Lembranças, pt.2



CAPÍTULO XI. LEMBRANÇAS, PARTE 2.

ANTIGA CASA DOS RIDDLE, 20 ANOS ATRÁS.

- Hoje, meus fieis Comensais, temos o prazer de receber uma série de novos discípulos que já se provaram dignos de
receber a Marca Negra. Como vocês já sabem, o sucesso da nossa causa é tão grande, que, a cada ano, recebemos cada vez mais calouros. E esse ano não foi diferente: batemos recordes. Acolheremos hoje em nosso exército onze concluintes de Hogwarts e vinte e seis vindos diretamente de Durmstrang. Os outros doze que vocês verão, são das demais escolas. Aparentemente, o nosso exército está em vantagem! Temos que comemorar! Abraxas Malfoy, a sua casa está à disposição?

- Sempre, Milorde. Principalmente agora, que o meu Lúcio tem idade suficiente para participar!

Antes de ir para a festa profana, Voldemort apresentou aos veteranos os novos comensais. Apenas dois conseguiram chamar a atenção de Elizabeth: Bellatrix Black e Severo Snape. Logo se revelariam os seus únicos amigos.

XxXxXxX

ANTIGA CASA DOS RIDDLE, 18 ANOS ATRÁS.

- Milady, você me decepcionou muito hoje.

- Não foi a minha intenção, Milorde. Mas se continuasse a lutar, seria capturada!

- Ah! Agora ela tem medo de ser capturada! Meus fiéis comensais, o que vocês acham que ela merece?

Elizabeth estava ajoelhada os pés de Voldemort no meio da roda de comensais. Por todos os lados ouviam-se gritos e sussurros, pedindo veementemente para que ela fosse torturada. Viu que apenas permaneciam calados Severo e Bella, os seus amigos, que, ainda assim, não ousavam pedir pela integridade física de Elizabeth. Ela ouviu o marido diferir a maldição do cruciatus. Ouviu-o pedindo ajuda a mais dois comensais. A dor ficou insuportável. Já não agüentava mais gritar. Sentiu-se desfalecer.

Acordou na sua antiga casa, a Mansão Riverside. No seu quarto. Na sua cama. Viu que Snape estava num pequeno sofá, encolhido. A dor ainda a consumia. Mal conseguiu falar.

- S... Seve...ro?

Ele pulou do sofá. Ela pode perceber o semblante preocupado do homem que, rapidamente, se aproximava dela. Sentou-se na cama. Pareceu se decidir ao que fazer em seguida... e a abraçou.

- Finalmente, Milady! Pensei que não acordaria hoje! – Ele a abraçou muito forte. Ela até que gostou, mas o corpo estava dolorido. Pedia o fim daquele abraço. Deu um gemido. Severo a largou imediatamente. – Me desculpe! Você deve estar dolorida. – Ela cerrou os olhos e assentiu. – Aqui. – Ele foi até uma mesa e entregou três frasquinhos para ela. – Essas poções vão acabar com a dor.

Ela tomou. As poções tinham um gosto horrível! Mesmo assim, eram extremamente eficientes: Pouco tempo depois que ela tomou, já não sentia dor alguma. Só então percebeu que não deveria estar onde estava.

- O que eu estou fazendo aqui? Com você?

- Quando você desmaiou o Mestre ordenou que cuidasse de você!... Disse que não queria ficar com você... Ou ficar te ouvindo reclamar de dor a noite intera... Sinto muito!

Elizabeth sentiu a urgência de chorar. Como a situação tinha chegado àquele ponto? Como uma pessoa podia mudar tanto? Tinha que desabafar.

- Ele me amava tanto, Severo! Eu era tão feliz com aquele homem! Ele era o melhor marido do mundo e... de repente...

- Calma, Milady! Tente se acalmar!

- NÃO! Não posso! – Agora, sim, começou a chorar. – Eu não quero me acalmar! Ele me trata como se eu fosse uma máquina! Uma máquina de matar... e de fazer sexo!

- Milady... – Ele se aproximou mais. Enxugou suas lágrimas numa carícia.

- Eu me sinto tão feia,...

- Você não é...

- ...Usada, má,... Eu era tão cheia de amigos, tão disputada, tão amada...

- Os Comensais amam você.

- Não! Eles me aturam porque eu sou a mulher de...

- EU AM... – Ele se conteve. Mas Elizabeth sabia bem o que aquilo significava. Parou de se queixar. Ficou pasma. Esperou que ele dissesse alguma coisa... E, em silêncio eles ficaram por quase cinco minutos. – Me desculpe. Eu não de...

Ela não o deixou terminar. Fazia muito tempo desde a última vez que havia se sentido amada. Não queria deixar aquele momento passar: Colocou as mãos no pescoço dele e puxou-o para si, tentando beijá-lo... Mas ele a empurrou imediatamente.

- O que você está fazendo, Milady?

- Eu não faço idéia!

E o beijou, dessa vez, sem encontrar nenhuma resistência. Um beijo urgente, necessitado. Ele se deitou sobre ela, quase instintivamente. Ela começou a desabotoar o corset que usava. Quando os seios já estavam quase livres, ele segurou a mão dela, impedindo-a de continuar.

- Milady, – ofegava – se você fizer isso, perderei o meu controle por inteiro!

- Bom – ela deu um sorriso maroto –, Quem disse que eu te quero controlado?

- Nós estamos assinando o nosso atestado de óbito! É loucura!

- Se não fossemos loucos, não estaríamos servindo o nosso Mestre, estaríamos?

Snape quase sorriu e voltou a beijá-la. A partir daquele dia, viraram amantes.

XxXxXxX

MANSÃO RIVERSIDE, 18 ANOS ATRÁS.

Elizabeth estava deitada de bruços, ainda nua. Estava cada vez mais difícil esconder o seu caso do seu marido. Os amantes passavam cada vez mais tempo juntos. E quando Voldemort perguntava, dizia que Snape que cuidava dela como irmão, que ele jamais ousaria desrespeitar a mulher do Mestre.

Ele entrou no quarto e se deitou por cima dela. Começou a beijar as suas costas... Pescoço... Ela gemeu, e não pode conter as palavras que escaparam da sua boca:

- Eu te amo muito.

Ele parou. Ajoelhou-se.

- O que foi que você disse?

Ela se virou e deu de ombros... Não tinha mais como esconder, mesmo.

- É que eu amo você... E você sabe que, como a Lady das Trevas, eu não posso ter nenhum sentimento, exceto ódio, rancor, orgul...

Mas foi interrompida por aquele homem que se jogava em cima dela, querendo Possuí-la imediatamente.

XxXxXxX

MANSÃO RIVERSIDE, 17 ANOS ATRÁS.

Os amantes estavam na cozinha, preparando um belo jantar para os dois. Elizabeth vestia apenas uma camisa de Snape. Este, apenas uma calça. Riam muito.

- Sabe, Lizzy, se tem uma coisa que nunca entendi em você, é a aparência...

- Ah, amor, é que eu não sou exatamente... hã... humana.

- Você nunca me disse isso! – Ele se voltou para ela, com um ar preocupado. Então pareceu entender. – Ah, é que você tem sangue veela, não?

- Er... Bom... Também... Ai... É que...

- Fale.

- Tá certo! – Ela suspirou. – Minha mãe, que era veela, foi... meio que... estuprada.

- Por quem?

- Na verdade, não era exatamente quem... Tava mais para o que. – Snape voltou a não entender. – Ai... Ela foi estuprada por um dementador! Pronto! Falei!

- Você – Snape estava intrigado ou se divertindo com a situação? Não deu para distinguir. – é a cruza de uma veela com um dementador?

- Ai, Sev... – Ele começou a gargalhar. – EI! Você vai ficar tirando sarro da minha cara, é? Isso é trágico!

- Ai... Não Elizabeth, isso é... estranho!

- Para a SUA informação, já houve três casos, OK?

- Isso explica a sua longevidade? – Ele preferiu falar sério agora.

- Parece que a “cruza de veela com dementador” tem a vida ligada a um tipo de alma gêmea... – ele rolou os olhos e voltou a cortar os legumes. – Ela permanece jovem e bela até o dia em que a alma gêmea morre! Aí ela definha até a morte! Anos e anos, em questão de dias... Romântico, não?

- Muuuuuito... Você faz alguma coisa especial?

- Sev! Você não está acreditando em mim, está?

- É difícil...

- Ah, tá bom! – Ela fechou os olhos e se concentrou. Suspirou. De repente tudo ficou frio e escuro. Todas as boas lembranças sumiram. Só então, Severo acreditou. – Satisfeito?

- Muito.

XxXxXxX

MANSÃO RIVERSIDE, 17 ANOS ATRÁS.

- Está pronto. Beba!

Snape deu a Elizabeth um copo cheio de uma substancia arroxeada. Ela estava com medo. Bebeu rapidamente.

- Pronto. E agora?

- Espere até dar vontade de urinar.

Ela mordeu o lábio, inquieta.

- Água!

Ele a entregou uma jarra de água, que ela bebeu quase que num gole só. Poucos minutos depois, foi ao banheiro. Correu para os braços de Snape. Ele perguntou, impaciente.

- Qual foi à cor?

- Verde.

Ele ficou calado, o olhar distante. Voltou-se para ela com uma expressão preocupada.

- Você tem certeza?

- NÃO! ERA AZUL ESCURO! – Ela respirou fundo, tentando não ser tão grossa com ele. – Foi verde, eu tenho certeza. O que isso significa? – Ele se calou. Voltou a fitar o nada. De repente olhou para ela e sorriu. – QUER ME DIZER QUE PORRA ISSO SIGNIFICA?

- Isso significa. – Ele colocou a mão na cintura dela. – que nós. – Desceu para o ventre. – vamos ter um filho.

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ANTIGA CASA DOS RIDDLE, 17 ANOS ATRÁS.

- Milorde, acho que não deva mais ir para as matanças... Ou para as festas.

- Posso saber o motivo, Elizabeth? /p>

- É que... Bom... Eu estou grávida.

- Grávida?

Voldemort finalmente a encarou. Olhos maldosos. A agarrou fortemente pelo braço. Murmurou: “Só que eu não posso ter filhos, vadia”. Começou a arrastá-la para o lado de fora. Todos os comensais já estavam reunidos. Ele a jogou no centro da roda.

- Uma novidade! Minha mulher está grávida! – O ruído dos comentários invadiu o lugar. – SILÊNCIO! – Todos se calaram. – Agora me digam, meus fiéis comensais, temos como criar uma criança aqui? Nós QUEREMOS uma criança aqui? – Não sabiam o que responder. O próprio Lorde das Trevas de manifestou. – É CLARO QUE NÃO! – Se virou para Elizabeth. – Logo, minha querida, teremos que dar um jeito na situação, não? CRUCIO!

Horas de tortura se passaram, até Elizabeth finalmente perder a criança. Jogada no chão, ensangüentada, humilhada... Tinha forças apenas para chorar.

Não se lembrava de ter sido tão infeliz em nenhum outro dia da sua vida.

- Severo, cuide da minha mulher! E boa sorte! A vaca vai chorar a noite inteira!

Quando Elizabeth acordou, já tinha amanhecido. Severo não tinha dormido. Passara a noite inteira ao lado dela, zelando pelo seu sono.

- Severo? Diz-me que foi um pesadelo. Por favor!

Ele apenas a abraçou, sem dizer nada.Sentindo as lágrimas dela encharcar a sua camisa, disse:

- Isso não faz sentido! Elizabeth, o que estamos fazendo aqui? Não precisamos disso. Por que temer ele? Não sei você, mas eu não tenho nada a perder... Não depois de ontem.

- O que você propõe?

- Vamos procurar Dumbledore!

XxXxXxX

HOGWARTS, 17 ANOS ATRÁS.

- Não podemos entrar. Como vai fazer para chamar a atenção de Dumbledore?

- Magia negra. – Nesse exato momento, um cavalo passou perto deles, na Floresta Proibida. – Avada Kedavra.

Não muito tempo depois, Dumbledore apareceu seguido de três homens: Remo Lupin, Sirius Black e Tiago Potter. Os amantes largaram as varinhas imediatamente.

Os quatro homens sequer pensaram em atacar os comensais quando viram a situação de Elizabeth: Sentada no chão, contorcendo-se de dor. Ainda sangrava um pouco e tinha os olhos inchados de tanto chorar.

Severo explicou tudo para Dumbledore e os outros. O velho alojou Elizabeth num quarto escondido dentro do castelo. Ela não podia sair de lá. Snape começou a trabalhar como espião para Dumbledore.

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HOGWARTS, 16 ANOS ATRÁS.

Um ardor diferente no braço esquerdo fez com que Severo e Elizabeth acordassem. As fracas luzes do quarto se acenderam. Olharam a marca negra. Estava diferente. Estava... sumindo. Eles se olharam.

- Sev, está acontecendo o que eu estou pensando?

O homem a olhava, atônito.

- Ele... se foi.

A felicidade invadiu aquele quarto. Estavam livres.

- Agora podemos nos casar! Se você quiser.

- Sev! Eu acabei de ficar viúva! – O sorriso dele se desfez. – Brincadeirinha, seu bobo! Claro que quero me casar com você!

- Vamos falar com Dumbledore.

- Ou – Ela olhou sedutoramente para Severo. Mordeu o lábio inferior. – Nós podemos celebrar antes.

Ele a olhou por um momento.

- Ótima idéia! Vemos Dumbledore pela manhã.

Mas foi justamente pela manhã que todos os sonhos se desfizeram. Dumbledore contou o que realmente havia acontecido. Eles puderam ver que a Marca Negra não tinha se apagado totalmente. Voldemort não estava completamente morto... E ele voltaria. O casal não poderia ficar junto.

Mais tarde naquele dia, Snape foi fazer compras em Hogsmeade. Elizabeth ficou. Dumbledore veio falar com ela.

- Elizabeth, eu sei que você está assustada. No momento, isso é bom. Assim você pode pensar melhor. Você sabe que se ficar com Severo estará colocando a sua vida e a dele em risco, não?

- Como assim?

- Imagine o que acontecerá quando Voldemort voltar e te ver com Snape.

O velho tinha razão. Sentiu uma breve pontada no coração quando percebeu que Dumbledore queria que ela sumisse. Tentou achar argumentos, mas não conseguiu. Decidiu ceder. Chorou. Respirou fundo.

- O que devo fazer?

- Uma bruxa francesa, Guinevere Chatèau-briant, sumiu quando tinha apenas cinco anos de idade. Acho que está na hora dela voltar. – Mais um suspiro. Concordou. – Você deve mudar um pouco o visual. Você é fluente em francês? – Ela assentiu. – Então está feito: Bem-vinda, Guinevere!

Alguns feitiços foram suficientes para que Elizabeth mudasse completamente de aparência. Ela ficou irreconhecível: ruiva, olhos azuis, pele, boca e unhas num tom normal.

- Assim que Severo chegar, viajarei. Quero apenas dizer adeus.

O velho, com uma expressão cansada, disse:

- Ele não deixará você ir, Elizabeth.

- Mas... – Ela ficou indignada. – Você quer que eu simplesmente vá? Eu não posso! Eu...

- No futuro, ele entenderá.

XxXxXxX

Voldemort chegou da infame festa. Jogou-se na cama, despertando Elizabeth dos seus sonhos. Ela, novamente, sentiu nojo: ele queria... e tudo que ela podia fazer era se perguntar quanto tempo aquele tormento duraria.

XxXxXxX

Reviews, por favor.

Bjus pra a Karlinha Malfoy, q betou mais esse cap.

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