Narcissa Malfoy: Paixão incont

Narcissa Malfoy: Paixão incont



Todos os personagens que você reconhecer pertencem à J. K. Rowling. Eu não quero nem vou lucrar com o que escrever.

Fanfiction escrita para o SnapeFest 2006.

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TRIÂNGULO

Gabrielle Briant

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CAPÍTULO I.

NARCISSA MALFOY: PAIXÃO INCONTROLÁVEL

Mais uma vez, apoiada no parapeito da enorme sacada do meu quarto na Mansão Malfoy, eu olhava o sol se pôr. Os tons avermelhados do crepúsculo refletiam-se no meu rosto e me davam a impressão de que até os céus queriam esconder os meus olhos cheios de melancolia. Quantas vezes mais eu teria que ver tal espetáculo da natureza assim, enclausurada?

Eu pensava que a minha vida fosse mudar completamente depois da prisão do meu marido, Lúcio... Pensava que a minha família teria que fugir o tempo inteiro, se esconder do mundo, quando ele finalmente fugisse daquele inferno nomeado de Azkaban... Mas não. Tudo voltou a ser quase exatamente como era antes da sua condenação. Dinheiro compra tudo... E, apesar de todo o Ministério assegurar à população intranqüila de que estavam no encalço do meu marido e dos demais Comensais foragidos naquela fatídica noite, ele poderia ser encontrado bem ali, naquela mansão... Se descesse as escadas poderia encontrá-lo, bem como os tão “procurados” Draco e Bellatrix.

Suspirei, sentindo a fraca luz incomodar meus olhos.

Era justo exigir que uma mulher como eu agüentasse aquela vida? Aquela vidinha chata, aristocrática... Às vezes, quando o tédio do prestígio e do dinheiro tomava conta de mim, me deixando ligeiramente depressiva, eu pensava que tudo que precisava era uma boa diversão... Uma noite louca... Qualquer coisa que me livrasse daqueles enfadonhos chás com dondocas.

E eu tinha essas diversões.

Tentei evitar o sorriso que teimava em dançar nos meus lábios e o calor repentino que tomou conta do meu coração. Deixei a sacada e fiz o meu caminho para o escritório, no andar de baixo.

Lúcio estava na sala. Meu querido marido não fez questão de esconder uma ligeira sombra que passou pelo seu olhar e um semblante claramente desconfiado ao ver-me bem-vestida e pegando um casaco.

- Vai sair?

Se eu sairia? Esse meu marido... Ele ainda não se habituara à vida fora da prisão, eu supunha... Três meses já tinham se passado desde a sua fuga, e ele ainda não percebera que eu estava saindo de casa naquele mesmo horário a cada três dias... Pobre Lúcio...

Até Draco já desconfiava que alguma coisa estivesse acontecendo... Meu próprio filho viera me perguntar se eu tinha um caso... Eu, naturalmente, neguei. Mas Lúcio... Às vezes eu chegava à conclusão que ele simplesmente não se importava... Se ele se importasse pelo menos um pouco, eu acho, preocupar-se-ia ao menos em me perguntar aonde eu tanto ia.

Estava convencida de que não havia mais amor na nossa relação... E tentava me convencer de que eu não o amava nem um pouco... Que o suportava apenas porque era conveniente... Ah... Mas todas as vezes que tentava pensar isso uma tristeza sem tamanho invadia meu coração...

- Vou, sim. Lúcio, eu não agüento mais isso! Essa casa está sendo como uma prisão para mim! Eu preciso sair... Mesmo que seja só para mostrar ao Ministério que não temos nada a esconder aqui!

E, fingindo se dar por convencido com a minha tão obviamente falsa exasperação, ele voltou o seu olhar para o jornal que vinha lendo. O olhar que Draco me enviou doeu. Ele desconfiava.

Mas eu não me importava...

Não no auge da minha loucura.

Sem querer passar um segundo sequer naquela, caminhei para o escritório. Lá estava a minha bolsa, e apenas de lá eu poderia aparatar para o meu destino – o resto da casa era protegida com feitiços.

E lá eu encontrei a minha irmã, Bellatrix, que olhava para a minha agenda aberta no dia de hoje.

Fiz barulho, para que ela percebesse a minha presença. Funcionou imediatamente.

- O que você está fazendo aqui?

Bella segurou a minha agenda, mostrando-a para mim, apontando para onde eu tinha marcado o meu compromisso de hoje.

- Cabana? Que cabana, Narcissa Black?

Meu coração imediatamente acelerou-se. Nunca consegui mentir para nenhuma das minhas irmãs, e isso já tinha me colocado em problemas algumas vezes. Involuntariamente, meus olhos desviaram dos dela e o meu rosto ficou muito sério.

Bella deu dois passos na minha direção. Eu podia jurar que via fúria em seus olhos.

Ela falou, mais asperamente.

- Responda! Narcissa, com quem você está se encontrando?

- Ninguém! – Eu disse, com pouca convicção. – Que pergunta! Eu sou casada, Bella!

Ela começou a folhear a minha agenda furiosamente, e, descontrolada, continuou:

- Ninguém! E que cabana é essa que você vai a cada três dias? Um retiro espiritual! – Vi com apreensão a minha agenda ser furiosamente largada no chão, enquanto Bella tomava o meu braço e me aproximava de si. – Só tem uma pessoa que eu conheço que está escondido numa cabana, Cissy! Você está com ele? RESPONDA!

Com os olhos marejados, eu já não tinha mais controle algum. Controle, talvez, era o que eu mais invejava em Bella: não importava a situação, ela sempre agia com frieza; sempre estava acima de todos os outros. A minha irmã mais velha sempre foi o maior exemplo de autoridade que tive. Eu era fraca demais para desobedecer Bellatrix... E, naquele momento, ela fazia questão de deixar claro para mim que queria que eu confidenciasse a ela os meus mais profundos e obscuros segredos. O meu braço doía tanto...

Com a voz chorosa, como eu poderia mentir?

- Bella, pare...! – Eu implorei. – Eu... Eu o amo!

E, como se tivesse recebido um forte golpe na cabeça, Bella me largou e cambaleou para trás, afastando-se de mim. Com uma expressão atônita no rosto, ela sussurrou:

- Como...? Você está dizendo que ama o Snape?

Eu mordi o lábio, tentando ler a expressão da minha irmã... Seria decepção?

Não, não poderia ser... Há muito tinha se passado o tempo em que Bella se decepcionaria com alguém – sobretudo comigo – por causa de Severo... A minha irmã tivera, há anos, um caso extraconjugal com ele, mas aquilo era passado! Já estava morto e enterrado...

Reunindo um pouco de coragem, porém com a voz um pouco menos firme do que eu desejava, disse:

- Estou. Eu acho que o amo.

Bella sentou-se. Não me olhava nos olhos.

- Cissy... Ele não ama... – Ela voltou a me olhar. Se bem conhecia a minha irmã, ela estava lutando contra as lágrimas. Isso cortou meu coração. – Ele não pode amar você!

- Ele me ama, sim. Ainda mais do que eu amo ele... Bella, eu nunca estive tão feliz!

A minha irmã se levantou.

- Não! Não há amor algum da parte dele! Nunca! Ele não é capaz de amar, Cissy! Você vai se machucar nessa história, minha irmã. Desde quando...?

Eu peguei a minha bolsa um tanto irritada. E por que ele não podia ter algum sentimento por mim? Só porque ele nunca chegara a sentir o mesmo por ela? Isso queria dizer que ele era insensível, ou algo assim?

Estava decidida a ignorar a minha irmã e ir ao encontro da minha felicidade.

- Três meses. Desde a festa de ano novo. Adeus, Bella.

Ignorando completamente os resmungos de Bellatrix, eu aparatei.

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Quando cheguei à frente daquela mínima cabana em meio às montanhas, ele já me esperava na porta. O seu semblante era tão diferente do que ele exibia a todos os outros: Tão relaxado, ao invés daquele homem sempre carrancudo... E o meu coração se enchia de alegria quando pensava que aquele semblante era só para mim.

Ah, Severo Snape.

Ele me olhou dos pés a cabeça... O seu olhar faminto, a sua expressão corporal dentre aquelas espessas vestes negras... Tudo deixava tão claro que ele queria, mais uma vez, me fazer sua.

E como eu poderia resistir?

Eu sorri, sentindo o meu coração disparar à mera visão daquele homem.

Tinha jurado para mim mesma e deixado bem claro para ele que, aquela noite de ano novo, em que Lúcio fugiu de Azkaban, seria a primeira e última vez que ficávamos juntos. Mas a nossa ligação era tão forte... Eu simplesmente não resisti e acabei engatando um caso com ele, ao mesmo tempo em que jurava fidelidade eterna ao meu marido.

Eu não sabia, sinceramente, se o amava de verdade... Mas quando estava com ele sentia-me tão bem... Era como estar num dia ensolarado... Seria isso amor? Não sei. Acho que nunca conheci o amor.

Eu me aproximei dele, segurei-lhe as mãos e apliquei-lhe um casto beijo nos lábios.

O mero toque me fez arrepiar.

- Narcissa.

Nos lábios dele, uma tentativa de sorriso.

- Severo...

Não era preciso dizer mais nada naquele momento: Sempre era assim. Nós nos cumprimentávamos e, então, ele me tomava em seus braços e me levava para o seu quarto.

E assim foi.

Sem mais uma só palavra, Severo me ergueu, colocando-me em seus braços e, lentamente, me levou para o seu quarto, para a sua cama e, gentil e sinceramente, me amou.

Tudo estava indo tão bem...

Tão maravilhosamente bem...

Como eu poderia imaginar que, dois dias depois, eu o encontraria na cama com a minha própria irmã?

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Reviews, por favor.

Bjus para a Shey, que teve a paciência de betar.

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