... nada pode nos separar.
Os dois dias seguintes foram muito corridos e por isso Severo e Lily não conseguiram se falar. Isso não os preocupou. Já haviam combinado de se encontrar na biblioteca para começar o trabalho de aritmancia.
Lily deixou seu material e seguiu para a sessão que tratava da matéria. Estava pegando alguns livros quando ouviu duas vozes que se aproximavam pelo corredor perpendicular conversando. Uma delas era, sem dúvida, a voz de Severo.
-- ... nunca gostei dela, cara! – ele baixou muito a voz e disse algo que ela não entendeu.
A outra voz disse em um tom ainda de espanto.
-- Mas ela é uma Grifinória, uma sangue-ruim! Você já pensou o que o seu avô....
Lily não conseguiu controlar as lágrimas, então ele nunca havia gostado dela, como havia sido burra, achando que havia algo especial entre eles. E também a família dele nunca permitiria, provavelmente iriam querer que ele se relacionasse com uma moça de uma família bruxa tradicional. E porque ele iria contra a família por ela?
Deixou os livros caírem no chão, fazendo barulho, no segundo seguinte Severo entrou no corredor seguido de Rabastan Lestrange.
Viu Lily com o rosto banhado em lágrimas, mas ela se virou a saiu correndo. Ele apenas pode imaginar que ela teria ouvido parte da conversa e entendido tudo errado. Correu atrás dela.
Ela estava um pouco a frente, mas ele era mais alto e mais rápido. A alcançou logo e entrou com ela em uma sala vazia. Segurou a garota pelos braços para que ela o olhasse. Lily tentava se soltar e ao mesmo tempo que recuperava o fôlego falava sem conseguir controlar as lágrimas.
-- Porque? Porque?
-- Lily olhe para mim! – Severo não sabia o que estava acontecendo com ele. Sempre foi tímido, nunca se imaginou protagonizando uma cena daquelas. Mas a visão de sua Lily fugindo magoada, pensando sabe-se lá o que dele o fez agir por instinto.
-- Lily, por favor! – a voz dele era suplicante e isto a fez olhá-lo. Ele tinha os olhos brilhantes e falou baixo – não sei o que você ouviu, mas...
-- Eu ouvi você... – soluçou – você, Severo – voltou a chorar – dizer que nunca gostou de mim – outro soluço – e seu amigo falando sobre o que seu avô acharia de você com uma .....
Ele não permitiria que aquela palavra saísse pelos lábios de sua Lily. Então num impulso ele a calou com os seus. Ele a beijou! Era um beijo calmo, que tentava passar segurança. Ela se assustou, mas não fugiu, aquele beijo era tudo que queria a meses. E era tão carinhoso, tão cheio de sentimentos.
Severo a enlaçou pela cintura e ela o abraçou pelo pescoço. Lily nunca havia sido beijada daquela forma, com tanta paixão, com tanto amor.
Quando pararam o beijo ele segurou o queixo dela obrigando-a olhar em seus olhos.
-- Lily – falava baixo, sua timidez voltando com força total. Mas precisava se explicar, não podia permitir que um mal entendido os afastasse. Não depois dos meses tentando se aproximar, não depois daquele beijo! – você nunca me ouviu dizer que não gostava de você – ela tentou protestar, mas ele pôs um dedo carinhoso sobre os lábios dela – você me ouviu dizer “nunca gostei dela”.
Ela o olhou interrogativa.
-- Não falava de você, falava de Andrômeda! – o olhar dela se tornou assustado – você não ouviu a conversa toda – a moça corou.
Sabia que não deveria ter ouvido conversa nenhuma, mas eles estavam falando alto e ela ali, o que deveria ter feito? Tapar os ouvidos e cantar alto?
Severo sentou-se e a fez sentar ao seu lado
-- Rabastan me perguntava por que não me casei com Andrômeda. Essa maldita mania de tradição e pureza de sangue. – falou em desabafo, ele não acreditava em nada daquilo – Disse que nunca gostei dela, não como gosto de você, Lily. – Olhou-a nos olhos para que ela visse a sinceridade neles. – Andie é uma ótima pessoa, mas quando soubemos de nosso “noivado” eu já estava apaixonado por você – desviou os olhos, corado. Era a primeira vez que assumia seus sentimentos. – e ela também já estava com o Tonks. Combinamos de fingir aceitar o noivado até que eles tivessem condições de assumir o namoro.
-- Então você sempre soube sobre os dois – ela estava impressionada. Ele concordou.
-- Ficamos amigos. Quando ela descobriu que estava grávida, foi a mim que procurou – Lily corou, ele sorriu – Ela estava apavorada, bom você soube do escândalo que foi. Ela fez questão de dizer a família que eu não sabia de nada – deu de ombros – por isso tive que dar uma de noivo traído e nem pude ir ao casamento deles.
-- Mas e o seu avô? Pelo que o Lestrange disse ele não vai me aceitar – ela corou novamente, estava presumindo que eles teriam algo. Bem depois daquele beijo.....
Pela primeira vez em sua vida Severo achou que era bom não ter família a quem tivesse que dar satisfações. Ele não precisava mais se preocupar com seu avô, ele estava morto, e com ele toda as tradições e dogmas da família Prince.
-- Ele não iria, mas não preciso me preocupar com isso – deu de ombros – Você se lembra que eu lhe disse no trem que não era puro-sangue? – Ela concordou ainda sem entender muito bem. – Eu venho de uma antiga e tradicional família bruxa – falou como o narrador de um conto-de-fadas – os Prince. Tudo ia muito bem até que minha mãe, prometida a um Black, se apaixonou por um trouxa, Tobias Snape, meu pai. – Suspirou – Ela ficou grávida. Não sei por que Slughorn não ensina a preparar poções anticoncepcionais – falou mais para si, balançou a cabeça. Estava se desviando do assunto, nem notou que Lily corava novamente. – Meu avô tentou algumas manobras para fazer o casamento se realizar, mas no fim não teve escolha. Minha mãe era filha única e ele decidiu aceitar o genro trouxa e o neto mestiço.
Lily estava de olhos arregalados, a história dele era impressionante. Ela percebeu o significado de sua ação, ele estava abrindo seu coração, expondo sua vida. Lily ficou emocionada com o gesto de confiança.
-- Quando meu avô percebeu que eu era bruxo tentou “salvar a honra” da família. Durante vários anos fez minha cabeça para me convencer a aceitar um casamento com uma sangue-puro.
-- A Black! – Eles pareciam que viviam na idade média.
-- Quando fui para a sonserina – continuou – meu avô teve certeza que seus planos dariam certo. – Sorriu para a garota, ela não perdia uma palavra – Ele só não contava que eu já havia sido enfeitiçado – fixava seus olhos negros nos verdes dela – Você, sua bruxinha – sorriu – me enfeitiçou naquela primeira noite em que chegamos em Hogwarts.
Ela corou e desviou os olhos um pouco constrangida, porém não pode deixar de ficar feliz em ouvi-lo dizer que era apaixonado por ela.
-- Nós só tínhamos onze anos, mas nunca mais consegui esquecer seu sorriso e seu olhar. – Ele ficou sério para continuar – Não foi nada fácil, Lily, desde que percebi o que sentia por você, vivi em conflito – Ele estava um pouco constrangido de dizer que não só pensou com tentou desistir dela – Havia prometido ao meu avô quando ele morreu que me casaria com a moça que ele havia escolhido.
Lily sentiu os olhos marejarem, será que ele estaria tentando lhe dizer que não ficaria com ela. Severo não parecia ter percebido a mudança na garota.
-- Quando vi o que Andie e o Tonks teriam que enfrentar para ficarem juntos. – Soltou um bufo de irritação – então me lembrei do que a minha mãe também havia passado – suspirou e balançou a cabeça – e eu preocupado com a memória do meu avô, preso a uma promessa sem sentido feita a uma pessoa que nem existe mais.
Ela o olhou, uma alegria sem tamanho a invadindo, e ela estava achando que ele não queria ficar com ela. Seus olhos marejaram novamente, mas ela sorriu. Colocou as mãos no rosto dele e se aproximou lentamente para beijá-lo.
O beijo dela era tão doce, nem seu sonho mais delirante podia dar idéia do que era aquele beijo. Ele a abraçou pela cintura trazendo-a mais perto.
-- Eu também estou apaixonada por você, Severo – Falou quando se afastaram, os olhos dela brilhavam e aquele sorriso que o deixava bobo estava em seus lábios.
-- Você sabe que não será fácil, não sabe? – Ele queria ter certeza de que ela não estava iludida.
Ela continuava sorrindo, balançou a cabeça.
-- Sei! Mas isso não me importa. Você já ultrapassou muitos obstáculos, e sei que juntos poderemos vencer qualquer dificuldade que ainda apareça.
Severo lhe devolveu o sorriso, ele não podia esperar nada menos de uma leoa Grifinória. Claro que ela não fugiria diante de um desafio.
Ele a pôs sentada em seu colo e a beijou novamente. Naquele dia ninguém soube onde encontrar a monitora Grifinória e o Sonserino misterioso.
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Aí está. Uma histórinha Fluffy entre SS/LE.
Não vou dizer nunca, mas não pretendo fazer continuação, porque todos nós sabemos como essa história acaba e eu não sei e nem gosto de escrever dramas.
Mas como o futuro está nas mãos dos Deuses....
Até a próxima Fic. Deixem um Review só para eu saber que alguém leu!!!
Beijinhos Ana
Comentários (1)
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2012-12-25