Primeiro dia do segundo ano

Querido diário,

Acabou o primeiro dia de aulas e não estou mais tão brava com os meninos. Na verdade acho que a Sra Weasley já disse tudo o que eu diria...

Bom, quando eles desceram pra tomar café-da-manhã eu já estava lá e estava me preparando pra falar um monte para eles, quando o correio chgou. O Errol estava trazendo um berrador para o Rony. Mas, a primeira coisa que eu vi foi que o Errol tinha desmaiado dentro da jarra de leite, então o Rony disse numa vozinha bem desgostosa: “- ah não...” E eu, achando que ele estava falando da coruja disse “- Tudo bem, ele está vivo.” E cutuquei a coruja com o dedo. Mas, com uma voz ainda mais desolada, ele disse: “Não é isso, é isto!” e me mostrou o berrador. Bom, a pesar de eu achar que o Rony estava merecendo uma boa bronca, meu coração disparou quando vi a carta (sabia que era um berrador pois já li tudo a respeito)... quando o Rony abriu, a voz gritante da Sra Weasley disse mais ou menos assim: “Como você se atreveu a roubar o carro, eu não teria me surpreendido se o tivessem expulsado, espere até eu por as mãos em você, suponho que não parou pra pensar no que seu pai e eu passamos quando vimos que o carro tinha desaparecido. Carta de Dumbledore a noite passada, pensei que seu pai ia morrer de vergonha, não o educamos para para se comportar assim, você e Harry podiam ter morrido! Eu estou absolutamente desgostosa, seu pai está enfrentando um inquérito no trabalho, e é tudo culpa sua, e, se você sair um dedinho da linha, vamos traze-lo direto pra casa.”

Bom, é claro que o meu coração se apertou de peninha do Rony. Ele foi se afundando no banco enquanto a voz da mãe dele enchia o salão. Além disso eu achei desnecessário a Sra Weasley dizer coisas como “espere até eu colocar as minhas mãos em você” na frente de todos, a final o Rony com certeza já sabia que estaria numa fria assim que a mãe o visse. E, depois do que a Gina me contou ontem, além de tudo o que o Rony já me contou da Sra Weasley no ano passado... eu não duvido que a Sra Weasley dê umas palmadas no Rony; mas eu realmente espero que não – a final talvez já tenha passado tanto tempo desde hoje que tudo o que a Sra Weasley pense assim que ver o filho é que quer matar as saudades.

Também desaprovei que ela dizer que o inquérito que o Sra Weasley está passando é culpa do Rony! Não é culpa do Rony que o pai tivesse um carro voador ilegal! E isso faz o Sra Weasley – por mais que eu goste dele – um tanto culpado por tudo o que aconteceu sim! Além disso, o Rony já tinha roubado esse carro antes... eles deveriam ter tomado providências para que isso não se repetisse! E, obviamente, eu não desejo nem um pouquinho que os pais do Rony o tirem da escola! Mas, graças a Deus, eu acho que ela só disse isso para assusta-lo, a final ela deve ser uma das pessoas que mais quer ver o Rony formado.

Bom, é claro que eu não disse tudo isso pra ele – pois a bronca precisava fazer efeito. Então olhei pra ele - quero dizer, pro cocuruto da cabeça dele, que foi tudo o que pude enxergar e disse:

- Bem, não sei o que é que você esperava, Rony, mas você... – aí ele me cortou rispidamente.

- Não me diga que mereci!

E eu não disse – bom obviamente eu compraria uma briga com ele por nada. Além disso, esse berrado, viu? Foi castigo mais que suficiente no Rony... e no Harry também, pensando bem.

Então fomos para a aula de Herbologia, nas estufas. A primeira aula do ano!! Assimque nos aproximamos, a profa Sprout disse que estudaríamos na estufa 3, onde nunca tínhamos entrado! Fiquei imediatamente feliz, então, logo atrás de nós apareceu o prof Lockhart. Me senti corar imediatamente. Nunca tinha ficado tão perto do pro Lockhart e ele é realmente lindo. Ele queria conversar com o Harry, de forma que eu e o Rony fomos nos sentar sozinhos. Ele estava realmente com uma carinha séria, e eu resolvi não dizer nada sobre o berrado e o carro.

- Ahn... vamos sentar ali? – ele disse. Aí eu pensei que estava tudo bem entre a gente a pesar da grosseria do café-da-manhã.

- Rony...

- Ah! Hermione, não começa, ta? Já basta o berrador! Você não pode simple...

- Rony! Não é isso! – eu disse chocada! É impressionante como ele pode ser estúpido quando quer. Falar com Rony tem que ser como pisar em ovos. – é que tem um inseto no seu cabelo... – e tinha mesmo, acho que deve ter voado de uma das plantas. Me estiquei em cima dele e espantei o bichinho.

- Er... obrigado. – disse ele depois de me olhare abaixar os olhos para o chão.

Então nos sentamos e, enquanto todos estavam se organizando, ele tirou um rolinho de duréx da mochila e a própria varinha, praticamente partida em dois.

- Meu Deus, Rony! O que aconteceu com a sua varinha?

- Quebrou quando a gente bateu com o carro no Salgueiro Lutador. – ele me disse. Ih! E agora? Eu sei que os Weasleys são bem humildes como eu já comentei, e varinhas são caras. – Vou remenda-la com duréx. – ele continuou – mas estou ferrado!

- Rony, calma. A gente dá um jeito... mas também, vocês tinham que cair bem no Salgueiro Lutador? Que azar, né? – eu disse pra descontrair. Ele riu ou pelo menos sorriu e disse enquanto tentava grudar a varinha:

- É... aquela árvore fez mais estragos em nós e no carro do que nós nela, como eu disse ao Snape ontem. Olhe – ele me mostrou um corte sob o olho direito dele que, pelo jeito, estava cicatrizando.

- Ai! Nossa... – eu disse – Ah, vem cá, deixa eu te ajudar. – então, juntos, remendamos a varinha dele e nossas mãos não paravam de se esbarrar.

Então o Harry chegou e a aula começou realmente.

Foi uma aula muito boa, reenvasamos madrágoras – que têm um enorme poder curativo e eu conheci o Justino Finch-Fletchley da Lufa-lufa, que já sabia o meu nome e disse que eu sou a primeira em tudo! Não pude deixar de ficar feliz! É bom ser reconhecida pelos seus esforços... principalmente assim, quando a gente menos espera. Mas o Rony ficou emburrado quase a aula toda. Na verdade eu achei que ele tinha melhorado, mas ele realmente odiou aquele berrador, ficou emburrado o dia inteiro.

Depois de Herbologia, nós tivemos aula de Transformação. Devíamos transformar besouros em botões e eu transformei 25 besouros, o Harry nem um e o Rony ainda por cima esmagou um besouro. A varinha dele não estava funcionando nadinha bem – soltava fumaça sempre que ele tentava transformar o besouro em botão. E eu acho que ele não vai mais ter sorte com essa varinha, não. Ele realmente precisa de uma nova.

Quando a aula acabou fomos almoçar e, então eu mostrei meus botões para os meninos. Mas aí o Harry perguntou qual era a próxima aula, eu peguei o meu horário do bolso só para verificar e disse que era Defesa Contra as Artes das Trevas. Mas o Rony, olhando por cima do meu ombro viu que eu, ontem, tinha sublinhado as aulas do prof Lockhart com coraçõezinhos e simplesmente arrancou o meu horário da minha mão, dizendo meio rispidamente e meio risonho:

- Por que você sublinhou com coraçõezinhos as aulas de Lockhart?

Ai que vergonha! Puxei de volta meu horário dizendo:

- Ora, o que será que tem pra se comer? – e desviei o assunto. Mas ele continuou meio cismado.

Depois do almoço fomos um pouco pro pátio e eu voltei a ler “Excursões com Vampiros” enquanto os meninos ficavam falando de quadribol do meu lado. Então apareceu um mega fã do Harry chamado Cólin Creevey, que pediu uma foto autografada pro Harry. Mas o problema foi o Malfoy escutar e vir encher o saco. Logo, logo começou a caçoar o Rony sobre do berrador, conseguindo tirar oRony do sério – que já estava mal o dia inteiro. Ele brandiu a varinha contra Malfoy, eu fechei o meu livro e, segurando o braço do Rony disse “cuidado”. Ele não precisava se meter em outra confusão, né?

Mas aí o prof Lockhart apareceu e foi uma confusão! Ele fez o Harry tirar uma foto com ele para o Creevey e depois o arrastou para a aula.

- Hermione, por que você não me deixou enfrentar o Malfoy? – perguntou Rony assim que a turma começou a ir para as salas de aulas.

- Rony, sua varinha está quebrada e você poderia se meter numa confusão ainda maior...

- Claro, claro! – disse ele indo mais rápido só pra sair de perto de mim.

- Rony! – eu o chamei e fui atrás dele – Pára! A culpa não é minha, ok? Não é minha culpa que sua varinha quebrou e que sua mão te enviou um berrador! Então por favor pare de me tratar assim! – ah! Eu tinha que dizer isso, vai. Ele já estava muito chato.

- ... desculpe... – ele disse. E isso é raro, viu? O Rony pedir desculpas... – você está certa... vamos.

Ele pareceu encabulado depois disso. A aula do prof Lockhart foi demais. Ele começou com um teste sobre os livros dele e eu fui a única que acertei tudo! E ele perguntou quem era a Srta Granger e, depois, sorriu pra mim. Eu achei que minhas pernas iam derreter... tive vergonha.

Depois ele nos deu uma aula prática, soltando um monte de diabretes da Cornualha na sala. Foi um pandemônio, mas acho que essas aulas práticas são realmente importantes. Quando o sinal tocou todos saíram correndo, de forma que apenas eu, Harry e Rony ficamos na sala eo prof pediu que a gente recolhesse o resto dos diabretes. O Rony detestou.

- Dá pra acreditar? – disse ele quase gritando.

- Ele só quer nos dar uma experiência direta. – eu disse

- Direta? Hermione ele não tinha a menor idéia do que estava fazendo. – disse o Harry. Que absurdo, né?

- Bobagem. Você leu os livros dele, vê só todas as coisas incríveis que ele fez... – eu disse. Ora, o prof Lockhart é um herói, como eles podiam dizer que ele não sabia o que estava fazendo?

- Que ele diz que fez. – murmurou o Rony.

- Ora Ronald, você está me dizendo que ele inventou tudo isso?!

- Não, Hermione, não. – disse ele em tom irônico.

- Gente, vamos embora. – disse o Harry.

Bom, depois eu fui tomar banho e, quando voltei, os dois estavam me esperando para fazer os deveres de casa. Foi sossegado e gostoso. O Rony relaxou e passou a ser absolutamente simpático e engraçado. Que bom!

Agora eu vou dormir, foi um dia realmente cheio... depois venho contar as novidades. Tchau.

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