O sofrimento de Gina
Gina tentava ver alguma coisa lá fora através das frestas das tábuas colocadas na janela, mais estava tudo escuro embora a lua fosse crescente, porém, durante o dia, a garota conseguira ver as pontas de alguns telhados e o que parecia ser uma torre de igreja, pois, tinha um sino, tudo isso ela vira atrás dos altos muros que cercavam a casa. Gina não havia mais recebido visitas nem para a entrega de mais comida. Se bem que não estava com a menor fome, o prato que recebera pela manhã continuava intacto no criado mudo ao lado da cama e já começava a atrair milhares de moscas. A cabeça da garota estava começando a doer agora.
De repente Gina se pegara pensando em Harry, o que ela não daria para estar com ele naquele momento!
Estava perdida em deliciosos sonhos com o garoto quando ouviu um barulho atrás da porta. Sim, dessa vez alguém estava abrindo-a! Ela sentiu os olhos arderem por causa da faixa de luz que invadiu o quarto, já tinha se acostumado à penumbra do aposento. Uma voz cansada e ansiosa lhe disse:
- O Lorde quer vê-la agora senhorita Weasley, me acompanhe.
Quando saiu para o corredor, Gina viu o quanto o homem que tinha ido buscá-la se parecia com um rato, e por isso, soube, pelas histórias que Harry lhe contara, que aquele era Pedro Pettigrew, o Rabicho, mesmo sem nunca tê-lo visto.
Gina foi levada para o sotão da casa, o lugar estava ainda mais deprimente do que o quarto em que a garota estivera há alguns minutos. Apesar de bem sujo e escuro, o aposento estava praticamente vazio, exceto por uma poltrona encostada no canto que ficava de frente para a porta. Gina logo percebeu que havia alguém sentado na poltrona. Quando ela entrou, escoltada por Rabicho e por mais dois comensais da morte que a esperavam no corredor, o homem se levantou e se dirigiu para a direção da luz que entrava pela porta aberta. Então Gina viu o seu rosto, e teve que se conter para não gritar. Lorde Voldemort estava ali, na frente da garota, alto e imponente, com seus olhos vermelhos de cobra, praticamente sem pupilas, o rosto tão branco que parecia que Gina fitava um cadáver.
- Como vai senhorita Weasley? – disse ele olhando a menina de cima a baixo - não me lembro muito de você do nosso último encontro, afinal eu era apenas uma lembrança num diário, mas, posso ver que Potter têm um bom gosto pelo menos. Não que isso signifique muita coisa minha cara, já que tanto você quanto ele vão estar mortos em menos de vinte e quatro horas...
Os comensais deram uma risada forçada, acompanhando Voldemort, mas este logo se empertigou e, pegando Gina pelo braço, puxou a garota para dentro.
- Rabicho, vá buscar minha querida, ela está apenas esperando um sinal seu, depois você e os outros podem esperar lá fora.
Rabicho fez uma reverência e saiu, sendo seguido pelos outros comensais.
Gina estava tão chocada com a aparência de Lorde Voldemort, e tão assustada com o que poderia acontecer-lhe, que ainda não tinha falado nada.
Mas Voldemort tomou a palavra mais uma vez:
- A senhorita faz parte de uma família que me aborrece muito querida, sabe disso não?
E acrescentou:
- Se eu não estivesse tão ocupado nos últimos dias, certamente já teria me encarregado pessoalmente de tirá-los do meu caminho, porém, acho que mandar o seu corpo com uma advertência para seus pais já vai ser suficiente.
Gina estremeceu ao som dessas palavras, mas, não abaixou os olhos para o homem à sua frente, ficou ali, encarando-o, fazendo com que Voldemort desse um sorriso irônico:
- Vejo que têm coragem garota, porém, acredite, isso não vai bastar para salvar sua vida.
Foi quando Gina reparou pela primeira vez, num objeto que estava ao lado de Voldemort, sobre um banquinho de três pernas. Era uma espécie de bacia de pedra, com desenhos estranhos nas bordas. A bacia exalava um brilho azul que tornava o rosto de Voldemort ainda mais assustador.
- Eu não tenho medo de você, LordeVoldemort – Gina se esforçou para colocar o maior desprezo possível nessas palavras, na verdade, ela estava tentando ganhar tempo. Porém, novamente, Voldemort sorriu, dessa vez, olhando para a porta atrás de Gina.
- Veremos até onde vai essa coragem pequena Weasley...
Gina se virou ao ver o olhar de Voldemort, mas, dessa vez não conseguiu se controlar e soltou um berro. Havia uma cobra imensa entrando no aposento, escorregando pela porta, o corpo forte e comprido brilhando à luz da lua.
Imediatamente Gina se lembrara do basilisco, aquele ser terrível que a garota despertara ao ser usada por Tom Riddle em seu primeiro ano em Hogwarts continuava perturbando o sono de Gina, mesmo tendo se passado mais de cinco anos. As vezes ela pensava Ter mais medo da cobra do que do próprio Voldemort!
Mais não poderia ser o basilisco, pois, ela vira Harry matando-o, ela estava lá naquele momento. Apesar de se lembrar nitidamente que quando acordara na Cãmara, Gina viu o basilisco morto, ela não conseguia se convencer de que aquela cobra não fosse o monstro da Cãmara Secreta.
Seus olhos estavam vidrados, ela apertava os braços junto ao corpo enquanto Nagini dava voltas ao seu redor, olhando apenas para seu dono, mas, roçando várias vezes o corpo frio nas pernas de Gina, fazendo a menina sentir calafrios.
Voldemort se divertia com a cena.
- E então senhorita weasley, onde está a coragem que você me demonstrou agora pouco?
Gina saiu do transe em que se encontrava quando ouviu a voz debochada do Lord das Trevas e voltou a encará-lo, demonstrando uma coragem que, na verdade, não sentia naquele momento.
- O que você quer de mim Voldemort? Porque me trouxe até aqui hein? Se queria apenas alimentar seu bichinho de estimação, poderia Ter arranjado presas mais fáceis, porque não dá a essa cobra alguns dos seus comensais inúteis hein? Como Malfoy por exemplo, que passa mais tempo na cadeia do que fora dela.
O riso de Voldemort desapareceu do seu rosto, mas ele continuava calmo e controlado. Falou alguma coisa para a cobra, que Gina não pôde entender, e por isso mesmo sentiu medo.
De repente Nagini levantou a cabeça e se inclinou para frente chegando muito perto do rosto de Gina, pronta para dor o bote, com as presas enormes à mostra. Gina recuou assustada e tropeçou no corpo enrolado da cobra, para se arrastar, em seguida, para um canto da parede, mas, Nagini a seguiu rapidamente. Estava de frente para Gina agora, que se encontrava encurralada na parede, dessa vez apavorada. Foi quando Voldemort surgiu do seu lado, com a varinha erguida em uma mão e um vidrinho na outra. Ele sussurrou no ouvido de Gina:
- Escute minha querida, você não precisa morrer deste jeito sabe, apenas quero que você faça algo para mim, quero que se lembre Gina, do que aconteceu na Cãmara Secreta enquanto você esteve lá. É claro que eu também estava, mas, como já te disse garota, eu não me lembro de quase nada, pois só comecei a tomar forma quando você estava perto de morrer. A sua vida garantiria minha volta e a do Potter faria com que eu voltasse triunfante. Mas, como você também já sabe, as coisas não correram muito bem, por isso agora tenho que recuperar o tempo perdido senhorita Weasley.
Ele continuava sussurrando nos ouvidos de Gina, passando a mão pelos cabelos vermelhos da menina.
- quero que você tente se lembrar do que fez com aqueles objetos que estavam guardados na Câmara senhorita Weasley, eu pedi para você tirá-los de lá não é mesmo? Quero saber para onde a senhorita os levou. Não temos tempo a perder.
Gina ouvia as palavras de Voldemort enquanto olhava os olhos fixos de Nagini, e, sem saber como foi fazendo uma viagem no tempo, lembrando –se de quando lera o diário pela primeira vez, de como se deixara encantar por Tom Riddle, dos galos que matara para escrever nas paredes, da culpa e do horror que sentia. Mais ela estava como que possuída por aquele diário, não estava em sã consciência quando fazia aquelas coisas todas. Mesmo assim, talvez pela presença da cobra à sua frente, que agora, ela tinha certeza era o basilisco que retornara, Gina pôde se lembrar difusamente de alguns momentos passados na Câmara, entre eles o dia em que encontrou uma bailarina de cristal e um retrato de uma linda mulher escondidos em um dos túneis usado pelo basilisco e sem entender como nunca tinha se lembrado disso, ela viu que havia levado os dois objetos para Hogsmeade a mando de Tom Riddle, mais precisamente, para a casa dos gritos. Todas essas coisas apareciam de forma confusa na mente da menina, e ela não emitia ruído nenhum. Porém, ao seu lado, Voldemort encostava a varinha na têmpora da garota e depois despejava o fio prateado dos pensamentos de Gina no vidrinho que estava em sua mão. Essa tortura durou pouco mais do que meia hora, Gina desmaiou antes que pudesse durar mais.
Mais tarde, algumas possíveis dúvidas sobre este capítulo serão tiradas!
Por enquanto, pra quem está lendo, basta saber que Voldemort não pegou Gina apenas para fazer uma simples chatagem com Harry, ele queria obter algumas informações que só ela poderia lhe dar!
Pessoal, vamos lá, deixem seus comentários ok?
Bjos!
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