Cp26 A longa noite das bruxas-



Cp26 A longa noite das bruxas- III Parte.

-Não! Dumbledore o que você fez?- disse ainda olhando o vazio.

Sirius estava paralizado no ato de segurar Harry, enquanto Morgan descia correndo as escadas, isso não era importante, do outro lado, num outro lugar, via Dumbledore, Não sabia precisar onde... mas era longe, muito longe podia perceber, e os dois, Dumbledore nunca deveria ter ido atrás... as luzes das magias, Por mais poderoso que fosse, nem Dumbledore escaparia de uma armadilha daquelas.

-Hangorn.- disse baixo.

Não era um pedido, era uma ordem.

Ao mesmo tempo a outra fênix surgiu, como um flash desapareceram ambas...

Podia ver e sentir... e isso era novo, como se tivesse asas também.

A magia poderosa de Dumbledore mantinha aquelas criaturas afastadas, mas não poderia manter o feitiço e evitar a magia de Voldmort, talvez tivesse sido um erro, mas não era, sentiu o calor das chamas em ambos os lados, sim a boa e velha Fawkes retornava, mas o que poderia fazer?

O feitiço fatal estava a caminho no instante que as aves surgiram, surpreendendo Voldmort que já cantava vitória, um erro comum do jovem Ridlle. Dumbledore apertou sua carga e sentiu a cauda de Fawkes roçar em seu braço no momento que a outra ave, essa totalmente de fogo se adiantava, compreendeu quem era.

Compreendeu quem a mandara.

Hangorn mergulhou contra o Avada Kedavra.

Dumbledore foi trazido ao Largo por Fawkes.

Harry viu o bruxo surgir a sua frente na sala, são e salvo... tinha uma carga consigo e não precisou fazer perguntas para saber o que era... sorriu em gratidão.

Era tudo o que podia fazer.

Dumbledore ainda olhava os olhos verdes em mudo agradecimento quando o rosto do jovem ficou inexpressivo, seu olhar passou dos olhos que fechavam à mão que se colocou no peito, antes dele cair desmaiado, e só teve total contato com a estranheza da cena quando percebeu quem segurava o jovem Potter.

Sirius Black.

Havia uma profunda tristeza entramada naquele vazio escuro... a tristeza da perda... como se houvesse um mórbido vento frio percorrendo aquele vazio, como se escutasse o som de um agoureiro.

-Hangorn.- Harry disse muito baixo.

Não havia nada além de escuridão, um imenso vazio frio.

-Não se vá.

Na palma da mão estendida e trêmula surgiu uma leve chama... Harry olhava a imensidão vazia e escura, não sabia onde estava, nem porque estava ali... não era importante, importante era encontrar Hangorn, a imagem da ave descendo contra a magia fatal ainda gravada em sua mente.

apertou a outra mão contra o peito.

-Hangorn...

Ainda tinha aquele amargo na boca, como se algo lhe dissesse que a chama da Ave se extinguira para sempre. Não era bom em aceitar esse tipo de coisa.

-Não se vá!- repetiu com vontade.

"não"

-Retorne.

"Não se vá"

-Hangorn!

"Uma fênix renasce das cinzas..."

-HANGORN!

"HANGORN RENASCE DAS CHAMAS DE SEU MESTRE!"

Da chama trêmula em sua mão surgiu um arremedo de ave, um bebê-Hangorn... uma pequena ave de fogo.

-Não me assuste assim de novo...

"Não"

Envolveu a pequena chama com ambas as mãos... levou as até o Hangorn protegido era cansativo, sabia disso, era um preço a ser pago... o preço, mas estava tudo bem.

Suspirou cansado, apesar de se sentir confortável, abriu os olhos meio doloridos para ver três figuras que julgava que não veria juntas, reconheceu o quarto, passara boas noites ali, com Hermione, como ela deveria estar preocupada, era claro que ia parar naquele quarto lembrando que os outros estavam ocupados com os Longbottom e os "Snape", forçou-se a sentar.

-Não se esforce, Harry, por tudo que é mais sagrado, sossegue um pouco.- disse Lupin apreensivo.

Concordou calado com cabeça, mas seu olhar parou no de Dumbledore.

"Porquê?"

Dumbledore enrugou a testa escondida pelos cabelos brancos.

-Porquê?

-Porque se arriscar assim.- disse baixo.

-Buscar as cinzas de seus pais é mais importante do que você pensa.

Sentiu Sirius se mexer na cadeira, desviou o olhar, olhos nos olhos do animago, Sirius ainda teria muitas surpresa ruins a frente...

-Eu já soube Harry.-Sirius falou um pouco rouco.- Soube o que Voldmort fez.

-Gostaria de perguntar porque saiu de Hogwarts Harry.- Dumbledore os interrompeu.

-Ora... Os dois não teriam muito mais tempo teriam?- falou pensando na família a recém reunida.

Dumbledore soltou um suspiro que surpreendeu a todos, foi a vez de Harry franzir a testa.

-Achou que eu me negaria a ajudar Malfoy... ah... Snape... ou qualquer um deles? Além do mais não deixaria ninguém passar pelo que ele passou sem tentar...

-Sei que você não suportaria ver alguém passar pelo que passou...

-Não suporto mesmo, não aceito...

-Não pensou que poderia ser uma armadilha?

-E o senhor não imaginou que estava caindo numa armadilha também?

Apesar de Sirius e Lupin se mostrarem muito tensos, e o olhavam como se fosse uma grande criança mal-criada, Dumbledore deixou um sorriso se plantar no rosto abatido, Harry se deu por vencido...

"Porque recentemente temos brigado tanto?"

"Teimosia de velho e teimosia de adolescente."

-Ah... bem...

"É isso que alguns chamam de conflito de gerações."

"Não é só excesso de cabeçadurismo?"

-Talvez.-Dumbledore respondeu conciliador.

-Deve ser fascinante poder conversar assim, mas eu acho que já perdi muito... poderiam compartilhar? Por favor?- Sirius explodiu de impaciência.

Ambos se viraram para ele com uma expressão divertida, foi Harry que deu detalhes sobre o que acontecera com Griffin/Rony e Iran/Luna, sobre como Serin sentiu seu mestre ser torturado o que viu, falou da chegada de Neville, o que fez Dumbledore ficar pensativo.

-Algum motivo especial para Neville seguí-lo Harry?

-Eu ia mesmo perguntar porque Fawkes o trouxe...-disse pensativo.- Talvez seja Karma?

-Talvez seja um reflexo...- disse Lupin.- Já ouvi falar em profecias reversas, e sombras... O Longbotton de certa forma partilha um pouco de seu destino.

-Coitado.- Harry disse ignorando o real significado daquilo.

-Poderia?- Sirius perguntou a Dumbledore.

-Sirius, você sabia que os Longbotton estavam sendo protegidos pela Ordem, nunca imaginou que eram pelos mesmos motivos que os Potter?

-Nunca liguei os fatos, protegíamos muita gente.-disse sério.- Então a profecia poderia falar de Neville?

-Você nunca mencionou que sabia da profecia Sirius.- Remo disse sério.

-Saber te fez mais feliz? Então, foi por isso que não contei... -disse e desviou o olhar para Harry.

Harry desviou o olhar, era por isso que ele saíra daquele jeito então... Sirius sabia da profecia, por isso se arriscara a ir ao ministério...

-Harry?

-Quem te contou?- o olhou.- Sobre ela?

-Seu pai... um dia... pouco antes de tudo.

-Ah...

Engraçado... pensando bem deveria ter sido bem difícil... seus pais... tanto que ambos acabaram por partilhar o fato com os melhores amigos... Morgan e Sirius, ambos sempre souberam...

-Isso leva a questão do jovem Draco e Narcisa.- disse Dumbledore.

-Snape.- completou com um sorriso torto.

-Isso ainda me surpreende... Bom é uma felicidade que o rapaz tenha puxado a mãe...

-Sirius...- censurou Lupin.

-Isso não o faz mais feliz, lhe garanto.- Harry disse olhando o padrinho.

-O quê quer dizer?- perguntou Dumbledore.

-Que Draco provavelmente preferiria não se parecer com ninguém no momento... deve ser um pouco confuso... bem confuso...

Dumbledore ascentiu, com um quê de preocupação no olhar.

-Confuso é ele realmente não se parecer com o pai...- ponderou Lupin.

-Culpa daquela mãe francesa da Narcisa, Pelo jeito era veela como insinuava a Morgan.

Dumbledore o olhou, Lupin tinha uma cara de espanto.

-Ora, Narcisa e Belatriz eram meio irmãs por favor! Narcisa nem se parece com a gente! Nem o nome tradicional da família deixaram meu tio colocar nela... quem era a melhor candidata e ser expulsa da família depois de mim?

-É... Belatriz usou isso contra ela, ela parece achar que foi Belatriz que matou a mãe também...- Harry disse com a mão na cabeça.- mente dela estava uma bagunça...

-Você viu?- Dumbledore o olhou preocupado.

-Quando a curei...- disse olhando Dumbledore.- Uma bagunça, ah... você nem imagina a cara do pai e filho quando os apresentei, acho que não devia ter feito, mas ela pediu muito, estava com medo de morrer e ele não contar...- reprimiu um gemido dolorido, as lembranças de Narcisa doíam na sua cabeça.- Eram vampiros que a torturaram?

-Como?- Lupin se ergueu.- Vampiros aqui?

-Infelizmente, sim.- disse Dumbledore.- Estão reunidos sob ordem de antigos, como Harry nos avisou no ano anterior, unidos a Voldmort.

Harry se surpreendeu, podia sentir uma irritação instintiva emanando de Lupin.

-Acalme-se Remo. Não estão "aqui"!- disse Sirius.

Mas Harry ainda achava estranho ver Remo com o olhar quase furioso, um olhar que dava medo, dava pra sentir o lobo por trás daquela raiva instintiva, o pior era que o lobo o irritava também e o motivo para se sentir coagido por aquilo lhe era muito estranho uma vez que gerava uma repulsa muito diferente da normal sensação de ligação que tinha com o ex-professor.

-Acordem vocês dois. Não há nenhum vampiro por perto.-disse Sirius.

-Desculpem não sei o que foi, que me deu.- disse Lupin voltando ao normal.

-Reação normal Lupin.- disse Dumbledore.- Muito normal.

-Eram vampiros que o cercaram...- Harry disse vagamente, ainda incomodado pela recente agressividade emanada por Lupin.

-Sim, guardavam os manuscritos de sua mãe, junto com os restos mortais de seus pais em um lugar muito protegido.

-Os manuscritos.- repetiu.

-Estão sendo avaliados por Morgan agora.- disse Dumbledore firmemente ao perceber seu interesse.-Vejo que está exausto Harry, Sirius contou sobre o seu resgate, e vejo que recuperou Hangorn.- apontou a marca em seus peito.- Mas eu acho que não devia deixá-lo entrar...

-Está fraco por causa da maldição...

-Mesmo assim, Harry me preocupo com esses desmaios, me preocupo desde que fez os Longbotton retornar, cuide-se mais Harry, não deixe chegar ao ponto que chegou no ano passado.

-Não se preocupe.-disse concordando.- Vou maneirar.

-Agora, descanse, Lupin, Black, acho temos coisas a conversar... muito a conversar...

Sirius ainda lhe deu um tapinha na cabeça antes de sair, era bom vê-lo ali... vivo de novo, era bom, Harry se recostou na cama e adormeceu quase imediatamente.

Um som de rangido e então abriu os olhos para se perder num tom de mel, sorriu.

-Hum... onde estava que demorou para vir pra cá?- aproveitou para puxá-la para a cama.

-Você!- ela lhe deu uns tapas no peito em cima da marca de Hangorn.- Você sai por aí e me deixa pra trás! Como se a professora Minerva fosse nos deixar sair atrás de vocês depois de quase enfartar de susto ao perceber que você e Neville sumiram!

Sorriu, ver aquela expressão de fúria divertida na cara de Hermione valia todos os resgates do mundo.

-Ahha... como se eu fosse levar você para resgatar o malfoy... ah... não é bem... que se dane! acho que tem um jeito melhor de deixá-la feliz!

E dessa vez ela não lhe bateu, pelo contrário... ah e pensar que não fosse tudo aquilo estariam na sala da Ad... e... melhor não pensar nisso...

-Harry...- Hermione sussurrou.- Eu te amo.

Segurou o rosto dela.

-E eu te amo muito.

Ah... o que ela estava fazendo puxando aquele lençol? Ela olhou a porta. Bem da porta era uma questão de mão, esticou a mão para a porta.

-HARRY TIAGO POTTER! HERMIONE GRANGER! É melhor estarem comportados aí em cima!

Os dois se olharam, só podia ser um Karma... um castigo divino, e no meio da casa cheia! Ia matar a mãe do Rony!

-Ah! Que saco!- disse sinceramente.

Hermione riu, riu e sentou na cama.

-Que m... na verdade.- disse com uma expressão de desapontamento divertido.

-O que vocês dois estão fazendo?- perguntou Molly da porta.

"já ouviu falar em namorar?...Caramba Molly." Harry pensou ao ver Hermione rindo sentada na cama.

-Estamos conversando.- disse Hermione.

-Sei.- disse Molly os olhando.

-Ora deixe os dois em paz.- disse a voz rouca da porta.- Os dois... ah, eu imaginei isso Harry!

Não sabia qual expressão era melhor, a de divertimento de Sirius empurrando Molly ou a de espanto de Hermione que segurou seu braço.

-É o Sirius! Harry é o Sirius!

-É Mione! Eu sei... tirei ele do véu ontem á noite eu acho...

Ela o olhou.

-Tirou ele do véu.- ela estreitou os olhos.- COMO ASSIM TIROU ELE DO VÉU?

-Ah... é uma longa história, minha vida... não podemos pular a parte que você briga comigo?

-Eu devia enforcar você nesse seu cabelo! Harry! Aposto que você se meteu a fazer tudo sozinho!

"Lembrete, não contar para a Mione como foi que tirei o Sirius do véu..."

-A Morgan me ajudou...

-A Morgan?!- ela pulou da cama como se tivesse levado um choque.

"UGH! Lembrete: Não esqueça que ela morre de ciúmes da Morgan!"

-Ei aonde você vai?- perguntou ao vê-la dar as costas.

-Ver o Neville...- ela respondeu friamente.

-COMO ASSIM VER O NEVILLE?!!!- se pôs de pé num pulo.

-É ele é meu amigo sabe?- ela saiu pela porta.

-Espera aí Mione, vamos conversar!

-Vai conversar com a Morgan!

-Ah! Não comece!

Ela se virou e lhe deu um olhar que o fez parar no corredor, se virou e bateu na porta do quarto da família de Neville, entrou com um sorriso "E aí Neville como está?".

-Ah!- exclamou irritado.

-Ciumenta?

Se virou para olhar a cara divertida de Sirius.

-Um pouquinho...

-Eu ouvi o nome da Morgan?

"Lembrete: parece que o Sirius e a Morgan tem algo... pule fora!"

-Encucação da Mione... por causa das aulas sabe?

-Ah...- ele sorriu e enfiou a mão em seu ombro.- Imagino que seja pressão da concorrência.

-Não é encucação mesmo.- se virou olhando a porta.- Meu amigo... o Neville vai ver o meu amigo se ficar animado com a idéia...

-Opa... ouvi o nome do Neville.- Disse Rony subindo a escada e parando ao ver quem estava rindo muito da cara de Harry.-Sirius?!

-Olá Rony.- sorriu Sirius.- A propósito ouviu o nome do Longbotton sim, parece que a Hermione foi dar um olá para ele, não é Harry?

-Não tem graça Sirius!

-Como assim?- exclamou Rony.- Ei! Ele que não enfeite a testa da minha irmã!!!

Sirius olhou a expressão do ruivo com uma cara de que gostaria muito de imaginar o que a Gina faria ouvindo aquela conversa.

-A Gina...- Sirius falou devagar olhando Harry

-Ah, acho que não...- disse Harry.- Ah! Acho que tá na hora de ver como ele está sabe?!

Só pra garantir... que ele está bem...

-Só se vista antes... ou gostou de andar com essa coisa.- Rony apontou a calça.

-Realmente tive muitas dúvidas ao ver o filho de Pontas andando por aí de saia...- Sirius o olhou com uma falsa expressão de censura.

-Não tenho culpa de ter uma namorada maluca... e isso é uma calça... não tenha idéias esdruxulas...- resmungou entrando no quarto e procurando uma de suas roupas velhas.

Nunca tivera lembrança da casa estar tão cheia de bruxos... ela estivera cheia quando os Dursleys e os Evans estiveram lá mas nem perto daquilo... Snapes, Longbottons, Weasleys... inclusive Carlinhos e Hagrid que estranhou muito o tamanho de Harry, assim como Sirius e Morgan que haviam discutido mais umas sete vezes antes do café... Lupin e Thonks que tentavam em vão acomodar toda aquela gente... pareciam mesmo um pouco incomodados com tão recente invasão de sua privacidade, Harry pode perceber...Hermione finalmente havia acabado com aquela crise sem graça de ciúmes... Dumbledore havia regressado a Hogwarts, mas voltaria, havia marcado uma reunião da Ordem naquela manhã mesmo, isso queria dizer... pelo menos mais uns dez bruxos aparataram no Largo aquela manhã entre eles, Emelina, Dédalo, até cumprimentou Quim e Mundongo Fletcher.

Em resumo... gente demais para seu gosto.

Fechou a porta do aposento e colocou a mão na cabeça, Voldmort estava malditamente irritado e enchendo sua paciência, sofrer em antecipação era pior que o ataque em si, pensou enfiando a testa na porta.

-O que foi Potter? Pânico de multidão? Já começaram a pedir autógrafos?- disse a voz arrastada.

-E você? Se escondendo porquê?

-Sabe meus motivos...- Draco falou baixo.

Se virou, sentindo-se nauseado... odiava essa sensação... o pior era a cara de Malfoy, não havia parte dele que não parecesse arrebentada... não fisicamente, mas de resto.

-Eu disse uma vez... se você se sente enganado, traído...

-Me poupe de seu cinismo... Potter.

-Não estou sendo... ah esqueça!-sentou-se numa cadeira.

O rapaz revirou os olhos, olhou em volta a salinha estranha até para Harry e abriu o piano...

-Você teve medo de morrer quando foi seqüestrado por... por...

-Voldmort?-disse fechando os olhos ao sentir a cicatriz agulhar.

-Potter!-Draco fechou o piano.

-Prefere Lorde das trevas? Estou enjoado-de-saber-quem? Ou Tom Riddle mesmo?- perguntou irritadamente.

-Você acha isso divertido? Te faz achar mais esperto?- o outro enfiou o cotovelo no piano fechado.

-Não... saber que ele é humano diminuiu o medo... ou acha que eu não tenho medo? Como você teve? Medo de morrer é natural... até pra você Mal... ah... desculpe.

-Não se desculpe.- Draco disse ainda olhando o piano.-É engraçado até.

-Engraçado... como assim?

-Não houve um dia que eu não amaldiçoasse Lúcio Malfoy... por ser aquela criaturinha tão rasa de sentido... imagino muito aquela cara de decepção dele por não ter podido me matar... Pobre Lúcio.

-Você o admirava... não é errado... você não sabia...

-Cala essa boca Potter! Você não faz a menor idéia!- ele disse dando-lhe um olhar frio.

-Você devia agradecer Draco... não parou pra pensar? Sua mãe é uma mulher extraordinária e forte, seu pai é um dos maiores bruxos que eu conheço.

Ele o olhou surpreso.

-Pelo jeito você é um dos maiores mentirosos da história...- disse com um sorriso enviesado.

-Não estou mentindo... mas te enfio um Cruciatus se espalhar que eu elogiei seu pai.

-Acredito que faria isso, agora acredito.- disse reabrindo o piano.- Sabe o que é irônico Potter?

-O quê?

-Eu sempre quis ser filho de Snape... sempre o admirei.- retirou o feltro de cima das teclas.

-Poucas pessoas tem desejos desse tipo realizados... Snape.- disse sem evitar rir.

-Draco Agustus Snape, Potter... soa melhor que Malfoy não?- tocou duas notas graves.

-Questão de gosto.- disse sentindo outra pontada, essa sim mais dolorosa.

-Inveja Potter?- testou mais uma dúzia de teclas.

Se calou... um pouco? Talvez. Afinal recentemente estava vendo famílias se reunirem... tinha muito medo de vê-las destruídas antes de encerrar essa guerra. Inveja do fato que se reunir com sua família envolvia apenas recuperar as cinzas de seus pais, em poder de Dumbledore, as cinzas que nem chegara a ver ainda.

-Sem palavras Uh?- continuou tocando.

-Bach é trouxa sabia?- disse de olhos fechados.

-Bom, os trouxas tinham que servir para alguma coisa, não acha?- disse continuando a tocar.

-Quando Serin lhe ensinou círculos místicos?

-Nas férias é que não foi Potter...

-Se não quer responder...- “caramba... isso dói!” sentiu a cicatriz e se levantou.

-Uh... o que foi Potter? Parece até que não gosta de música...

-Sua música é o menor dos meus problemas...- disse sério.- Devia descer... acho que Dumbledore está a caminho.

-Vidente agora Potter?

-Ora... não seja tão irritante.-disse abrindo a porta.

-Sabe a escuridão que os guardiões sentem em Hogwarts, Potter?

O olhou.

-Aquilo que os despertou.

O que Rony me falou... pensou e olhou o loiro seriamente.

-Griffin também pressentiu, por isso não se sincronizou com você.

-O que quer dizer?

-Parte dessa escuridão vem de você.- disse ele o olhando.- Os guardiões não se aproximarão mais de você. Eles tem medo.

-Pare de brincadeira.

-Não estou brincando Potter... eu sinto, pude sentir em hogwarts naquela masmorra, pude sentir quando você enfrentou Lúcio... você carrega essa escuridão com você.

-Muito engraçado, obrigado pelo aviso.- disse passando pela porta.

-Se enganar, não vai salva-lo!- disse o outro lá da sala.- O que foi Potter? Medo de assumir-se um bruxo das trevas?

Deu meia volta e a despeito do que sentia de dor na cicatriz ergueu o outro pela camisa sem problemas.

-O quê? Repita isso!

-Medo de assumir-se um bruxo das trevas? Você não me engana Potter... escute bem, os guardiões irão mata-lo antes que vire a casaca.

Apertou ainda mais a camisa naquele pescoço, “Mal-agradecido! Maldito! Devia deixa-lo morrendo!”

-Engula essas palavras Snape... engula-as agora...

-Engoli-las não vai apagar a verdade... foi o que Serin me disse... você carrega as trevas consigo desde que eu sei... e pude ver isso... o que vai fazer com ela é problema seu... mas eu estou avisando Potter, os guardiões o matarão assim que tentar dominar Hogwarts.

-Por um acaso o excesso de Cruciatus lhe fundiu o cérebro? Serin é louco se algum dia pensou que quero algo com Hogwarts, está transferindo seus delírios pra mim por um acaso?

-É só um aviso... em nome da ajuda que me deu... se essa escuridão não é sua Potter, veja o que anda contigo.- Draco disse ainda o encarando.- Veja bem antes que isso o devore.

Largou o sonserino, não precisava de mais fantasmas, nem de insinuações de um despeitado amargurado com a vida... se encararam.

-Nunca estive de seu lado Potter, mas estive aliado a você de uma forma ou de outra... por causa de Dumbledore e meu verdadeiro pai... vou avisa-lo de novo, essa escuridão que o atacou na lua negra é muito grande.

“Lua negra.”

-O que sabe sobre aquele incidente?

-Dumbledore não conta nada pra você... você imagina o motivo?

-Não é importante.

Draco soltou um riso cínico.

-Ele tem medo... medo que você fique como ele.

-Voldmort me disse a mesma coisa no ano passado.- disse olhando a careta do sonserino ao escutar o nome do bruxo.

-Ele devia ter seus motivos... não acha?

-Essa conversa acaba aqui.- disse ao escutar Molly chamando todos.- Vamos descer, mais tarde... falaremos com Dumbledore... você vai repetir isso.

-Esqueça Potter, Os guardiões não concordam com Dumbledore em tudo.

-E você?

-Eu? Eu não tenho nada a dizer a Dumbledore!- disse se desvencilhando e indo para a porta.- Não será ele a por fim nisso tudo.

“Isso eu sei!” pensou olhando o outro se afastar no corredor.”O que foi isso afinal?”

Se dirigiu a cozinha como todos.

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