Mais Um Natal
A mulher trancou a porta com a chave, guardando-a em sua bolsa.
- Mãe... Eu preciso ir ao banheiro! – disse o pequeno garoto, olhando a morena a sua frente.
- Ah, eu não acredito! Você pode esperar até chegarmos lá? – bufou. O menino começou a remexer-se inquieto. – OK, vai rápido! – disse, e assim abriu a porta.
- Ah! Eu vou trocar de vestido! – disse a garota, dando passos rápidos e adentrando a casa.
- Ei! Volte aqui, você está ótima! – disse, mas a garota a ignorou e pôs-se a subir as escadas. O moreno ao seu lado começou a cheirar algo com o nariz, saindo correndo em seguida. Ela balançou a cabeça energicamente, entrando na casa. – O que você esta fazendo? – indagou, entrando na cozinha e sentindo cheiro de queimado.
- Eu esqueci... – disse ele, coçando a cabeça.
- Porque diabos você estava fervendo leite, se daqui a pouco nós vamos jantar? – resmungou.
- Eu estava com vontade de tomar, oras... – Hermione olhou-o como se fosse louco, virando-se e subindo as escadas, enquanto Harry tentava inutilmente tirar o queimado da panela, tempos depois a jogando no lixo.
Ela entrou no quarto da filha e a viu jogando as roupas para fora do guarda-roupa.
- O que você pensa que esta fazendo? – interrogou.
- Tirando as roupas pra lavar é que não pode ser... – retrucou, pegou um vestido azul com babados brancos e entrou no banheiro. Hermione parou estática.
- Olhe como você fala comigo! – esbravejou, saindo do quarto.
Hermione desceu as escadas batendo os pés, Rodolfo estava em uma luta com o cadarço de seus sapatos, ela foi até ele, abaixando-se, enquanto Harry saia da cozinha comendo uma banana. Ela amarrou para o pequeno e ergueu-se, arrumando o vestido preto que usava.
- Você não acha que é muito curto esse vestido? – interrogou Harry, olhando-a de cima a baixo, colocando a casca da banana em cima do balcão da cozinha.
- Ah, por favor, faz quinze anos que estamos casados e você ainda vem com essa história? – indagou, balançando a cabeça inconformada.
- Preciso cuidar do que é meu! – resmungou, enquanto o menino ia para a cozinha.
- Agora sou propriedade sua? – indagou estupefata. Harry cruzou os braços.
- Meu amor, eu digo meu, porque você faz parte de mim, não como propriedade, mas como parte de eu mesmo, sendo assim, que não poderia viver sem! – disse, abaixando a cabeça, a mulher correu até ele, pulando em seu pescoço.
- Você não sabe como te amo! – disse, beijando-o, começando mais um daqueles beijos de cinema que fazia a filha, Rory, suspirar, e o filho, Rodolfo, ter ânsias de vomito.
- QUE NOJO! – gritou o pequeno Rodolfo, com seus cabelos pretos e bagunçados como os do pai.
Harry e Hermione tiveram um sobressalto, parando imediatamente. Ela se recompôs e ao ver que os dois estavam prontos, marchou para fora da casa.
Logo os três saíram da casa e foram para o carro, Rory trancou a casa e sentou no banco de trás, ao lado do irmão. Ao contrário de Rodolfo, ela tinha os cabelos castanhos amendoados e lisos, olhos verdes mel e estava com quinze anos. Rodolfo tinha lá seus sete e os olhos da cor igual ao pai.
- Mãe! – chamou a menina. – Podemos levar Flipe?! – indagou, referindo-se ao cachorro cooker. Hermione lhe lançou um olhar assassino pelo retrovisor, a menina encolheu-se no banco.
- O que esta esperando? – bufou para Harry, que ainda não havia ligado o carro e tamborilava os dedos no volante.
- Eu esqueci as chaves! – disse, abrindo a porta e saindo do carro, Hermione teve tempo de suspirar, até que Rory piscou para Rodolfo, e este saiu correndo de dentro do carro para dentro da casa.
- Eu vou enlouquecer! – bradou atônita.
Harry esperou o garotinho voltar sendo literalmente arrastado pelo cachorro, então trancou a porta e foi para o carro. Rodolfo colocou o cachorro no porta-malas e entrou.
- Todos prontos? – perguntou Harry, como se estivessem indo para a guerra, na verdade, para Hermione, estavam mesmo.
Todo o ano era a mesma coisa: ceia de Natal na Toca, com todos os Weasleys e amigos. Ron sempre fazia questão de organizar as festas, já que esse era o trabalho dele, e dava piti todos os anos, porque a família Potter sempre era a última a chegar. Sem contar a tradição das crianças enfeitarem a árvore de natal, criada pelo ruivo.
- Vamos logo com isso, antes que arranjem mais um motivo pra entrar na casa! – ordenou Hermione, Harry ligou o carro. Os primeiros cinco minutos foram tranqüilos, até Rodolfo começar a chutar Rory.
- PARA DE ME CHUTAR! – gritou com o garoto, que continuava lhe chutando. A morena foi para cima do menino, puxando os cabelos dele.
- AH, SUA MOCREIA! – gritou mais alto ainda, Hermione ficou pasma, tentava separar os dois.
- Onde você aprendeu isso? – bradou Hermione, colocando o braço entre eles e separando-os. O menino a olhou e torceu o nariz.
- Eu ouvi o papai dizendo no telefone! – dedurou, fazendo Harry engasgar na própria saliva.
- HARRY! – gritou Hermione, pálida. – Você... Você ensinou uma coisa dessas para ele? E com quem você estava falando?!
- E-eu? – Harry segurou firme no volante, tentando se lembrar.
- Para o cachorro que não seria! – retrucou, colocando as mãos na cintura.
- Bem... Eu... AH... Eu estava falando com Ron no telefone, e ele insinuou que queria que eu fosse ao salão dele... Então, eu o chamei de mocréia! O que você queria?! – disse, coçando a sobrancelha. – Você sabe, eu tenho medo dele... Vai que ele me agarra?! – disse, tendo um tique nervoso. Hermione olhava para a estrada, e Rory abafava risadas.
- Ele... Ele é seu melhor amigo! Como você poderia achar que ele daria em cima de você?! – ela olhava para Harry, inconformada.
- Bem, ele é meu melhor amigo... Mas, você me entende... Isso é estranho... E bem, ele sabe que eu não iria ao salão! Porque ele tem que ficar insistindo? – dizia, quando deu uma olhada pelo retrovisor e pegou Rodolfo mirando uma bola de chiclete no cabelo de Rory. – Querida, se abaixe. – Rory no exato momento abaixou-se e a bola foi grudar no vidro.
- PAI! OLHA O QUE ELE FEZ! – gritou, assustando-se, só de pensar que aquilo poderia ter atingido seu cabelo.
- Rodolfo James Potter! – disse Harry, carrancudo. – Mais uma dessas, e vai saber o que é, realmente, ficar de castigo! – o garoto encolheu-se no banco, fazendo bico. Hermione olhou para o retrovisor, flagrando Rory mostrar a língua para o irmão.
- Rory Lílian Potter! – ela virou imediatamente para a mãe, esbugalhando os olhos. – Pare de provocar seu irmão!
- Mas...? – Hermione a interrompeu.
- Nem mais uma palavra. – disse, virando-se para frente, apreciando o silêncio.
Rory observava as unhas minuciosamente, enquanto Rodolfo batia os pés no banco do pai, fazendo Harry soltar um longo suspiro. A menina estava ansiosa, iria ver seu primo, Matheus, filho de Ginny, e os amigos dele, quais sempre iam passar o natal na Toca, Jess e Logan, tudo seria como sempre, se seus sentimentos por Jess não tivessem mudado de um ano para outro.
- É bom se comportarem, não quero ver o Tio Ron estressado com vocês, de novo... – disse, olhando a paisagem. Ambos se limitaram a revirar os olhos.
Hermione olhava o céu, as nuvens, e aquele momento era único, pois ali ela podia ter seu momento de paz, porque mesmo se a paisagem for seca, mesmo se o céu não possuir estrelas, e o campo estiver repleto de plantações, ela se sentiria bem. Harry olhou de canto para ela, sorrindo após vê-la fechar os olhos.
Estavam se aproximando da casa dos Weasleys, onde havia apenas um carro parado, certamente do marido de Ginny, este era trouxa e quase enfartou ao descobrir que a esposa e o filho eram bruxos. Ele e Harry eram os únicos que vinham de carro, Roger não podia aparatar, e Harry porque era mais seguro usar meios trouxas a viagens de longa distancia.
Ele desacelerou, quase encostando próximo a uma árvore, mas dando a ré logo em seguida, por lembrar-se da última vez, onde uma laranja amassou o teto do carro. Parou próximo a uma cerca, desligando o carro. Rodolfo fez menção de abrir a porta, mas o moreno ainda não havia desligado.
- Deixe-me sair! – resmungou, forçando a porta. Hermione deu de ombros, e Harry abriu, o menino saiu correndo para dentro, enquanto Rory preferiu esperar os pais.
N.A.: Ganhadora do PRIMEIRO lugar do Challenge de Natal do 3 Vassouras.
Adorei escrever esta fic, apesar de já haver passado o natal, espero que ela lhes passe uma boa mensagem.
Próximo capitulo em breve. ;D
Aproveitem o feriado, e obrigada Luh²! XDD
Beijos para todos,
Luna Black
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