Todo amor que houver em qualqu
Título: Doze horas
Autora: Su_Snape
Presenteada: Mônica - Nikamaluca
Beta Reader: Andy “Oito Dedos”
Classificação: Livre
Gênero/Categoria: Romance
Resumo: Resposta ao pedido n° 01 da Mônica, onde Snape vai tomar uma poção para conquistar Hermione... O efeito da poção, e se ele vai conseguir ou não, fica por sua imaginação!
Aviso: Todas as personagens do universo Harry Potter, assim como as demais referências a ele, não pertencem ao autor deste texto, escrito sem nenhum interesse lucrativo, mas a JKR.
Por favor, não me processem! Só peguei emprestado para me divertir e divertir os outros!
Capítulo 03 – Todo amor que houver em qualquer vida
A paisagem que se estendia a frente de Hermione era fantástica. O tempo bom favorecia a visão deslumbrante das ruínas logo mais abaixo, as pedras desenhavam uma cidade que mais parecia um vasto labirinto. O ar cheirava a paz, o verde espalhado por toda a montanha que os circundava remetia a uma íntima ligação com a natureza. Seu coração foi invadido por um turbilhão de emoções enquanto admirava aquela estonteante imagem, não havia como deixar de se encantar respirando aquele ar maravilhosamente limpo. O sol que se escondia por detrás da montanha,jogando seu brilho alaranjado pelo céu, tornava o cenário ainda mais especial.
Hermione sentiu uma mão quente segurar a sua e delicadamente lhe conduzir pelo caminho, imensos degraus cobertos de grama estendiam-se acima, e ela e seu acompanhante caminharam em silêncio por lá, durante algum tempo. A subida era cansativa, mas a magnitude do lugar não deixava espaço para o cansaço, no topo dos degraus havia uma charmosa cabana onde puderam descansar. Lá de cima a vista era ainda mais bonita; Hermione sentiu o rapaz abraçá-la por trás e descansar o queixo em seu ombro. O vento balançava de leve seus cabelos para cima do rosto dele, e assim deixaram-se ficar um tempo tão longo e tão calmo que nenhum dos dois quis interromper.
Algumas outras pessoas os alcançaram, todos também invadidos pela sensação de paz que as ruínas traziam. Era palpável em todo o espaço, a magia que aquele lugar conservou por milhares de anos. Pela segunda vez desde que chegaram ali, Hermione foi puxada para continuar a caminhar, dessa vez em direção a Vila dos Trabalhadores, como uma placa de madeira indicou-lhe quando cruzaram a entrada. Ela e o falso Teo sentaram-se na grama, próximo do lugar onde uma única árvore reinava absoluta em meio à floresta de pedras. Hermione respirou fundo mais uma vez, saboreando o ar gelado entrar em seus pulmões. Abriu os olhos, virando-se para Teo, e sorriu para ele encantada.
― Eu acabei de ter mais uma opinião sobre você. Muito boa por sinal.
Snape segurou a vontade de dizer-lhe que essa era a sua intenção quando a trouxe até lá. Na verdade, a hora que a poção perderia o efeito estava cada vez tão próxima que mesmo a reação dela não sendo das melhores, e após isso nada mais corresse bem, a visita seria algo tão inesquecível que ele sempre habitaria as lembranças dela por tê-la levado a esse esplendoroso santuário e tocado seu coração com tão deslumbrante santuário mágico.
― Não devia ser tão boa. Talvez eu apenas queira impressioná-la de uma forma tão intensa para que minha verdadeira identidade seja irrelevante diante disso tudo; essa não parece ser tão boa atitude - ele observou as reações dela com essa afirmação. Hermione apenas sorriu.
― Nossa, é mesmo tão ruim assim? Pode ser mesmo que a impressão que você queira causar é ainda maior que tudo isso aqui - Hermione apontou ao redor antes de se aproximar e roçar de leve os lábios no lóbulo da orelha dele, sussurrando -, mas... talvez eu goste tanto como gostei daqui.
― Receio que não, Hermione - respondeu amargo, afastando-se um pouco e brincando com as pedrinhas no chão ao lado deles.
― Essa é a hora em que conto a você minhas opções? - Hermione segurou a mão dele com firmeza. - A hora que eu vou precisar decifrar de novo um enigma seu?
Severo levantou seus olhos de novo para ela. O vento ainda brincava com seu cabelo e moldurava-lhe o rosto com vários fios indomáveis. O contato do cabelo tão crespo com a pele tão macia era um contraste tão magnífico que ele deixar-se-ia admirar tal batalha pelo tempo que fosse preciso. Elevou sua mão até o rosto dela e roçou de leve a mão pela superfície daqueles lábios, afastando os fios mais rebeldes que o perturbavam. Hermione fechou os olhos àquele contato e somente sentiu a respiração dele se aproximar. Iniciaram um beijo lento, calmo. A mão dele seguiu pelo pescoço dela em direção a nuca e segurou-a mais firme de encontro a ele. Hermione depositou a sua mão no peito de Snape, onde podia sentir o coração dele batendo desordenado.
A paisagem ao fundo fornecia ao momento uma beleza tão grande que algumas das pessoas que também passeavam por lá, tiraram algumas fotos, sem que o próprio casal percebesse, tão envolvidos que estavam com o momento. Para eles, aquele sim era um casal feliz. Alguns casais de jovens que lá estavam, abraçaram-se mais forte e seguiram admirando os dois sentados ali. Uma família que assistia, foi presenteada pelos votos do casal mais antigo dizendo-lhes que era aquilo que desejavam para todos. Um exemplo de amor. Hermione e Snape interromperam o beijo, abraçaram-se forte desejando que o momento não terminasse.
― Quantos enigmas seus ainda vou ter que descobrir? - Hermione disse, uma emoção apertando-lhe a garganta e fazendo sua voz quase falhar.
― Hermione... - Snape a apertou mais forte de encontro a si, seu corpo desejando tê-la ao seu lado todos os dias. Quando isso aconteceu? Quando ele havia se dado conta que a queria para si? Tudo aquilo havia acontecido simplesmente por um desejo de vingança sem razão a uma aluna, e ele agora descobrira que aconteceria de uma forma ou de outra. Seria ela a paixão adolescente que não tivera? Não havia mais jeito de ser apenas uma paixão avassaladora, havia perdido o tempo onde isso acontecia. O momento que sua vida lhe concedia agora era uma oportunidade de amar. O destino lhe trouxera uma semente e plantou-a em seu coração. Um amor tranqüilo que ele não perderia, não lhe deixaria marca. Um amor que somente cresceria se fosse correspondido e que poderia lhe destruir se fosse rejeitado.
Enquanto escurecia lentamente, eles curtiram-se ao máximo. Correram pelo gramado, ele tentando alcançá-la e ela sempre perdendo, deixando-o pegá-la e abraçá-la forte, para mais uma vez desvencilhar-se e recomeçar a corrida e captura. Por um momento pararam e ela fechou os olhos enquanto ele plantava-lhe beijos por cada superfície exposta do seu corpo, orelhas, mãos, pescoço, pés, cada bochecha, ponta do nariz, testa, olhos, nada escapou ao seu contato e Hermione se sentiu amada de uma forma que não imaginava possível.
Algumas estrelas apontaram no céu quando eles repousaram de novo na grama. Deitaram-se lado a lado e contemplaram cada uma delas nascer enquanto o céu escurecia. Severo segurou a mão dela quando seu tempo acabou e a apertava cada vez mais. Hermione deixou-se admirar as estrelas enquanto sentia que acontecia algo com o homem ao seu lado. Não precisou olhar para saber que ele agora era “ele” de verdade. Continuou a contemplar o céu, deixando-o à vontade.
― Quando quiser, senhorita Granger - a voz profunda soou um pouco acima de um sussurro e Hermione fechou os olhos em agradecimento. Passaram-se vários minutos até que ela virasse de lado, apoiando a cabeça em seu braço, e contemplasse-o na sua forma verdadeira. Estendeu sua mão e pousou-a sobre o rosto dele, deslizando seus dedos pela superfície, familiarizando-se às formas das feições em seu tato. Snape segurou a mão que o acariciava e beijou os dedos delicados que brincavam com seu cabelo, Hermione aconchegou-se um pouco mais junto ao corpo dele.
― Em que momento você descobriu, senhorita Granger? - Snape perguntou, contemplando o rosto dela.
― Não descobri, apenas desejei - Hermione respondeu encarando os olhos pretos que a admiravam. - Desejei que fosse você, mais nada.
― Nunca me pareceu uma adolescente normal de verdade - ele devolveu divertido.
― Talvez seja porque decifro enigmas desde os onze anos de idade, e é claro, graças a você - ela sorriu-lhe ao final da resposta.
― Isso tudo aconteceu por um maldito mal entendido, e agora, cá estou eu, estendido num gramado, abraçado a uma aluna, contando estrelas e suspirando. Nós não somos normais - Snape voltou os olhos para o céu novamente.
Hermione sorriu divertida.
– Não adianta se arrepender agora, professor Snape. Agora que iludiu uma aluna inocente, passando-se um dia inteiro pelo namorado dela e enchendo-a de esperanças enquanto aproveitava-se da companhia dela no gramado desse santuário mágico. - Fazendo uma cara de inocente e explodindo em risadas quando Snape a olhou com indignação, a acompanhando com um sorriso crispado nos lábios.
A lua apareceu diante dos olhos deles, e perceberam que era hora de ir. Severo levantou, levando-a consigo e juntos aparataram nos portões de Hogwarts; a noite era estava tão linda como a que passaram na montanha. Beijaram-se uma última vez antes de se despedirem, num acordo mútuo adiaram a conversa necessária e afastaram-se com pesar. No coração, um aperto que não havia como evitar e a sensação de vazio preencheu o calor que queimava-lhes o peito quando estavam na companhia um do outro.
Teo esperava Hermione em frente ao retrato da Mulher Gorda, entrada do salão comunal da Grifinória; com um suspiro pesado Hermione o olhou demoradamente e abraçou-lhe ternamente.
― Precisamos conversar - ele disse em meio ao emaranhado de cabelos. - Como você está, Hermione?
― Bem Teo, mas também precisando conversar.
Hermione puxou-o delicadamente pelo buraco do retrato e sentaram na poltrona próxima à lareira. Conversaram durante bom tempo; o horário do jantar foi muito bem-vindo por proporcionar a eles uma privacidade de curiosos e a conversa fluiu tranqüila. O entendimento entre eles era tão harmonioso que Hermione não se surpreendeu em momento algum com a explicação dele para seu sumiço. Ambos riram imaginando o que Snape faria com Cho, mas Teo recebeu a notícia do rompimento com um olhar triste, porém feliz por Hermione, embora ela própria não soubesse o que fazer sobre o que tinha acontecido ao longo do dia.
Quando Harry, Gina e Rony se juntaram à conversa, os ex-namorados mudaram de assunto e integraram os amigos a uma conversa sobre as futuras carreiras que pretendiam seguir. O papo animado se estendeu até a hora em que Teo se despediu e seguiu para o dormitório. Hermione o acompanhou até o buraco do retrato e despediram-se com mais um abraço. Ela seguiu para seu dormitório despedindo-se dos amigos ao passar por eles.
Havia algo em seu travesseiro quando se deitou, estendeu a mão e apanhou uma carta, fechada com um lacre negro de um falcão. Uma caligrafia fina foi se desenhando pela extensão do pergaminho quando ela rasgou o envelope e iniciou a leitura.
“Hermione,
Evitamos as palavras, mas elas são necessárias. Ainda não chegou o momento, mas ele virá. Espero estar ao seu lado cada dia da sua vida após a guerra e principalmente, quando seu aprendizado em Hogwarts findar.
Aguardo por viagens como as de hoje, se você ainda quiser um velho rabugento do seu lado. Hoje, penso eu, acabei influenciado pela surpresa de tudo que aconteceu; receio não ter me mostrado de verdade, mas se você ainda estiver disposta, estarei preparado a mostrar-lhe quem sou de verdade.
Quando o verão chegar, talvez nuvens escuras cubram nossos olhos, talvez a amargura do mundo ideal pelo qual lutamos chegue até nós antes que nos toquemos outra vez, mas nosso dia valeu a pena, e vamos vivê-lo novamente por quantas vidas tivermos; em cada uma delas eu encontrarei uma Hermione, ela pode se chamar Suelen, Marie, Deborah, Esther ou Mônica, mas ela sempre será você em sua essência, sua alma. E estará sempre procurando por mim, Severo Snape, onde quer que eu esteja.
Se nessa vida eu te encontrei, em todas elas eu chegarei até você e descobrirei que vale a pena estar ao seu lado para viver momentos estupidamente melosos e estonteantemente inesquecíveis. Espero te alcançar dia desses e reiniciar nossa corrida.
Espere por mi,m senhorita Granger, eu estive esperando por você toda minha vida.
SS.”,
As lágrimas saíram de seus olhos junto com um sorriso meigo de seus lábios, o pergaminho dormiu junto ao seu coração e em seus sonhos: “Hermione encontrou Snape esperando-a a beira de um imenso caminho que trilharam sempre lado a lado. O castelo de Hogwarts foi sumindo as costas deles enquanto algumas pedras eram transpassadas e algumas pessoas tentavam passar por entre eles somente para ficarem prostradas de cansaço pela tentativa frustrada. Ventanias, tempestades, sol forte, nada os separou”.
Quando, pela manhã, o sol cutucou-a através da cortina, expulsando-a da cama para o café da manhã, Hermione foi presenteada pelo olhar carrancudo do Mestre das Poções em sua direção, que por baixo da carranca confirmava-lhe cada palavra escrita naquele pergaminho. O tempo precisava passar rápido, não podia vê-lo e não tocá-lo, embora tivesse a certeza que ele era apenas seu, em qualquer vida que vivesse.
N/A: Capítulo final. Espero que corresponda às expectativas. Provavelmente haverá um epílogo, onde mostrarei o castigo da Cho e o dia dela com o Teo. E é claro, o dia em que Snape e Hermione novamente ficaram quando ambos já eram livres, mas é só no futuro! Um beijo em todos!
Agradecimento especial a Andy Oito Dedos que betou essa aventurinha com a maior ternura possível, e obrigada também pela força de todos os dias.
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