Bellatrix Lestrange: Amor dest

Bellatrix Lestrange: Amor dest



CAPÍTULO II.

BELLATRIX LESTRANGE: AMOR DESTRUTIVO

Pela segunda noite consecutiva, eu não conseguia dormir. Eu não conseguia pregar a porcaria dos meus olhos, tudo por que, todas as vezes que eu o fazia, aquele maldito rosto começava a pairar sobre mim, como uma droga de assombração que nunca me deixava em paz.

Maldito! Maldito seja ele!

Como ele ousava invadir os meus sonhos e pensamentos? Aquele... maldito mestiço! Ah, como o odiava!... E o amava!

Exasperada e sem sono, levantei-me. Olhei para o meu lado.

O meu marido estava lá, dormindo, alheio a tudo que se passava na minha cabeça. O odiava também! Ele que nunca me deixava em paz, ele que tinha sido escolhido pelo meu pai para passar todas as noites do resto da vida comigo... Como eu me sentia suja ao seu lado!

Mas não importava... Não naquela noite.

Naquela noite, eu precisava ver o homem da minha vida.

Sem me importar com nada, corri para o banheiro e deixei a água quente correr pelo meu corpo enquanto perdia-me em pensamentos.

Como aquele maldito Snape ousara ter um caso com Narcissa? Logo com a minha irmã! A minha própria irmã! Era ultrajante! E, com certeza era em mim, e apenas em mim, que ele pensava enquanto passava aquelas mãos grandes e finas pelo corpo daquela vadia! Apenas em mim! Eu, Bellatrix, o amor da sua vida!

Ah, Severo... Por que você fazia isso comigo?

Saindo do banho, comecei a me vestir rapidamente. Um vestido vinho... A cor que tantas vezes ele dissera que me caía bem! Um vestido decotado, pois eu tinha que estar estonteante. Uma discreta bolsa preta, onde poderia esconder os meus cigarros.

No dia seguinte, por volta das seis da tarde, a minha irmã estaria indo vê-lo. Sabia, pois tinha visto isso naquela maldita agenda...

Ah, que decepção... Se Cissy poderia estar com qualquer outro homem, por que ela teve que escolher logo Snape? Ele não era bonito, nem agradável, nem rico e tampouco tinha sangue-puro! Como Narcissa tinha coragem de dormir com um mestiço? Ela não sentia nem um pouco de asco?

E porque ela tinha que dormir logo com o meu mestiço?

Só meu...

Meu Snape. Meu amor e meu ódio. Mas meu.

No dia seguinte... No dia seguinte eu acabaria com esse caso torpe dos dois.

Sem conseguir me manter sã, peguei um cigarro e o traguei lentamente, sentindo a fumaça escura estragar os meus pulmões. Terrível vício... mas o que eu poderia fazer? Estava nervosa e não tinha nem um pouco de vontade de deixar a nicotina. Ela me fazia bem... E, além de tudo, com aquele meu trabalho na guerra provavelmente não viveria tempo suficiente para morrer de câncer.

O cheiro do meu cigarro mentolado acordou Rodolphus. Eu senti asco ao olhar para aquele maldito.

- Odeio quando você fuma.

Eu involuntariamente torci o meu nariz.

- Eu odeio quando você tenta, sem sucesso, me censurar. Vou sair.

Rodolphus imediatamente se levantou da cama. Eu já podia ver a fúria se espalhar pelo seu rosto, deformar as suas feições... E eu apenas me divertia com aquilo. Se tinha uma coisa que eu aprendi sobre ele depois de tantos anos de casada era que Rodolphus simplesmente não suportava a idéia de ser corno... Coitado... casou com a mulher errada!

- Não vai.

- Vou. E você não tente me impedir, Rodolphus.

- Vai para onde?

Eu sorri, não resistindo à idéia de provocá-lo. Abaixando-me para evidenciar o meu decote, eu disse, tentando soar doce:

- Vou dar para alguém que tenha o pau maior que o seu, meu amor.

E eu saí de casa antes que ele pudesse ter tempo de pegar a varinha e me matar... Certamente teria problemas quando voltasse... Mas não podia me furtar de fazer uma loucura, já que tinha conseguido me manter na linha por tanto tempo...

O sorriso debochado ainda dançava nos meus lábios quando aparatei bem naquela floresta no meio do nada, onde eu sabia que Severo estava se escondendo.

Um chiqueiro.

Andando com os meus passos felinos, caminhei até a portinhola daquele casebre.

Bati na porta. Queria tanto ignorar as batidas furiosas do meu coração...

E poderia jurar que tinha um sorriso se formando nos lábios dele quando abriu a porta. Certamente pensara que seria minha irmã – eu constatei com dor. Forcei-me a sorrir quando a sua expressão de felicidade morreu e foi substituída por uma fina linha labial que não poderia indicar nada, senão desagrado.

- Ah. Bellatrix.

Era impossível olhar aqueles olhos negros sem sentir um arrepio passar pela minha espinha. Como eu conseguira resistir por tanto tempo?

- Snape. Eu certamente não espero ter sequer metade da... erm... hospitalidade que você dispensa à minha irmã, mas espero ao menos ser convidada para entrar.

Sem dizer uma só palavra, mas fazendo questão de bufar audivelmente, ele se afastou da porta para que eu pudesse entrar.

Por que ele fazia questão de deixar claro que eu não era bem vinda? Tanto tempo... Tanto tempo tinha se passado desde a última vez em que ele se sentiu feliz de abrir a porta da sua casa e da sua vida para mim... Tanto tempo eu passei sem sentir a maciez da sua voz... Eu sentia falta. Merlin, como sentia falta!

Embora nunca admitisse.

Meu amor. Meu amor. O maior erro da minha vida, esse amor. Mas amava, mais que tudo e que todos. E me sentia tão bem quando estava ao seu lado, sentindo-o...

Eu tinha que continuar com o plano. Precisava tirar todos aqueles sentimentos do meu peito e agir friamente, como sempre fazia. Não podia deixar que ele continuasse com Narcissa! E tinha que olhar para outra coisa que não fosse aquelas costas largas – agora cobertas por camadas e camadas de tecido negro – e imaginar as minhas unhas cravadas nela.

Então olhei para o lugar.

Uma reles cabana pobre, que em nada combinada comigo... Mas que caía perfeitamente numa ralé, como ele.

- Isso foi o melhor que o Lorde conseguiu para o exímio assassino de Dumbledore? Eu não fiz tanto e estou numa mansão.

- Não gostou do lugar? – Ele perguntou, com a voz aborrecida.

Eu sorri sarcástica, jogando a minha bolsa em qualquer lugar.

- Adorei! Agora finalmente entendo o motivo que levou Cissy a agir de forma tão estranha: essa cabana! Não sei se já vi alguma coisa mais sexy do que isso.

Ele me ignorou, sentando-se num sofá.

Odiava aquele olhar de desprezo! Como se ele pudesse, algum dia, me desprezar!

- O que você está fazendo aqui, Lestrange?

Ele tinha que mencionar a única pessoa que eu não gostaria de lembrar? Odiava quando ele me chamava pelo meu nome de casada... Black soava muito melhor, vindo dos seus lábios.

- Vim conversar.

Ele apontou uma cadeira de frente a ele.

- Sente-se.

A verdade é que aquela idéia já tinha se passado pela minha cabeça, mas, sinceramente, aquele casebre era tão pobre que chegava a me enojar. Com certeza aquela cadeira estava muito abaixo do mínimo de conforto que eu merecia.

Mas, se precisava conversar, melhor que tivesse um lugar para sentar. Não podia se pior que Azkaban, afinal... E se até a ela eu me acostumei.

Com os lábios crispados, eu me sentei de frente a ele. Estávamos, de certa forma, bem próximos... O meu joelho tocaria no dele se eu me movesse só um pouquinho... E aquela era, certamente, a maior proximidade que tínhamos compartilhado em algum tempo. Não queria reconhecer que as
minhas mãos estavam suando e o meu coração parecia querer pular do peito.

- Agora me diga – ele começou, colocando aquele irritante ar indiferente e superior, como um professor dando aula para um monte de crianças retardadas. – O que lhe traz aqui?

Tinha quer ser venenosa. Ninguém me intimidava, nem mesmo ele.

- Minha irmã. Soube que você anda comendo ela.

Ele apoiou-se em suas pernas, inclinando-se para perto de mim. Bem perto.

- E...?

Então ele queria jogar? Pois bem. Eu entraria em seu jogo. Sabia que ele facilmente sucumbiria e faria qualquer coisa que eu quisesse. Ele me amava. Ele me adorava.

Repeti o seu gesto, inclinando-me e deixando o meu rosto bem perto do dele. O meu coração passou a bater tão forte que, se ele prestasse atenção suficiente no meu pescoço viria a minha veia pulsante denunciar o quão nervosa eu estava. Lutando contra a urgência de me jogar em seu pescoço e matar de uma vez por todas essa saudade que me consumia, eu disse, mantendo o rosto com uma leve expressão sádica.

- E ela é casada. E ela não é uma piranha. E eu quero que isso pare.

O lábio dele se modificou numa infame curva. Como eu queria que, apenas uma vez, ele demonstrasse que estava perturbado! Por que eu tinha certeza que ele estava! Eu estava lá, afinal. E ele sempre se perturbava com a minha presença.

- Você era casada e eu lhe... usando seus próprios termos comia, também. Isso faz de você o que, Bella? Uma piranha?

Obriguei-me a abrir um dos meus conhecidos sorrisos sádicos, quando, na verdade, o que eu queria era chorar como um bebê quando ele aproximou-se mais de mim, deixando nossos rostos tão próximos que eu conseguia até sentir o seu hálito quente e doce em mim.

Ah, como era difícil... Acho que por isso nunca ficamos juntos: éramos demasiados orgulhosos e falsos para parar de fingir e aceitar a nossa derrota.

- Sim, isso faz de mim uma piranha. Só as piranhas dão para mestiços.

- Piranhas... e a sua irmã.

Eu senti um quê de vitória quando ele levantou-se. Não agüentou a proximidade. Eu tinha sido mais forte, daquela vez. Ponto para mim.

Severo começou a andar pela cabana até alcançar uma garrafa de uísque de fogo e servi-la em duas taças.

Entregou-me uma... pura, sem gelo. Forte e amarga, exatamente como nós.

- Minha irmã é apenas uma pobre sonhadora. Você a seduziu.

- Ela é bem grandinha para se deixar levar por uma sedução, Bella. E eu acho que nós dois sabemos que eu jamais tocaria na mulher de Lúcio, a menos que ela não tivesse deixado bem claro o que queria.

Eu dei de ombros, levantando-me também. Aproximei-me dele tanto que os meus seios arfantes tocaram-lhe o peito. Regras da sedução. Ele imediatamente abaixou o olhar para o meu indiscreto decote, exatamente como eu sabia que ele faria.

- É claro que eu acredito que você a seduziu. Severo, você nunca teve apego pelas suas amizades. Afinal, me comia, a mulher do seu grande amigo Rodolphus, e agora come Cissy, mulher do seu grande amigo Lúcio.

O seu olhar finalmente desviou-se dos meus seios de volta para os meus olhos.. e... oh, não!

Por que seus olhos tinham que brilhar daquele jeito quando me olhavam? Eu fiquei sem jeito... mas cheia de desejo.

Minha vez de desistir. Ponto para ele.

Desviei os meus olhos, amaldiçoando-me, e fui até a garrafa de uísque de fogo, servir-me de mais uma dose.

Ouvi a sua voz perigosamente suave soar de trás de mim, da minha nuca, causando-me um inconfundível arrepio na espinha. Não pude conter o suspiro e um gemido rouco que escapou dos meus lábios.

- Com você foi diferente. Lembre-se que Rodolphus nunca lhe teve como eu tive, você mesma disse. Que fazer amor com ele nunca foi tão bom quanto fazer comigo... Tecnicamente, Bella, você é muito mais minha do que dele.

Desisti de novo. Dois a um para ele.

Afastei-me, caminhando para o sofá, ainda sentindo-me entorpecida pela sua voz. Sim, eu era sua! Completamente sua!

Tentei voltar a ficar com o rosto duro, como sempre. Disse, ensaiando o meu sorriso sarcástico enquanto bebericava do líquido âmbar.

- O assunto em pauta aqui não sou eu e você, Severo. Mas Narcissa e você.

Ele sentou-se ao meu lado. Parecia adivinhar o quão pequena eu estava me sentindo, o quão perto eu estava de perder o jogo... Aquele maldito jogo de gato-e-rato, onde quem sucumbisse ao desejo primeiro perdia.

A sua mão pousou sobre a minha mão e acariciou. Maldita hora que voltei para ele! Agora era certo que alguém perderia o jogo. Pelo menos poderia tentar fazer que não fosse eu.

Fiz com quem ele me soltasse a mão e percorri a minha pelo braço dele. Vi os seus olhos ficarem cegos de desejo... era tão fácil. Sempre fora. Ele me amava tanto, me queria tanto... A minha mão parou sobre o seu pescoço e eu aproximei o meu rosto. Ajoelhei-me no sofá e fiz uma das minhas pernas deslizar dentre as pernas abertas dele, até que o meu joelho encontrou o seu sexo, que já estava tão preparado para mim. As minhas mãos deslizaram pelo peito dele e eu me aproximei mais para que os nossos lábios ficassem quase se roçando... Quase. Pois se eles roçassem, eu perderia o jogo.

Ele segurou a minha mão que estava em seu peito e a levou até o seu membro. E o toquei e acariciei com gosto, sentindo em meus lábios o suspiro rouco que saiu dos dele. As suas mãos foram para as minhas pernas quando ele emitiu o seu primeiro gemido disfarçado.

Com a voz rouca de prazer, ele murmurou:

- Bom, Bellatrix, repetindo as suas palavras, eu não sei se já vi alguma coisa mais sexy do que isso.

Então, ele segurou-me pela cintura e deitou-me no sofá, como se eu fosse leve como uma criança. – ponto para mim. Dois a dois.

Colocou-se entre as minhas pernas e começou a se mover, roçando o seu membro rijo em mim e, repetindo o meu próprio ato de deixar os lábios bem perto dos meus, quase roçando.

E eu me rendi. O beijei, como há tanto tempo queria, ansiava, necessitava. Eu quase pude ver o sorriso satisfeito dele por ter ganhado o jogo, mas não me importava.

O meu coração aprecia querer explodir, eu o amava! Intensamente, loucamente, desesperadamente!

E eu o deixei me amar o quanto que ele quis. Durante a madrugada, até que os nossos corpos, cansados, não mais agüentavam... E assim que nós acordamos, pela manhã...

E, agora que eu já estava lá, não sairia, não antes de...

A noite já começava a cair, quando o meu propósito finalmente concluiu-se.

Eu o seduzia... Estávamos num delicioso prelúdio para o sexo, quando ouvimos a porta se abrir.

Eu sorri, tragando mais do meu cigarro, enquanto ele ficava tenso.

Logo vimos o belo rosto da minha irmã completamente perplexo. O sorriso que veio ao meu rosto foi imediato, assim que eu cheguei à conclusão que, de fato, não teria mais condições para aquele sórdido caso continuar depois dela ter visto o seu amante na cama com a própria irmã.

Sem me preocupar em cobrir o meu corpo nu, ajoelhei-me à cama e, ainda sem tirar o infame sorriso do rosto, disse:

- Cissy, preciso lhe dizer uma coisa, mas não sei como... Severo, você é sempre tão articulado; por favor, poderia explicar a situação?

XxXxXxX

Reviews, por favor.

Bjus para a Shey, que betou.

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