O sol que aquece nós dois

O sol que aquece nós dois



Título: Doze horas
Autor/Artista: Su_Snape
Presenteado/a: Mônica - Nikamaluca
Beta Reader: Andy “Oito Dedos”
Classificação: Livre
Gênero/Categoria: Romance
Resumo: Resposta ao pedido n° 01 da Mônica, onde Snape vai tomar uma poção para conquistar Hermione... O efeito da poção, e se ele vai conseguir ou não, fica por sua imaginação!





Aviso: Todas as personagens do universo Harry Potter, assim como as demais referências a ele, não pertencem ao autor deste texto, escrito sem nenhum interesse lucrativo, mas a JKR.

Por favor, não me processem! Só peguei emprestado para me divertir e divertir os outros!




Capítulo 02 – O sol que aquece nós dois





Hermione sorriu divertida quando Teo conjurou uma sombrinha cor-de-rosa e com babadinhos, típica do século XIX, para apará-los do sol da manhã que já começava a esquentar. Os dois caminhavam trôpegos pela estradinha serpeante que levava ao morro onde Hogsmeade descansava, brincando de sempre pisar na sombra que a sombrinha fazia e não serem atingidos pelos raios do sol.

A brincadeira se estendeu por todo o caminho que a estrada levava, a proximidade que a brincadeira trazia deixava-os mais e mais íntimos. A essa altura Snape já sabia que o dia seria uma boa chance de reviver a flor de sua juventude, quando desconhecia a Guerra e o Lorde das Trevas, megalomaníaco e egocêntrico. Na sua juventude tinham existido momentos felizes, confiança, amizades verdadeiras, mas faltara a paixão adolescente - aquela que tira qualquer razão e atira alguém ao fundo do poço, sempre no auge de sua explosão; aquela que deixa marcas profundas que jamais são esquecidas.

Uma risada alta despertou-o de suas lembranças e ele se viu abraçado pela garota ao seu lado, ela segurava-se com firmeza em suas vestes e quase o derrubara consigo ao chão junto. Graças a seus reflexos rápidos ele conseguiu equilibrar-se e segurá-la ainda mais próxima a si. Os degraus do fim da estrada estavam bem à frente deles. Olhos marrons se voltaram para os seus quando avistaram a subida íngreme do sopé do morro. Um estranho brilho lampejou no olhar de Hermione quando seus rostos aproximaram-se até ficarem a milímetros um do outro. Snape teve a sensação de estar mergulhando num mar desconhecido.

Os lábios dela roçaram de leve nos seus antes de iniciar um beijo lento e delicado. Hermione distribuiu beijos em seus olhos, nas maçãs de seu rosto, na pontinha do seu nariz e em sua testa, antes que ele abrisse os olhos outra vez. A ternura em seu contato era tão palpável que Snape reagiu a ela devolvendo todo o carinho, suas duas mãos seguraram o rosto dela com delicadeza iniciando uma carícia doce em suas bochechas, enquanto seus lábios provavam o gosto do dela. A ponta de sua língua circulou o lábio inferior de Hermione antes de aprofundar o beijo e juntos se perderem nele. Snape encostou sua testa a dela quando o beijo terminou e ambos não desejaram abrir os olhos tão rapidamente para saborear um pouco mais a lembrança de tão singelo momento.

― Quem é você? - a voz dela soou terna, os olhos ainda fechados curtiam o momento.

― Quem você gostaria que eu fosse? - ele devolveu fitando-a.

― O dia ainda pode ser aproveitado se não soubermos - ela respondeu segura, abrindo os olhos e vendo o rosto familiar de Teo, mas com absoluta certeza de que não era ele ali.

Snape a abraçou mais uma vez e ela deixou-se levar na desaparatação para subirem até a gruta. Juntos eles arrumaram a toalha no chão, espalhando os utensílios trazidos pela superfície dela e descansaram suas mochilas. Sentaram-se próximos um do outro, Hermione teve uma crise de riso quando o braço de Teo desastrosamente bateu em duas das garrafas de suco de abóbora e espalhou uma mancha laranja pela toalha branca. Um Evanesco resolveu todo o problema, mas o sorriso de Hermione o emburrou. Snape apanhou um dos livros que ela havia tirado da mochila como forma de fazê-la parar de sorrir dele e folheou-o fingindo interesse.

― Nossa diversão? - ele perguntou enquanto continuava a revisar um ou outro trecho do volume.

― Ah não! É só a força do hábito - Hermione respondeu enquanto revirava a mochila para apanhar um pequeno livreto, colorido demais para os olhos de Snape. - Como você queria conhecer melhor o mundo trouxa eu te trouxe um almanaque bem interessante.

Snape levantou uma sobrancelha, desconfiado. Hermione mirou a reação atípica do falso Teo e piscou os olhos rapidamente voltando sua atenção novamente para o álbum em suas mãos. Juntos, eles se divertiram com as imagens no livro. As imagens mais engraçadas foram as dos personagens de diversas culturas mundiais. O rapaz ao seu lado conhecia muitas delas, o que deu a Hermione ainda mais certeza de que ele não era Teo. A manhã passou ligeira enquanto eles paginavam o álbum, quando Hermione notou a hora, os meninos já deviam estar preocupados com sua demora.

Os dois guardaram todo o material de volta nas mochilas e Hermione aproximou-se dele preparando para desaparatarem. Seus olhos se encontraram e ela sorriu docemente, beijando-o de leve nos lábios no exato momento em que ele passou uma mão por sua cintura, puxando-a para mais próximo.

Aparataram em frente ao Três Vassouras. O bar estava apinhado de alunos, parecia que todos tinham resolvido almoçar lá. Hermione não teve dificuldade em localizar os amigos, os três anos de visitas ao povoado já tinham lhe dado a localização da mesa preferida deles, a mais afastada possível da movimentação, e com a cabeleira chamativa de Rony, não tinha como errar.

― Oi - ela disse quando se aproximou, visivelmente arrastando o garoto ao seu lado.

― Olá, Hermione, aqui está seu lugar - disse Rony animadamente apontado a cadeira ao seu lado. – Ops, que pena, Teo, acho que não tem lugar pra você...

Harry devia ter lhe acertado um bom chute por debaixo da mesa, pela careta que Rony fez quando terminou o comentário.

― Aqui, Teo - Harry chamou, conjurando uma cadeira próxima a si e pulando para a cadeira ao lado de Rony, deixando dois lugares juntos para o casal.

― O que vocês fizeram a manhã inteira? - Rony perguntou interessado.

― Nada que seja da sua conta, Weasley - O trio virou-se sobressaltado na direção de Teo.

― Nossa! - Harry assoviou divertido. - Eu juro que achei que o Snape havia sido convidado para almoçar conosco.

Rony por sua vez, emburrou ainda mais a cara.

― Hermione, você não avisou ao seu namorado que nós costumamos saber o que os nossos amigos fazem? - devolveu com azedume.

― Rony, pare de falar com o Teo como se ele não estivesse aqui. E, por favor, não aja como criança, faz seis meses que eu peço isso a você e ainda não conseguiu - Hermione respondeu com irritação, virou-se na direção do balcão e chamou a garçonete para servi-los.

Pedidos feitos e Hermione, Harry e Teo conversaram animados sobre as perspectivas de suas futuras profissões. Rony não opinou, permaneceu calado, não era segredo para Hermione e Harry que ele queria seguir carreira de auror, mas que lhe faltava determinação em preparar-se o bastante.

Snape mudou seu ponto de vista sobre Potter, no inicio da manhã, a perspectiva de almoçar na companhia dele fazia seu estômago querer devolver a sua boca seu café da manhã. Quinze minutos de conversa, enquanto esperavam seus pedidos, o levou há um tempo muito passado e a uma única conversa com Lílian Evans, na época que prestariam seus NOMs. Ela mostrou-se uma menina inteligente e sagaz, as palavras trocadas foram sobre as matérias e até sorriram juntos quando ela apontou exemplos de bruxos famosos e desastrados que haviam seguido algumas das profissões que eles pensaram em escolher.

Harry Potter conversava com Hermione e ele próprio agora e parecia-se em tudo com Lílian, não só os olhos a lembravam, mas seu interior demonstrava uma imensa carga dela, embora Snape não esquecesse que sua fama de gostar de quebrar os regulamentos vinha do arrogante James. Ele percebeu Hermione medindo-o enquanto os três conversavam, e em nenhum momento largou a mão dela.

Quando a refeição estava próxima do fim, Minerva Mcgonagall aproximou-se da mesa deles. Snape tornou-se tenso e sentiu a mão de Hermione apertar a sua gentilmente. Obviamente ela notara a sua reação. A diretora da Grifinória cumprimentou-os.

― Desmanche essa carranca, senhor Weasley, precisa vir comigo de volta a escola, sua mãe está lá e precisa falar com vocês.

― Aconteceu alguma coisa, professora? - Harry perguntou apreensivo. - Eu posso ir também?

― Não aconteceu nada, senhor Potter, não se preocupe, você pode ficar aqui e se divertir. O senhor Weasley deve ter consciência do que fez a mãe dele vir até aqui, não é mesmo, senhor Weasley?

Rony empalideceu quando encontrou o olhar da diretora e seguiu apressado em direção a saída do bar sendo acompanhado por ela.

― Hermione - Teo disse calmamente -, agora que o Weasley nos poupou de sua presença, diga-me uma coisa. O que há de errado entre você e Cho Chang?

Harry mexeu-se inconfortável na cadeira. Hermione e ele olharam-se um segundo e ela suspirou, adquirindo fôlego para começar sua narrativa.

― No ano passado, não sei se você sabe disso, ela e o Harry namoraram - Snape balançou a cabeça em afirmativo. - Não sei se você lembra também que a Rita Skeeter escreveu um artigo insinuando que eu e o Harry éramos namorados e que eu o havia traído com Vítor Krum - ela esperou a resposta afirmativa dele para continuar -, bom, ela terminou o namoro com o Harry porque eu pedi a ele que me encontrasse em pleno Dia de São Valentim. Eu havia marcado com a Skeeter para que Harry respondesse àquela famosa entrevista do Pasquim, mas a Cho não pensou dessa forma, achou que nós dois tínhamos algo de verdade... e me culpa pelo namoro deles ter terminado.

― Isso porque ela é infantil demais - Harry completou. - Vítor, na época do artigo da Skeeter, veio tirar satisfações comigo sobre a Hermione e eu, mas ele percebeu logo que o que há entre nós é a mais singela amizade de sempre. Hermione é a irmã que não tenho e sou o irmão que ela não tem. Precisamos um do outro, ela nunca me deixou sozinho, eu é que fui injusto com ela em alguns momentos e a deixei sozinha, mas não vai mais acontecer - Harry sorriu para ela e com as costas da mão, limpou uma lágrima que escorreu pela bochecha de Hermione.

― Não precisava me fazer chorar, seu malvado - respondeu Hermione passando um braço pelos ombros do garoto e dando-lhe um estalado beijo na bochecha.

Snape finalmente entendeu os motivos de Cho Chang para a armadilha da poção. A raiva por ter sido usado em tamanha infantilidade subiu-lhe pela garganta. Só queria saber a explicação que ela lhe daria quando ele a encostasse-se à parede, nem mesmo as maravilhosas descobertas que o dia estava lhe trazendo amenizariam o castigo que havia reservado para a senhorita Chang.

Quando se despediu de Harry, Snape contou as horas que já haviam passado, cinco horas, restavam-lhe ainda sete para aproveitar a companhia de Hermione, companhia que se mostrou agradavelmente encantadora como o sorriso que ela lhe dava a cada vez que seus olhos se encontravam.

Ele gostaria de entender o que passava pela cabeça dela com relação a ele. Quem ela imaginava estar ali ao seu lado? Quem ela gostaria que fosse? Um sentimento escondido no fundo das cicatrizes de seu peito pedia desesperadamente que ela desejasse que fosse Severo Snape no lugar de Teo. Seu lado racional mostrava-lhe as inúmeras razões que não permitiam que Hermione pensasse assim, mas Snape recusava todas.

Eles gastaram uma boa parte da tarde visitando as lojas de Hogsmeade. De comum acordo, pularam a de artigos esportivos e demoraram uma hora inteira na livraria. Alguns alunos mais novos da Corvinal cercaram-nos e fizeram inúmeras perguntas a Teo sobre Hogsmeade. Hermione prestou atenção ao quanto ele conhecia do povoado, essa era mais uma informação para ela juntar as que haviam sido colhidas em busca da identidade do rapaz ao seu lado. A pequena aglomeração se desfez e o casal chegou ao fim da peregrinação pelas lojas.

Os dois olharam-se cúmplices, a tarde havia caído lentamente, e Snape sabia que agora deveria tomar a frente da rota do passeio, e já havia decidido para onde levá-la. Uma última olhada no relógio mostrou-lhe que restavam apenas três horas antes que o efeito da poção terminasse. O lugar seria inesquecível e ele torcia pra que assim que revelasse sua identidade, ela também o fosse.

Segurou com firmeza a mão de Hermione e com o outro braço enlaçou sua cintura. Desaparataram. Assim que sua cabeça parou de rodar e Hermione pôde olhar a sua volta, seu ar faltou. A paisagem a frente lhe deixou completamente abobada. Snape observou sua reação e crispou os lábios numa leve forma de sorriso, vibrando em ter conseguido o resultado esperado.

― Uau! - ele ouviu a voz dela num sussurro quase inaudível e seu sorriso se intensificou, ela era dele, a partir desse momento.




N/A: Capítulo curtinho, anunciando o capítulo final com a revelação da identidade do Mestre de Poções, qual será a reação da Hermione? Beijos a todas que deixaram comments!

N/Beta: Quem ler e não gostar vai se ver comigo - hihihihhih! -, porque essa fic está fofa demais!!!! Ai, ai!

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