As Pulseiras Mágicas
Abriu os olhos e reparou que estava num corredor escuro e frio. A luz que as estrelas emanavam, entrava pelas janelas iluminando o corredor. Olhou para si mesma e reparou que estava com uma camisa de dormir branca, com alças e alguns enfeites em azul. Devia estar a dormir, mas em vez disso, andava pelos corredores do castelo sem saber como.
Começou a andar pelo corredor, devagar e cautelosamente. Ao fundo estava uma pequena luz que parecia vir de uma porta um pouco aberta. Aproximou-se da porta, sem fazer barulho e tentou perceber o que estava a acontecer lá dentro.
- Elas têm de saber toda a verdade... principalmente ela! – Ouviu uma vez feminina.
- Ainda é muito cedo! Elas têm de se dar conta primeiro! – Uma voz masculina respondeu.
- Mas elas podem não se dar conta! E se alguém de fora descobre sobre elas, vai tentar interferir! Podem até ser mortas!
Ela queria ver quem eram aquelas duas pessoas que conversavam na sala, mas o seu corpo simplesmente não se movia dali.
- Elas vão se dar conta! Eu sei! Eu acredito nelas!
Nesse momento ela começou a ouvir um barulho muito estranho mas também muito familiar. O barulho aos poucos foi aumentando, fazendo com que ela deixa-se de perceber o que as pessoas estavam a falar. Fechou os olhos e quando os abriu pôde ver o despertador a tremer em cima da mesa.
Sonny levantou e foi ate ao banheiro. Molhou a cara e voltou para a cama, pois ainda era cedo para levantar e começou a pensar naquilo que tinha ouvido:
- Quem será que estava a falar? E de quem estariam a falar? Fogo, agora fiquei curiosa!
* * * * *
Quando chegou ao salão, para tomar o pequeno-almoço, reparou que duas pessoas já discutiam.
- Aquele rapaz não quer só explicações de ti!
- Como assim? Ele anda com dificuldades em transfiguração!
- Claro que anda e tu foste logo acreditar nele! Ele só quer é estar sozinho contigo!
- Ai Ron, és tão estúpido! – Hermione berrou incrédula. – Primeiro, eu acredito nele; segundo, eu vou ajuda-lo, quer tu queiras quer não; e terceiro, eu faço o que quiser da minha vida!
- Desculpa se me preocupei contigo! Não vou voltar a faze-lo! – Ron afirmou muito aborrecido.
Sonny se sentou enquanto eles discutiam, depois se virou para o resto do pessoal e perguntou:
- O que se passou com esses dois?
- Oh... coisas sem importância! Um rapaz de Hufflepuff pediu à Hermione para lhe dar explicações de transfiguração e ao que parece o Ron, não quer que ela esteja com o rapaz! – Ginny afirmou enquanto tomava a sua papa de aveia.
- Ciúmes, isso é só ciúmes! – Sonny falou. – E aposto que ainda só vão casar e ter muitos filhos!
- Eu também acho! – Harry afirmou enquanto olhava para os seus melhores amigos a discutir. – Eles fazem um casal tão bonito!
- Eu também conheço duas pessoas que ficam muito bem juntas! – George olhou para Harry e este ficou meio confuso.
- Mas voltando ao assunto principal, eu acho que devíamos ajudar Ron e Hermione! – Betty falou e todos os outros concordaram.
Depois de eles terem acabado de discutir, Ron que se tinha afastado de Hermione, foi para junto de Harry e começou a se meter com ele:
- Então Harry, não me dizias nada? Logo eu, que sou o teu melhor amigo!
- Dizer o quê? – Harry não estava a perceber nada da conversa.
- Sobre o teu namoro! – Nesse momento, toda gente da mesa de Gryffindor e arredores estava atenta à conversa.
- Meu namoro?! Qual namoro?! Com quem?! – Harry tinha passado de confuso para pasmado.
- Oh Harry, não te faças de parvo, que eu e toda gente já sabe que namoras! – Ron falou com grande naturalidade.
Harry olhou em volta e reparou que toda gente tinha ficado constrangida com a afirmação de Ron. Ao que parecia, toda gente a sabia daquilo mas ninguém queria tocar no assunto. Talvez para não deixar Harry embaraçado.
Mas pior de tudo, Ginny ficou com uma expressão bastante triste.
- Mas a sério, do que estás a falar? Eu não namoro com ninguém! – Harry insistiu.
- Ora, do teu namoro com a Sonny! Toda gente fala nisso! – Ron explicou.
Sonny se engasgou, ao ouvir aquilo e Harry ficou extremamente envergonhado.
- Isso não é verdade! – Ele falou baixinho.
- Não?! Mas corre por ai um rumor, que vocês os dois, estiveram aos beijos na bancada depois do treino de Quidditch!
- Pois, mas isso é uma grande mentira! – Sonny se impôs, falando bem alto para que todos ouvissem. – Eu e o Harry só estávamos na conversa e ate foi o Malfoy que começou com essa ideia dos beijos! Alias, aposto todas as minhas edições da Cosmopolitan como foi ele e o seu bando de idiotas que começou com esses rumores, dos beijos e do namoro! – Ela afirmou furiosa, olhando para a mesa de Slytherin. Draco apenas olhava com um sorriso matreiro no rosto.
- A gente acredita em vocês! Dai a gente não ter falado neste assunto antes! – George afirmou.
- E também, se vocês estivessem realmente juntos teriam nos contado, né? – Fred perguntou a Sonny.
- Claro que contávamos! – Sonny se acalmou um pouco. – Mas acho que está tudo resolvido, não está?
Todos concordaram e Sonny sorriu.
- Já que o Malfoy pensa que eu namoro com o Harry, então que continue a pensar! Porque eu não lhe vou dizer o contrário! – Ela pensou enquanto, voltava a comer.
* * * * *
As primeiras aulas estavam a ser tão secantes, que Cammy e Betty começaram na conversa no meio da aula de Historia da Magia.
- Eu gosto muito de cá estar, mas às vezes é muito aborrecido e chato! Não há nada para fazer! – Betty falou cabisbaixa.
- Isso é verdade! Quando estávamos na escola muggle nós tínhamos desfiles, exposições, jogos entre turmas, concertos, festas...
- É isso! Boa Cammy, és um génio! – Betty berrou assustando alguns alunos à sua volta. – Vamos fazer uma festa!
- Sim... olha lá... a Sonny não está quase a fazer anos? Podia ser no aniversario dela!
- Melhor ainda... podíamos fazer uma festa surpresa! Ela vai adorar! – Betty e Cammy olharam para a mesa em que Sonny se encontrava e repararam que ela estava entretida a fazer desenhos no tampo da mesa. Talvez por sorte ou distracção da própria, não tinha ouvido a conversa delas.
Depois do almoço, Sonny, Cammy e Betty foram à biblioteca buscar as fichas de inscrição para as aulas de dança e entregaram-nas, já preenchidas no início da aula de Defesa das Artes das Trevas com a professora Jennifer.
Nessa aula os alunos de Gryffindor e Slytherin estavam juntos e tudo parecia correr bem, ou melhor... demasiado bem. Os rapazes pareciam demasiado absorvidos com a beleza da professora, do que propriamente com a aula, com a excepção de dois jovens.
Enquanto a professora escrevia no quadro, Draco Malfoy olhava para a mesa de Sonny e Hermione com um olhar ameaçador.
- O Malfoy não pára de olhar para aqui! – Hermione comentou discretamente com Sonny, mas esta fez questão de não ser discreta:
- O senhor Malfoy deve estar com algum problema no pescoço! – Ela respondeu alto, para que ele ouvisse. Depois de ele virar a cara, Sonny continuou: - Sabes Hermione, eu também reparei numa coisa!
- O quê? – Perguntou sem tirar os olhos do quadro.
- O Ron também olha muito para aqui! – Falou baixinho. Hermione corou levemente.
- Deves estar enganada! Ele deve estar a olhar para outro sítio ou para outras raparigas! - Hermione resmungou enquanto copiava as coisas do quadro.
- Pois, deve ser isso! – Sonny sorriu e revirou os olhos.
Quando a aula estava quase a terminar, alguém bateu do lado de fora da porta da sala.
- Sim? – A professora falou com a sua voz doce, fazendo muitos rapazes suspirarem.
- Desculpe interromper a sua aula Jenny, quer dizer, professora Smith! – Snape apareceu à porta com um ar bastante baralhado.
- Não há problema, Severus! Entre! – Ela abriu mais a porta e Snape entrou. Ele parecia estranho, parecia mais baixo ao pé dela, alias, parecia que se encolhia na presença da professora. – Mas o que veio aqui fazer? Precisa de alguma coisa? – Ela perguntou, ignorando a presença dos alunos.
- Bem... eu vim lhe entregar a poção que me pediu ontem! – Ele falou com uma voz ligeiramente doce.
- Oh... muito obrigado, Severus! Estava mesmo a precisar dela! – Ela agarrou a poção como se fosse um tesouro e depois deu um pequeno beijo na face dele.
- Antes de ir, eu gostaria de saber como se estão a comportar os meus alunos! – Ele falou denovo com aquela voz, pouco usual dele.
- Os seus alunos estão a se comportar muito bem! Eles são muito empenhados e inteligentes!
- Pois, os meus alunos são os melhores da escola! Ao contrário de certos alunos, que alem de não valerem nada, só armam confusão e problemas! – Ele falou, mas desta vez já parecia o velho Snape, frio e arrogante.
- Desculpe, mas não concordo consigo! Eu sei que o senhor está a falar da equipa de Gryffindor e digo-lhe já, que alguns alunos de Gryffindor são bem melhores que alguns de Slytherin! – Ela falou com um certo orgulho na voz, deixando Snape meio admirado com aquilo. – E é bom que não volte a falar dessa maneira sobre os alunos de Gryffindor, na minha frente! Meninos, intervalo! Ate à próxima aula! – Ela se despediu dos alunos.
- Ela além de linda, é super simpática! Fogo, ate o seboso do Snape teve direito a um beijo! – Ron falou com um olhar sonhador, enquanto arrumavam as suas coisas nas malas.
Hermione revirou os olhos e Sonny estava pensativa em relação aquilo que tinha visto e ouvido à minutos a trás.
- O que será que ela quis dizer com aquilo? – Harry perguntou para o pessoal, que estava à sua volta.
- Não sei Harry, mas não gostei nada! – Sonny lhe respondeu. – Só espero que não seja aquilo que estou a pensar!
- O quê? – Cammy não tinha percebido e ao que parecia o resto do pessoal também não tinha.
- Ora, que ela não se torne a Directora de Gryffindor! Afinal de contas, a professora McGonagall já está com uma certa idade! – Sonny explicou a sua teoria os amigos.
- Bem... eu também tenho de concordar com a Sonny! – Sonny não ficou admirada por aquilo que foi dito, mas sim a pessoa que o disse. Hermione olhava para a mesa com um olhar decidido. – É muito provável que a professora McGonagall passe esse cargo a alguém mais novo que ela! E o que a professora Jennifer disse tem tudo a ver com a ideia de Sonny!
Sonny se sentiu muito contente e apoiada ao ouvir aquilo e deu um pequeno sorriso, que foi retribuído por Hermione.
Quando estavam a abandonar a sala de aula, eles puderam ouvir Jennifer a convidar Snape para um chá. Assim que a porta foi encostada pelo último aluno a abandonar a sala de aula, Ron, Seamus, Dean e Harry se colocaram à escuta na porta.
- Vá lá, vamos embora! – Hermione resmungou ao ver o que eles estavam a fazer. – Estão a ser muito infantis!
- O que se passa? O que eles estão a fazer? – Fred e George apareceram derrepente.
- Estes infantis estão a tentar ouvir alguma coisa... – Cammy começou.
- Entre o professor Snape e a professora Jennifer! – Betty terminou.
- Porque é que não disseram logo! – Ao dizerem isso, Fred e George também se colaram à porta, para tentar ouvir o que se passava lá dentro.
Todos eles começaram a comentar e a rir, fazendo demasiado barulho. Passado alguns segundos, a porta foi aberta muito derrepente e os seis rapazes caíram para dentro da sala.
- Saiam imediatamente daqui! - Ela gritou com uma grande fúria, assustando os rapazes, que se levantaram logo num instante.
- Vocês viram aquilo? – Hermione perguntou quando já estavam bastante afastadas da sala. Sonny e as restantes amigas concordaram com a cabeça.
* * * * *
Abriu os olhos e reparou que estava num corredor frio e escuro. Olhou para si mesma e reparou que estava vestida com o uniforme de Hogwarts. Deu um passo em frente, e no momento seguinte começou a ouvir gritos e o som de feitiços a serem lançados. Olhou para trás de si e viu muitas pessoas, com capas negras e máscaras horrendas que escondiam a face; no fundo do corredor.
Derrepente, o seu corpo se mexeu sozinho, sem permissão, começando a correr o mais depressa possível. Dentro de si, ela começou a sentir medo e pânico, que aos poucos parecia aumentar. Virou para um corredor que estava à sua direita e deu de caras com outra pessoa de capa negra, bem na sua frente. A pessoa lhe lançou um feitiço, que a atingiu bem na sua barriga e a fez ficar inconsciente.
Abriu os olhos muito aflita e reparou que estava na sua grande cama, em seu quarto. Se ajeitou entre as almofadas e começou a pensar no sonho, que tinha acabado de ter:
- Será que o meu sonho foi apenas... mais um sonho ou algo mais?!
* * * * *
Hora de almoço. Betty e Cammy estavam a escrever num pequeno papel sobre o aniversário de Sonny, enquanto esta foi ao seu dormitório trocar de livros. Cammy começou a passar o pequeno papel pela mesa de Gryffindor, enquanto que Betty tinha ido às mesas de Hufflepuff e de Ravenclaw avisar sobre o aniversário.
- Então e quando é que ela faz anos? – Ginny perguntou, enquanto tentava alcançar o jarro de sumo.
- Ela faz no dia 5 de Outubro! É um dia importante em Portugal! – Cammy explicou baixinho.
- É feriado, Implantação da República! – Hermione falou enquanto olhava para o seu prato.
- Hau Hermione, és mesmo inteligente! – Hermione olhou para Cammy espantada e viu que esta não estava a gozar, mas sim a ser sincera, pois Cammy tinha um sorriso tímido na face.
- Obrigada! Apenas li num livro sobre isso! – Hermione respondeu com um sorriso.
- Então e o que estão a pensar em fazer, para ela? – Fred e George se aproximaram meter conversa.
- Nós queríamos fazer uma festa surpresa, mas em que sitio? – Cammy olhou para todos à procura de uma sugestão, mas ela não surgia, ate que...
- Bem, nós podíamos fazer na sala comum de Gryffindor! – Ron sugeriu por fim.
- O que vocês vão fazer, na sala comum?
- O Ron teve a ideia de fazermos a... – Cammy começou a falar, mas quando se virou para a pessoa que tinha falado, quase morreu de susto. – AAAAHHHHHHH!!!! So... So... Sonny!! O que estás aqui a fazer?
- Como assim?! – Sonny pareceu confusa. – Eu vim almoçar, como toda gente!
- Ah, pois... tinha me esquecido! – Ela tentou parecer credível.
- Então, mas vocês não responderam à minha pergunta! – Sonny insistiu enquanto se sentava ao lado de Cammy.
- Qual pergunta?? – Cammy se fez de desentendida, enquanto o resto do pessoal fingia que dava importância a outras coisas.
- Malta!! Já falei com o resto do pessoal das outras equipas e... – Betty se calou, ao reparar que Cammy e os Gryffindor’s não pararam de lhe fazer sinais com a cara e as mãos, por detrás de Sonny. – O que foi?? – Betty perguntou sem perceber o que se passava.
- Mas afinal o que se passa?! – Sonny tinha perdido a paciência e estava agora de pé, em frente a Betty.
- Priminha!!! Que bom te ver! – Betty tentou disfarçar o nervosismo com o riso.
- CONTEM-ME DE UMA VEZ POR TODAS, O QUE SE PASSA!!! – Sonny já tinha perdido o controlo da voz e estava agora aos gritos, assustando toda gente no salão.
- Não é nada de especial! – Harry começou a falar calmamente. – Estávamos a combinar uma reunião sobre Quidditch e nós pedimos à Betty para falar com as outras equipas, né Betty? – Harry falou dando uma leve piscadela de olho a Betty.
- Sim! Sim! – Ela se sentou junto à mesa e puxou por Sonny. - Vês! Não era nada de especial! Agora senta-te e vem comer!
Sonny se sentou à mesa e começou a comer calmamente. Achou um pouco estranho a reunião sobre Quidditch, mas também não quis insistir mais no assunto.
Pegou na mala, que estava ao seu lado e retirou de lá dentro a sua carteira azul-turquesa. Ao retirá-la, um pequeno cartão caiu ao chão e Sonny se agachou para o apanhar.
Era um cartão do veterinário, com os números de telefone e por trás estava um calendário daquele ano. Percorreu o calendário com os seus olhos, parou em Outubro e pensou:
- Está quase! – Sorrindo levemente. – Será que elas se vão lembrar? Talvez não! – E o sorriso entristeceu-se.
Voltou a por o cartão onde estava na carteira e abriu a outra parte desta, para ver algo que lá estava. Era uma foto. Sonny, sua mãe e sua irmã, sorriam na praia.
Sonny estava com o seu longo e ondulado cabelo solto, que naquela altura ainda não chegava à cintura e com um biquini preto da Billabong vestido.
Sua mãe, um pouco mais alta e mais “cheinha”, tinha o cabelo liso e preto, e os olhos castanhos-escuros. Na foto, ela estava com um fato-de-banho azul-escuro e uns óculos de sol pretos, muito grandes. Riu ao lembrar que sempre que ela usava esses óculos, Sonny lhe chamava de mosca gigante.
Inês estava entre a irmã e a mãe. Usava um biquini cor-de-rosa com flores brancas e umas tranças no seu cabelo castanho claro.
Elas estavam tão contentes naquele momento e agora estavam separadas. Imaginou como a sua irmã estaria triste como a sua mãe estaria atarefada com tudo, pois já não tinha a ajuda de Sonny na lida doméstica.
As lágrimas insistiam em sair, mas Sonny as tentava evitar com a mão.
- O que se passa Sonny? – Harry pegou na sua sobremesa e se sentou ao lado de Sonny. – Estás a chorar? Estás triste com alguma coisa?
- E estou! Sinto muitas saudades delas! – Mostrou a foto a Harry e este sorriu.
- São bonitas, como tu! – E deu um abraço a Sonny. Abraço esse que foi observado por muitos alunos masculinos e femininos, que estavam no salão e que não se aperceberam da situação.
- Obrigado pela força! És um querido, Harry! – E deu um beijo na bochecha dele. Harry corou e se encolheu no seu lugar.
*****
Durante a tarde, Sonny reparou que Cammy e Betty receberam muitos papelinhos de outros alunos, mas sempre que tentava perguntar ou saber o que se passava, elas mudavam de conversa.
Ficou um pouco aborrecida, mas não insistiu com o assunto, por pensar que elas faziam aquilo para o bem dela.
*****
O jantar já estava a decorrer calmamente, quando Dobby apareceu junto a mesa de Gryffindor, mais precisamente perto das três jovens.
- Desculpe incomoda-la meni... quer dizer Sonny. Mas Dumbledore quer falar com Sonny, Cammy e Betty, no gabinete dele, depois de jantar! – Dobby falou depois de puxar a manga da camisa de Sonny.
- Ok Dobby, avisa Dumbledore que lá estaremos! – Sonny falou e quando Dobby já estava a se afastar dela, Sonny agradeceu alto: - Obrigado pelo aviso Dobby!
Dobby parou, virou-se para elas e fez uma vénia com um grande sorriso, de orelha a orelha.
- O que será que Dumbledore quer de nós? – Betty perguntou antes de beber um pouco de sumo de abóbora.
- Não faço ideia! – Cammy olhou para Sonny e esta também negou com a cabeça!
- Secalhar vocês fizeram algumas besteiras e não se lembram! – Fred comentou com um sorriso malandro.
Sonny parou de comer. Nem se tinha lembrado que podia ser castigada por aquilo que tinha feito a Pansy. Os nervos se apoderaram dela e a fome desapareceu.
- O que foi Sonny? – Betty olhou para a prima. – Estás branca!
- É que eu não me lembrei daquilo que fiz a Pansy e Dumbledore sabe tudo o que se passa nesta escola! Na escola muggle ninguém descobria aquilo que eu fazia, mas aqui é diferente! – Colocou os talheres no prato e passou as mãos pela cabeça. – Ele nos deve ter chamado para nos dar um castigo! E deve pensar que vocês também estão incluídas! – Sonny olhou preocupada para as duas amigas.
- Sabes uma coisa priminha? Eu não me importo! Passamos o castigo juntas e até aposto que vai ser divertido! – Betty agarrou a mão da prima e Cammy fez o mesmo, mas com a mão esquerda de Sonny.
- Eu também não me importo! Assim, o castigo até passa mais depressa! – Cammy afirmou, sorrindo para elas. – Estamos juntas nisto!
- Obrigada amigas! Adoro-vos! – E abraçou as duas.
- Ai, parem com isso senão daqui a pouco estou a chorar! Alias, fiquei tão tocado com a vossa coragem, que se Dumbledore vos castigar... eu também me confesso como culpado! – George afirmou com um grande sorriso e depois lançou um olhar a Fred.
- Pois... eu também! – Fred concordou depois de ter visto o olhar que o irmão lhe lançou.
- Oh, então assim vamos todos! – Ron se colocou de pé.
- Não, não! Nós é que vamos lá! Foi a nós que Dumbledore chamou! – Sonny deu um sorriso triste. – Mas obrigada pelo apoio malta!
O jantar terminou; os alunos começaram a se dirigir para as suas salas comuns, enquanto que as três jovens iam em direcção do escritório do director.
- Estou tão nervosa! – Cammy quebrou o silêncio que estava no corredor.
- Até parece que a gente não está! – Betty afirmou sarcasticamente.
- Calem-se! Estamos a chegar! – Sonny que ia na frente, já conseguia ver a estatua da gárgula ao longe. – Alguém sabe a senha? – Ela se virou derrepente para as amigas.
- Não! – Betty e Cammy responderam ao mesmo tempo.
- Boa! Então como vamos entrar? – Sonny andou para a frente, ate que esbarrou em algo que se encontrava no chão. – O que é isto?! – Ela deu um toque com o pé e...
- AHHHHHHHHHHHHH!!!!!
- AHHHHHHHHHHHHH!!!!!! – A tal coisa gritou e elas também o fizeram histericamente.
Sonny acabou por cair de rabo no chão com o susto, enquanto que Betty e Cammy fugiram para trás de uma estatua a mais de dez metros de distancia do local.
- Meninas, calma! Ser eu, Dobby! Dobby não querer assustar! Dobby só querer dizer senha as meninas!
Ao que parecia, Dobby tinha adormecido sentado no chão enquanto esperava pelas meninas.
- Porra Dobby, que susto! – Dobby esticou a mão, para ajudar Sonny a se levantar. – Hei, meninas é só o Dobby! – Sonny gritou a elas.
- Oh Dobby, pregas-te nos um grande susto! – Betty estava um pouco aborrecida, mas Cammy estava calma.
- Então qual é a senha?
- Mousse de ananás!
- Não, é a tua sobremesa favorita? – Betty sussurrou no ouvido da prima e esta concordou.
Nesse momento a gargula se moveu e Dobby fez sinal para que elas subissem as escadas. Elas subiram e quando chegaram à porta, Betty foi a única com coragem suficiente para bater nela.
- Entrem! – A voz de Dumbledore foi ouvida por elas.
Dumbledore estava sentado no seu lugar habitual e quando viu as jovens a entrarem, deu um grande sorriso.
- Boa noite! Sentem-se, por favor! – Ele disse com um pequeno gesto com a mão. – Fiquem à vontade!
- O director, chamou-nos aqui por causa daquilo da Pansy, não foi?! – Sonny começou. – Eu admito que...
- Pansy? Que Pansy? – Ele piscou o olho enquanto que Sonny ficava pasmada.
- Então... isso quer dizer que não vou levar castigo? – Insistiu. Não acreditava que o director fosse deixar isto passar sem um único castigo.
- Que eu saiba... a menina não fez nada de mal para levar castigo, pois não?! – Sonny olhou para as amigas que pareciam igualmente pasmadas com a situação e depois para Dumbledore, que estava bastante tranquilo em sua cadeira.
- Eu acho que não... – Ela acabou por dizer meio confusa.
- Óptimo! Então assim já podemos conversar sobre o assunto que eu queria! – Levantou-se, dirigiu-se ao armário e retirou de lá uma caixa quadrada com enfeites dourados, que pousou em cima da mesa.
- O senhor vai-nos falar sobre uma caixa? – Betty perguntou.
- Eu ate vos podia falar sobre esta caixa, mas acho que ainda não é a altura certa, por isso vou vos falar sobre o que está dentro dela!
Abriu a caixa e as três meninas espreitaram lá para dentro. Três belas pulseiras prateadas cintilavam sobre um manto de veludo negro, que estava no fundo da caixa.
- Peguem a que quiserem! – Dumbledore falou. – São vossas!
- A sério?! – O director concordou e cada uma pegou uma pulseira.
- Só é pena ficarem-nos largas! – E ao dizer isso, as pulseiras magicamente ficaram justas ao pulso e cobertas de brilhantes.
- Que brilhantes pequeninos são estes? – Betty estava analisando aquilo que acabara de aparecer na pulseira.
- Bem... cada uma tem diferente, como já devem ter reparado! – Elas olharam com mais atenção e repararam que cada uma tinha cristais de uma cor. – A de Sónia tem diamantes; a de Carmen, safiras e a da Elisabete, tem rubis! – Explicou o director.
- Hau! Eu nunca tive uma pulseira assim tão valiosa! – Betty não tirava os olhos da pulseira.
- Nem eu! – Cammy também estava fascinada com ela.
- Elas são mais valiosas do que vocês pensam! – O director sorriu para elas.
- Então e para que servem elas? – Sonny ainda olhava desconfiada para o seu pulso. – Não me vai dizer que é para ficarmos mais bonitas, pois não?! É que nessa ninguém acreditava!
- Não... o problema é que vocês estão cá à algum tempo e toda gente pensa que vocês fazem magia! E eu achei que seria melhor que vocês conseguissem realmente fazer magia, para o caso de alguém duvidar de vocês! – Dumbledore começou a explicou.
- E o que as pulseiras têm a ver com isso? – Cammy perguntou curiosa.
- É simples, essas pulseiras são magicas e com elas puderam efectuar feitiços!
- Todos os feitiços? – Betty agora estava mesmo entusiasmada.
- Bem... as pulseiras conseguem realizar todos os feitiços mas tem um contra! – Ele continuou.
- Já sabia! Estava a ser bom demais! – Sonny revirou os olhos e suspirou.
- Vocês podem efectuar todos os feitiços, mas vão sofrer consequências físicas! Por exemplo se executarem um feitiço mortal a outra pessoa, não será só ela a morrer!
- Han?!? – Elas ficaram todas em choque.
- Eu já não quero esta pulseira! – Sonny retirou a pulseiras e colocou-a em cima da mesa do professor. – Eu não quero morrer!
- Mas a menina Sónia não está a pensar em matar alguém, pois não? – Sonny revirou os olhos e Dumbledore continuou: - As pulseiras são apenas para pequenos feitiços, para demonstrar que vocês conseguem fazer magia!
- Então, a pulseira para efectuar um feitiço tem de usar energia de quem a usa? É isso? – Sonny tentou entender.
- Sim, é isso! Por isso, nada de feitiços poderosos senão ainda podem morrer!
- Hau... você se fosse um vendedor era péssimo! Pode ter a certeza que ninguém iria comprar essas pulseiras! – Sonny gozou com o professor.
- Oh... alguém podia comprar... – Cammy tentou apoiar o professor.
- Claro... um doido! – Betty completou e elas desataram a rir. Cammy ficou meio constrangida enquanto que Dumbledore apenas sorria.
- Vocês têm razão! – Ele admitiu enquanto se levantava e caminhava, até à janela. – Mas sei, que para vosso próprio bem, usaram as pulseiras!
- E se eu não quiser usar? – Sonny perguntou com uma voz confiante.
- A menina é que sabe! Mas mais cedo ou mais tarde vai ter de usá-la! – Dumbledore sorriu para ela.
- Veremos! – Sonny se levantou e olhou para as outras: - Vêem? Eu vou embora, pois já não existe nada que me mantenha nesta sala!
Sonny dirigiu-se para a porta enquanto Betty e Cammy olharam para Dumbledore e para a pulseira em cima da mesa.
- Vão... que eu trato da pulseira! – Ele afirmou e fez um movimento da mão, a indicar que seguissem Sonny.
Assim que estas saíram do escritório do director, este passou a mão sobre a pulseira e ela, que estava em cima da mesa, simplesmente desapareceu.
- Em breve irás precisar dela! – Pensou, enquanto os seus lábios se curvavam num pequeno sorriso.
* * * * *
Pelo caminho...
- Estou morta de curiosidade para ver como se utiliza a pulseira! – Betty olhou para a sua pulseira, com um grande entusiasmo.
- Olha... podíamos experimentar na sala magica! – Cammy se lembrou.
- Boa ideia Cammy! Vocês vão experimentar as pulseiras, que eu tenho mais que fazer! – Sonny começou a descer as escadas enquanto falava.
- Onde vais? Que vais fazer? – A prima perguntou.
- Vou até a cozinhas, ver se o Dobby tem alguma mousse de ananás!
Piscou o olho às amigas e continuou a descer as escadas em direcção da cozinha. Betty e Cammy seguiram na direcção da sala magica, ate que alguém vindo de outro corredor as interceptou no corredor onde elas se encontravam.
- Tenho algo para falar com vocês... as duas!
Enquanto isso...
- Oh Dobby, muito obrigado! És o melhor!!
Dobby tinha preparado um cesto só com guloseimas, bolos e mousse, para que ela leva-se para o seu quarto.
- Ainda bem que Sonny gostou! Dobby ficar muito contente! – Dobby corou e entregou o cesto a ela.
- Dobby também fez uma mousse de ananás bem doce, como Sonny queria!
- Ai Dobby, adoro-te! – E o abraçou fortemente. – Um dia gostava de ter um empregado como tu!
- Dobby adoraria! Seria um grande prazer! – Dobby se ajoelhou junto dela.
- Vá, levanta-te! – Sonny ajudou Dobby a se colocar de pé. – Eu agora tenho de ir... já está tarde!
- Sim, Dobby compreender! Durma bem e ate manha! – Ele fez uma vénia e ela saiu da cozinha.
Sonny caminhava lentamente pelos corredores escuros. O silêncio permanente era assustador. As sombras no chão e nas paredes pareciam se movem, a cada paço dela.
Mas Sonny estava demasiado empolgada com o conteúdo com cesto, para reparar em tais coisas. Ate que, derrepente Sonny começou a sentir algo estranho, enquanto caminhava.
- Estranho... estou com a sensação que alguém me está a seguir! – Falou baixinho para si própria. – Devo estar a ficar maluca!
À medida que avançava, Sonny começou a acreditar mais naquela sensação. Aos poucos começou a acelerar o paço e de súbito desatou a correr. Para ter a certeza que estava mesmo a ser seguida, Sonny decidiu tentar algo. Sem qualquer aviso previ-o, Sonny parou e escutou, confirmando as suas suspeitas.
A alguns metros de distância dela, Sonny conseguiu ouvir alguns paços. O perseguidor não tinha conseguido parar ao mesmo tempo que ela, revelando a sua existência. Olhou para trás e viu uma sombra a se esconder na escuridão.
Pela primeira vez na sua vida, Sonny sentiu medo, muito medo! Começou a correr o mais depressa possível, o que se tornava difícil, devido ao cesto cheio que trazia no braço. Virou a direita no corredor e olhou para trás para tentar ver se o perseguidor ainda a segui-a, mas esbarrou em alguém.
Sonny foi parar ao chão e apesar de não conseguir ver, calculou que a outra também fosse, devido aos sons de dor que ouviu.
- Quem está ai? – Sonny perguntou assustada enquanto tacteava o chão à procura do cesto.
- Somos nós! A Betty e a Cammy!
Nesse momento, todo o corredor se iluminou. Cammy tinha uma espécie de bola de luz na sua palma da mão e Betty estava sentada no chão, em frente de Sonny.
- Como consegues fazer isso? – Sonny se aproximou de Cammy. – E o que vocês estão aqui a fazer?
Cammy e Betty olharam uma para a outra, sem saberem o que dizer. Cammy baixou a cabeça e lentamente começou:
- Faço graças à pulseira e... tivemos de voltar ao gabinete de Dumbledore...
- Porque me esqueci de um papel lá! – Betty completou com um certo nervosismo na voz.
- Um papel? – Sonny olhou desconfiada para a prima.
- Sim... eu tinha ele no meu bolso antes de irmos ao gabinete e à pouco reparei que já não o tinha comigo! Deve ter caído! – Betty respondeu e pela cara da prima, esta pareceu esclarecida.
- E tu, vinhas a correr porquê? – Cammy perguntou quando elas começaram a andar na direcção dos seus quartos.
Sonny tinha uma grande vontade de contar às amigas que tinha sido seguida, mas sabia que não valia a pena. Alem de elas não acreditarem, provavelmente iriam gozar com ela sobre isso.
- Sonny?
- Prima? – Sonny acordou do transe e olhou para elas.
- Desculpem, estava distraída! – Olhou para o chão e encontrou o cesto, encostado a parede. – Bem... eu só estava com pressa para ir para o meu quarto, comer uns docinhos que o Dobby me preparou! – Respondeu enquanto pegava no cesto.
- Sua gulosa! – Betty colocou um braço sobre os ombros da prima. – Vamos dormir!
E as três caminharam em direcção dos seus aposentos. Sonny ainda olhou para trás para ver se havia alguma sombra, mas tudo no corredor pareceu imóvel.
* * * * *
Mexeu, mexeu e mexeu-se denovo. Sonny não conseguia adormecer. Sempre que fechava os olhos, ela via o corredor escuro, o som dos paços sobre a pedra e o medo que se apoderava dela. Sentou–se na cama e passou as mãos pela cara.
- Quem seria? O que quereria de mim? – Falou para si mesma enquanto olhava para o fundo da cama. – Não posso... não posso ter medo!! Foi apenas uma partida de mal gosto! – Deitou na cama denovo e ajeitou as cobertas. – Não posso pensar mais nisto! Tenho de dormir! – Fechou os olhos na esperança de adormecer o mais depressa possível.
* * * * *
Era sábado. O céu estava nublado e o frio já se fazia sentir com alguma densidade em Hogwarts. Eram nove horas da manhã e Sonny já caminhava por entre os jardins, sem frio algum.
Durante a noite, não tinha conseguido pregar olho. A cena da noite passada insistia em permanecer na sua mente e isso a perturbava imenso. “Seria um inimigo? Uma brincadeira? “ Sonny não conseguia pensar noutra coisa e qualquer barulho que ouvisse a sua volta, a deixava em grande aflição.
Apesar de ser cedo, Sonny não tinha conseguido ficar no seu quarto por muito tempo. A sua própria sombra nas paredes e no chão tinham-se tornado assustadoras; por isso decidira sair e reflectir longe do castelo.
- Ai... se não resolver isto, ainda dou em doida! – Falou de uma forma deprimida. – Preciso de fazer algo para me distrair...
E nesse momento ela viu o que podia ser o “algo”. Sem se ter dado conta, Sonny tinha chegado ao campo de Quidditch e agora olhava para uma bela vassoura, pousada sobre a relva. Calmamente chegou junto dela e se abaixou para apanhá-la.
- E se eu a monta-se?! – Falou para si mesma.
Sonny achou que não tinha mal nenhum. Afinal de contas, só tinha a intenção de montá-la e depois de a colocar no sítio.
Montou a vassoura. Era uma sensação engraçada, mas para quem a visse naquele momento seria uma cena disparatada. Uma muggle em cima de uma vassoura voadora, era no mínimo cómico para um feiticeiro.
Ela já tinha feito aquilo anteriormente, não numa de voar, mas numa de varrer o chão que sua mãe tinha. Quando era pequena, Sonny dava pulos com a vassoura na esperança que esta voa-se, mas tal nunca aconteceu. Com aquela memoria engraçada, Sonny teve um pensamento:
- E se eu desse um pulo? – Sonny fechou os olhos e pulou.
Um pulo que lhe mudaria a vida... para sempre.
* * * * *
Primeiro de tudo... mil desculpas por esta demora!!!! Falta de net, exames da escola, problemas familiares.. isto e outras coisas fizeram me atrasar na fic! Mas espero que agora em adiante as coisas corram melhor e eu possa postar com mais frequencia!
Quero agradecer a toda gente que le e gosta da minha fic, especial agradecimento a:
* Nanna Black
* Dahi Blackfoy
* Lola Potter
* **Leleh_Potter**
Porque sao voces que fazem com que eu tenha força para continuar a escrever! ^^ BjaO** a todos!!!
Comentários (1)
Vc vai continuar?
2017-01-17