Revelações à família Weasley



A senhora Weasley estava sentada na mesa da sua cozinha, na Toca, com lágrimas silenciosas escorrendo pelas suas faces, encharcando os ombros das vestes do marido que apenas olhava fixamente a pia à sua frente. Molly se balançava para frente e para trás na tentativa de se acalmar, lembrando muito a Harry o jeito da elfa doméstica Wink.
Gui, assim como o senhor Weasley, havia voltado do trabalho logo que a senhora Weasley lhe avisara do sumiço de Gina e nesse momento apenas passava a mão pelos cabelos num gesto de nervosismo. Os gêmeos foram avisados, mas apenas Fred pôde deixar a loja, que vinha fazendo cada vez mais sucesso. Harry se encontrava sentado entre Rony e Hermione, que havia chegado há pouco tempo também e parecia extremamente assustada.
Logo que leu a carta que o senhor Weasley havia lhe entregado, o garoto correu para arrumar as suas coisas e partir definitivamente da rua dos Alfeneiros, dizendo ao senhor Weasley que explicaria tudo logo que chegassem na Toca. A despedida entre Harry e sua tia não foi muito diferente do que o garoto já previa. A irmã de sua mãe mal conseguia disfarçar o alívio em ver o sobrinho partindo e não houve abraços ou qualquer contato físico entre os dois. A única coisa incomum desta despedida foi que a tia de Harry lhe entregou uma caixa de madeira que, segundo ela, eram “coisas de sua mãe e da gente dela” . Sem abrir a caixa ou sequer perguntar a sua tia o porquê dela Ter lhe entregado aquilo apenas naquele momento, Harry pegou o seu malão, a gaiola de Edwiges e saiu, aliviado por não Ter que se despedir de seu tio Válter e seu primo Duda, que não estavam em casa. E Harry enfim pôde se libertar para sempre daquela casa na rua dos Alfeneiros.
Naquele momento , o garoto estava contando, pela Segunda vez no mesmo dia tudo que o professor Dumbledore lhe falara sobre as Horcruxes, dessa vez para Lupin e Tonks.
Harry tinha refletido bastante enquanto arrumava as suas coisas na casa dos tios sobre contar ou não a verdade para os outros. Por enquanto apenas ele, Rony e Mione sabiam sobre aquilo e o próprio professor Dumbledore lhe advertiu para não sair contando pra todo mundo, pois, Voldemort poderia desconfiar dos planos deles. Acontece que agora era diferente, agora Voldemort já sabia o que Harry pretendia fazer, e por isso pegara Gina, para tentar impedir os planos do garoto. Harry sentia uma dor forte desde que lera a carta, uma dor que não tinha nada a ver com as dores costumeiras em sua cicatriz. Dessa vez, vinha de dentro o seu sofrimento, bem lá do fundo do coração do garoto. Ele imaginava o que estariam fazendo com Gina, a pessoa que ele amava mais do que tudo no mundo, e por isso resolvera contar para os Weasleys e para Lupin e Tonks sobre as Horcruxes. Eles eram a família e os amigos de Gina, eles a amavam tanto quanto Harry e estavam se afogando num mar de aflição por causa do seu desaparecimento. E era tudo culpa de Harry, ele achou que apenas rompendo com a menina estaria protegendo-a, mas, com certeza, Voldemort já sabia do amor que existia entre os dois. E com certeza sabia também que Harry daria tudo, até mesmo a própria vida para salvar a garota que amava.
Enquanto Harry contava as coisas que viu na penseira do professor Dumbledore, todos se manteram calados, com exceção da senhora Weasley, que as vezes interrompia a narração com expressões de horror, ou crise de soluços. Porém, depois que o garoto contou tudo que sabia, Lupin foi o primeiro a falar:
- Dumbledore já tinha me falado alguma coisa sobre isso Harry – e acrescentou, vendo a cara de surpresa do garoto – creio que ele já imaginava que poderia acontecer alguma coisa com ele então quis passar a informações pra outras pessoas.
- Uma sábia decisão - falou Hermione, pela primeira vez - afinal, era muito arriscado que apenas vcs dois soubessem disso tudo...
- Então, meu querido – era a voz rouca e entrecortada da senhora Weasley - você precisa encontrar o tal medalhão para que minha filha seja devolvida...
- Sim, senhora Weasley.
Mas a mulher era esperta demais para ser enganada e sabia que havia algo mais.
- Eu só queria saber Harry – dessa vez sua voz estava mais firme- porque Voldemort levou justamente minha filhinha, sendo que ele podia Ter pego qualquer um de nós, ou poderia até Ter nos matado se quisesse.
Harry temia essa pergunta, embora soubesse que teria que respondê-la mais cedo ou mais tarde.
Tomando coragem e olhando para o rosto de Hermione, em busca de algum apoio, ele disse com voz firme:
- Acontece senhora Weasley e senhor Weasley também – acrescentou, olhando para Arthur Weasley – que eu gosto da filha de vcs, aliás, eu a amo, de verdade. Nós começamos a namorar há alguns meses, mais, depois do que aconteceu a Dumbledore, eu expliquei pra Gina que a gente deveria se afastar um do outro, por causa de Voldemort, eu queria evitar exatamente isso que aconteceu agora, eu quis protegê-la – Harry já não conseguia controlar a voz, seus olhos de repente se encheram de lágrimas e ele teve que piscar com força para não chorar na frente deles – ela me entendeu e aceitou que ficássemos distantes, Gina é muito madura e muito forte para idade dela sabem...
- Então a culpa disso tudo é sua?
O senhor Weasley se arrependeu alguns segundos depois de Ter dito isso, pois, dessa vez era Harry quem chorava, o que só fez a senhora Weasley desabar no ombro do marido e acompanhar o garoto no choro.
Ninguém sabia muito o que falar e de repente a cozinha dos Weasleys ficou carregada com um clima de tensão e tristeza, até que Rony quebrou o silêncio constrangedor:
- Mãe, tenho certeza que depois que encontrarmos este medalhão a Gina vai voltar, por isso Harry tem que ir logo em busca dessa horcrux, e eu e Mione vamos com ele, não vamos Mione?
Mais Hermione não respondeu de imediato, estava esperando pela explosão, e ela veio:
- COMO É QUE É RONALD WEASLEY?VOCÊ ESTÁ PENSANDO QUE EU E SEU PAI VAMOS PERMITIR QUE VC SAIA POR AÍ PROCURANDO PEDAÇOS DA ALMA DE VC-SABE-QUEM?E AINDA MAIS AGORA QUE SUA IRMÃ FOI RAPTADA?AH, POR FAVOR NÉ!
Rony já ia abrir a boca para protestar quando Lupin tomou a palavra.
- Vc tem razão Molly, essa viagem é muito perigosa para os três irem sozinhos, por isso, eu vou junto!
- E nem pense que eu vou ficar para trás meu bem! – dessa vez era Tonks que falava.
Porém, Harry, que não estava mais chorando, se levantou bruscamente e começou a protestar contra aos dois irem, já não era preocupante demais arriscar a vida de seus dois melhores amigos?
- Escuta aqui Harry – Lupin estava gritando pela primeira vez- pelo que vc nos contou da sua expedição em busca do medalhão, se vc não estivesse com Dumbledore certamente teria morrido! Vcs três não entendem que será melhor se eu e Tonks formos juntos com vocês? Se ficarmos juntos teremos mais chances de encontrar as horcruxes e acabar logo com isso!
- Chega! Harry e Hermione, eu não tenho autoridade sobre vcs, mais Rony é meu filho e eu o proíbo de ir nesta viagem, escutou Ronald?
E após dizer isso, a senhora Weasley deixou a cozinha.
Antes de acompanhar a mulher, o senhor Weasley se virou para harry:
- Me desculpe por Ter te culpado Harry, é claro que nada disso é culpa sua, eu só falei por causa do nervosismo mesmo, vc sabe que esta casa sempre será sua e que nossa família sempre estará aqui para te ajudar em tudo não é? Então, no que vc precisar para essa viagem pode contar com a gente.
Harry agradeceu com um sorriso desanimado e ficou olhando o senhor Weasley sair junto com Gui e Fred, que tinham se mantido bastante calados em todo o tempo.
Harry encarou Lupin e viu que de nada adiantaria tentar persuadi-lo a mudar de idéia, então disse, sem olhar para Rony:
- o primeiro lugar a que iremos é o vilarejo em que meus pais foram mortos, vamos partir hoje à noite ok?
- Sabe Harry, eu estava pensando, se nosso prazo máximo são duas semanas – e hermione sentiu um arrepio ao dizer isso – talvez dê tempo para voltarmos e assistirmos ao casamento...
Mais Harry não se importava mais com casamento nenhum, a única coisa que importava naquele momento era salvar Gina. Lupin e Tonks se levantaram dizendo que iriam arrumar as coisas, ficando apenas os três amigos na cozinha.
Harry reparou que Rony volta e meia olhava para Hermione e quando esta olhava para o garoto, ele virava o rosto e fingia que estava olhando pra outro lado.
- E então Rony – perguntou a amiga – como é que você vai convencer a sua mãe a te deixar ir com a gente? Ou será que vc já desistiu de ir?
- É claro que eu não desisti Mione - ele parecia um pouco irritado agora - acha que eu vou deixar na mão meu melhor amigo e a garota que eu gos...
Rony parecia que estava pegando fogo quando disse isso, mais, se recuperou logo e avisou que ia conversar com a mãe, correndo da cozinha.

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