Cp36 A Vampireza



Cp36 A Vampireza

No momento em que Rony pegou Neville e Draco pelas vestes a janela explodiu.
-CUIDADO!!

Os restos sangrentos de um vampiro caíram em meio deles junto com parte da janela, provavelmente um feitiço feito de fora...
-Passem pela lareira!- Harry gritou ainda disparando feitiços em direção da escada.
-Não podemos!- gritou Jorge.
Quando olhou percebeu o motivo... havia um estranho fogo azul na lareira.
-Que m é essa?- perguntou Rony.
-Pelos Deuses...- Draco murmurou.- O ministério lacrou as lareiras!
-Eles não iam fazer isso.- disse Fred olhando o fogo permanecer azul depois de jogar alguns punhados de flú nele.- Como podem fazer isso?!
-Se for idéia do Percy eu esgano ele...- disse Jorge entre os dentes.
-Eles devem ter feito isso por um bom motivo não?- Neville perguntou se levantando e limpando-se.
Ignorou o comentário deles em censura ao rápido raciocíonio de Neville...
-Eles devem estar seguindo as pessoas via lareira... imaginou o estrago de um deles em casa?- disse Rony.
Não era hora de elogiar o rápido raciocínio de Rony, precisava de tempo para ter idéias... ergueu a varinha.
-CRIATURE LOCARE INVIOLATA KRIATUS!!
-Ah, Potter... a gaiola de novo não!- gemeu Draco ao ver a luz dourada e prateada.
-Isso vai funcionar?- perguntou Fred.
-Não... não por muito tempo...- disse os olhando.-Podemos desaparatar todos?- "Porque não pensei nisso antes?"
Rony, Draco e Neville se olharam... o olharam, Draco disse cínicamente:
-Não Potter... e acho que esses dois também não.- apontou Rony e Neville.
Deu de ombros, Fred e Jorge se olharam e sorriram.
-Desaparatamento com bagagem!- disse Fred pegando Rony
-Nossa especialidade!- disse Jorge catando Neville.
E sumiram num típico crack! Draco e Harry se olharam.
-m.- disse Draco.

Hermione inicialmente ficara preocupada com a demora deles e em seguida quase teve um ataque ao perceber que a lareira estava bloqueada, no segundo seguinte Molly estava tendo um ataque ainda maior ao saber o que estava acontecendo...
Quando Thonks apareceu para confirmar o fato de que tinham retornado e que o Beco Diagonal estava sob ataque, Hermione odiou Harry... ele devia saber, não atinava para o motivo de ninguém ter percebido que era perigoso... agora parecia tão claro, pensou sentando no sofá...
Nunca deviam ter ido ao Beco... nunca... o que lhes dera na cabeça para terem saído assim? Tão idiotamente?
Como ela mesma se deixara levar assim? Onde estava seu raciocínio? Sabia que podia ser uma armadilha no momento que iam a Gringottes! Porque não dar ouvidos a Sirius e Severo? É que porcaria que aqueles dois não os obrigaram a ficar? Certo, eram grandes e tal, mas fora tão IDIOTAMENTE IMPRUDENTE!!
Ergueu o rosto quando ela apareceu, se olharam.
-Hermione, vocês foram até Gringotes?- disse Morgan.- Vocês foram atrás de uma pista de Mundongo?
-Você!- Hermione se levantou.- Você devia estar com os pergaminhos! O que eles faziam em Gringotes?!
O som dos gêmeos aparatando a interrompeu, Hermione se virou como uma tigresa.
-ONDE ESTÁ O HARRY?!
Fred e Jorge se olharam... Rony e Neville também.
-Vocês foram a Gringottes?- Morgan a puxou.- Encontraram os pergaminhos lá?
-SUA!!- Hermione puxou a varinha.

Harry olhou o loiro e disse irritado.
-Se você tinha percebido, porque não abriu a maldita boca?
-Porque como você eu não imaginei que os gênios Weasley fossem ter uma idéia inteligente na vida... agora seu mentecapto, como vamos sair dessa sua armadilha?
-Pelo menos os vampiros não entram...
-E nós não saímos Potter... muito obrigado.
-Eu não tenho culpa desse seu sangue meio galinha Draco!- disse Harry.
-Eu estava agradecendo por sua idéia de virmos ao Beco.
-Engraçado, acho que você concordou...
-Não me venha com idiotices! Desfaça essa gaiola e vamos sair daqui!
-Porque você acha que eu tenho a intenção de sair daqui?
Draco o olhou surpreso.
-Vampiros... por toda parte... sugando sangue... fazendo estrago suficiente para arrebentar essa sua magia?
-Eu achava que os sonserinos raciocinavam...
-Potter... o que você está pensando... oh Deuses eu perguntei isso? Você não pensa é claro... acho que gosta de arriscar o rabo.
-Draco Malfoy... o que eles ganham detonando todo o Beco Diagonal?
-Medo?
-Idiota.- Disse Harry indo até a escada, olhando as criaturas pálidas tentando atravessar a barreira dourada e prateada.- Eu não entendo isso, olhe essas coisas Snape... não são inteligentes.
-Como?
-Apenas atacam... olhe bem. Não são vampiros de verdade... vampiros de verdade falam... são inteligentes.
Draco se dispôs a olhar aquelas criaturas... bom, pareciam vampiros em sua forma humana meio grotescos, animalescos, com as asas de pele pálida, mas realmente não pareciam inteligentes,com seus olhos brancos e cegos, percebeu que Potter se dirigiu a janela.
-Potter... quer parar de andar de um lado para o outro... está me irritando.
-Eu ainda não entendo o propósito disso.- Harry disse baixo.
-Insanidade, medo, morte destruição! O que isso tem de errado?!- Perguntou o sonserino cruzando o braço e o encarando.
-E desde quando isso é o estilo do Voldmort, Draco?- Harry disse voltando a andar.- Pense...
-Você... saiu...- disse o sonserino já muito irritado de ver o outro andando de um lado para outro pensativo como se o mundo não estivesse se acabando lá fora.-Você... Harry Potter... Saiu... passeando... QUER QUE EU DESENHE POTTER?!
Harry já a muito irritado com a falação do outro o encarou.
-Pode fazer um diagrama se quiser...
Draco pensou seriamente em estupora-lo, mas como não sabia aparatar e estava preso pelo feitiço do outro se limitou a grunhir de raiva pura.
-Eu saí atrás de uma informação passada por um bruxo...- disse Harry friamente.- Um bruxo sob o efeito de uma Imperius...
-COMO É QUE É?- Draco segurou Harry pela camisa.

-Não cometa uma besteira Hermione.- Disse Sirius que acabava da aparatar.
Ele parecia cansado, esfiapado, mas não muito ferido.
-Foi Mundongo.- disse Morgan se virando para ele.
-Do que vocês estão falando?- Rony perguntou.
-Fletcher estava sob a maldição Império.
-Mas... AH MEU DEUS!- Hermione se sentou com a mão na cabeça.

-Me Larga.- disse Harry sério.
-Você é louco... louco Potter!- disse Draco enfiando uma mecha de cabelo atrás da orelha...- Insano.
-E você é extremamente burro para um sonserino!
-Um bruxo sob Imperio... e você... podia ser uma armadilha.
-Não... sério? Que inteligente de sua parte... uma armadilha... se ele estava no Largo, calmamente tomando café da manhã ao meu lado, porque não me jogar um AVADA KEDAVRA nas fuças? Não seria mais rápido e fácil?
-Porque queriam te matar aqui? Num lugar público?
-E se dar ao trabalho? Você sabe que uma morte pública, apenas faria com que os bruxos se unissem... achei que você entendesse disso.
-Aonde quer chegar?
-Alguém queria que eu tivesse acesso aos pergaminhos daquele cofre... o problema é quem... os vampiros disseram ser servos fiéis... mas acho que eles não estão com todo o controle.
-E porque estamos aqui?
-Estou esperando.
-ESPERANDO? ESPERANDO O QUÊ?

-Mundongo?- perguntou Jorge.
-Impossível... ele sabe se virar.- disse Fred.
-Sim, mas nos atacou assim que saiu do Largo...- disse Sirius.- Feriu Lupin.
-Isso é estranho...- disse Jorge.
-Foi uma armadilha... para pegar o Harry!- disse Hermione.

-Pense Draco Augustus Snape... Se não foram os vampiros, ou Voldmort... – Harry parou.- Quem mais estaria interessado... oh... oh oh.
-Oh, Oh o quê?
Mas Draco não precisou perguntar... os fios dourados e prateados piscaram.
-Achei que nada podia quebrar meu feitiço...
-Certo Potter... só me diga... o que você está esperando para sair daqui?- disse ao ver a cara sonsa do grifinório, quase divertida.
-Estou esperando para ver uma coisa.-disse animado.
-EU VOU estupora-lo...
-Se me estuporar o feitiço vai acabar e como não sabe desaparatar vai ser chupado... não que não fosse um jeito de eu me livrar dessa sua falação... mas creio que eu seria chupado também e não gosto da idéia...
Draco enfiou a mão nos cabelos completamente irritado, e se virou olhando em volta resmungando...
-Potter pirou... pirou, só pode ter pirado... Dagda me ajude...

-Não podemos ir ao Largo... está lacrado... os bruxos estão desaparatando... porque Harry não desaparatou?- perguntou Sirius.
-Porque ele é péssimo nisso?- perguntou Neville.- Acho que ele não sabe...
-Ele sabe.- disse Rony.- achei que ele viria atrás de nós.
-Eu também pensei.- disse Jorge.
-Ele sabe desaparatar.- disse Hermione.- Desaparatamos de Gringotes.
-Não se pode desaparatar de Gringotes.- disse Sirius.
-Assim como não se pode invadir o ministério via lareira.- disse Morgan.- E ele se importa?

As linhas douradas e prateada piscaram novamente, Harry esticou o braço e agarrou o colarinho de Draco.
-Me larg...
-Fique imóvel.- Harry disse.- Totalmente imóvel.
-Eu não...
-Você pode ser chupado... não me importo.
-Ah... ficar imóvel... certo.
-Um dia você vai me estuporar por isso... eu sei.
-Pode apostar.
-Preparado?
-Prá quê?

O guincho cessou... houve um estranho e mórbido silêncio... como se tudo que acontecia tivesse acabado, Draco por um segundo achou que havia acabado...
-Eles foram embora?- Draco perguntou.
-Silêncio... não... não foram...
A gaiola de fios luminosos voltou a piscar... um leve farfalhar se aproximou vindo da escada... podia ser alguém não? Draco seguiu o pensamento.
-Pode fechar os olhos se quiser... Draco.
-Eu não sou covarde Potter...- pensou irritado, mas ainda não se movera... por via das dúvidas permaneceu quieto.
O farfalhar aumentou, seguido de um som rouco de respiração, lembrava um pouco um dementador, sentiu o outro apertar o punho em sua gola.
Um som leve de passos se juntou aos outros dois sons e sinceramente Draco estava impaciente... o quê o maldito grifinório estava planejando?
-Preso Potter... preso em sua própria armadilha...- disse a voz.
-Estar limitado a um espaço não é prova de que estou preso.- ouviu o outro responder e virou o rosto, já que estava de costas, para ver o que o outro estava fazendo...
Não devia ter olhado...
A vampira, agora sim sabia o que Potter queria dizer com inteligente, os olhos dela eram claros mas com um brilho inteligente, ela avançava ainda pálida e animalesca mas claramente inteligente, atrás dela, outros, esses sim pareciam com os anteriores, pareciam meros zumbis que a seguiam, ela os olhava friamente.
-Você irá pagar por sua insolência... sua petulância.
A vampira pulou, e Draco não teve vergonha de gritar ao vê-la se aproximar num bote.

-Ás vezes eu acho que ele não pensa coerentemente.- Hermione murmurou.
-Concordo... o que vamos fazer?- perguntou Morgan.
-Não vamos fazer nada.- disse Moody aparatando.-Lupin está melhor, e Mundongo também, mas não fala nada coerente.
Thonks suspirou aliviada, então perguntou.
-O que o ministério vai fazer?
-Os caçadores já estão no Beco... já que não se pode sair de lá de outro modo que não seja por aparatação, os vampiros estão presos. Esperamos que encontrem Potter.
-E Draco.- emendou Padma.
Em seguida, Os três, Moody, Morgan e Sirius, disseram que eles estavam no meio do caminho e que deviam deixar a sala, e que fossem arrumar as malas.
-Mas porquê?- perguntou Gina.
-Se Mundongo foi atacado a sede ficou insegura... ele pode ter revelado sua localização.
Não houve mais perguntas... até porque quando se moveram o som de aparatação os surprendeu.

Draco instintivamente se encolheu perante a inevitabilidade dele ou Potter serem atacados pela Vampira que pulava neles, seu último pensamento, foi de que irritadamente seu último pensamento seria de que odiaria Potter até a próxima encarnação.
No entanto quando a proximidade da criatura era quase mínima sentiu algo semelhante ao que se sente ao usar uma chave de portal...
E no segundo seguinte, estava caindo no chão... em frente aos três Weasleys em cima do sofá... só então percebeu que ainda gritava e calou a boca.

Hermione se virou ao escutar o Crack! De uma aparatação e chegou a ver Moody e Sirius erguerem as varinhas, em seguida, em milésimo de segundo escutou o grito de Draco que caiu sentado em frente ao sofá se calando assim que os olhos arregalados olharam em volta... mas isso não era importante... o importante é que um vampiro se embolava com o que parecia ser Harry dando uma cambalhota no chão, acabou gritando de susto.

Era o que queria... não sairia do Beco Diagonal sem leva-la... e sabia que ela viria atrás... era o que queria não?... tanto esforço daquela coisa para levar um deles, era óbvio que não poderia deixar de tentar pega-lo... e agora, pensou dando um sorriso satisfeito enquanto via a vampira pular para cima e Draco gritava.

Agora era ele que ia pega-la... esticou a mão e desaparatou carregando-a assim que a pele fria e úmida tocou seus dedos...

E sentiu o baque no chão... Draco parava de gritar, mas outro grito começava e devia ser Hermione, isso não era importante, o importante era se livrar daquela coisa... ao darem uma cambalhota, o peso da criatura com as mãos geladas em seu pescoço... e antes que fizesse outra coisa voltou a desaparatar e esticar a varinha.
-CRIATURE LOCARE INVIOLATA KRIATUS!!
E olhou a vampira presa num pequeno quadrado e por mais que fizesse nada dos fios cederem.
-Achou mesmo que podia romper um feitiço que Dumbledore não pode desfazer... achou mesmo que ia me pegar?- disse frio.
A criatura apenas chiou mostrando as presas.
-Maldito! MALDITO!
-Isso é deveras irregular Potter!- disse Moody.- isso é uma vampireza verdadeira.
-Eu vou...- Draco se levantou – EU VOU ESTUPORAR VOCÊ POTTER!
-Estupefaça.
-Porque fez isso Morgan?- perguntou Sirius.
-Porque me deu vontade.- ela disse olhando Draco caído no chão.- Tenho certeza que ele pode estuporar o Harry depois.
-Imagino que você gostaria de me estuporar agora.- Harry disse.
Mas Morgan não teve chance... Hermione passou a empurrando e ao chegar em frente a Harry lhe deu um tapa, com toda a força.
-SEU DEMENTE, INSANO, SEM VERGONHA, DESGRAÇADO, SUJO, SEM CARÁTER, SUICIDA DO INFERNO, EU DEVIA MATÁ-LO, FATIÁ-LO E ENTERRÁ-LO OU COISA SIMILAR, SEU MEIO TRASGO INCONSEQUENTE!! PORQUE NÃO DISSE NADA!!
-Você esqueceu do burro minha vida.- disse sorrindo apesar do rosto vermelho.
-Você botou a todos em perigo... saindo assim.- disse Moody
Harry pela primeira vez os olhou com frieza.
-Se alguém sob Imperius pode entrar aqui... não fui eu que cometi a imprudência de colocar a todos em perigo.
Com um meneio de varinha, fez a gaiola de luz flutuar.
-Você sabia.- disse Sirus.- VOCÊ SABIA!
-Saia da minha frente Sirius...
-Você não é Potter.- disse Moody.
-Sou eu sim... agora saiam da frente, que quero levar essa coisa para o porão...
-Não é!- Sirius ergueu a varinha.
-Não me obrigue a estuporar você Sirius... eu não gostaria disso... e principalmente vocês não gostariam...- indicou a vampira que chiava rindo.
-Harry nunca ficaria quieto percebendo que Mundongo estava sob uma imperdoável...
-Ah... eu faria sim...- disse sombriamente.- Faria sim, se isso desse a oportunidade de pegar um inimigo, agora saia da minha frente... E não levante a varinha pra mim Mione!- disse a olhando.
Hermione tremeu...
-E Mundongo não pode ter ido longe... enfeiticei ele.
-Ele atacou Lupin!- disse Thonks.- Você... não pode ser Estupefaça!
-Protego!- levantou a mão.-não façam isso de novo... vão machucar alguém!!
O feitiço rebatido acertara Parvati.
-Em tese eu diria que sinto muito por Lupin, Sirius... mas sinceramente... estou cansado de ver um bando de bruxos adultos brincando de espionagem... agora... saiam da minha frente.
-Deixem Harry passar... ele tem razão.-disse Dumbledore.
-Imagino que providenciaram uma nova sede.
-Não será necessário.- disse Dumbledore.- Mundongo acordou e disse que foi atacado pela manhã... e que veio direto para cá... agora Harry por favor...
-Estou indo... e como estou indo.- disse passando em direção ao porão
Dumbledore o seguiu, e foi o único.
Na sala reinou o silêncio até os gêmeos dando de ombros se encarregarem de levar os dois estuporados, sendo seguidos do mais jovens.
Hermione, Thonks, Morgan e Sirius ficaram na sala... imóveis...
-Eu vou dar uma surra nele.- disse Sirius se virando e indo ao porão.
As três mulheres ficaram na sala, devagar Thonks sentou no sofá e começou a chorar baixinho, Hermione e Morgan se olharam antes de sentarem ao lado dela para consolá-la.

Não que Harry estive em paz com sua consciência, se Lupin se ferira... não devia ter acontecido, apenas achara que se...
Sua concentração quase falhou ao estender a gaiola em parte do porão, no mesmo lugar por onde trouxera Sirius de volta... não tinha tido intenção de discutir com Sirius... apenas... a vampira avançou antes de chocar-se com a barreira que piscou.
-Harry concentre-se.- disse Dumbledore.
-Medal Sortia.- disse tornando o feitiço mais estável...
-Isso é muito... irregular.
-Eu sei... eles só vem agora... e não sei se é memória dele.
-Voldmort conhecia inúmeros feitiços...
-Não me agrada em nada, lembrar coisas que ele aprendeu.
-Acredito que é inevitável... como sua ofidioglosia... mas cedo ou mais tarde...
-Preferia mais tarde.- disse olhando a vampira que se encolhia no canto sem tirar os olhos deles.
-Eu imaginei que você estaria muito mais velho quando isso acontecesse...
-Do que estão falando?- disse Sirius da porta.
-Apenas banalidades...- disse olhando como o padrinho parecia pálido e um tanto quanto surrado.-Sirius... eu...
-Eu ainda não vou perdoar você Harry, não...
-Foi necessário.- disse ainda sentindo-se mal com tudo... afinal Sirius não o reconhecera...
-Necessário? Necessário?!- ele se aproximou com dois passos.- Me dê um único motivo para eu não lhe dar a surra que você merece Harry, não é um aniversário de dezessete anos que me impede de lhe dar uma surra, se você merecer!
-Acredito que uma vez, que não foi Voldmort que arquitetou tal armadilha a Mundongo Fletcher, Harry tomou uma decisão estratégica.-começou Dumbledore.
-Não digo que foi certa Sirius!- Harry interrompeu.- Mas se eu tivesse avisado... se tivesse ido com vocês... se... - virou-se para a vampira.- eles não estariam lá... Não é? Vampira?!
A criatura apenas voltou a chiar com uma risada.
-Eu não estou compreendendo.- disse Sirius passando a mão na cabeça.
-Uma única coisa.- disse Harry o olhando.- Se Mundongo tivesse sido posto sob Imperio por um aliado de Voldmort a primeira ordem seria invadir o Largo... ou me matar...
-É seria lógico... mas e se ele revelou?
-Mundongo Fletcher recuperou a conciência logo que vocês saíram... e me disse que a única ordem foi de entregar a chave a Harry e aconselhá-lo a não ir sozinho...em seguida atacar quem quer que fosse para forçar sua própria prisão ou morte...-disse Dumbledore.- Estranho não Sirius? Como Harry disse, Voldmort invadiria o Largo... nos pegaria dormindo... acima de tudo... ele teria mandado matar Harry, já que tem evitado confrontá-lo.
-Eu imagino que quem quer que seja, os enganou também.- apontou a vampira.- Nesse caso, quem quer que seja, queria que os pergaminhos caíssem em minha mão... estão com Hermione Dumbledore.- disse sem olhar o bruxo.
-Não Harry... não pretendo escondê-los de você... não mais.
-Do que estão falando?- perguntou Sirius.
-Magia negra.- Harry disse num sussurro cansado.
Sirius voltou a passar a mão no cabelo, conjurou uma cadeira e sentou-se sem cerimônias.
-Magia negra?
-Tenho motivos para acreditar que alguém... que de alguma forma...
-Harry acredita que os estudos de Lílian sobre o véu foram amparados em magia negra.
-Isso nós sabíamos, Morgan, eu, Tiago... Lupin até... por isso Tiago não queria Lily mexendo no véu... por isso ela pediu que Morgan fosse sua assistente...
-Não... eu acredito que de alguma forma... minha mãe usou os estudos do Pottere Dominatore para estudar o véu... creio que Voldmort fez o mesmo estudo... eu acho... acho que minha mãe estava continuando o...
-Lily nunca passaria para o lado das trevas Harry... é ofensivo que pense assim.
-Não acho que ela sabia Sirius... eu só pensei nisso depois que vi coisas... memórias de Voldmort... acho que sem querer ela seguiu os mesmos passos...
Sirius suspirou e olhou para Dumbledore.
-Isso não faz sentido... quer dizer... o que isso tem a ver com... com eles?- apontou a vampira.
-Tudo.- disseram Harry e Dumbledore.
-isso me faz lembrar de que...- Dumbledore se virou para a vampireza.- Você está aqui a mando de seus superiores que entraram em acordo com Voldmort... não tenha ilusões criatura... você irá falar... mas preferíamos sua colaboração.
A vampireza voltou a chiar num riso.O que se aproximou era uma mulher com um longo vestido azul-pálido, a mulher do ministério... ela sorriu disse sussurrante.
-O último dos Evans é nosso... o último dos Potter está morto...- olhou para Harry e riu chiando de novo.
-Vai ter que se esforçar mais criatura... muito mais...- disse Harry.
-Bom, eu recomendo que vá descansar Harry... teremos tempo para obter melhores informações... Sirius, busque Morgan para mim, e Thonks também...
-Dumbledore.- Harry o olhou.
-Sim?
"Porque Hangorn sumiu?"
"Sumiu?"
-Venha Harry...- disse Dumbledore.-Sirius... Morgan e Thonks por favor.
Fecharam a porta do porão e Harry ainda viu Sirius ir chamar as duas, puxou a corrente e mostrou a pedra cinzenta.
-Sei que Hangorn está vivo... mas ele não está comigo...
-Quando?- Dumbledore perguntou preocupado.
-Quando fui atacado em Gringotes, o senhor acha que ele fugiu?
-Ele não pode ficar muito tempo longe de você Harry... estão ligados.
-Mas o que houve... não compreendo.
-Devo admitir que não compreendo também Harry, Mas ele terá que voltar...
Harry suspirou.
-Insisto para que vá descançar... faz muito tempo que você não descança...
-Sinto que não tenho tempo... entende.
-Infelizmente Harry... sinto que tem razão.
E como Morgan e Thonks se aproximavam, se afastou, sem que nenhuma delas o olhasse, e acima de tudo... sabia que o que fizera...
Fora movida pela experiência do outro.

Andou devagar pelo corredor... haviam vozes exaltadas do quarto das meninas, e também dos rapazes e a voz de Hermione foi a que mais o amendrontou, e mesmo sabendo que mais cedo ou mais tarde teria que enfrentá-la... teria que explicar tudo...
Não teve coragem... cansadamente entrou no quarto onde antes estava Marco... mas sabia que ele estava com os outros, ouvira a voz dele falando com Rony.
E quando encostou a cabeça no travesseiro, foi para sentir como se não dormisse a decádas... adormeceu.

O sol estava alto... era deliciosamente quente...
Os pés pequenos corriam pela grama alta sem medo de ferir-se...
E haviam risadas... ao longe homens de túnicas andavam por uma pequena estrada de terra com os pés descalços e carregando baldes de água.
E todos a comprimentavam em sua passagem...
O calor morno em seu ombro se confundia com o calor do sol...
E os longos cabelos negros apenas eram mais uma marca de sua alta posição na hierarquia humana, seus imensos olhos verdes eram a marca de sua alta posição na hierarquia divina... e seu sorriso era suficiente para ser apontada como anjo na terra.
Quando adentrou naquela casa, todos seus moradores, respeitosamente saíram sem olhar em seu rosto.
Um grande sinal de respeito... e quando chegou ao quarto preparado...
O moribundo estava vestindo uma túnica branca e tinha as mãos envoltas em bandagens perfumadas... nos pés haviam flores...
E assim como o criador, aproximou-se sem medo e inclinando-se para a criatura fragilizada a beira da morte...
Abriu os braços e tocou-lhe os lábios com os seus...
A fênix permitiu o milagre.
E ressoprou a vida que se esvaía...
Esse era o ritual...
Assim foi por quase mil anos...
A criança sagrada com um riso olhava nos olhos abertos e agora vivos em mudo agradecimento.
E os pequenos pés a levavam embora correndo...
Sem olhar para trás...
As lendas de anjos surgiram delas.
Das pequenas crianças com o poder divino...
Do povo sagrado, filho dos lugares naquele tempo já esquecidos...
Povo antigo.
Os Evanescentes.

-É uma linda história... um conto de fadas... mas todo conto de fadas é uma enganção afinal...
-Mil anos de inocência presa... mil anos de servidão a vida para então... um dia, morrer.
-O que há de tão terrível na morte para ambos a temerem assim?
-Inexistência.
-Não há inexistência... seria ignorância pensar assim...
-Fim de tudo... fim dos sonhos, ambições... fim do conhecimento... dos ódios... dos amores...
-Reínicio... novos sonhos, desejos, novos conhecimentos... ódios e amores...
-Você não tem medo da morte?
-Todos tem, não tem?
A mulher sentou-se no que parecia ser um trono de mármore negro, o olhou profundamente.
-Viver eternamente... ver tudo que há para ver, possuir tudo que há para possuir... conhecer todas as verdades...
-Porque fala comigo Lilith?
-Porque você escuta... deixe-me contar outra história...

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