Passado distante
- Tens certeza disto minha querida ?
- Estou tão certa quanto meu amor por você – ela parou um instante, puchando calmamente o ar para dentro de seus pulmões – Meu querido, eu não tenho muito mais tempo e vois sabeis disso. Não, não me interrompa meu querido. Quero que prometa-me algo.
- Tudo que pedirdes minha querida
- Prometa-me que iras continua tua vida, mesmo depois que eu me vá, não meu querido, não digas nada, apenas me ouça – disse ela calma a e pausadamente, enquanto pousava a pequenina mão sobre a mão do homem que tão ternamente amava – Quero que ache uma outra mulher, quero que a ame e respeite assim como me ama e respeita, quero que reconstrua sua vida ao lado dela, não quero ver-te preso ao nosso passado – ela encarou profundamente os olhos nos dele, deu um sorriso cansado e feliz enquanto fechava os olhos, murmurando um inaudível “Eu te amo”, deu então seu ultimo suspiro e se entregou aquela nova aventura.
O homem desolado pegou o corpo já sem vida da mulher e o trouxe para si, o corpo da mulher que tanto amou ela era uma mulher viva, era. Seus cabelos negros se misturaram aos ruivos dela, tão diferentes, mas tão iguais, ele era puro fogo ela era a água, os opostos que se atraem, os opostos que se completam, ele não sabia o que iria fazer com sua vida, não sabia como iria cumprir a promessa que fizera a ela. Ele não chorava, mas seu olhar estava triste e perdido.
A porta que estava ate aquele momento fechada, pelo importante motivo da reunião dos dois, se abre lentamente revelando uma morena com belos olhos verdes segurando a mão de uma garotinha ruiva e com olhos muito azuis assim como a mãe
- Papai – ela disse, fazendo menção de penetrar no quarto
Porem o homem lançou a recém chegada um olhar se suplica para que tirasse a menininha dali, ela compreendeu muito bem e segurou com mais firmeza a mão da garotinha, impedindo-a de ir ate os pais. Ela se ajoelhou para ficar na altura da pequena e com uma voz suave e doce ela disse
- Minha querida, vamos brincar lá fora e deixar seus pais descansarem – ela se levantou e pegou a menina no colo, que se deixou levar um pouco relutante, quando a mulher a ajeitou no colo, a pequena ficou extremamente impaciente
- Nããão! A mamãe não vai voltar, ela foi pra sempre, deixe que eu me despeça dela – a pequena disse imperativa, se desvencilhando da mulher e correndo para o pai.
- Filhinha, o papai não queria que você visse isso, porque veio aqui?
- Para me despedir da mamãe, papai! Papai não fique triste não, ela não iria gostar, ela nunca vai sair daqui – disse ela colocando a mãozinha no coração do pai.
- Tem razão princesa, ela nunca sairá daqui – disse ele colocando a mão sobre a da filha – Agora princesa é melhor você ir, o papai tem que ficar um pouco sozinho com a mamãe
- Vamos Rosalin – a mulher puxou a garotinha e ambas saíram do quarto fechando a porta atrás de si.
Elas andavam por um corredor de pedra com grandes janelas, por onde entrava a luz da lua, na parede os archotes iluminavam bruxuleantes, a garotinha um pouco a frente, via-se claramente que ela chorava, não por tristeza, mas por saudade.
- Ora, porque estas chorando pequena? Não há motivos para choro, vois mesma disse, que tua mãe jamais sairia de teu coração.
- Não é por tristeza que choro, choro porque sei que ela não estará aqui quando precisar, quem me encinara coisas de moças? Pra quem irai contar meus segredos? Meu pai pode me encinar a magia, mas não pode os segredos do amor.
- Oh querida, tão novinha e já pensando nisso. Tens apenas 8 anos menina, acalma-te, sim?! Ora, como não vais ter ninguém? E eu aqui? Para que sirvo? Minha querida, eu e tua mãe éramos como irmãs, você então é minha sobrinha, com a ida dela, você agora é minha pequena filhinha.
- Estas bens tia Rowena, farei como dizes, vamos colher flores no jardim? Quero fazer um daquelas belas coroas de flores que mamãe me encinou, vou colocar a caroá em sua cabeça ela ficara linda.
- Tenho certeza que sim, vamos colher das brancas, eram as que ela mais gostava.
As duas foram com esse novo animo para fora do grandioso castelo, era uma pena agora que Salazar estava brigado com eles, so restavam vivos três dos quatro fundadores, será que agora com esse terrível acontecimento ele resolveria ficar em vez de partir? Elas estavam à beira colhendo flores, Rosalin as pegava na beira do lado e levava para Rowena que as arrumava na coroa, quando algo chamou a atenção de Rowena ela olhou em volta, não tendo achado nada que fosse preocupante voltou sua atenção a Rosalin que ainda colia as flores. Novamente Rowena ouve algo que chama sua atenção, ela é uma bruxa muito experiente e sabe que apesar de não ver nada à algo suspeito naquele jardim.
- Rosalin, vai pra dentro, pega tuas coisas e corre, chama teu pai. Não perde tempo menina, diz-lhe que temos problemas.
A menina pega apressada seus pertences e corre na direção do castelo, enquanto vê sua nova “mãe” correr na direção oposta, na direção do perigo.
- ROWENA!! – ela percebe que Rowena so fez aquilo para afastar o perigo dela, e que esse perigo não vinha desacompanhado, correu o mais que seus pernas a permitiam, entrou esbaforida no castelo, ela sabia que não teria tempo de subir ate a torre onde o pai estava, mas que um elfo poderia fazer isso por ela – Domene – ela chamou, pouco depois surgiu diante dela um criaturinha pequena com um grande e uma toga com o timbre do castelo – Domene, corre vai ate meu pai, diz-lhe que temos problemas na propriedade, Rowena foi atrasa-los mas não sabe por quanto tempo o poderá fazer – mal ela havia terminado de falar a pequena elfa já havia desaparecido.
Ela sabia que era pequena demais para lutar com qualquer um, não conseguia ainda nem controlar direito seus poderes, mas ela poderia ser útil de outra forma, passando por passagens secretas e túneis ocultos ela chegou em uma sala que poucos conheciam, e lá no meio da sala em uma urna de cristal estava o que ela procurava, uma espada com o punho cravejados de rubis, e um pequeno cetro com diamantes negros que por direito era dela, já que a mãe estava morta, quando ela saiu da sala ainda restavam dentro da urna uma tiara cravejada de safiras e o um medalhão com esmeraldas. Usando o mesmo caminho para voltar, rapidamente ela já estava no Salão de entrada do castelo, viu longe que o pai se preparava para sair do castelo.
- PAAI! Espera pai! – disse ela enquanto corria na direção do pai, arrastando atrás de si a pesada espada e o cetro – Para você papai – estendendo-lhe a espada – O que é um grande Lorde sem sua fiel espada ? – perguntou inocente enquanto o pai lhe lançava um olhar orgulhoso e sai do castelo.
Ela o seguiu para fora, com o cetro nas mãos, não tinha a menor idéia de como iria usar o cetro, o símbolo de sua mãe, uma vez quando ela lhe perguntara como usa-lo, ela apenas lhe disse “Seu coração dirá” bem que dissesse agora, pois tinha que ajudar seu pai e sua tia-mãe, ela foi ate o meio do jardim, e apontou para onde sabia que ficava o portão do castelo, segurou com firmeza o cetro, e nada aconteceu no começo, mas algum tempo depois, o cetro começou a vibrar levemente, e cada vez vibrava com mais intensidade, ate que uma luz amarela saiu dele, e seguiu em direção aonde seu pai devia estar.
Quando ele chegou, Rowena estava em apuros, atrás dela havia uma moça com não mais que 19 anos e aparentemente estava com poucos meses de gravidez; e ela, Rowena, estava aparentemente tentando defende-la; ela lutava com seis homens enquanto os outros estavam em cima dos cavalos rindo dela, ela lutava bravamente, e apesar de todos atarem quase ao mesmo tempo, ela se defendia de todos, e ainda os atacava, ela tinha alguns poucos arranhões nos braços, enquanto alguns deles tinham sérios ferimentos, por um momento a luta entrou em transe, ela se virou para trás, e seus olhares se encontraram.
Para ele foi como tivessem se visto pela primeira vez, ele notou que mesmo lutando seus belos cabelos negros se agitavam harmoniosamente, os olhos verdes brilhavam com a intensidade e determinação de um furão, seu rosto claro era iluminado pela lua e ela tinha uma expreção de força e coragem, ela lutaria a noite toda se fosse preciso, seu colo era gracioso, e seu corpo harmonioso, suas formas agradariam a todos os homens, e muitos cometeriam loucuras por ela.
- GODRIC – ela o chamou exasperada o trazendo para a realidade – Será que você poderia fazer o obsequio de salvar uma donzela indefesa? – ela disse irônica
Godric tirou a espada da bainha, pegou sua varinha e começou a duelar com os homens que aos poucos iam descendo dos cavalos, ele usava tanto a espada quanto à varinha uma habilidade que ele havia adquirido em sua época de Lorde guerreiro, apesar de fazer muito tempo que Godric não entrava em lutas, ele ainda mantinha uma agilidade e reflexos dignos do melhor guerreiro. A luta não foi rápida ou fácil, mas no final o saldo foi positivo, a maioria havia fugido, porem ele, com a ajuda de Rowena, conseguiu prender três dos homens. Depois de os três homens estarem devidamente presos e amordaçados, Godric se dirigiu a estranha moça.
- Porque esses homens o perseguiam minha jovem?
- Bem, devo dizer que eles estavam atrás de mim por causa de uma divida, eu peguei dinheiro emprestado com eles, para minhas pesquisas, mas bem, não consegui arrumar dinheiro suficiente a tempo, e eu estou grávida, meu marido não anda muito bem... Sabe como é?! Minhas experiências deram certo, mas não encontrei ninguém, que as quisesse.
- O que realmente é essa sua experiência? – perguntou amavelmente Rowena
- Uma nova poção.
- E bem, pra que motivo ela serve? – perguntou novamente Rowena, dessa vez havia uma leve irritação em sua voz
- Bem senhorita, não sei se devo dizer... Ora, mas que tolice a minha, vocês salvaram minha vida, e meu invento, eu lhes sou eternamente grata, qualquer coisa que eu possa fazer por vocês... Basta falar e...
- Se acalme, pelo visto você é inteligente, e entende de magia, nós... ahn.. nós gostariamos que ficasse conosco ? – disse incerta, era mais uma pergunta a Godric do que um convite a estranha
- Sim! Nós adoraríamos que ficasse, traga sua mulher e fique conosco – ele se virou para Rowena – Querida, vá ao castelo, e peça para que preparem um quarto para nossa convidada e seu marido, e de um jeito nesses sujeitos mal encarados, eles não contribuem em nada com a decoração do nosso jardim.
- Sim Godric – riu-se ela, e saiu para o castelo, assim que Godric viu que ela se afastara o suficiente para que não escutasse nada, ele se virou para o convidado e lhe disse
- Menina, confiei em você no instante em que o vi, quero lhe pedir um favor, quero que cuide de algo para mim, mas não agora, eu pessoalmente irei lhe encinar, e quando eu morrer quero que cuide de um livro especial, e quero que este seu filho cuide do livro também, assim como o filho dele, e assim adiante, ate que seja a hora de o livro voltar para minha família.
- Mas senhor, como sabes que o bebe que carrego é um varão?
- Não interessa, so quero que me prometa, que sua família vai cuidar do livro ate que chegue a hora deste livro ir para as mãos de um de meus herdeiros.
- E como meus filhos, netos, meus descendentes saberão quando será esta hora? E como iram reconhecer o herdeiro?
- É para isso que irei lhe encinar certas coisas, é por isso que ira aprender comigo, mas preciso saber, se também pode me prometer outra coisa, se aceitar, seus descendentes terão também que proteger os meus, não quero soldados, mas que eles estejam por perto para ajudar, caso seja necessário.
- Claro senhor, farei tudo que me pediu. Cuidarei do livro quando for a hora, passarei para meu filho, e este para o filho dele e assim por diante, e nós cuidaremos de seus filhos e netos, não como soldados, mas como amigos vigilantes, ora perto, ora distante, e quando precisarem estaremos aqui para ajudar, e quando finalmente o livro tiver voltado para seu herdeiro, minha família poderá descansar em paz.
N/A :
disculpa a demora..
o cap nove já vem vindo !!
Casamento e Gravidez
beejos
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