O grande dia



DISCLAIMER: Reconheceu é da J.K.Rowling. Não reconheceu... é meu!
AVISO: É uma história slash, se não gosta, não leia, mas é antes de mais nada um romance, daqueles melosos... toda construída sob o ponto de vista de algum personagem. O uso dos termos originais ou da tradução para o português variou conforme a forma que soaram na minha cabeça ...

Simplesmente desconsiderando o último livro...



Capítulo 5- O grande dia

POV REMUS

Faltava pouco mais de meia hora para o Kingsley chegar. Estávamos todos anciosos e na tentetiva de me acalmar repassei mentalmente o dia anterior. Fora um dia interessante.
Primeiro porque, quando levantei preparado pra fazer um café da manhã digno para três adolescentes, deparei-me com Harry, trazendo uma bandeja repleta e parando na porta do quarto da Gina. Ele sorriu corado.
_ Bom dia, Remus... Pode me dar uma forcinha aqui?
Contive o riso. Nosso Don Juan não conseguia abrir a porta.
_ Bom dia! Acha prudente entrar sem bater?
_Vou arriscar.
Ele estava tão violentamente corado que não insisti. Mudei de posição, ficando ao lado da porta e girei a maçaneta de forma que ele terminasse de abri-la com o pé.
_ O café está na mesa...
Agradeci e desci. Aquele era um momento dele e me surpreendi com a refeição posta. Verdade seja dita, Harry sabia preparar um bom café! Tonks não demorou a descer e logo a coruja de Kingsley chegou procurando-a. Ele precisaria trabalhar pra estar livre no dia seguinte. Mudamos os planos e eu fiquei de pegar a Hermione.
Preocupado com o que aqueles três poderiam aprontar dei um zilhão de recomendações. Senti-me meio Molly e Rony externou isso. Rimos.
Saí satisfeito. Precisava deixar algumas coisas em ordem. Não sabia quanto tempo precisaria ficar “fora do ar” para cuidar de Sírius e Harry, mas nada me faria agir diferente. Eles precisavam de mim e sentia-me forte por isso. Quase me esqueci que era um ser humano amaldiçoado.
No final da tarde passei na casa da Hermione e fiquei emocionado com o amor e orgulho que seus pais lhe dedicavam. Mas minha grande surpreza aconteceu quando chegamos em casa. Harry, Rony e Gina estavam largados no sofá, visivelmente esgotados. Depois de saudá-los indaguei o motivo do estado deles.
_ Relaxa Remus! Não fizemos nada que dona Molly desaprovaria!
Rony falava com um sorriso arteiro ao respopnder minha pergunta. Uma satisfação mal disfarçada que me fez sorrir. Era muito bom vê-los com estas fisionomias leves, sem as tormentas da guerra que enfrentávamos.
Harry sinalizou e eu o segui escada acima. Paramos na porta do quarto da Sra. Black e quando Harry a abriu meu espanto foi total. Estava irreconhecível.
_ Passamos o dia arrumando isso! - Harry explicou – Não sabemos como Padfoot estará, se precisará de cuidados...
Tudo estava impecavelmente limpo e arrumado. Todos os móveis, antes de aparência austera com suas madeiras escura, haviam sido clareados. As roupas de cama eram brancas, assim como as cortinas e pequenos detalhes davam charme e meiguice ao lugar, como toalhinhas bordadas sobre a cômoda e o criado-mudo. Mas um detalhe chamou minha atenção. Havia uma segunda cama no quarto, também clara, mas sem os dosséis da outra. Harry pareceu perceber meu olhar, pois tratou de explicar.
_ Se ele precisar de cuidados, eu gostaria que fosse você que cuidasse dele. Não sei se estou pronto pra isso...
_ Como conseguiram fazer isso? - balbuciei.
_ Muita água e sabão e... o bom gosto da Gina, alguns feitiços e tranfigurações!
Sorri e fiquei extremamente emocionado.
_ Padfoot vai adorar! Está tão lindo, tão claro, tão repleto de vida...
Mas a chegada de Kingsley me trouxe para a realidade. Ele chegara com o irmão que era simplesmente sua versão jovem. Repassamos os planos e partimos. Eu, particularmente, rogava a Merlin que tudo desse certo. Harry precisava disso e... EU precisava também.

POV HARRY
Todo o planejamento para o resgate do Sírius conseguiu me desligar do resto do mundo. Não pensava em profecia, Voldemort, Snape, Dumbledore, nada. Somente pensava em preparar a mudança daquela casa que meu padrinho detestava para um lugar agradável de se vivier. Meu lar.
Começamos pelo quarto que ele ficaria pois não queria que nem de longe lembrasse o quarto que foi da mãe dele. Ficou ótimo. Pretendia, aos poucos, mudar tudo. Conseguimos também retirar aquelas nojentas cabeças de elfos que ocupavam o corredor.
Ao anoitecer estavamos esgotados e depois do jantar, quando todos se recolheram fiquei com a Gina numa poltrona que o Remus transfigurou para caber os dois, mas que não chegava a ser um sofá de dois lugares. Ficamos namorando, vendo o crepitar do fogo, sem muita conversa, só o calor de um aquecendo e fortalecendo o outro. Acho que pegamos no sono sem notar. Acordei horas mais tarde com Remus nos cobrindo com uma manta. Ele novamente havia transfigurado a poltrona de forma que estávamos deitados. Haviam também dois travesseiros. Ele sorriu cúmplice antes de murmurar um “comporte-se” e sair. Dormi feliz, com Gina em meus braços, sentindo o cheiro de flores dos cabelos dela. Senti-me completo.

POV HERMIONE
Por sorte acordei antes do Rony. Não sei qual teria sido sua reação ao ver a irmã literalmente dormindo com Harry. Realmente falando, não havia nada de errado ali. Estavam comportados, só dormindo abraçadinhos, lindos!
Entendi que não haveria lugar mais perfeito para os dois que não nos braços do outro. Senti uma pontinha de inveja. Toda a minha dedicação aos livros nunca iria me proporcionar prazeres simples como este de dormir aquecida por alguém.
Passamos toda a manhã treinando feitiços simples, não poderíamos ficar cansados pois o feitiço de “resgate”, como o Harry chamava, iria exigir muito de nós.
Quando o Sr. Shacklebolt chegou, Remus parecia cochilar. Tenho certeza que tentava disfarçar sua anciedade. Coisa que a Tonks não conseguuia. Já havia quebrado o vaso ao lado da lareira umas seis vezes. Vivas ao feitiço reparo!

POV KINGSLEY

Minha visão de adolescente, pelo que eu fora, pelo que vira, era de pequenos demônios crescidos com hormônios demais, juízo e responsabilidade de menos. Em resumo: problemas! Mas sou obrigado a admitir que alguns poucos fogem desta minha “regrinha” pessoal.
Estes quatro são alguns. Noto que a vida os moldou mais cedo, com mais força, mais intensidade e foi só por isso que aceitei ajudar quando a Tonks me procurou. Sei que minha Ibeji é maluca mas não faria algo irresponsável. No entanto, quando fortes sentimentos estão envolvidos perdemos a capacidade de racionalizar.
Tonks havia me pedido pra encontrá-la em Grimald Place. Claro que não questionei. Provavelmente ela iria me contar em que pé estava sua história com o Lupin. No entanto, foi com muito esforço que disfarcei meu choque ao que me foi dito. Nunca imaginei algo parecido.
Minha única reação foi perguntar quem havia descoberto o feitiço. Sua resposta foi a garantia que eu precisava: Hermione Granger. A jovem é um pequeno gênio. Estou certo que é uma Grifinória pelos laços que unem seu destino ao do Sr. Potter e os Weasley. Caso contrário, seria certamente uma Corvinal. Foi por isso que, ao chegar a Grimald Place no início daquela tarde, me dirigi diretamente a ela.
_ Exatamente como será executado o feitiço, Srta. Granger?
Pelo seu sorriso percebi sua satisfação em explicar. Se o futuro permitir que ela pense em lecionar, alguns jovens terão uma grande mestra.
_ Basicamente o feitiço atua como um patrono, uma energia positiva de proteção. A diferença está no fato de ser conjurado a partir de um sentimento. Esta energia deverá envolver o Remus de forma que ele possa se movimentar dentro do vácuo do véu e trazer o Sírius.
Meu irmão Adam, que até então olhava tudo com atenção sem se manifestar, pareceu acordar para alguma coisa.
_ Mas se o feitiço irá proteger o Lupin, por quê o sentimento tem que ser pelo Black?
Sua pergunta fazia sentido e de repente todos olhavam-na questionadores e eu gostei de ver que o sorriso permanecia em seu rosto.
_ Porque o feitiço cria uma espécie de cápsula, um casulo ao redor de Remus. Se for conjurado por ele, mais ninguém conseguirá entrar ali. Ele chegará próximo ao Sírius e não poderá tocá-lo, não poderá trazê-lo.
Entendi a profundidade da situação.
_ E se vocês falharem? Se não conseguirem sustentar o feitiço?
_ A cápsula se romperá e eu ficarei preso dentro do véu, “congelado”.
Lupin quem respondeu com uma calma e tranquilidade que não saberia explicar. Realmente havia muito amor ali pra arriscar tanto.
_ Está certo disso, Remus? Sabe que não poderei puni-los se algo der errado...
_ Certo como minha licantropia! - respondeu sério – Prefiro ficar lá a não tentar.
Sorri. Não era a toa que a Tonks era maluca por ele, o homem era mesmo incrível.
_ Fique tranquilo. Se der algo errado eu busco você! - ela brincou e eles riram. Foi bom, aliviou o clima. Aproveitei pra explicar.
_ Teremos no máximo 30 minutos dentro da sala. Por isso, tudo deve ser preparado agora, aqui!
_ Por que só 30 minutos?
Pela expressão da Srta. Granger entendo que ela não gosta de deixar nenhum detalhe de lado.
_ Quem me devia o favor só pode nos conceder este tempo. Mais que isso não teríamos como evitar que a magia de vocês fosse notada...
_ Não é arriscado? - Tonks estava muito séria.
_ Não! Dever um favor a alguém como eu é coisa séria. Não correremos riscos. Mas, se estamos prontos, vou ativar a chave de portal.
Todos concordaram, mas antes que eu ativasse a chave, Tonks tocou-me o ombro.
_ Nunca esquecerei o que está fazendo por nós! Tenho uma dívida por toda a vida com você.
_ Não, Tonks, não tem! - sorri – Ibejis se doam por amor! Todos aqui estamos agindo por amor. Faço por você o que faria pelo Adam. Não existem dívidas entre irmãos.
Ante o caloroso sorriso que recebi dela, ativei a chave, partindo para a missão mais insana da minha vida.

POV ADAM
A vida de um medibruxo é repleta de momentos intensos. Lidamos diariamente com os extremos da existência. Convivemos com a vida e a morte e sempre achamos que aquele foi o momento mais marcante da nossa trajetória.
No entanto, nunca esquecerei, por mais que eu viva, as expressões daqueles olhos. Eram seis pares de olhos, com cores e formatos diferentes, mas todos externavam tanta força, vontade, determinação e principalmente muito amor, como nunca vi tão claros!
Eu estava ali a pedido do meu irmão e nunca poderei agradecer o suficiente a oportunidade de presenciar algo tão sublime. Não pelo feitiço em si, apesar de sua grandiosidade incontestável, mas pela motivação ao fazê-lo.
Tão logo chegamos à sala do véu eles se posicionaram. Formaram um losângulo, tendo o véu como um dos seus vértices. O sr. Potter estava à sua frente, como seu oposto e as Srtas. Granger e Tonks nas laterais. Remus Lupin no centro.
Depois de Lupin ter pronunciado uma evocação que não entendi pois tratava-se, acredito, de latin antigo, Harry Potter falou concentrado:
_ Por Sírius que amo como meu pai!
_ Por Sírius que amo, meu amigo! - falou a Srta. Granger.
_ Por Sírius, meu irmão amado! _ entoou Tonks séria.
_ Pelo ser que completa minha alma. - completou Lupin.
Das três varinhas saíram jatos de luz vermelha que se uniram formando uma bolha circundada por uma incrível luz dourada que envolveu Lupin. Ele caminhou com segurança e entrou no véu, sendo que os três mantinham a luz presente e forte.
Para quem espera o tempo passa lento, vagaroso, sofrido e eu já temia que eles não aguentassem muito tempo mais quando Lupin saiu do véu carregando alguém no colo.
Somente quando ele já estava a uma distância segura do véu é que eles suspenderam o feitiço. Estavam visivelmente esgotados, mas não cederam e o Lupin não aceitou quando sugeri que depositasse o Sr. Black no chão para reanimá-lo. Tive que fazê-lo onde estava. No colo do homem.
Voltamos imediatamente a Grimald Place onde pude finalmente tratá-lo. Como eu suspeitava ele estava com a musculatura toda enrigecida e sentiria dores fortíssimas. Expliquei-lhe cuidadosamente o que ocorrera e ministrei algumas poções. O restante seria com ele e sua amada família. Porque o que vi foi a melhor definição de família. Pessoas que se amavam e protegiam.
Fiquei extremamente honrado de fazer parte desta história, de presenciá-la. Em meio a uma guerra, tanta dor e morte, havia ali uma paraíso de amor e conforto inenarráveis.

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mais um... beijos

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