O MISTÉRIO DE LÍLIAN POTTER





A carruagem sacudia muito e logo Harry acordou, parecia ter passado muito tempo já que o Sol começava a sumir por trás das montanhas, ele olhou para os lados e viu que Rony e Hermione também dormiam. O garoto voltou a olhar lá para fora e viu que passavam por terrenos intensamente verdes, onde não havia nenhum sinal de vida, apenas árvores, gramados, montanhas e rios, que uma vez ou outra interrompiam a predominância do verde.

Pouco mais de uma hora após Harry ter acordado, Hermione despertou e pareceu confusa.

- Onde estamos?- perguntou a garota.

- Não faço idéia...mas acredito que estamos perto!- disse Harry pensativo.

- Porque você acha isso?- perguntou Hermione ainda confusa.

- Dumbledore nos disse que a cidade era fantasma e pelo que vejo lá embaixo, não há nenhum sinal de vida...devemos estar perto!- disse o garoto se explicando.

Hermione apenas balançou a cabeça afirmativamente e os dois continuaram em silêncio enquanto a noite inundava as terras lá em baixo e a lua banhava a carruagem com uma luz prateada.

Rony acordou assim que a carruagem deu uma guinada e se preparava para descer, o ar gelado entrava furiosamente na janela castigando os três ocupantes, fazia muito frio e Harry começou a se preocupar já nenhum deles estava com casaco.

- Deve estar muito frio lá!- disse Rony com o queixo tremendo.

- Não se preocupe...as nossas mochilas tem tudo que precisaremos!- disse Hermione sorrindo forçadamente face ao frio que estava sendo submetida.

Poucos minutos após a guinada, Harry sentiu a carruagem fazer contato com o chão devido a um forte baque no assoalho. A carruagem andou ainda alguns metros até parar, Harry olhou pela janela e viu uma aldeia abandonada, onde apenas se ouvia o barulho do vento.

Os três saltaram da carruagem, que minutos depois alçou vôo novamente. Estavam em uma ruazinha estreita circundada de casas caindo aos pedaços, umas grudadas nas outras e ainda estava muito escuro, não havia luz na aldeia.

- Lumus!- exclamaram os três juntos e antes que se movessem retiraram das mochilas três grossos casacos para protegê-los do frio.

As três varinhas se acenderam, iluminando um pouco mais o local.

- Para onde vamos?- perguntou Rony um pouco receoso.

- Não sei...vamos seguir em frente...não é possível que ninguém more aqui mais!- disse Harry, embora ele compreenderia perfeitamente o porque de todos terem ido embora.

- Verdade...vamos em frente!- disse Hermione tentando animar Rony.

Os três seguiram pela rua iluminada somente pelas varinhas, chegaram em uma rua maior que à semelhança da primeira, tinha apenas casas abandonadas e nenhum sinal de vida. Andaram por uns dez minutos por essa rua quando avistaram uma placa que indicava que a direção do cemitério de Godric´s Hollow era para a direita. Seguindo a placa, os três viraram na próxima rua que virava a direita e continuaram andando em silêncio, ouvindo apenas o barulho do vento gélido castigando as paredes escuras e frágeis das casas.

- Quero eles na entrada do Cemitério....você me entendeu?- disse uma voz vinda de um vulto que se aproximava deles. Uma outra pessoa vinha calada apenas ouvindo.

Harry puxou Rony e Hermione para a entrada de um beco e fez com um gesto de mão para que ambos ficassem calados. Os passos estavam cada vez mais perto e a voz parecia aumentar de volume a cada segundo.

- O Lord das Trevas teme que Harry Potter apareça por aqui...não entendo porque, mas é uma ordem! Já que você entendeu tudo, vá até a casa dos Potter e monte guarda lá com os outros.- disse a mesma voz.

Os passos continuaram a se aproximar, porém agora se misturava com outros que pareciam se distanciar. Harry respirava rapidamente, assim como Rony e Hermione também, ambos se olhavam com olhares cheios de ansiedade, nervosismo, mas não havia medo.

O vulto chegara ao beco, vestia uma longa bata escura e uma máscara azul, era um Comensal da Morte sem nenhuma dúvida, pensou Harry. Parecia demorar várias horas para que ele sumisse, e quando o comensal saiu do campo de visão de Harry, o garoto saiu do esconderijo e apontou sua varinha para o vulto e, sem pronunciar uma única palavra, estupefou o comensal que bateu duro no chão.

Rony e Hermione foram juntos com Harry até o comensal e o arrastaram até o beco. Lá Hermione lançou um feitiço que impossibilitaria o comensal de aparatar e logo depois o imobilizou.

- E agora Harry...o que faremos? Deve haver um grande número de comensais aqui...como iremos até a sua casa e ao cemitério?- perguntou Hermione nervosa.

- Não sei...mas de qualquer jeito devemos seguir pela esquerda...Pelo o que eles falaram o cemitério deve ser mais a frente e a casa onde meus pais moraram não deve ser tão longe de lá...Vamos com cuidado!- disse o garoto preocupado com a segurança deles.

O trio voltou a deixar o beco e seguir na direção em que iam antes de serem interrompidos com os inesperados visitantes.

- Harry, a capa!- disse Rony- Podemos usá-la!

- Verdade...Boa, Rony!- disse Harry abrindo sua mochila e retirando de lá sua capa da invisibilidade. Era verdade que já fora o tempo em que ela escondia os três juntos, porém Harry achou que como era noite e a aldeia não tinha nenhuma forma de luz, era uma alternativa boa para se proteger.

Harry jogou a capa por cima dos três e logo depois eles continuaram a seguir em direção ao cemitério. Não demorou muito e viram várias cruzinhas aparecerem em um imenso terreno à esquerda deles, andaram por cinco minutos até chegarem a entrada do cemitério. Os três sentiram tremores ao verificar que o ar estava mais frio ainda, e foi como se Harry esperasse desde quando chegaram à aldeia, dois dementadores postados a cada lado do imenso portão que servia de entrada para o cemitério.

- E agora Harry?- cochichou Rony por baixo da capa.

- Vamos atacá-los...e ai entramos correndo no cemitério! Sempre sob a capa!- disse Harry sem vacilar.

Rony e Hermione balançaram a cabeça afirmativamente e a seguir pegaram suas varinhas, e como Harry colocaram suas mãos armadas para fora da capa e conjuntamente murmuraram: “EXPECTO PATRONUM!”

Um cervo, um cãozinho e uma lontra inteiramente formados de luz prateada começaram a ganhar a rua e ir em direção aos Dementadores. Os patronos ao se aproximarem se juntaram e formaram um escudo de luz de tanta intensidade, que deu tempo ao trio de sair correndo, como se fosse a última coisa que fariam. Era muito difícil correr com duas pessoas em baixo da capa, pensou Harry, que se apavorou quando Rony tropeçou na bainha da capa caindo no chão e descobrindo Harry e Hermione. Os dois voltaram para apanhá-lo, mas duas mãos cheias de cicatrizes levantaram Rony pelo pescoço, enquanto outro par de mãos erguia Hermione. Harry olhava para os dois Dementadores que haviam se livrado dos patronos, não sabia o que faria, seus dois amigos estavam prestes a receber o beijo.

Harry, então, pensou em estar revendo Gina, ela corria para os seus braços, uma grande felicidade banhou seu peito e o garoto berrou: “ EXPECTO PATRONUM!”

Um grande cervo, muito maior que qualquer patrono que Harry já havia visto e também muito mais sólido que qualquer um, avançou para os dois dementadores e então, ele explodiu em uma luz prateada que cegou Harry por alguns segundos. Quando o garoto conseguiu abrir novamente os olhos, viu Hermione e Rony jogados no chão e não havia nenhum sinal dos dois Dementadores.

Harry correu até seus dois amigos que estavam se levantando e ajudou-os a ficarem de pé.

- O que aconteceu com eles? Eles sumiram!- disse Harry- Vocês estão bem?

- Tudo bem...você não viu o que aconteceu?- perguntou Hermione surpresa e ainda ligeiramente tonta.

- Cara...Você explodiu eles, não sabia que era possível matar dementadores, aquela luz acabou com eles...Como você fez isso?- disse Rony eletricamente.

- Não sei!- disse Harry sinceramente olhando para Hermione.

- Desculpem...nunca li nada sobre isso. Foi surpreendente, Harry! Estou feliz por você!- disse Hermione tentando dar um sorriso.

Harry devolveu o sorriso e pegou novamente a capa da invisibilidade do chão, a jogou por cima dos dois e de si mesmo e continuaram a entrar no cemitério.

O cemitério possuía caminhos no seu interior e logo na entrada um imenso livro que dizia a localização das lápides. Os nomes dos mortos estavam identificados primeiramente pelos sobrenomes. Harry procurou por Potter, folheou várias páginas até que finalmente achou escrito em uma letra pequena e confusa:

Potter, Thiago -------------- GLEBA 6/L7

Mas não havia nenhuma Lílian.

- Cadê a minha mãe?- disse Harry mais para si mesmo.

- Harry deve estar em algum outro lugar...procura direito!- disse Hermione.
- Não está Hermione...É Potter, é só aqui, nessa página se não está aqui, quer dizer...que ela não está enterrada aqui!- disse Harry.

- Como não Harry? Os dois morreram na mesma noite, quase na mesma hora...como sua mãe não pode estar aqui, se seu pai está?- perguntou Rony confuso.

- Não sei Rony...não faço idéia- disse Harry tristemente.










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