Cap: 17.1 Resgatando Velhos l



 


 


Cap. 17: Resgatando velhos laços - Parte I


 


...



 


 


Rony desceu as escadas, passou pela recepção do Hospital, tudo isso com Hermione a  poucos centímetros atrás dele, mas sem dizer nenhuma palavra, Rony passou pela vidraça que dava entrada para o hospital e ficou na calçada esperando que Hermione saísse também.


Só podia ser brincadeira, Vitor Krum padrinho das filhas dele. Por que Hermione tinha feito aquilo? Por que logo Vitor Krum? Podia ser qualquer um, menos o Krum?


Estava tão absorto nos próprios pensamentos que só percebeu Hermione quando ela estava ao lado dele.


- Então pra onde vamos? – ela perguntou olhando de um lado para o outro... – Não podemos ficar aqui no meio da rua, no centro de Londres.


Rony não tinha pensado nisso, só queria sair do hospital, bem longe de Krum, teria que ser um lugar calmo, em que eles não chamassem muita atenção.


- “ Não pode ser um lugar bruxo” – ele pensou.


Então uma idéia passou por sua cabeça.


- Sei pra onde vamos. – ele respondeu, e em um reflexo pegou na mão de Hermione e aparatou, a pegando de surpresa.


Depois da conhecida sensação ruim, Hermione se viu em um lugar lindo. Aquele lugar deveria ser um parque que certamente deveria apresentar uma paisagem bem diferente na primavera, pois no momento no meio do inverno, tudo o que ela via era uma imensidão branca.


- Que lugar é esse? – ela perguntou sem olhar pra Rony, colocando as mãos no bolso para se proteger do frio.


- Um parque trouxa. – ele respondeu recostando-se em um banco... – Ainda estamos no centro de Londres. É o Hyde Park, um parque real.


Então Hermione se localizou, sabia que parque era aquele, só não tinha reconhecido, pelos anos fora do país.


- Como você descobriu esse lugar? – Hermione perguntou sem conseguir se refrear.


- É um lugar trouxa. – Rony respondeu com um olhar distante... – Aqui eu não sou Ronald Weasley, melhor amigo do herói do mundo mágico, integrante do trio maravilha. Aqui sou só mais um. Esse lugar me trás paz.


Rony resolveu manter o tom calmo e responder a pergunta dela. Decidiu seguir o conselho de Harry, tentaria manter a calma, pra como Harry dizia: “ Descobrir o que estava por trás dessa história” .


Hermione não se surpreendeu com a atitude dele, desde o fim da guerra, a antiga ambição de Rony de ser reconhecido tinha desaparecido.


- Esse parque é uma das maiores áreas verdes da cidade, com 2.5 km² de extensão. – Rony respondeu ainda com um olhar distante, e nem percebeu, o olhar de incredulidade que Hermione tinha lhe lançado... - Ele é atravessado pelo lago Serpentine. Originalmente era propriedade dos monges da Abadia de Westminster. Já pertenceu a reis, foi lugar para celebrações nacionais, manifestações, local de um atentado terrorista...


A incredulidade de Hermione ficava mais visível a cada palavra dele, que nada percebeu por estar distraído.


- Hoje em dia aqui no parque existem restaurantes, cafés, banheiros públicos, um centro de aprendizado sobre natureza e a vida selvagem. – ele continuou indiferente a ela... – Além de ser usado para show de bandas trouxas.


- Como você sabe isso tudo? – Hermione perguntou visivelmente surpresa... – É um lugar trouxa... uma história trouxa.


- Sempre o tom de surpresa não é Hermione. – ele falou com um sorriso sarcástico... – Claro, eu o Ronald que copiava seus deveres, não tem capacidade para aprender...


- Não foi o que eu quis dizer. - Hermione interrompeu


- Mas foi o que pensou. – ele falou sem se abalar... – Por que a surpresa? Por eu conhecer um lugar trouxa? Ou por saber sua história tão bem?


Hermione continuou calada e voltou a olhar pra frente.


- Você não é a única trouxa que eu conheço Hermione. – ele continuou... – Lin me trouxe aqui e me contou um pouco da história do parque.


Ele olhou pra Hermione, ela continuava olhando pra frente. A frente podia - se ver o rio congelado, as árvores totalmente brancas, e poucas pessoas que se aventuravam por ali.


- Mas chega de embromação não é Hermione. – ele falou direto... – Por quê? Por que isso tudo? E por que comigo?


Hermione respirou fundo e cruzou os braços antes de olhar pra ele novamente.


- Por que com você? – ela repetiu com um sorriso sarcástico... – Não precisa fazer cena pra mim Ronald, sem showzinho, sem se fazer de vitima. O injustiçado. – disse olhando dura para ele... – Nós sabemos por que isso tudo, os motivos que nos levaram a essa situação.


- O que? – Rony se levantou e também cruzou os braços na frente dela... – Do que você ta falando? Eu não sei de nada. Foi você que sumiu no meio da noite e esperando duas filhas minhas. Você me deve explicações Hermione!


- Explicações? – ela repetiu quase gritando... – Não se faça de idiota Weasley.


- Idiota. – ele replicou quase que no mesmo tom que ela... – Eu sou mesmo Hermione, por ter me apaixonado por você, e por achar que você tinha um bom motivo pra isso tudo, por ter escondido minhas filhas.


- Minhas filhas. – ela falou com os olhos faiscando.


- Então agora a grande Hermione Granger, sabe-tudo, descobriu uma nova forma para se fazer filhos sozinha? – ele disse encarando o olhar dela... – Me poupe Hermione, elas são tão minhas quanto suas. E isso não esta em discussão. – ele acrescentou quando viu que ela ia protestar... - O que importa é: Por que você as escondeu esse tempo todo de mim e da minha família? E por que diabos Vitor Krum é o padrinho delas?


- Vitor é padrinho delas, por que é meu amigo, meu melhor amigo no momento. – respondeu vendo as feições de Rony endurecerem... – Eu não confiaria minhas filhas a outra pessoa. E por que eu as escondi? Pensa Ronald, pensa. – falou chegando mais perto dele... – Você não sabe por que fui embora? Não tem idéia?


- Não.


- Agora você também é mentiroso. – Hermione falou com raiva... – Me poupe você Ronald, já disse que não adianta se fazer de vítima comigo. Não comigo. Você se lembra o dia que eu fui embora?


- Lembro. – Rony respondeu olhando nos olhos dela, não conseguindo mais controlar a raiva... – Mas quer saber, isso não me importa mais. Só quero saber por que escondeu minhas filhas? Por que não me contou quando descobriu que estava grávida? Eu tinha direito de saber.


Hermione riu e saiu de perto dele passando as mãos pelos cabelos. Depois deu meia volta, andando novamente para perto do ruivo com passos decididos.


- Não é muito mais fácil admitir que errou, do que fingir que não sabe de nada? – ela perguntou destacando cada palavra... – Quem você pensa que eu sou? Com quem pensa que esta falando? Uma idiota?


- Não. – ele respondeu sem desviar o olhar... – Você é a Hermione, a que até pouco tempo eu achava que ainda era pelo menos minha amiga.


- Eu não sou mais sua amiga desde o dia em que deixei Londres. – ela gritou... – Eu já tinha te dito isso.


- Eu pensei que pelo menos você respeitava a amizade que um dia tivemos. – ele continuou.


- Você a desrespeitou primeiro. – ela falou acusando ele... – Você não pensou na nossa amizade quando... quando...


- Quando o que Hermione? – ele perguntou vendo a hesitação dela... – O que foi que eu fiz?


- Essa conversa não vai nos levar a lugar nenhum. – ela falou baixo saindo de perto dele indo para a margem do rio.


- Nós vamos chegar a um lugar se você me contar por que escondeu minhas filhas? – Rony disse indo para perto dela.


 Hermione virou-se e deu um tapa no rosto dele por impulso... – Você é um hipócrita Ronald, mentiroso, egoísta, cínico, traidor. – ela despejou com raiva, enquanto Rony alisava o rosto espantado. Então ela levantou o braço novamente.


Rony foi mais rápido dessa vez e a segurou pelo pulso, o rosto vermelho, tremendo de raiva... – Você não vai dar outro como esse Hermione. Nunca mais. – ele gritou... – O que você ta pensando, a errada aqui é você. Foi você que escondeu minhas filhas, você que não me contou nada. E vem com essa de que eu sei o motivo, você só pode estar maluca.


- Me solta. – ela pediu tentando se soltar... – Você ta me machucando.


- Não mais do que você me machucou. – ele disse furioso, destacando cada palavra... – Então você não vai me dizer por que fez tudo isso? – ele perguntou apertando mais o braço dela.


- Não vou repetir uma história que você já sabe. – ela falou não se intimidando com o aperto dele.


- Eu tenho outras formas de descobrir. – ele falou levantando uma sobrancelha.


- Legimilência? – ela perguntou com um sorriso debochado... – Tenta.


Rony desistiu da idéia na hora, era obvio que se ele conseguiu aprender Legimilência, Hermione também tinha aprendido.


- Chega disso Hermione. – ele falou recuperando um pouco da calma... – Nós precisamos, nos entender, nós temos duas filhas e...


- Você não vai precisar se preocupar com isso daqui uns dias. – ela disse cortando ele... – Quando a Mel melhorar voltamos pra casa e você não precisara se importar mais.


- Elas não vão voltar. – ele disse gritando de raiva... – Eu não vou permitir.


- Você não tem que permitir. São minhas filhas.


- Será que um juiz concordaria com você Hermione? – ele perguntou calmo.


- E você nos levaria a um juiz, sabendo da saúde das gêmeas? – ela perguntou, sabendo que o atingiria.


- Eu não vou deixar que você nos separe novamente Hermione. – ele disse depois de pensar um pouco.


- Eu não vou tentar isso. – ela falou olhando duramente pra ele... – Apesar de tudo eu percebi que você faz bem a minhas filhas. Mas não vou mudar minha rotina por sua causa. Nós vamos voltar pra Espanha.


- Você insiste em dizer que são suas filhas. – Falou Rony triste, largando o braço dela e voltando a olhar pra frente... – Você tem razão, essa conversa não vai nos levar a lugar nenhum.


- Parece que chegamos a um acordo.


- Eu não vou ficar longe delas Hermione. – ele informou... – Você morando aqui ou na Espanha, eu não vou ficar longe, e não tente me chantagear, não vai dar certo. Quero saber quando que você vai contar a elas, que sou o pai delas de verdade?


- Eu... eu não sei.


- Tem que ser logo Hermione. – ele disse olhando pra ela... – Se você não contar eu mesmo faço isso.


- Se você já terminou, eu vou embora. – Hermione falou virando-se para trás.


- Você não vai mesmo me contar Hermione? – Rony perguntou sem olhar para ela... – Não vai me contar por que foi embora?


- Eu não vou repetir uma história que você já conhece. – ela disse voltando a olhar pra ele... – Mas, por que não tenta reviver o dia em que eu fui embora, talvez você se lembre do que eu estou falando, quer dizer, se você realmente esqueceu, o que eu duvido.


Então ela aparatou de volta ao hospital. Rony virou e voltou a olhar para frente com o olhar perdido. Suas habilidades como auror dizia que nem tudo era o que parecia. Ele viu magoa nos olhos de Hermione. Com os pensamentos fervilhando em sua cabeça, ele também aparatou, mas direto no ministério, tinha coisas mais importantes pra resolver.


 


 


...


 


 


Rony entrou feito um foguete no Q.G dos aurores no ministério, não falou com ninguém e foi direto pra sua sala. Entrou batendo a porta, foi direto pra sua mesa, pegou uns pergaminhos e começou a escrever sem prestar atenção em mais nada.


Harry que estava analisando uns papéis, viu o amigo entrar, bater a porta e se sentar, sem nem perceber que ele estava ali dentro. Largou os pergaminhos de lado e recostou-se na cadeira observando o amigo.


- O que aconteceu Rony? – ele perguntou depois de uns segundos.


Rony então parou de escrever e olhou pro amigo confuso... – Ah, oi Harry.


- O que aconteceu Rony? – ele voltou a perguntar.


- Hoje eu conversei com a Hermione. – ele respondeu voltando a escrever... – Sobre o motivo de ela ter ido embora.


Harry levantou-se rapidamente e sentou-se na cadeira em frente a mesa do ruivo com interesse.


- Ela contou pra você o que aconteceu?


- Não. – Rony respondeu derrotado voltando a olhar pro amigo... – A Hermione ta agindo estranho Harry. Pelo o que eu entendi, ela me culpa por ter ido embora e escondido minhas filhas.


- Isso eu já sabia. – Harry falou rápido... – O que mais?


- Você já sabia? – Rony perguntou atordoado.


- Eu imaginava. – ele respondeu revirando os olhos... – É óbvio não é Rony. É a Hermione, se ela não achasse que você tem culpa não esconderia as filhas. Talvez fosse embora, mas esconder as filhas não.


Rony parou pensou um pouco e mentalmente concordou com o amigo.


- Mas eu sinceramente pensei que quando vocês tivessem uma conversa, ela esclareceria as coisas. – Harry falou decepcionado... – O que ela disse exatamente.


- Ela disse que não ia repetir uma história que eu conhecia muito bem. – Rony respondeu tentando lembrar as palavras de Hermione... – E que era pra pensar no dia que ela foi embora, que assim eu relembraria o que tinha esquecido, ou o que eu estava fingindo esquecer.


Harry observou o amigo, perdido em pensamentos, tentando se lembrar de tudo o que tinha acontecido aquele dia.


- Eu encontrei a Mione desmaiada na casa dela aquele dia. – Harry confessou ao amigo... – E a levei pro hospital. Rony se você me contar exatamente o que fez aquele dia, eu posso tentar te ajudar a descobrir o que aconteceu. Você lembra daquele dia?


- Lembro. – Rony respondeu sabendo que jamais esqueceria aquele dia, o dia que pediria Hermione em casamento... – Mas eu não quero falar sobre ele, não por enquanto. Eu vou descobrir sozinho. Agora eu preciso da  sua ajuda em outra coisa, muito mais importante.


- No que? – Harry perguntou curioso.


- Minhas filhas. – ele disse levantando e abrindo a porta da sala novamente... – Oliver, você pode vir aqui um minuto? – ele perguntou ao estagiário e voltou a se sentar em sua mesa.


- Harry, olha essas cartas. – ele disse entregando três cartas a Harry... – Hermione teima em voltar pra Espanha, agora eu não posso impedir, por que seria doloroso pras meninas. Com essas cartas eu posso me manter por perto. – disse apontando uma de cada vez... – Com essa eu consigo licença pra aparatar de Londres pra Espanha, na casa da Hermione. Com essa outra, eu peço autorização pra interligar as lareiras da Toca e da minha casa com a casa da Mione. Assim eu posso ir daqui pra lá quando eu quiser, mesmo elas morando longe Hermione não conseguiria me impedir de ficar por perto.


- Se Gina consegue ir e vir de lá tão rápido, você também vai conseguir. – Harry falou analisando os pergaminhos... – Mas essas licenças demoram muito pra sair.


- Eu sei. – Rony disse sorrindo... – É por isso que preciso da sua ajuda. É só você assinar e tudo vai andar mais rápido. – Rony continuou envergonhado... – Eu sei que você não gosta de usar seu nome pra conseguir vantagens, eu não pediria se tivesse outro jeito.


- Em que posso ajudar senhor Weasley? – Oliver perguntou entrando na sala


- Só um minuto Oliver. – ele disse olhando para Harry.


- Eu vou assinar. – Harry falou assinando os pergaminhos depois de uns segundos... – É por uma boa causa.


Depois que Harry assinou Rony enrolou os pergaminhos e disse a Oliver onde ele teria que entregar cada um.


- Obrigado Harry. – disse da porta... – Vou voltar pro hospital, pra garantir que Hermione não crie problemas quando for avisada.


Rony saiu pra voltar pro hospital, e deixou Harry com os pensamentos a mil, tentando juntar todas as peças do quebra cabeça que começava a se formar em sua cabeça. Seria difícil sem a colaboração de Rony e Hermione, mas ele desvendaria tudo.


 


...


 


Hermione voltou ao hospital com o coração apertado, queria enterrar aquela história, por que ele tinha que relembrar tudo, e por que ficar repetindo que não sabia de nada. Se ele pelo menos assumisse que tinha errado, se ele se mostrasse arrependido. Mas aquela atitude covarde, ela não suportava.


Hermione chegou a porta do quarto da filha e parou antes de entrar tentando se acalmar, secou uma lágrima e depois de respirar fundo ela entrou. Toda a raiva que conseguiu acalmar desde que entrara na recepção do hospital voltou em proporções bem maiores, ela andou rápido pra perto da cama enquanto gritava.


- O que você esta fazendo aqui com as minhas filhas? Quem deixou você entrar aqui?


- Oi Hermione. – Lilá disse com um sorriso cínico, sem se importar com os gritos de Hermione... – Quanto tempo.


- Quem deixou você entrar? – Hermione repetiu com fúria, puxando Lilá pelos braços que estava sentada na cama perto da Mel e empurrando ela pra longe... – O que você quer com as minhas filhas?


- Calma Hermione. – Lilá disse, ainda sem se abalar... – Eu só vim trazer um presente pra elas.


- Como você sabia que nós estávamos aqui? – Hermione perguntou quase não conseguindo falar de raiva.


- Rony. – ela disse com um sorriso maior ainda... – Ele me contou ontem, me contou tudo enquanto jantávamos ontem na casa dele. – ela disse frisando cada palavra.


- Mamãe, por que você ta nervosa? – Milly perguntou espantada... – Ela é amiga do papai.


- Não meu anjo. – Lilá concertou... – Eu sou namorada do papai.


- FORA DAQUI AGORA. – Hermione continuou gritando, avançando pra cima de Lilá... – Fora, fora!


- Para mamãe, para. – Mel começou a gritar se assustando.


- Calma Hermione. – Lilá respondeu mantendo o sorriso no rosto... – Eu só vim trazer uma boneca pras filhas do meu namorado.


- Onde esta o Vitor? – Hermione perguntou olhando pras filhas, a respiração ofegante.


- Ele foi falar com a tia Gina. – Milly respondeu.


- Eu vi quando ele saiu. – Lilá disse com um sorriso cínico... – Esperei ele sair pra entrar.


Hermione se descontrolou e empurrou Lilá até a parede ao lado da porta, tirou a varinha e apontou pro pescoço dela.


- Nunca mais chegue perto das minhas filhas. – ela disse quase que em um sussurro... – Nunca mais, você entendeu?


- Rony não se importa. – ela falou debochada... – Aliás, nós ainda não entendemos por que você voltou. Você quer o Rony de volta?


- Não, você pode ficar com ele. – Hermione respondeu sem tirar a varinha do pescoço dela... – Só não chegue perto das minhas filhas.


- Sabe Hermione, eu pensei que você não fosse mais voltar. – ela disse sem se importar com as ameaças de Hermione... – Não depois daquela noite, ai. – ela falou quando Hermione apertou mais a varinha, mas não se intimidou... – Rony queria que eu fosse embora antes de você chegar, mas não deu tempo, não é mesmo? – ela falava saboreando cada palavra... – Ele fala que aquela noite foi a melhor, por que finalmente conseguiu se livrar de você. Mas nós só assumimos nosso relacionamento um tempo depois pra ninguém desconfiar de nada, você já estava fora do nosso caminho mesmo e ....


- Fora daqui. – Hermione a empurrou pra fora da sala sem conseguir escutar mais nada depois bateu a porta, sentindo as lágrimas caírem novamente.


- Por que você ta chorando mamãe? – Mel perguntou chegando perto dela... – E por que brigou com a amiga do papai?


- Viu, eu disse que não tinha gostado dela Mel. – Milly falou abraçando as pernas da mãe... – Ela fez a mamãe chorar.


- Não foi nada princesas. – Hermione falou depois de conseguir se controlar um pouco, pegando as duas pela mão e levando até a cama... – A mamãe só não gostou de ver ela aqui.


- Eu não gosto dela. – Milly voltou a repetir.


- Agora eu também não. – Mel concordou com a irmã.


Hermione sorriu para as filhas e abraçou as duas e repetiu que não aconteceria mais. Elas escutaram uma batida na porta e ao virar Hermione viu Rony passar a cabeça pela fresta que estava aberta. Mas uma vez sem pensar, ela pegou um vasinho que estava em cima da mesa e atirou na direção dele, que no reflexo fechou a porta, onde o vaso se espatifou.


- Mamãe. – gritaram as meninas juntas


 Percebendo o que tinha feito, Hermione resolveu sair do quarto, passou por Rony sem parar pra se explicar, enquanto o ruivo continuava boquiaberto sem entender o que tinha acontecido.


 


Lilá que já estava na calçada que dava acesso ao hospital sorria vitoriosa. Se Hermione estivesse duvidando de alguma coisa, agora ela teria certeza e certamente estaria com mais raiva ainda de Rony. Se tudo desse certo do jeito que ela imaginava, Hermione sumiria novamente e levaria as duas “pestinhas” junto.


O que Lilá desconhecia era que ninguém mais conseguiria separar Rony das filhas. E que duas menininhas inocentes só deixariam o papai namorar alguém de quem elas realmente gostassem.


Lilá realmente não imaginava a confusão que tinha se metido.


...


- O que houve com ela? – Rony perguntou dando um beijo nas filhas e sentando-se ao lado delas na cama.


- Sabe aquela moça que estava ontem na sua casa papai? – Milly perguntou


- A Lilá. O que tem ela?


- Ela estava aqui. – Mel continuou... – A mamãe não gostou e elas brigaram.


Rony se irritou de imediato, prestando atenção no que as filhas falavam.


- E o que elas disseram?


- Mamãe perguntou o que ela estava fazendo aqui e pediu pra ela ir embora. – Milly começou a falar e Mel continuou... – Ela disse que o senhor tinha deixado ela vir aqui, depois elas começaram a brigar se  afastaram e nós não escutamos mais nada.


Agora Rony estava furioso, ele não tinha dado nenhuma permissão pra Lilá visitar as filhas. Estava tentado evitar brigas com Hermione e sabia que ela odiava a loira.


- Papai não deixa mais ela vir aqui não. – Mel pediu suplicante... – Ela deixou a mamãe brava e triste.


- Ela não virá, meus amores. – Rony falou pretendendo dar uma bronca em Lilá... – Eu prometo.


Eles foram distraídos pelo barulho na porta. Era Harry que entrava com James e Agatha logo atrás.


- James! – elas gritaram ao mesmo tempo.


James correu e com a ajuda do tio, conseguiu subir em cima da cama.


- Se você tivesse me falado, eu mesmo trazia o James. – Rony disse a Harry.


- Você saiu muito rápido do ministério. – Harry argumentou... – Não me deu tempo pra falar. Cadê a Hermione?


Antes que Rony pudesse responder Agatha chegou mais perto.


- Hora de tomar as poções Mel. – ela disse entregando uma poção a ruiva que começou a beber depois de reclamar um pouco.


Rony aproveitou a distração e foi pra perto de Harry e explicou tudo o que tinha acontecido entre Hermione e Lilá. Depois de escutar tudo, Harry resolveu ir atrás de Hermione e Rony visitar as crianças do hospital.


- Nós vamos sair, mais já voltamos. – Rony falou para as crianças... – Comportem-se, Agatha elas não podem receber visitas, a não ser que sejam autorizadas.


- Tudo bem Rony. Eu vou avisar na recepção.


Eles saíram e depois de fazer Mel beber todas as poções Agatha saiu também.


- Eu vou ver outros pacientes e depois eu volto aqui.


Assim que Agatha saiu os três começaram uma conversa super animada.


...


Quando Harry voltou pro quarto depois de conversar um pouco com Hermione, Gina terminava de examinar Mel.


- Princesa você vai poder voltar pra casa amanhã. – Gina falou sorrindo... – Isso não é bom?


- Muito. – Mel devolveu feliz.


- Pois eu tenho uma surpresa. – Harry disse com um sorriso brincalhão.


- Qual é? – as crianças perguntaram juntas.


- A mãe de vocês disse que só vai votar pra casa no domingo, então eu convidei ela e vocês duas pra irem lá em casa no sábado. O que vocês acham?


- Legal. – elas responderam juntas... – Podemos brincar com o James.


Rony voltou a enfermaria, e Harry explicou tudo a ele, na verdade era um convite de Lin que queria rever Hermione e as filhas dela.O convite se estendia a Rony, que aceitou e a Gina, que ficou de ir, se não estivesse de plantão.


Rony deixou Milly no hospital, iria até a Toca, e não poderia correr o risco de algum dos seus irmãos encontrarem com ela.


A noite já estava caindo em Londres, depois de se certificar que mais ninguém autorizado visitaria sua filha, Hermione voltou ao quarto, lia um livro, enquanto Mel e Milly brincavam na cama com o ursinho Ted. Hermione escutou batidas na porta.


- Pode entrar. – ela falou fechando o livro e olhando para a porta.


Seu coração acelerou, quando ela viu aquela figura de coração tão bondoso entrar pela porta.


- Sra. Weasley. – foi a única coisa que ela conseguiu dizer.


A velha senhora caminhou até chegar bem perto de Hermione.


- Hermione, quanto tempo. – ela falou, dando um abraço em Hermione.


Hermione se surpreendeu com a reação dela, mais retribuiu ao abraço emocionada. Depois de uns segundos elas se separaram.


- Eu não vou dizer nada Hermione. – a Sra. Weasley começou a falar séria... – Conversei com a Gina, e acho que não devo me meter, quero que você saiba que ainda é bem vinda na Toca.


- Obrigada Sra. Weasley. – Hermione agradeceu com um sorriso... – Isso significa muito pra mim.


Molly devolveu o sorriso e olhou para a cama... – Agora me deixa ver minhas netas. – falou baixinho, só para Hermione escutar, e andou até a cama, seguida por Hermione.


- Vovó. – Milly disse abrindo um sorriso.


- Oi minha pequena. – Molly falou, abraçando a neta.


Mel olhava para as duas com um sorriso também, sabia quem Molly era, Milly tinha contado a ela.


- E você. – Molly se dirigiu a Mel... – Deve ser a irmãzinha da Milly?


- Sou. – Mel falou sorrindo... – Sou Melanie Granger, mas pode me chamar de Mel. A senhora é a mãe do papai, não é?


- Sou. – respondeu Molly emocionada, segurando as lágrimas... – Você sabe por que se chama Melanie?


- Sei. – Mel falou orgulhosa por saber... – Mamãe disse que foi uma pessoa muito especial que pediu pra ela quando tivesse uma filha colocasse o nome de Melanie.


A essa altura a velha senhora já não conseguia mais deter as lágrimas.


- O meu também não foi a mamãe que escolheu vovó. – Milly respondeu também... – Mamãe diz que foi uma promessa que ela fez.


- Princesa. – Hermione falou olhando pra Mel... – Lembra a pessoa especial que a mamãe disse? – Mel confirmou e ela continuou... – É a Sra. Weasley.


- Sério? – Mel perguntou empolgada... – Que legal. - disse dando um abraço em Molly.


Molly sorriu entre as lágrimas, apesar de tudo, sempre agradeceria Hermione, por ter dado o nome escolhido por ela a neta.


 


...


 


 


Mel saiu do hospital muito feliz no colo de Rony, enquanto Milly vinha de mãos dadas com Hermione. Eles conversavam animados, enquanto Hermione tentava se manter alheia a conversa.


Estavam na calçada do lado de fora, quando Rony e Hermione começaram mais uma de suas famosas brigas.


- Obrigado Ronald, mas, ficamos aqui. – Hermione disse pegando a mochila de Mel.


- Como assim? – Rony se irritou... – Elas vão pra minha casa.


- Não. Elas vão pra casa dos meus pais comigo.


- Pra minha casa. Isso não ta em discussão Hermione.


- E posso saber como? – Hermione interrogou... – Sem aparatação. E nada de vassoura. – Hermione disse em um tom que não admite contestação... – Papai me emprestou o carro dele.


- Eu também estou de carro. – Rony falou debochado apontando um carro do outro lado da rua... – Elas vão pra minha casa.


- Rony. – Hermione disse sem perceber... – Mel ainda precisa de cuidados. Milly não foi à casa dos meus pais nenhuma vez. Eles estão com saudade. Eu vou levar elas.


Rony parou pra pensar um pouco. Repreendeu-se pelo sorriso que deu quando Hermione o chamou de Rony. As crianças olhavam de um pra outro divertidas, não conseguiam entender, como em tão pouco tempo eles podiam brigar tanto.


- Podemos fazer assim Hermione. – ele disse mudando o tom de voz... – Eu as levo agora, e você vai buscar elas na minha casa a noite. Gina me explicou tudo, eu posso cuidar da Mel, e elas verão seus pais a noite. Eles estão trabalhando agora não estão?


- Deixa mamãe. Por favor? – Mel pediu com os olhinhos brilhando.


- Estão. – Hermione se rendeu... – Tudo bem, eu passo na sua casa a noite. – ela deu um beijo nas filhas e devolveu a mochila a Rony... – Gina disse que você se mudou. Eu não sei seu novo endereço.


Depois de explicar a Hermione seu novo endereço, agora ele morava em uma casa, Rony saiu com as filhas, que estavam felizes por poder ficar mais um tempo com ele.


Rony dirigiu feliz com as filhas seguras no banco traseiro do carro, era quase hora do almoço.


- Hei ruivinhas estão com fome? – perguntou olhando pelo retrovisor... – Querem almoçar onde? Podemos ir a um restaurante.


- Estamos. – Milly respondeu... – Podemos ir a Toca, almoçar com a vovó?


- Não. – Rony falou um pouco chateado, também gostaria de ir a Toca... – Hoje não dá.


- Vamos a um restaurante então. – pediu Mel.


Rony então parou em frente ao caldeirão furado. Iria ao Beco Diagonal, tinha mesmo que comprar uma coruja. Pichichinho estava velho demais para fazer longas viagens. Ainda tinha que comprar ingredientes para algumas poções. E Fred e Jorge no dia anterior tinham dito que ficariam a tarde toda na Toca, então não teria problemas.


Rony percebeu aliviado que o caldeirão furado estava quase vazio, depois de um oi rápido a antiga amiga de Hogwarts e agora dona do lugar, ele foi direto pra passagem ao beco.


Mel e Milly ficaram impressionadas com o lugar, elas iam a lugares bruxos, mas nada comparado ao Beco Diagonal.


Olhavam todas as lojas encantadas, e só depois de Rony prometer que deixaria elas entrarem em cada uma, elas se deixaram levar até o pequeno restaurante.


Rony notou que Mel comia tanto quanto Milly, quando a sobremesa chegou Rony conseguiu manter uma conversa.


- Vocês gostaram da vovó? – Rony perguntou enquanto comia seu pedaço de mousse.


- Muito. – Milly respondeu e Mel concordou com um sorriso... – Pena que vamos embora.


- Eu já disse que ia resolver isso, não disse. – Rony falou piscando pra elas... – Vou convencer a Hermione a deixar que eu traga vocês a Londres sempre.


Elas deram um sorriso maior, adoravam a possibilidade de poder conviver com Rony. Depois de e devorarem a sobremesa, Rony as levou para visitar as lojas como prometido.


A primeira loja foi uma de doces, elas saíram de lá com saquinhos cheios de guloseimas.


- Não deixe à mãe de vocês ver isso. – ele implorou com uma careta, sabia que seria briga na certa.


Depois elas entraram em uma loja de animais, onde Rony aproveitou para comprar sua coruja. Foi com grande sacrifício que ele não cedeu a vontade de comprar um cachorrinho pra elas.


- Compra papai, por favor. – Mel pediu suplicante fazendo a carinha mais inocente que conseguiu... – Ele é bonitinho. – terminou apontando o pequeno cachorrinho de pelos fofos em uma gaiola.


- Não. – Rony disse vacilante, e então perguntou curioso... – Por que vocês não têm um cachorro? Por que Hermione nunca comprou um?


- Por causa do bichento. – Milly respondeu, também implorando com os olhos pra ele comprar o cachorro... – Mamãe disse que ele ta muito velho pra correr de um cachorro.


Rony repensou a idéia de dar um cachorro a elas, a possibilidade de ver aquele gato correndo de um cachorro era tentadora. Logo a imagem de Hermione surgiu em sua cabeça o acusando e ele voltou a responder as filhas.


- Não. – ele disse firme... – Qualquer coisa, menos um cachorro. A Hermione me mataria.


Ele saiu da loja carregando a coruja, e com as filhas emburradas, parou no meio da rua e abaixou-se pra ficar do tamanho delas.


- Esses dias todos eu fiz tudo o que vocês queriam não fiz? – elas concordaram ainda emburradas... – Não adianta fazerem essa cara, eu conheço ela. – disse com um sorriso lembrando de James... – Não vou mudar de idéia, não vou comprar o cachorro. Hermione não quer, é por um motivo justo, ou vocês não gostam do bichento?


- Gostamos. – elas responderam envergonhadas.


- Então pronto. – ele disse firme... – Vocês moram com ela. Não vou comprar. Então podem desfazer essa carinha e voltar a sorrir. – terminou fazendo cosquinhas nelas que voltaram a sorrir e se divertir.


Rony tinha aprendido com as atitudes de James que nem sempre podia falar sim e fazer a vontade dele. Crianças precisavam de limites e ele sabia disso.


Ainda visitaram a loja de varinhas do Sr. Olivaras, a Floreios e Borrões, onde elas ganharam um livro de histórias infantis bruxas. Tinham entrado em quase todas as lojas, quando Rony percebeu que já estava ficando tarde e que começaria a nevar a qualquer momento.


- Olha Milly aquela loja parece legal. – Mel disse apontando pra Gemialidades Weasley... – Vamos lá.


- Vamos. – elas saíram correndo.


Rony só percebeu onde elas estavam indo, quando elas já estavam entrando na loja. Não ligou muito, só quem deveria estar na loja era a ajudante deles, sabia que eles estavam na Toca, trabalhando em novas invenções e perdiam horas com isso.


Dentro da loja, elas olhavam tudo vidradas, a loja mais legal do Beco Diagonal. Olhavam um mostruário de varinhas de borracha, quando Fred e Jorge se aproximaram delas.


- Figurinhas repetidas. – Fred falou divertido... – Estão gostando, vão querer levar alguma coisa?


- Vocês também são repetidos. – Milly devolveu brava... – E não devem gostar dessa piadinha idiota.


Jorge riu com vontade e se abaixou pra ficar do tamanho delas, seguido por Fred.


- Gostei de vocês. – Jorge falou sorrindo... – Com respostas na ponta da língua.


Mel sorriu ao olhar pra irmã.


- Eu sou o Fred. – Fred se apresentou.


- Eu sou Jorge. – Jorge fez o mesmo


- Weasley. – eles falaram juntos.


- Melanie. – ela esticou a mão pra ele.


- Emily. – Milly imitou.


- Granger. – disseram juntas.


Fred e Jorge arregalaram os olhos surpresos, não seria apenas uma coincidência, eles pensavam.


Rony entrou distraído na loja, quando elas correram pra ele, pedindo pra que ele comprasse a varinha de borracha.


- Calma, calma. Uma de cada vez. – Rony pediu sem entender.


- Compra uma varinha dessas pra gente papai? – Mel pediu.


- Compro. Onde esta a Vera, a atendente? – Rony perguntou a elas.


- Os meninos estão ali. – Elas disseram apontando Fred e Jorge que se levantaram com sorrisos marotos.


Elas correram novamente pra perto de Fred e Jorge que continuavam olhando para Rony que agora tinha as bochechas e as orelhas vermelhas.


- Vocês são Weasley? – Mel perguntou olhando pra eles... – São da família do papai e da tia Gina.


- Nós somos irmãos do cenoura ali. – Fred falou apontando Rony... – E da Gina também.


- Vocês podem escolher qualquer coisa que será um presente nosso. – Jorge falou olhando pra elas, que na mesma hora correram pra explorar a loja.


Eles andaram pra perto de Rony que continuava sem ação parado em frente a porta.


- Quando planejava nos contar Rony. – perguntaram chateados... – Filhas, desde quando você sabe disso? A Hermione voltou?


Rony suspirou fundo antes de responder a eles.


- É uma longa história. Vamos lá pro fundo da loja. – ele disse já caminhando, falando com Vera quando passou pelo balcão... – Olho nelas pra mim Vera. Elas são travessas.


Ele passou pela pequena porta, seguido de Fred e Jorge.


Rony lançou um feitiço na porta, as meninas estavam a poucos metros dali, e ele não podia correr o risco delas escutarem sem querer. Encostou-se a uma prateleira e viu os irmãos olharem pra ele sérios demais pro padrão Fred e Jorge. Então ele começou a falar, sem que eles fizessem mais nenhuma pergunta.


- Eu descobri há uma semana mais ou menos. – começou a falar muito sério... – Na verdade só descobri por que precisavam de mim. Se não, sabe-se lá Merlim quando eu ia descobrir.


- Como assim? – Fred indagou.


- Elas têm um tipo raro de doença. – Rony disse olhando elas brincarem pelo vidro da porta... – Precisam tomar uma poção de quinze em quinze dias, com o meu sangue e da Hermione. Na semana passada, eu sai as pressas em uma missão e não pude ir ao St. Mungus tirar o sangue que a Gina sempre pedia. A Mel passou muito mal, precisaram de mim, então me chamaram.


- Espera. – Fred disse balançando a cabeça... – Uma doença? Que doença? E por que o sangue de vocês.


- É imunodeficiência. Uma doença trouxa. – Rony repetiu toda a explicação que Gina tinha lhe dado a eles... – Gina explicou que a poção com meu sangue e da Hermione, fortalece elas, não permite que elas fiquem doentes com facilidade.


- Você ta querendo dizer que vocês só descobriram semana passada? – Fred perguntou, tentando acreditar nas próprias palavras... – Hermione descobriu a doença e correu pra você e a Gina?


- Não. – Rony respondeu com a expressão fechada... – Eu to querendo dizer, que Gina e Hermione sempre estiveram juntas nessa. Gina sempre soube, desde a gravidez. Todos esses anos.


Fred e Jorge ficaram boquiabertos, não esperavam uma atitude assim de Gina. Rony deu um sorriso visivelmente triste, sabia que a reação deles seria assim.


- Surpresos? Chocados? Decepcionados?– Rony perguntou com um sorriso sarcástico... – Imaginem como eu não me senti.


- A Gina fazendo isso com você! Fred exclamou perplexo... – Logo com você. Não da pra acreditar.


Rony abaixou a cabeça, também tinha custado a acreditar, e nos últimos dias tinha observado Gina de longe, cuidando das filhas dele. Tentava entender, achar uma explicação, mas não conseguia a magoa e a decepção eram maiores, desde então, só falava com Gina o necessário.


- Por que elas te chamaram de pai? – Jorge perguntou confuso... – Tia Gina? Elas sabem de tudo?


- Não. – Rony quase gritou e olhou novamente pelo vidro da porta, e explicou tudo aos irmãos... – É só carinho. – Rony terminou... – Eu nem sei o que Hermione disse a elas sobre mim.


- Quem mais sabe delas? – Fred perguntou


- Harry, James, mamãe, papai, Tonks e Lilá.


- Por que não contaram pra gente?


- Por que elas ainda não sabem e Mel estava internada. – Rony explicou... – Mamãe achou que vocês fariam um tumulto no hospital.


Fred e Jorge riram, sabiam que a mãe estava certa.


- Depois tem todas as crianças. – Rony continuou... – Elas poderiam escutar alguma coisa e repetir pra Mel e pra Milly.


Fred ia concordar, mas não teve tempo, as meninas estavam batendo na porta, pedindo permissão pra entrar. Ele abriu a porta sorrindo.


- Nós podemos levar esses? – Milly perguntou apontando pros mini-pufe na mão delas.


- Claro que podem. – Jorge disse bagunçando o cabelo delas... – Vocês podem tudo.


- Podemos? – Mel questionou com uma sobrancelha erguida... – Por quê?


- Por que são nossas sobrinhas. – Fred disse parecendo óbvio, ma elas ficaram confusas, ele continuou... – Vocês não são filhas do cabeça de fósforo ali? – elas concordaram... – Então, somos irmãos dele.Vocês são nossas sobrinhas.


Eles abriram um sorriso, e Fred percebeu que era igual ao de Rony.


- É verdade. - Mel falou.


- Então podemos levar mais coisas tio Fred? – Milly perguntou sorrindo meigamente.


- Não. - Jorge respondeu piscando pra elas... – Só a primeira compra dos sobrinhos é de graça. Isso é um negocio. Qualquer outra coisa o Rony tem que pagar.


Eles olharam pro ruivo que ainda estava encostado a prateleira. Rony riu antes de responder. Fred e Jorge seriam uma má influência pra suas filhas.


- Tudo bem. - ele se rendeu novamente... – Mas não vou gastar muitos galeões com vocês. – disse apontando Fred e Jorge.


As meninas correram novamente pra loja, procurando mais coisas que ajudassem nas travessuras delas. Rony foi atrás conversando com os irmãos.


- Rony temos que falar sobre os novos produtos, que estamos desenvolvendo para os aurores, precisamos da sua ajuda. – Fred falou


Rony concordou com Fred. Rony agora era sócio deles na loja, era um negocio lucrativo. Rony se dividia entre os afazeres de auror e a loja. Adorava aquilo tudo.


Depois de alguns protestos Rony conseguiu sair da loja com as filhas e foi embora. Assim que estacionou o carro em sua casa, a neve começou a cair. Já estava quase escurecendo.


Rony entrou em casa batendo a porta ao passar. Mel olhava tudo encantada.


- Vem vou te mostrar tudo. – Milly falou pegando na mão da irmã... – O papai disse que vai fazer um quarto pra gente aqui. – elas saíram correndo subindo as escadas, mas antes deixaram os ursinhos idênticos sentados em um degrau.


- Não demorem. Vou fazer alguma coisa quente pra gente beber. – Rony teve que gritar pra que elas escutassem... – A mãe de vocês já deve ta chegando.


Rony saiu pela cozinha e colocou a coruja na varandinha que dava pro quintal. Abriu à gaiola e deixou que a coruja saísse.


A casa onde morava agora era bem maior que o antigo apartamento. Suas condições financeiras tinham melhorado significativamente desde que começara a trabalhar com os gêmeos. Ainda pagava a casa, mas estava satisfeito, a casa era do jeito que ele queria e ficava só a um quarteirão da casa de Harry.


Voltou para a cozinha, tinha alguns aparelhos trouxas ali, por insistência de Harry e Lin. Mas Rony admitia que eram de grande ajuda. Pegou chocolate dentro do armário, leite na geladeira e foi pro fogão. Todo aquele frio pedia uma caneca grande de chocolate quente.


Milly já tinha mostrado a Mel o banheiro no andar de cima, dois quartos vazios, elas tinham descido novamente, foram até a sala, o corredor, uma sala de jantar, passaram pela cozinha correndo e esbarrando em Rony que quase derrubou todo o chocolate.


- Não precisam correr. – ele gritou, mas sorrindo... – A casa não vai sair do lugar.


Elas gargalharam, foram pro quintal, ficaram lá alguns minutos e voltaram pra cozinha.


- Já conheceu a casa toda ruivinha? – Rony perguntou a Mel, enquanto elas sentavam-se a mesa.


- Já papai. – ela levantou-se abruptamente... – Não. Ainda falta seu quarto. – falou voltando a correr pra fora da cozinha com Milly logo atrás dela.


- Rápido. Já ta quase pronto. – Rony teve que gritar novamente.


No andar de cima Mel parou na frente da porta que ela imaginava ser o quarto do pai, mas sua atenção estava no fundo do corredor e um sorriso maroto começava a se desenhar no seu rosto.


- O que foi? – Milly perguntou parando ao lado dela e olhando na mesma direção.


- Olha aquilo. – ela disse apontando uma escada, sorrindo.


- Não Mel. Eu não quero ir. – Milly falou emburrada, olhando o sorriso da irmã.


- Deixa de ser boba. – Mel alfinetou.


- Eu não sou boba. – Milly rebateu mais emburrada... – Só não gosto do sótão.


- Vamos Milly, por favor. – Mel disse com os olhos brilhando... – Deve ter coisas legais lá em cima. Lembra quando agente descobriu aqueles álbuns completos de jogadores de quadribol na casa do padrinho, ou quando descobrimos aquelas fantasias lá em casa. Vamos Milly, vai se legal.


- Mas no sótão também tinha um monte de aranhas, tanto na casa do padrinho quanto lá em casa. – disse fazendo uma careta feia... – Ai em cima também deve ter. – Milly falou apontando para a escada.


- Milly, não precisa ficar com medo. – Mel falou estendendo a mão pra ela... – Se tiver aranha eu te protejo e mato todas. Agora vamos.


Milly deu à mão a irmã, ainda um pouco receosa. Não gostava nada de aranhas.  Porém, Mel sempre dava um jeito quando elas viam uma.


Elas subiram as escadas devagar, com o coração acelerando. Mel por que, sótãos pra ela significava aventura, descobrir um mundo novo desconhecido. Milly por que além da aventura estava com medo das possíveis aranhas.


Ao abrir a pequena portinha e entrar no sótão, uma luz acendeu automaticamente, elas ficaram boquiabertas, aquele lugar lembrava qualquer coisa menos um sótão. Pra elas sótão significava sujeira, coisas velhas, aranhas, baús, coisas antigas. Na maioria das vezes achavam objetos que as ajudava a pregar peças nos outros. Aquele lugar era completamente diferente.


Aquele lugar era o paraíso, um sorriso de pura alegria se desenhou no rosto delas. Começaram a dar pequenos passos, olhando tudo.


- Esse lugar é o máximo. – Mel exclamou encantada.


- É demais. – Milly falou enquanto girava tentando ver cada detalhe.


O sótão era um tipo de santuário ao Chudley Cannons. As paredes eram decoradas com pôsteres de jogadores, Em algumas prateleiras espalhadas pelo espaço tinham bonecos em miniaturas dos jogadores. Miniaturas de vassouras de todos os modelos voavam alguns centímetros abaixo do teto. Ainda tinha replicas em tamanho real dos jogadores mais famosos que passaram pelo time. Em algumas caixinhas de vidro também espalhadas pelo ambiente, suspensas no ar magicamente tinham alguns pomos de ouro, luvas de goleiro. Em uma parede no fundo do sótão tinham varias vassouras de modelos diferentes penduradas.


- Nem na casa do padrinho tem um lugar assim. – Mel lembrou e Milly concordou.


- Aqui não tem aranhas. – Milly lembrou... – É limpo.


- Será que aqui têm uniformes? – Mel perguntou empolgada a Milly.


- Deve ter. - Milly respondeu olhando ao redor... – Olha aquele baú. – ela falou apontando pra um baú, encostado em uma parede no cantinho, até agora despercebido... _ Talvez tenha ali.


Elas correram animadas até o baú, entusiasmadas com a possibilidade de encontrar uniformes de quadribol do seu time preferido.


O que encontraram foi algo totalmente diferente, mais que as deixou com igual entusiasmo. Elas sentaram-se ao lado do baú, enquanto tiravam o que tinha dentro e colocavam entre elas no chão.


- Olha é um ursinho. – Mel falou enquanto tirava o ursinho um pouco velho de dentro do baú... – Tem o nome da tia Gina.


- Olha esse álbum. - Mel falou sentando-se ao lado da irmã e mostrando a ela um álbum com fotos de bebês... – Bebês Weasley é o nome do álbum. – Mel completou... – Deve ter fotos dos irmãos do papai.


E era exatamente isso que tinha naquele álbum, fotos dos Weasley’s bebês. Desde Carlinhos até Gina. Elas estavam abobalhadas, os bebês eram todos parecidos, mas as fotos tinham o nome deles, então elas podiam identificá-los. Chegaram a ultima foto e fecharam o álbum e foram explorar mais o baú, atrás de mais lembranças de Rony.


Em uma caixinha dentro do baú, Milly encontrou a carta de Hogwarts de Rony, junto com o emblema de monitor, a carta com o resultado dos exames e outras coisas.


Mel estava debruçada sobre o baú, tentando achar mais alguma coisa interessante e pegou outra caixa , esta estava no fundo do baú, embaixo de alguns recortes velhos de jornais.


- Ruivinhas desçam. – elas escutaram Rony gritar do andar de baixo... – Já ta pronto, to esperando vocês na sala.


Milly largou a caixa correu até a portinha e gritou de volta avisando que já estavam indo e voltou pra perto de Mel.


- Vamos guardar tudo Mel.- Milly disse já recolocando as coisas dentro da caixa... – Depois nós voltamos. – ela parou de jogar as coisas dentro da caixa e olhou pra irmã, que tinha uma expressão indefinida e os olhos arregalados.


- Mel, o que foi? – Milly perguntou preocupada indo pra perto dela... – Você ta se sentindo mal?


Mel negou com a cabeça e mostrou à irmã a foto que ela estava olhando, tinha tirado de dentro da caixa. Milly pegou a foto e olhou, ela também ficou surpresa, era uma foto com Rony e Hermione abraçados e não era muito antiga.


Milly sorriu pra irmã que retribuiu.


- Será que eles eram namorados? – Milly perguntou travessa... – Papai disse que eles eram amigos a muito tempo.


- Não sei. - Mel respondeu voltando a olhar pra dentro da caixa... – Aqui tem muitas fotos. Nós podemos descobrir. – ela falou travessa, feliz com a possibilidade de descobrir se os pais já tinham namorado.


Milly sentou-se ao lado dela esquecendo-se que tinham que descer. Começaram a tirar as fotos de dentro da caixa, e não tardaram a descobrir que Rony e Hermione tinham mesmo namorado.


Eram varias fotos não muito antigas, em algumas eles estavam abraçados, em outras se beijavam, ou então só se olhavam apaixonadamente.


Elas trocavam sorrisos marotos e cúmplices, pensavam a mesma coisa. Hermione ia ter que contar tudo sobre Rony e quem sabe elas poderiam fazer com que eles namorassem novamente.


Entre tantas fotos, elas começaram a achar fotos mais antigas, e o sorriso delas foi se modificando gradativamente. Então encontraram uma foto que prendeu a atenção delas, uma foto de Rony e Hermione no quarto ano em Hogwarts na arquibancada torcendo por Harry na prova do dragão.


Sem que percebessem lágrimas começaram a brotar nos olhos delas, depois de trocarem olhares de entendimento, elas começaram a procurar fotos com mais rapidez e nervosismo.


Acharam fotos mais antigas que aquela, outras mais novas, em algumas apareciam Harry e Gina.


Sem conseguir ficar mais calada Mel voltou a falar.


- Você sabe o que isso significa não é? – disse rápido enquanto secava algumas lágrimas que continuavam a descer.


- O papai se chama Ronald. - Milly lembrou, enquanto procurava mais fotos... – Como nós não percebemos Mel?


- Eu não sei. – Mel respondeu triste... – Por que eles não contaram pra gente?


Elas escutaram batidas na porta, e concluíram que devia ser Hermione.


- Olha isso. – Milly falou rápido, mostrando uma foto a Mel.


Mel voltou a chorar e Milly também. Elas escutaram Rony chamar por elas novamente antes de abrir a porta, levantaram com a foto na mão secaram as lágrimas e guardaram tudo novamente no baú , antes de descerem.


 


...


 


Rony estava na sala separando uns ingredientes para algumas poções quando escutou batidas na porta. Ele levantou para atender, certamente seria Hermione. Antes de abrir a porta ele gritou as filhas novamente.


Girou a maçaneta e percebeu que do lado de fora a nevasca aumentava. Ele não teve tempo de falar nada, Hermione entrou feito um foguete.


- O que foi que eu fiz dessa vez? – Rony perguntou calmo fechando a porta... – Ou o que você pensa que eu fiz?


- Você tem alguma coisa a ver com isso? – Hemione perguntou furiosa entregando um jornal a ele... – Não foi isso que combinamos.


Rony abriu o jornal sem entender o que ela estava falando. Rapidamente seu rosto tingiu-se de um vermelho vivo, quando ele viu a matéria.


Profeta Diário, Edição especial da tarde.


Hermione Granger de volta a Londres depois de seis anos.


Hermione Granger, antigamente conhecida como a melhor amiga de Harry Potter, integrante do “trio maravilha” esta de volta a Londres depois de seis anos morando na Espanha. Há anos nosso jornal tenta descobrir o motivo que levou a inteligente Senhorita Granger a deixar o país e ir trabalhar no ministério da Espanha. E Finalmente nós descobrimos para vocês nossos queridos leitores o motivo que levou a jovem bruxa embora.


Hermione Granger tem duas filhas gêmeas, ao que parece com seu antigo namorado Ronald Weasley.


Agora as perguntas que não querem calar: Por que nunca soubemos que ele tinha duas filhas? Será que Ronald Weasley sabia? Será que a família Weasley sabia? Essas meninas foram criadas sem pai, ou será que alguém assumiu esse papel?


Todas essas perguntas foram respondidas por um informante nosso. Saiba todas as respostas na pagina três. E veja uma foto das filhas do casal.


Rony virou a página do jornal com uma imensa fúria.


Pág. 3, Desvende um pouco desses seis misteriosos anos da vida de Hermione.


Segundo nossa fonte, que é muito confiável, a Senhorita Granger deixou Londres há seis anos atrás no meio da noite sem avisar a ninguém. O então atual namorado, Ronald Weasley, a procurou durante muito tempo sem sucesso. Depois de um tempo ele desistiu da morena e começou a namorar a loira Lavander Bronw, com quem ficou noivo por um tempo, e namora atualmente.


Hermione, sem mostra nenhum ressentimento nunca procurou Ronald ou a família Weasley pra falar sobre as filhas. Mas esse tempo todo ela teve ajuda de Ginerva Weasley, irmã do rapaz, que no entendimento de todos, deveria ficar ao lado do irmão e da família. Era isso que uma boa irmã deveria fazer, não é mesmo leitores queridos? Porém Gina Weasley fez o contrario e ajudou Hermione a esconder as meninas.


Novamente segundo nossa fonte, Ronald Weasley só descobriu que tem duas filhas por acaso. Mas nossa fonte questiona se essas meninas são filhas dele mesmo. Vendo a foto das meninas, vocês leitores diriam que elas se parecem com Ronald, e são ruivas, mas, isso seria possível com um feitiço não é mesmo?


Mas como diz um antigo ditado trouxa, “Aqui se faz, aqui se paga”, e infelizmente, as meninas ainda tão pequenas pagam pelo erro da mãe. As meninas, conforme conta nossa fonte, tem um tipo raro de doença, o que deixou uma delas internada no St. Mungus durante os últimos oito dias.


Voltando a questão da paternidade das crianças, nossa fonte diz que tem quase certeza que na verdade elas são filhas de Vitor Krum, que coincidentemente é padrinho das crianças. Mais uma vez Hermione Granger tem dois homens dos mais cobiçados em suas mãos, Vitor Krum e Ronald Weasley. Provavelmente ela deve usar um feitiço sobre os dois para eles se submeterem a tal situação, um assumindo os filhos que é de outro.Por que se vocês se lembram a senhorita Granger não é dotada de muita beleza.


Nossa fonte ainda revelou que as meninas ainda não sabem que supostamente são filhas de Ronald Weasley. Que foi visto essa tarde passeando com elas pelo Beco Diagonal.


Ficamos por aqui leitores, qualquer informação nova, informaremos a vocês. Mas ainda assim deixamos uma pergunta a vocês. Será que a Granger esta definitivamente de volta a Londres? E quando será que ela contara as filhas quem é seu verdadeiro pai? Ronald Weasley ou Vitor Krum?


Vocês podem escrever pra nossa redação, dando opiniões. Aguardaremos as corujas de vocês. Até a Próxima.


Rita Skeeter.


 


Rony terminou de ler enojado, a matéria era ilustrada com fotos dele, Hermione e as gêmeas saindo do hospital e varias fotos dele com elas no Beco Diagonal.


- Como você pode achar que eu tenho alguma coisa com isso? – Rony perguntou perplexo a Hermione... – Aqui diz que minhas filhas , são na verdade filhas do Krum. Eu falaria isso Hermione?


Hermione deixou os ombros caírem derrotada.


- Desculpa. – Hermione pediu sinceramente... – Desculpa, mas é que isso é horrível, tudo ai tem duplo sentido. E ela sabe de coisas que só nós e sua família sabemos. Como ela descobriu?


- Eu não sei. – Rony deu de ombros furioso... – Pode ter se transfigurado novamente? – ele questionou... – Você já esqueceu como ela é perversa?


- Eu não esqueci? – Hermione disse nervosa... – Mas não foi transfiguração, eu tenho certeza. Alguém disse isso a ela. As meninas têm proteção, ela não conseguiria chegar perto. – vendo a expressão de desentendimento de Rony ela continuou... – Eu não queria elas na mídia, elas são protegidas, não podem ser filmadas, fotografadas, e nenhum tipo de meio de comunicação pode falar delas.


- Eu vou atrás da Rita. – Rony falou furioso... – Será que ela não tem mais medo de você.


- Se não tiver. Vai voltar a ter. – Hermione disse com um sorriso vitorioso... – Qualquer meio de comunicação bruxo que falasse das minhas filhas, teriam que pagar uma multa altíssima ao ministério espanhol. – ela explicou... – Foi uma exigência minha, quando comecei a trabalhar lá. Parece que a informante da Rita não sabia disso.


- Eu vou descobrir quem é. – Rony falou decidido olhando o jornal... – Mas agora não tem mais jeito temos que contar a elas.


- Vai dizer que você não faz idéia de quem seja? – Hermione perguntou exasperada.


Antes que Rony pudesse responder, eles escutaram as meninas descendo as escadas e se viraram pra olhar.


Rony parou ao lado de Hermione, eles trocaram um olhar curioso, quando viram elas descerem sem animação com os olhos vermelhos e com uma expressão triste.


- Vocês estavam chorando? – Rony perguntou preocupado... – Por quê? O que houve?


- Nós achamos isso. – Mel falou quando elas pararam em frente à Hermione que se abaixou pra ver o que era... – Lá em cima?


Hermione ficou perplexa quando viu a foto, era uma foto igual a que ela tinha dado as filhas, seu corpo começou a tremer e seus olhos se encheram de lágrimas involuntariamente.


Rony que também tinha se abaixado conseguiu ver a foto.


- Onde vocês acharam essa foto? – ele perguntou com as bochechas vermelhas de vergonha... – Eu nem lembrava que ainda a tinha.


Hermione continuava olhando para as filhas que olhavam dela para Rony com uma expressão indefinida.


- Acho que eu não preciso explicar pras minhas princesinhas inteligentes o que isso significa não é? – Hermione perguntou tentando forçar um sorriso


- Não. - Milly disse, sem desviar os olhos dela... – Só precisa dizer por que vocês não contaram pra gente antes?


- Contaram o que? – Rony perguntou confuso... – Do que vocês estão falando?


Mel tirou a foto da mão da mãe e deu pra Rony.


- Quem são esses da foto papai? – ela perguntou séria olhando dele pra mãe.


- Eu, a Hermione e o Harry. – Rony disse apontando cada um na foto.


Mel pegou o ursinho dela e da irmã  que ela tinham deixados sentados em um degrau da escada, voltou pra perto do pai, entregou o da irmã, e dento da roupinha do seu ela tirou uma foto igual a que Rony segurava e deu pra ele falando.


- Mamãe nos deu essa foto. – ela disse sorrindo e apontando os três na foto... – Essa é a mamãe , o tio Harry e o papai. Não é mamãe? – ela perguntou virando pra mãe.


- Isso princesa, é o papai. – Hermione disse deixando escapar uma lágrima, estava nervosa, não imaginava contar as filhas assim, e ainda não sabia como elas reagiriam.


- De verdade? – Milly questionou


- De verdade. – Hermione afirmou.


Rony então tinha entendido o que estava acontecendo, sentiu o coração disparar de felicidade e apreensão.


- Quando você descobriu? – Mel perguntou olhando pro pai.


Hermione percebeu que ele não conseguia falar e ela mesma respondeu.


- Ele soube no dia em que trouxemos você ao hospital Mel. – Hermione disse nervosa... – Ele viu a mamãe junto com você e descobriu.


- E por que ele não contou pra gente? – Milly perguntou a mãe.


- Por que eu pedi. – Hermione falou... – Eu pedi pra ele esperar a te a Mel sair do hospital, então eu ia dizer. Vocês entendem?


Elas afirmaram com a cabeça.


- O que vocês acham disso? – Rony conseguiu perguntar muito nervoso, passando as mãos pelo cabelo... – Vocês ficaram tristes por eu ou a Hermione não contar?


Elas se olharam, sem dizer nenhuma palavra, sem esboçar nenhuma reação, Hermione ficou mais nervosa ainda, não gostava quando elas se comunicavam com o olhar, assim Hermione nunca sabia o que elas estavam pensando. Rony não sabia mais o que fazer ou o que falar, estava nervoso demais. Não imaginava que elas descobririam assim.


Elas olharam de Hermione pra Rony e foi Mel que começou a falar.


- Nós não ficamos tristes. – ela falou chegando perto suficiente pra fazer um carinho no rosto da mãe... – Você também não ficou brava quando descobriu que nós falávamos com o Rony. E você papai. – Mel repetiu o gesto com Rony... – É o pai que queríamos ter, ficamos muito felizes em saber.


Elas abraçaram Rony que agora também começava a chorar de felicidade. Hermione ameaçou se levantar para sair de perto, mas Milly a puxou e também a abraçou. Eram nessas horas que Hermione sempre agradecia pelas filhas que tinha.


Elas desfizeram o abraço mostrando os sorrisos lindos que desenhavam seus rostos.


- Agora que nós já soubemos de tudo podemos ficar em Londres mamãe? – Milly perguntou ansiosa a mãe.


- Não. – Hermione falou calma, mais firme... – A mamãe trabalha lá, vocês estudam lá. Não podemos voltar a Londres.


- Mas agora vocês podem vir pra cá quando quiserem. – Rony disse se levantando... – A Hermione não vai impedir.


Elas sorriram mais ainda e Mel disse rápido.


- Que bom. Pensamos que vocês não iam nos contar. Por isso descemos triste.


- A mamãe não mente pra vocês lembra. – Hermione disse piscando pra elas... – Agora digam tchau pro papai, por que nós já vamos.


- Ah não. – elas protestaram... – Nós queremos beber o chocolate. – falaram esquecendo-se da foto, mas felizes com o pai de verdade.


- Fica mais um pouco Hermione? – Rony pediu, e ela aceitou não querendo brigar.


Então ele voltou pra sala com elas, que discutiam quando voltariam a Londres novamente.


Rony esbanjava felicidade sentado ali no tapete recostado no sofá distraído vendo as filhas brincarem com o cabelo de Hermione.


Elas estavam cada uma sentada em uma perna de Hermione, e tentavam fazer diferentes penteados enquanto hermione sorria e fazia caretas. Parecia ter esquecido onde estava.


Rony sabia que Hermione estava desligada de tudo ao redor, que no momento ela só prestava atenção nas filhas.


Rony observava as mulheres de sua vida. Era estranho pensar assim, mas ele não conseguia evitar. Se repreendia com esses pensamentos, era uma briga interna constante. Hora ele se pegava pensando no amor que sentia por Hermione, que mesmo com todas as tentativas só crescia a cada dia, porem com a mesma intensidade que esses pensamentos viam eram esmagados pelas lembranças recentes, a superioridade dela ao falar das filhas, a insistência em dizer que eram só dela, e as acusações que ela fazia a ele. Acusações sem sentido.


Ele queria poder recomeçar, mas isso era impossível. Ele não podia esquecer que ela tinha escondido as filhas dele. Mas ver ela assim tão vulnerável o lembrava do tempo em que eram amigos, namorados. Harry tinha razão, a Hermione que ele conhecia não esconderia as filhas, não depois de tudo o que eles tinham passado juntos, depois de tudo o que tinham sofrido.


Ele tinha os olhos perdidos nela, enquanto uma única lágrima descia pelo seu rosto, enquanto ele acariciava o pingente em seu cordão. Um pequeno botão.


Hermione olhou pra ele nesse exato momento, e também se perdeu na imensidão dos olhos dele. Viu a lágrima descer pelo rosto dele e automaticamente acariciou o pequeno botão preso a correntinha em seu pescoço. Sabia exatamente no que ele estava pensando.


Ficaram assim se olhando, se admirando, compartilhando pensamentos por uns segundos, até que a Magia do momento foi quebrada com a voz de Arthur Weasley que vinha da lareira.


- Rony, meu filho, você esta ai? – Arthur perguntou pela segunda vez


Rony levantou ainda sem tirar os olhos de hermione e sentou no sofá olhando pra trás, onde podia ver a cabeça do pai flutuar na lareira.


- Rony! – exclamou o Senhor Weasley... – Você precisa vir pra Toca agora!


Rony deu um pulo do sofá quando percebeu a seriedade do pai. Hermione se assustou e também levantou as pressas do chão indo pra perto do ruivo.


- O que houve? – Rony perguntou preocupado... – Tem alguém machucado? A mamãe?


- Não. – Arthur apressou-se em dizer... – Oi Hermione. – continuou olhando pra ela, que sorriu envergonhada, porem preocupada... – Vocês viram a matéria no profeta diário? – Rony e hermione confirmaram então Arthur continuou... – Todos os seus irmãos estão aqui. Eles querem explicações. É melhor você vir pra cá.


Rony então entendeu o que tinha acontecido.Ele olhou pra filhas, que estavam debruçadas sobre o sofá olhando pra lareira, e então respondeu ao pai.


- Eu to indo papai. – disse muito rápido... – Não deixa nenhum deles vir pra cá.


- Pode deixar. – Arthur respondeu e dirigiu-se a Hermione... – Acho melhor você vir também Hermione. – depois disso ele desapareceu da lareira.


- Você vai até a Toca Hermione? – Rony perguntou virando-se para ela, já imaginando a resposta.


- Não! – respondeu decidida, depois de pensar um pouco.


- Eu já imaginava. – Rony sorriu sarcástico e foi até o sofá beijar as filhas... – Eu vejo vocês amanhã ruivinhas. Você veio de carro Hermione? Pode levar o meu se quiser.


- Não, obrigada. – respondeu seca... – Eu aparatei, esta nevando muito. E vou voltar pela lareira... se você permitir.


- Claro. – rebateu Rony formal... – Fique a vontade.


Depois de Rony se despedir das filhas com beijos e abraços Hermione entrou com elas na lareira e desapareceu entre as chamas verdes. Depois de um suspiro de lamento, Rony fez o mesmo caminho e segundos depois saia da lareira da Toca.


Assim como o pai dissera , todos os seus irmãos estavam lá, menos Gina que estava de plantão no hospital. Até mesmo Carlinhos tinha vindo da Romênia.


Rony observou um por um, no geral eles pareciam, nervosos, apreensivos e chateados.


- Por onde vocês querem que eu comece? – ele perguntou a guisa de boa noite.


A confusão estava armada na Toca, surgiram perguntas de todos os lados, todas ao mesmo tempo. Rony estava confuso, não conseguia entender nada.


- Chega. Calados! – gritou a Sra. Weasley se sobrepondo a confusão. Todos ficaram calados então ela continuou... – Comece pelo inicio meu querido. – Ela disse séria a Rony e sentou-se. Conhecia aquela história e sabia que era longa.


Então Rony repetia mais uma vez há história aquele dia.


 


...

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