Rony estava era com um imenso sorriso no rosto.

– Hã... É melhor a gente ir. Devem estar nos esperando na sua casa – falou Hermione já levantando e pegando a bolsa grande que carregava.

– É mesmo – Rony também levantou e seguiu atrás dela. – Mamãe deve estar nos esperando para almoçar.

– Rony, a gente acabou de tomar sorvete!

Ele deu de ombros.

– E daí?

Os dois desaparataram em frente à Toca e Rony estava certo quanto ao fato de a Sra. Weasley os estar esperando. Nem Hermione escapou de ouvir uma reprimenda por atrasarem o almoço de sábado. Encabulada, a garota resolveu não mencionar o sorvete (foram apenas umas colheradas, mas elas ainda lhe pesavam no estômago) e, de quebra, teve de agüentar as troças disfarçadas de Rony. O amigo divertiu-se muito com sua expressão de pavor diante do prato cheio que a mãe dele lhe pôs na frente. E toda vez que ela conseguia eliminar com esforço um item, Rony o fazia reaparecer magicamente intacto, agitando disfarçadamente a varinha por debaixo da mesa. A brincadeira prosseguiu até que Gina, apiedada, roubou a varinha do irmão.

– Você ficará conosco durante as férias, querida? – Perguntou a Sra. Weasley enquanto passava o prato de pão para que Hermione se servisse.

– Só durante os finais de semana, Sra. Weasley. É quando minha mãe vai para a casa dos meus tios. Durante a semana, eu não quero deixá-la sozinha.

Molly deu um sorriso compreensivo.

– Claro, meu bem. E como ela está?

– Bem. Ela está bem sim. Obrigada.

Seguiram alguns sorrisos encorajadores, outros constrangidos, até que habilmente o Sr. Weasley mudou o rumo do assunto perguntando a Rony e Harry a respeito de seus treinamentos como Aurores.

A tarde passou quente e arrastada, com os quatro amigos refugiados em uma pequena área coberta, abrigada do sol, nos fundos da Toca. Gina tinha sugerido um jogo de Quadribol, mas Harry e Rony reclamaram que estavam muito cansados.

– Jogamos amanhã, Gina – disse Rony, que estava jogado em uma cadeira de jardim. – Fred, Jorge e Carlinhos estarão aí. Poderemos até convencer o Gui a largar um pouco da Fleur e jogar com a gente.

Gina estreitou os olhos, não muito conformada.

– Eu não acredito que nenhum de vocês queira jogar hoje? – Ela olhou para Harry, que estava sentado no chão encostado à parede da casa, mas ele concordou com Rony com um movimento de cabeça e um sorriso cansado. – Céus, vocês estão ficando velhos, hein?

– Hei! – Revoltou-se Rony. – Espere até começarem os seus treinamentos.

Gina continuou de birra e arreliou os dois pelo resto da tarde enquanto jogavam Snap Explosivo, riam e contavam piadas. Parecia terem voltado àquele verão que antecedera o sexto ano do trio em Hogwarts. No fim da tarde, suados, sorridentes e com os dedos bastante sapecados pelo jogo eles entraram para se aprontarem para jantar. Hermione pretendia conversar com Gina enquanto ela se arrumava para o seu encontro, mas Rony e Harry não paravam de reclamar de dor nos dedos queimados e ela acabou indo preparar uma poção cicatrizante para os dois.

A tarde tinha arrefecido um pouco seu entusiasmo, que já não era muito, com a idéia de Rony. Passara o tempo todo observando Harry e Gina, com o ruivo lhe lançando olhares ansiosos à espera que ela visse algum tipo de faísca. Mas a verdade é que Hermione não viu. Os dois pareciam muito à vontade um com o outro. E isso não parecia ser um bom sinal. Ao menos, não para os planos de Rony.

Quando Gina desceu, os dois garotos estavam sentados lado a lado no sofá da sala, as mãos enfiadas em tigelas com um líquido amarelo cítrico e rostos com expressões cômicas de sofrimento.

– Então?

Gina deu um pequeno giro em frente à poltrona em que Hermione estava, mostrando o vestido branco de alças, com uma romântica estampa de florezinhas. Estava com a parte da frente do cabelo presa e o resto caído pelas costas e ombros.

– Linda, Gi – elogiou a amiga com sinceridade, mas elevou a voz para cobrir um sonoro bufo de Rony, que Gina fez questão de ignorar. Hermione lançou um olhar feroz ao garoto para que ele ficasse quieto e observasse Harry ao seu lado. Mas não havia muito o que ver, já que Harry continuou a banhar os dedos na poção com a mesma expressão dolorida.

– Pelas barbas de Mérlin! – O Sr. Weasley vinha da cozinha. – Será que eu devo deixar a minha menina sair assim tão bonita? Acho que deveria prendê-la em casa – comentou com bom humor.

A garota sorriu para o elogio e deu um beijo estalado na bochecha do pai.

– Não chegue muito tarde, sim querida.

– Pode deixar, papai. Eu me cuido direitinho, viu?

– Sei! – A resposta cética partiu de Rony, que agora olhava muito indignado para Harry. O amigo parecia ainda estar mais preocupado com os dedos queimados.

– Roniquinho – chamou Gina docemente – vê se me esquece!

Antes que ele pudesse retrucar ela, porém, olhou pela janela e anunciou.

– Bem, o Luc já está me esperando lá fora. Até mais, galera!

Assim, que Gina saiu, Rony lançou um olhar muito frustrado para Hermione e não entendeu nada quando viu que a amiga tinha um sorriso brincando no rosto. Precisou esperar o fim do jantar para conseguir, em voz muito baixa, falar com ela enquanto limpavam a louça. Harry estava ajudando a Sra. Weasley a tirar a mesa na sala de jantar.

– Por que você ficou com aquela cara quando a Gina saiu? Aquilo foi decepcionante. Ela estava tão bonita... E o Harry não disse uma palavra.

Hermione sorriu mais uma vez.

– O quê? – Perguntou ainda sem entender. – Qual é, Mione? Ele nem sequer olhou para ela.

– Exato, Rony.

Ela concordou como se ele já tivesse dito tudo e gesticulou a varinha tirando os pratos lavados da pia. Rony, no entanto, continuava parado ao lado dela os braços cruzados sobre o peito e cara de interrogação. Ela revirou os olhos, divertida, antes de falar.

– O Harry fez questão de não olhar para Gina. Nem uma única vez.

Rony estreitou os olhos, satisfeito, e sorriu também.



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N/A: A música é Yellow, do Coldplay. Na verdade, demorei a achar a música que desse o tom deste capítulo. Mas de repente estava relendo o que escrevi, e o ritmo desta coube aqui, perfeitamente. Espero tenham gostado deste capítulo.

Pamela Black: Querida, com o perdão do trocadilho, esse foi um dos comentários mais deliciosos que já li, rsrs. Obrigada pelo carinho e a confiança. Beijão.

Bernardo: Bem, não é mentira dizer que esta fic somente está sendo postada graças a força que vc, a Geia e a Sônia. Obrigada por todo o suporte, leituras idéias, debates. Um beijo enorme.

Charlotte Ravenclaw: Crescer já é difícil, imagina tendo que amadurecer a força e perdendo, perdendo mais do que se pode agüentar. Mas observe bem o Rony. Vc vai ver o quanto ele “enxerga”. Bjus.

Sil17: Fico muito feliz que vc tenha gostado daquela conversa. Eu gostei muito de escrever aquele jogo de gestos e palavras. E mais ainda das músicas terem caído no gosto. Obrigada pela confiança, viu? Um beijão.

Sô: Valeu Sô. Essa confiança toda, só aumenta a minha responsabilidade, vou tentar fazer jus. Obrigada e um grande beijo.

Molly: Obrigada, obrigada, Molly. Fico muito feliz com toda a confiança que vocês depositam em mim e também com a forma que a fic foi recebida. Eu prometo tentar não decepcionar. Beijão!

Morgana Black: Bem, se eu satisfiz o seu gosto exigente (isso é sério) eu realmente me sinto gratificada. Quanto ao início, eu disse que não era como eu imagino que a história acabe, mas essa história nasceu assim, rsrs. Obrigada pelo carinho sempre, querida! Beijão!

Sônia Sag: Bem, como vc já me disse, esse filho tb é um pouco seu hehe, aliás é um filho de muitos pais: vc, Geia, Bernardo. Acho que por isso é fofo, hehe. Vamos torcer para eu não afogar a criança na bacia hahaha. Beijão, Anam!

Srtáh Míííhh: Bem, parece que esta fic está querendo sair rápido, hehe. Obrigada pelo coment e pela leitura Mirella. Sim, o Retorno está acabando, mas eu não consigo ficar muito tempo sem escrever, acho que viciei hihi. Beijão!

Michelle Granger: Oi querida! Que bom ter você por aqui. Espero que goste das outras tb. Beijão!

Daniella Granger: Valeu, Drica. Aguarde porque o Rony vai aprontar muuuitoooo nessa fic hehe. Beijos!

Lola Potter: Obrigada, Drika!! Sobre o Rony, leia o que eu escrevi para a Daniella hehe... Essa fic vai ser “do” Rony :D Beijão!

Priscila Louredo: Obrigada, amiga. Que bom que gostou do início. Valeu pelo carinho e o apoio. Beijão!

A todos um beijo carinhoso e até o próximo.
Sally

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