Por que lágrimas?



DISCLAIMER: Reconheceu é da J.K.Rowling. Não reconheceu... é meu!
AVISO: É uma história slash, se não gosta, não leia, mas é antes de mais nada um romance, daqueles melosos... toda construída sob o ponto de vista de algum personagem. O uso dos termos originais ou da tradução para o português variou conforme a forma que soaram na minha cabeça ...

Simplesmente desconsiderando o último livro...

Capítulo 6 – Por que lágrimas?

POV SÍRIUS
Tudo estava muito estranho. Lembro-me de ser atingido pela idiota da Bellatriz, depois acordo com um monte de gente ao meu redor que eu não consigui identificar. Um puxão no umbigo e estou num quarto que, quando meus olhos conseguem finalmente enxergar, noto ser maravilhoso. Estranhamente familiar, mas lindo. Percebo também quem está ao meu redor e me assusto com suas expressões.
Depois aquele cara que eu acho que já vi em algum lugar me explicando o que havia acontecido comigo e meu corpo sendo colocado na cama. Noto que o calor gostoso que me envolvia vinha do corpo do Remus que me tinha em seu colo e sua ausência aumenta as dores que sinto. Uma coisa é enfiada na minha boca e pelo gosto horrível sei que é uma poção revigorante. Rogo para que faça efeito. Estou letárgico.
O tal cara começa a me examinar, ou pelo menos é o que parece, e as expressões de todos suavisam. Parecem cansados e Harry tem um brilho diferente no olhar.
A poção faz efeito e entendo. Caí no véu, estive morto por um período grande e voltei. Entendo também os olhares.
Não consigo me mexer. O tal cara explica ao Moony como cuidar de mim e manda os outros descansarem. Harry, Hermione e Tonks parecem esgotados. Gina e Rony excitados. Todos saem após afagos e beijos que aquecem meu coração. Só ficamos eu e o Moony.
_ Vou cuidar de você, Padfoot. Logo estará bem!
Sua voz é calma. Me lembro de quão bem esse som sempre me fez e pisco, num sinal de compreensão. Com um feitiço ele me despe e com uma toalha umidecida em algo morno percorre todo meu corpo.
Em seguida, vira-me de bruços e depois da toalha começa a passar algo que lembra um óleo, que imediatamente age fazendo meu corpo relaxar aquecido. Quando ele me vira novamente e continua seu trabalho concentrado, noto lágrimas rolando por sua face tão marcada e cansada. Somente quando termina de massagear meu último músculo e me cobrir é que ele me olha.
Apesar das lágrimas ele tem um sorriso aliviado, mas que não impede o soluço que sai de sua garganta. Poucas vezes vi o Moony chorar e doia saber que eu havia causado isso.
_ Moony... não... chora! - falo com dificuldade, mas ao invés de parar seu pranto aumenta e ele me abraça. Tento retribuir mas meu corpo não obedece. Sinto-me péssimo.
_ Achei que nunca mais iria te abraçar!
A voz dele estava rouca e eu tremi.
_ Estou... bem... - tento falar, quero conversar com ele, saber tudo que está acontecendo, mas minha garganta não obedece – Quanto... tempo?
_ Mais de um ano, Padfoot!
A voz dele está embargada e sinto sua emoção. Isso me acalma. Saber que depois de tanta coisa ainda sou importante pro Moony é algo reconfortante. Eu, que sempre fui um irresponsável cretino, tenho alguém que me acha importante o suficiente pra se emocionar com o meu retorno... relaxo. Mas preciso perguntar.
_ Como...?
_ Depois te explico tudo, Padfoot. Você vai querer fazer perguntas que eu sei e é melhor agora não tentar falar muito!
Nossa! Nunca achei que seria tão bom ouvir a voz dele. Parece até que uma coisa estoura no meu peito. Uma batida na porta e minha prima maluca entra.
_ Moony, posso entrar?
Ele acena que sim. E, peraí, desde quando ela o chama de Moony?
_ Oi Si... - ela tira a franja dos meus olhos – Trouxe um caldo pra você!
Caldo? Não tô com fome! Não quero caldo nenhum! Mas não consigo falar...
_ Pode deixar que eu dou o caldo pra ele, Tonks! Você precisa descansar.
Este é o Moony, sempre protetor.
_ Você também, Moony! As crianças já comeram e os obriguei a um cochilo. Vou trazer algo pra você também.
Opa! Crianças, cochilos... Será que neste um ano o Moony tornou-se pai? Sorrio e ele sorri de volta.
_ Obrigado. Mas não deixe aqueles quatro te ouvirem. Vão odiar serem chamados de crianças depois de tudo o que já passaram.
Entendo. As crianças são Harry e os outros. Não sei porque, mas sinto alívio.
_ Moony, a Gina ou o Rony podem ficar com o Sírius. Você também precisa descansar! - há preocupação na voz dela.
Tonks dá um sorriso de compreensão, afaga os cabelos dele e um beijo na testa. Senta-se ao meu lado, acaricia minha bochecha e também me beija. Sinto-me feliz como se minha irmâzinha me beijasse. Ops! Não tive irmãs!
_ Bem vindo de volta, meu irmão do coração! - murmura e sai.
Pisco emocionado. Ela também me vê como um irmão. Isso é gostoso, assim como o caldo que o Moony começa a enfiar na minha boca. Sem ter como protestar, aceito. Mas a melhor parte foi o suco, refrescante!
Nova batida na porta. Acho que é minha prima maluca e querida de novo, mas uma ruiva entra. Por um instante acredito que deliro e estou vendo a Lily, mas olho em seus olhos e vejo que é Gina Weasley. Ela cresceu. Traz uma bandeja e, de forma muito semelhante à mãe dela, manda o Remus comer.
Tento sorrir. Ela senta-se ao meu lado e pega minha mão. Chora baixinho mas sinto que está feliz.
_ Harry...
Ela me olha sorridente. Em seus olhos vejo o amor que dedica ao meu afilhado. Tenho vontade de abraçá-la, perguntar se estão juntos, abençoá-los.
_ Ele está descansando um pouco, mas logo virá vê-lo!- olhou brava pro Remus – Assim, quem sabe, o Remus descansa um pouco...
Tão maternal o tom dela. Consigo sorrir e o Moony também sorri junto.
_ Você cozinha muito bem, Gi ! - Moony elogia e entendo.
_ Caldo?
Ela sorri e corada e assenti.
_ Gostoso...
_ Obrigada! - ela está vermelha, linda – Remus, depois eu pego a bandeja. Vou ver se a Tonks foi deitar. Ah! O Adam deixou mais frascos da loção pros músculos lá embaixo. Depois eu trago, tá?!
_ Obrigado, Gina! Por tudo! - como a voz do Moony pode ser tão boa de ouvir?
Outro beijo e ela sai. Estou gostando desta história de retorno. Todo mundo me paparicando. Sinto-me... amado.
Moony termina de comer e paga o tal frasco. Entendo que é a loção que ele novamente passa no meu corpo. A massagem diminui as dores que sinto. Fecho os olhos e relaxo. Suas mãos são macias e suaves. Esqueço que é o Moony me tocando e suspiro.
_ Quer que a Tonks faça isso?
Abro os olhos e nego.
_ Vergonha, Padfoot? - há humor na sua voz.
_ Não! - realmente não havia vergonha. Apesar de estar nu. Mas por que arriscar se o Moony faz isso tão bem...
Quando sua mão toca minha barriga controlo um gemido. Não quero inibi-lo e agradeço a Merlin por estar sentindo dor. Ficar excitado com o toque do Moony seria constrangedor. Aos dois.
Já consigo me mexer um pouco e a garganta não dói tanto. Noto o abatimento do Moony, mas ele não sai do meu lado. Segura minha mão e sorri, parecendo mais jovem. Um sorriso de criança que ganhou um presente. Novamente me aqueço com a sensação de ser o motivo deste sorriso. Faço uma promessa de fazer o Moony sorrir mais vezes. Vê-lo chorar dói.
Ele visivelmente precisa descansar. Fico preocupado. Melhor agir do jeito dele. Jogar seu jogo.
_ Moony... não quero ficar sozinho... me abraça?
Sei que minha voz demonstra dor e ele se esforça pra sorrir calmo. Tira os sapatos e se deita ao meu lado, envolvendo-me em seus braços. Relaxo e fecho os olhos. Aos poucos noto sua respiração mudando. Sinto-me feliz e aquecido. Ele está descansando finalmente. Sinto-me em paz e durmo ouvindo sem coração bater.

POV REMUS
Meu coração está disparado. Massagear o corpo do Sírius é uma tortura difícil de aguentar. Noto seu suspiro e brinco. Também percebo que ele tenta conter um gemido e eu, bem... eu tento agir de forma profissional, como se fosse um massagista trouxa.
Seguro sua mão e sorrio feito bobo. Estou cansado mas não quero sair daqui. Tenho a sensação que todas as barreiras que eu criei pra me proteger caíram, ou então, ficaram naquele véu. Não sei... Só sei que seu pedido para abraçá-lo quase me enfartou. Não que eu nunca tivesse abraçado o Sírius durante nossa juventude. Longos abraços onde eu geralmente o consolava. Mas eram outros tempos, minhas muralhas existiam...
Deitei ao seu lado e roguei aos Deuses que ele não percebesse meu coração disparado. Consegui relaxar e não demorei a dormir.
Acordei, não sei quanto tempo depois, mas já era noite alta. O fogo creptava na lareira e uma manta nos cobria. Sorri ao ver o Sírius ao meu lado. Seu braço segurava minha cintura numa atitude insegura, como se eu fosse sair... Querendo desfrutar mais um pouco daquele sonho de dormir abraçado a ele, fechei novamente os olhos. Pela manhã pensaria no que fazer.

POV HARRY
Quando fui com a Gina levar o jantar para aquelas mulas empacadas, não imaginei a cena. Moony e Padfoot dormiam abraçados. Sorrimos com a beleza daquilo. Estavam serenos e confessei à Gina que, desde que soubera dos sentimentos do Moony, passei a torcer para o Sírius retribuí-lo. Eles mereciam ser felizes.
Peguei uma manta e os cobri enquanto a Gina acendeu a lareira. Ficamos pouco tempo. Deixaria pra falar com o Sírius pela manhã. Eles precisavam descansar e eu não ia tirar do Moony a chance desta experiência, de dormir com o calor de quem se ama.
Na mnhã seguinte, no entanto, estávamos todos elétricos. Parecia que o sucesso do nosso “resgate” acumulou energia em todo mundo. Não resisti e fui acordá-los.

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Mais um!!!
Bjs.

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