O COMEÇO DO FIM
-...Deixa ela em paz...me mate, mas não faça nada a ela!- exclamava um homem com um sotaque estranho.
- Você não está em posição de barganhar....vocês estão do lado deles e todos devem morrer!- disse uma pessoa que usava uma bata negra e uma máscara verde.
- Então eu lutarei!- exclamou o mesmo homem com o sotaque esquisito, porém antes que esse ao menos apontasse a varinha, a estranha figura que o enfrentava disparou um raio verde que o atingiu no meio de seu rosto. O ar fora puxado todo de seus pulmões, o seu sangue congelara e no segundo seguinte, o homem com sotaque estanho estava estatelado no chão, com os olhos vidrados, mais pálido que um crânio.
Seguido ao brutal assassinato um grito de mulher ecoou no ar gelado da noite, na qual nada mais se ouvia. A mulher, esposa do homem morto ao seu lado, sentia a morte se aproximar vertiginosamente dela, a cada piso daquela figura estranha a mulher sentia o seu coração bater mais forte.
A mulher se ajoelhou e em um gesto uniu as mãos e começou a implorar por sua vida, porém em uma língua diferente, não conhecida pelo comensal.
- Não adianta suplicar sua idiota! AVADA KEDAVRA!- berrou o comensal.
Assim como seu marido, a mulher caiu no chão, morta.
Passos de várias pessoas começaram a se ouvir ao longe, o comensal se escondera atrás de algumas árvores, enquanto as pessoas se aproximavam do local.
- Papa! Mère!- exclamou uma voz de mulher.
Fleur vinha correndo, ainda chorava a morte de sua irmã, logo atrás dela vinham Gui, Harry e Gina. Rony, Hermione e a Sra e o Sr.Weasley tinham ficado com os aurores mais perto da Toca.
- Vieram atrás dos dois?- perguntou o comensal que saía de trás das árvores.
- Amico...O que você fez com eles?- perguntou Gui.
- Weasley...quanto tempo?- ironizou o comensal- Veja pelo lado bom...você não tem mais sogros agora!- disse Amico dando um sorrisinho.
- ils sont morts!- exclamou Fleur desesperada.
- Seu...- ia dizendo Gui- ESTUPEFAÇA!
O comensal da morte desviou o feitiço.
- Você vai ter que fazer melhor do que isso...CRUCIO!
O feitiço atingiu Gui no peito...ele caiu no chão se estrebuchando de dor. Harry olhou para Amico e ele sentiu uma fúria, que nunca havia sentido antes.
- SECTUSEMPRA!- berrou Harry.
Vários cortes apareceram no corpo do comensal, que caiu no chão ensangüentado. Gina olhou para Harry com um olhar diferente, enquanto Fleur correu para ajudar Gui a se levantar. Amico ainda se estrebuchava no chão.
Fleur de repente soltou seu marido e correu um pouco mais para a esquerda e o que viu a deixou paralisada por alguns segundos, então ela deu um grito de horror misturado a um choro triste.
-Mère! Papa!- gritava Fleur.
A mulher havia se jogado no chão em cima de dois corpos, agora passara a chorar histericamente. Gui, mesmo aparentando estar com muita dor, se levantou e foi até Fleur. Harry e Gina foram atrás dos dois e quando chegaram próximos, Harry vira uma das cenas mais terríveis, Fleur jogada em cima dos corpos mortos de seus pais.
* *
Longe dali, no Ministério da magia, dois homens estavam de pé no salão de entrada, sozinhos.
- Fudge!
- Você? Como ousa? Entrar aqui...no ministério!- exclamou o ex-Ministro da Magia.
- Meus comensais estão atacando lugares estratégicos...logo, logo tudo estará acabado!- disse um homem com uma bata negra e uma cabeça tão branca quanto um crânio.
- Você não vai sair bem dessa!- disse Fudge corajoso.
- E tudo isso graças a você, Fudge... demorou para perceber que eu havia voltado!- exclamou uma voz com uma mistura de frieza e crueldade.
- O que você quer? Você não pode fazer nada aqui no ministério!- exclamou Fudge apavorado mirando diretamente nos olhos vermelhos de Lord Voldemort.
- Eu vim atrás do Ministro...mas encontrei você! Vou deixar um aviso para Rufus!- exclamou Voldemort.
- Exp...- dizia Fudge quando Voldemort rebateu se feitiço.
- Para que me desarmar, Fudge?- perguntou Voldemort.- Eu não preciso disso- disse o Lord jogando sua varinha no chão.
Voldemort apontou um dedo para o ex-ministro e um raio verde atingiu Fudge no coração. Cornélio Fudge caiu morto no chão. Lord Voldemort soltou uma risada que ecoou por todo o salão.
* * *
ATAQUE AVASSALADOR DE VOCÊ-SABE QUEM
Vários pontos do país foram atacados pelos comensais da morte, entre eles Hogsmead e a casa da Família Weasley que hospeda o Escolhido, nos quais foram encontrados um grande número de mortos.
Hermione lia em voz alta o profeta diário durante o café da manhã na casa dos Weasleys, com Harry, Rony e Gina prestando muita atenção. Todos estavam devastados, haviam presenciado uma cruel batalha na noite anterior, porém o que mais deixava Harry angustiado era o estado que Fleur se encontrava. A francesa parecia estar em estado de choque..perdera todas as pessoas que amava em uma única noite...Harry fez questão de prometer para si mesmo que Voldemort não passaria impune por isso.
- Nossa!- exclamou Hermione.
- O que foi?- perguntou Gina assustada.
CORNÉLIO FUDGE MORTO NA ENTRADA DO MINISTÉRIO
Os primeiros trabalhadores que chegaram hoje pela manhã ao Ministério encontraram o ex-ministro morto no chão do salão de entrada. De acordo com as informações divulgadas, o ex-Ministro parece ter sido morto pela maldição Avada Kedavra.
- Fudge está morto?- perguntou Harry assustado. Era verdade que aquele homem fizera tudo o que podia para desacreditar Harry há mais ou menos dois anos atrás, porém o garoto se sentia muito infeliz...várias pessoas estavam mortas e, agora, não pela primeira vez, o Ministério mostrara definitivamente que não sabia como lidar com Voldemort.
Hermione balançou a cabeça confirmando a pergunta de Harry, Rony parecia chocado com a notícia e Gina encarava a madeira da mesa da cozinha da casa dos Weasleys.
O clima na casa era funesto, Fleur em um único dia havia perdido seu pai, sua mãe e sua irmãzinha. Hoje seria o enterro dos três em uma clareira na floresta perto da Toca.
O Sr. e a Sra. Weasley, juntos aos membros da Ordem ( Lupin, Tonks, Shacklebolt, Moody) e de Gui, Fleur e os gêmeos esperavam na sala, enquanto Harry, Rony, Hermione e Gina se alimentavam.
Assim que os quatro acabaram, todos seguiram juntos até a clareira onde os Delacour seriam enterrados. Foi uma caminhada de vinte minutos. Harry pensara que apenas eles estariam lá, porém muitas pessoas quando viram Fleur chegar foram falar com ela. Pareciam ser parentes e amigos da família também.
Harry percebeu que a ocorrência de funerais estavam aumentando consideravelmente, lembrava que nunca havia presenciado um até o de Dumbledore há quase dois meses atrás...uma fúria parecia nascer de dentro dele, aquela mesma raiva e ódio que o tomaram quando atingiu o comensal...não sabia de onde isso vinha.
Harry olhou mais a frente e avistou um ao lado do outro, três caixões. Fleur se aproximou e colocou uma flor sobre cada um deles. A garota pareceu ficar tonta, porém Gui chegou mais perto e a sustentou.
Um homem, que Harry ouvira falar que era um Tio de Fleur se pôs a frente dos caixões e começou a falar algumas palavras em francês que o garoto não entendera. Em poucos minutos o tio de Fleur parou de falar e os caixões devido a uma nuvem de fumaça sumiram e no segundo seguinte só era visto três cruzes enterradas sob uma terra recém removida.
Gina apoiou sua cabeça no ombro de Harry, que a abraçou, Hermione chorava silenciosamente e Rony acariciava a cabeça da garota. Todos já estavam indo embora e os quatro se deixaram para trás.
- Acho que está na hora de nós partirmos...não acha Harry?- perguntou Hermione.- Não podemos mais adiar!
- Tem razão, Mione...vamos hoje!- disse Harry.
- E meus pais?- perguntou Rony.
- Vamos sair escondidos...enquanto sua mãe faz o almoço!- disse Harry.
- Gina pode distrair ela para gente!- disse Rony olhando para a irmã, que voltava para a casa de mãos dadas com Harry.
- Você é muito engraçado, Rony...eu vou com vocês!- bateu o pé Gina.
- Você não vai Gina!-disse Harry parando e olhando para a garota.
- Harry eu já lhe falei..eu vou!- disse Gina.
- Está bem...você vai com a gente!- disse Harry preocupado.
- Mas Harry...é muito perigoso!- disse Rony.
- Rony é perigoso para todos nós...é bom contarmos com alguém a mais!- disse Hermione seriamente.
Andaram em silêncio por mais alguns minutos, quando, enfim, chegaram na casa dos Weasleys. Ao entrarem ouviram a Sra.Weasley gritar para eles.
- Mudem as roupas...daqui a pouco o almoço está pronto!
Os quatro nada responderam e subiram as escadas...iriam se aprontar para viajar...sem data para voltar.
Mais tarde, no quarto de Rony, quando os quatro haviam arrumado mochilas com coisas que seriam úteis para a jornada, Harry, Rony, Hermione e Gina estavam sentados nas camas olhando um para a cara do outro.
- Então...vamos?- disse Harry encorajando os outros.
- Vamos- respondeu prontamente Rony.
Hermione e Gina apenas confirmaram com a cabeça. Os quatro se levantaram e desceram pelas escadas, quando chegaram na sala viram que a Sra.Weasley estava na cozinha, conforme o esperado.
- O que vamos fazer?- perguntou Rony.
- Não sei!- disse Harry, que olhou instantaneamente para Hermione, porém esta não sabia o que fazer...muito menos Gina.
- O que vocês quatro estão fazendo de mochila...vão viajar?- disse uma voz conhecida atrás deles.
Quando eles se viraram sentiram que a saída deles estava arruinada.
Harry abriu a boca para explicar para as duas pessoas que estavam a sua frente, porém Lupin o interrompeu.
- Eu sei o que vocês irão fazer!- disse o ex-professor.
- Nós sabemos, não é Remo?- disse Artur Weasley com seriedade.
- Sim, Artur...não podemos impedi-los...já são maiores!- disse Lupin dando um olhar sério e cansado.
- Rony se você acha que deve ir com seus amigos...não posso fazer nada, mas Gina...você vai ficar!- disse o Sr.Weasley olhando para sua filha mais nova.
- Não papai...eu vou!- disse a ruivinha.
- Não, Gina..você fica! Sua mãe me mataria...aliás, temos de ajudá-los a sair...se Molly descobrir...- disse Artur se virando para Lupin.
- Artur...você poderia distrair Molly, enquanto eu os levo até um lugar mais seguro- disse Lupin.
-Certo- disse o Sr.Weasley.
Ele agarrou o braço de Gina e a puxou em direção a cozinha, a garota se libertou do braço do pai e correu em direção a Harry e lhe deu um beijo prolongado, Harry nunca havia sido beijado assim, nunca sentira isso que Gina passava para ele.
Quando a ruivinha desgrudou dele, olhou em seus olhos e, Harry pode ver que ela chorava.
- Toma cuidado, Harry...e volte para mim...inteiro!- disse Gina.
Harry apenas balançou a cabeça, Gina voltou para junto do pai que deu um aceno final para os garotos e entrou junto com sua filha na cozinha. Lupin fez um gesto para o trio o seguir e ambos foram até o quintal dos Weasleys.
- Aqui vocês podem aparatar para algum lugar conhecido..vocês sabem para onde estão indo?- perguntou Lupin.
Rony e Hermione olharam para Harry.
- Vamos para o povoado de Budeleigh Burgstrom!- disse Harry- Vamos atrás de Slughorn!
- Entendo...bom...Harry, quero lhe entregar algo!- disse Lupin tirando um pacote do bolso.- É um espelho que eu, seu pai e Sirius usávamos em Hogwarts...será muito útil para você...se comunique conosco, este era de seu pai e eu ainda tenho o meu.
- Sirius me deu o dele...mas ele quebrou...pode deixar...eu informo todos nossos passos- disse Harry surpreso ao ver que Lupin também tinha um espelho daqueles.
- É melhor vocês irem!- disse Lupin.
Os três sorriram para ele confirmando com a cabeça e no segundo seguinte sumiram.
Lupin ainda ficou um tempo olhando o lugar onde eles estavam até há pouco tempo, então ouviu Molly gritar ao longe...ela já devia saber o que os três tinham ido enfrentar. Mas Lupin sabia que Harry merecia esta chance, na verdade ele sabia que Harry Potter era a maior chance de toda a comunidade bruxa e ele acreditava nele, sabia que era capaz e torcia para que Harry vencesse mais uma vez Voldemort custe o que custasse.
- É Harry...eu confio em você- disse Lupin para o vento e, logo após entrou para ajudar Artur com Molly.
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