E um Feliz Ano Novo
CAPÍTULO VI. - E UM FELIZ ANO NOVO
- Alguém aqui sentiu falta da mãe?
Depois do susto causado pelo estampido de uma bruxa aparatando no meio da sala, o semblante das cinco pessoas que sentavam-se à mesa se iluminou.
Guinevere finalmente chegara para o jantar natalino da sua família.
Ao olhar para a mulher, eles sequer se importaram com o seu atraso.
- Ninguém vem me abraçar não, é? Olha que eu corto a mesada...
Primeiro veio Igraine, a mais nova. Então Michael, o ex-marido. Seguido por Arthur. E, finalmente, Vivianne, a mais velha, vinha acompanhada de um rapaz.
- Mãe, eu mandei uma coruja pra você dizendo que eu estava namorando, lembra? Pois é. Esse é o Johann.
Guinevere sorriu. Johann era um belo rapaz. Alto, loiro... E tinha o charme dos franceses.
‘Bela escolha.’
- É um prazer conhecê-lo, Johann.
- O prrazer é todo meu. – Ele beijou a mão de Guinevere. O seu inglês saía com dificuldade, carregado de sotaque. – A senhorr é muito joven. Jamer dirria que tem une filhe n’idad de Vivianne.
- É o que muitos dizem – sorriu. – Se você preferir, Johann, podemos falar em francês.
- Non serrá necessarie. Assim posso prratiquer o mon englise.
A noite se passou rapidamente... O ciúme que Guinevere pudesse, talvez, sentir da filha passou assim que começou a conversar com Johann. O rapaz era extremamente simpático e inteligente... Ele fazia o quinto ano em Beauxbattons. Era fácil ver porque Vivianne se apaixonara pelo rapaz.
XxXxXxX
- Gwen, posso falar com você?
Já era tarde, e Guinevere estava com muito sono. De fato, já estava no caminho do seu quarto, quando Michael a chamou para uma conversa.
- Er... Não dá pra ser amanhã? Eu já estava indo me deitar...
- Eu preferiria falar com você agora.
‘Inconveniente!’
Fechou os olhos e suspirou.
- Tudo bem Michael. Vamos para o escritório.
O caminho até o escritório foi silencioso.
Guinevere entrou. Escutou a porta fechar. E o barulho de uma chave a trancando.
Quando Guinevere se virou, Michael já estava muito perto. Ele agarrou a sua cintura e se jogou por cima dela, tentando beijá-la.
Mas ela foi mais rápida, alcançou a sua varinha e o empurrou para longe com um feitiço.
Michael se chocou contra uma estante e derrubou uma série de livros sobre ele. Passado o barulho e o susto, Guinevere pode respirar, ele não tinha sofrido nada... Apenas o lábio sangrando.
- Enlouqueceu? Quer me matar?
Ela começou a se aproximar dele, furiosa.
- Que diabos você pensa que está fazendo? Nós estamos separados, esqueceu?
Deu
a mão ao ex-marido, ajudando-o a se levantar. Ele gemeu, pondo as mãos nas costas assim que se pôs em pé.
- Bom, é que eu não pensei que fosse sério... – corou. Ele estava falando sério. – Eu pensei que, com o tempo, você iria sentir a minha falta... Assim como eu senti a sua.
Ela se aproximou da porta. Destrancou-a.
- É, mas eu não senti a sua falta! E, agora, estamos mais separados do que nunca.
- Você falando assim, até parece que já está com alguém.
Ela crispou os lábios, enquanto ele sorria sarcasticamente.
- E se eu disse que estou, sim?
Ele ficou boquiaberto.
Guinevere esperou que ele dissesse algo, mas ele continuou apenas a olhando, incrédulo. Ela virou os olhos.
Abriu a porta.
E ouviu a voz distante de Michael.
- Você nem deixou o colchão esfriar...
Respirou fundo.
- Nosso colchão, meu amor, nunca foi quente. Tenha uma boa noite.
E saiu.
XxXxXxX
A conversação entre os dois durante o resto da semana se limitou a “bom dia” e “boa noite”. Mas Guinevere, na verdade, até estava agradecida por isso, a última coisa que ela precisava era um ex-marido com dor-de-cotovelo estragando as suas férias com comentários maldosos.
Fora os olhares atravessados que ele dava à ela vez por outra, a semana fora ótima.
Já no dia da sua partida para Hogwarts, na véspera de ano novo, Guinevere reuniu os filhos e o ex-marido para contar de uma vez por todas que ela estava... bom, namorando.
Aquela seria uma conversa difícil.
- Bom! Vocês devem estar se perguntando o por quê dessa pequena reunião familiar. – Alguns resmungos e suspiros altos. – Er... Eu vou falar... Bem...
Arthur rolou os olhos.
- Fala logo, mãe! – Mais resmungos.
- Eu estou namorando! – disparou.
Silêncio total.
E...
- Com assim! Você é casada! – Arthur tinha se levantado da cadeira e parecia estar furioso. Michael deu um sorrisinho de satisfação.
- Na verdade, EU, Guinevere Chatèau-Briant, não sou e nem nunca fui oficialmente casada... E já terminei o meu relacionamento com o seu pai, por tanto...
Vivianne sorriu e completou o pensamento da mãe.
- Você está livre para fazer o que quiser! Senta, Arthur! Eu estou muito feliz por você, mãe! É ótimo que você esteja refazendo a sua vida!
Igraine, um tanto encolhida no sofá, perguntou.
- Mãe, posso lhe fazer algumas perguntas?
- Claro, Igraine.
- Ele é mais bonito que o papai?
- Não.
- Mais simpático?
- Hum... Não normalmente.
- Mais legal?
- Er... Também não.
- Não entendi! Ele pelo menos é...
- Cala a boca, Igraine! – Vivianne, mais uma vez, foi defender a mãe. – A única pergunta que se deve faze é: Ele te faz feliz, mãe?
- Muito feliz! – Michael crispou os lábios.
- Então, assunto encerrado!
- Nós vamos conhecê-lo? – Arthur voltou a falar, ainda visivelmente inconformado com o assunto.
- Sim. Só não sei quando. Mas agora eu tenho que ir. Vivianne, você me ajuda a arrumar meu cabelo?
XxXxXxX
Quando Guinevere chegou à Hogwarts o baile já havia começado.
O encantamento de veela fez com que vários pares de olhos masculinos se virassem para ela e admirassem a produção que ela tinha feito para uma só pessoa... Pessoa que também a olhava, tentando disfarçar o deslumbramento.
Ela sorriu e acenou para aqueles que a olhava, foi cumprimentar os professores – que agradeciam pelos presentes enviados no natal – e, somente então, Snape.
Aproximou-se, lentamente.
- Mau humor, professor Snape?
- Eu estava apenas imaginando se um antigo caso meu iria me cumprimentar, ou se não me conhecia mais.
Ela sorriu e o abraçou. Mordiscou a sua orelha gentilmente. Ele se controlou para não sorrir.
- Eu acredito que não estamos no lugar mais apropriado para se fazer esse tipo de coisa.
- Ah, professor Snape, isso aqui é uma festa!... – deixou de abraçá-lo para olhá-lo. – Até parece que você nunca foi um Comensal da Morte! Antigamente você não se importaria de dar uns beijinhos em público.
- Beijinhos é, Guinevere Chetèau-Briant?
Guinevere mordeu o lábio inferior e soltou um olhar maroto para Snape. Ele rolou os olhos, tentando não sorrir.
- Vamos dançar.
Imediatamente a arrastando para a pista de dança, e sufocando o comentário daqueles alunos que pensavam que os dois estavam perto demais.
Pode-se dizer que as habilidades de Severo Snape como dançarino não eram conhecidas, tampouco esperadas, pelos alunos e professores que participavam da celebração. Logo, as horas que o casal passou na pista de dança renderam muitos comentários entre eles.
Mas nenhum dos dois estava se importando – ou sequer percebendo – a atenção que recebiam. Eles tinham coisas muito mais interessantes para prestar atenção...
No fim da noite, o salão principal já estava quase vazio. Os poucos que ainda estavam lá, foram expulsos com o fim da música.
Os dois, enfim, pararam de dançar.
Snape disse baixo, tomando cuidado para que ninguém ouvisse.
- Quer passar a noite lá na masmorra?
- Que proposta indecente, professor Snape... Estou chocada! – Sorrisos. – Pensei que você não fosse me convidar nunca.
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O barulho da água correndo no banheiro do quarto de Severo, lentamente, despertou Guinevere do seu sono profundo. As lembranças da noite passada e as esperanças que ela trazia a fizeram sorrir.
Puxou o lençol para cobrir o seu corpo precariamente coberto.
A porta do banheiro se abriu. De lá, trajando um roupão de banho, saiu Snape. Guinevere lhe reservou um olhar particularmente apaixonado.
- Bom dia.
- Pensei que você não acordaria mais.
Ele foi direto para o armário, escolher uma de suas tradicionais vestes negras.
Guinevere resmungou... Odiava o humor de Snape pela manhã.
- A sua capacidade de ser romântico é incrível, sabia?
Ele não respondeu. Apenas terminou de se vestir e se encaminhou para a cama. Sentou-se na ponta.
- Elizabeth, eu estava pensando... Nós ainda temos uma semana de folga e eu sei que você acha importante que eu conheça seus filhos...
- E...?
- E, se você quiser, usarei essa semana para conhecê-los.
Os olhos de Guinevere se iluminaram.
- É sério! – pulou da cama e começou a se vestir rapidamente. – Eu pensei que você não queria! Juro! Pensei que você tinha ciúmes do... Bem, da forma que eles foram feitos!
Ele crispou os lábios.
- Eu não quero saber a forma que eles foram feitos! E sei que é natural que você quisesse ter filhos depois que... – Severo abaixou a cabeça e respirou fundo. – Depois que aquilo aconteceu!
O sorriso e a excitação morreram.
- Eu não quero falar sobre isso! – Começou a caminhar para fora do quarto. Tentou sorrir de novo. – Se arrume! Quero sair ainda hoje... Antes do jantar! Faça suas malas!
E saiu do quarto.
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Reviews, por favor.
Bjus para a Karlinha Malfoy, que betou mais esse capítulo.
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