Conversas
DISCLAIMER: Reconheceu é da J.K.Rowling. Não reconheceu... é meu!
AVISO: É uma história slash, se não gosta, não leia, mas é antes de mais nada um romance, daqueles melosos... toda construída sob o ponto de vista de algum personagem. O uso dos termos originais ou da tradução para o português variou conforme a forma que soaram na minha cabeça ...
Pra minha amiga, fã da história da "batatixa"... Ela sabe do que se trata!!!!
Capítulo 1- Conversas
POV Remus
Nem sei ao certo como toda aquela situação começou. Estávamos todos na enfermaria chocados demais com a morte de Dumbledore, tristes demais por termos tantos feridos, irados demais com a traição de Snape, enfim, todos os sentimentos estavam em níveis elevados demais. Por isso não foi surpreza pra mim que Tonks se manisfestasse quando a jovem Delacour afirmou que mesmo Gui se tornando um lobisomem ela se casaria com ele.
Não que eu não ficasse extremamente lisongeado com o nobre sentimento que a jovem nutria por mim. Claro que ficava. Até porque ela é uma jovem muito atraente. Meio atrapalhada, mas atraente. Sem contar que é também bastante envolvente e cativante. E eu, afinal, sou um homem com sangue nas veias...
Sei que dei desculpas que pareceram absurdas, infundadas até aos olhos de alguns, mas se fossem analisadas de forma racional e, por partirem de mim, bastante plausíveis. Irônico, mas o homem que muitos consideram tão corrreto, tão íntegro e sensato, dando como justificativa para não envolver-se com uma garota o fato de ser velho pra ela ou pobre demais e coisas do gênero, mentia descaradamente.
Está certo que a Tonks me abala, e sempre abalará, mas o que ela quer eu nunca poderei dar... E sei que não é conforto, um nome importante ou algo do gênero... É bem mais simples. Amor...
E isso eu não poderia dar. Mesmo que se pudesse dizer "Aquela pessoa eu amarei!", eu não poderia. E não que ela não fosse uma pessoa pra se amar. Oh! Merlin! O que eu não daria para simplesmente amá-la? Mas as coisas não funcionam desta forma... E eu não podia.
Foi então que Hermione se aproximou, como quera me salvar de ter que explicar o que eu não queria explicar, com aqueles olhos brilhantes, eternamente questionadores e sagazes.
__ Prof. Lupin, podemos conversar?
Olhei-a com um meio sorrriso. Havia determinação em sua voz, mas um quê de cautela e formalidade que me preocuparam. Achei que se tratava de algo relacionado ao Harry, mas no fundo da minha alma uma voz dizia que não era. Falei suave, tentando derrubar uma barreira invisível criada pelo clima de tristeza que impregnava o ar.
__ Me chame de Remus, Herrmione. Não sou mais seu professor, sou seu amigo.
Ela deu um sorriso tímido antes de voltar a falar.
__ Podemos ir à sala precisa, então? Acho que será mais tranquilo conversarmos lá!
Ela estava tensa e quando a Tonks fez menção de nos deixar, Hermione virou-se para ela.
__ Seria bom se também viesse, Tonks! Acho que poderá nos ajudar.
Tonks nada falou. Somente concordou com a cabeça e seguimos os três, no mais sepulcral silêncio à bendita sala. Hermione foi a frente, passos firmes de quem tem um objetivo muito sério a cumprir e eu, perdido demais na minha dor e nas minhas observações. Não fiquei surprezo com a sala solicitada. Era perfeita para uma conversa. Algumas poltronas ao redor de uma pequena mesa com um serviço de chá e uma escrivaninha com alguns livros e pergaminhos. Notei que Herrmione mexia nervosamente as mãos e deduzi que ela não sabia por onde começar. Resolvi me manifestar.
__ Hermione, que tal sentar-se também e me dizer o que está te preocupando e... sugiro que comece do começo.
__ Taí professor... er... Remus... Talvez o ideal seja eu começar pelo final!
__Então comece! - sorri.
A garota pareceu-me bastante agitada e há muito não a via assim.
__ O senhor conhecia bem o Sírius, não é? - eu confirrmei - Conhecia todos os relacionamentos dele, não é?
Novamente confirmei, recusando-me a pensar onde aquela conversa poderia chegar.
__ O senhor o amava, não é? Como um irmão?
__ Sim, Hermione, mas o quê...
__ Poderia me dizer alguém que tenha realmente amado o Sírius? Mas não um amor fraternal... Algo mais... romântico!
Fechei meus olhos com medo do que ela poderia ver neles. Ela é esperta demais pro meu gosto. Não queria pensar no que ela pretendia. O que faria com uma lista das mulheres que pulariam da Torre de Astronomia pelo Sírius.
__ Por que isso, Hermione?
__ Descobri um feitiço que pode tirar o Sírius do Véu!
POV Hermione
__ Descobri um feitiço quue pode tirar o Sírius do Véu!
Depois que pronunciei isto achei que os olhos do Remus fossem saltar das órbitas e a Tonks, que até então estava incrivelmente quieta sentada no braço da poltrona ao lado dele, caiu estatelada no chão.
__ Se fosse outra pessoa eu até diria que era brincadeira... - Tonks murrmurou recuperando-se e sentando-se numa poltrona ao lado daqueela que Remuus estava. Ele, no entanto, ainda parecia chocado, até que murmurou.
__ Explica Mione... Do começo, por favor.
__ Bem, eu descobrri há poucos dias, mas não consegui entrar em contato com o senhor...
__ Só me chame de você! E por que precisava falar comigo?
Não gosto de ter meu raciocínio interrompido, mas já estava preparada para as perrguntas. Também não posso negar que gostei de poder tratá-lo de você. A inforrmalidade aproxima as pessoas.
__ Bem... é um feitiço antigo. A Tonks providenciaria nossa entrada na câmara do Véu. Seríamos quatro bruxos ou bruxas com certeza dos sentimentos. Três fazendo uma base de sustentação e um que entrará no Véu para buscá-lo.
Parei um pouco para absorverem a informação. Depois continuei, tentando manter a calma.
__ Temos você, que o ama como irmão, o Harry que o ama como como um filho e eu que o amo como amigo. Ainda falta o quarto elemento.
__ Então não falta mais! - Tonks falou, seu cabelo mudando de repente para um roxo berrante devido a sua excitação - Eu também amava o Sírius, ele era como um irmão mais velho e...
__ Sinto muito, Tonks. - cortei - Mas esse amor não será suficiente! - foi duro ver a tristeza nos olhos dela - É preciso alguém que o ame... como homem, entende? Um amor incondicional...
Voltei-me para o Remus que ainda absorvia minhas palavras. Num movimento brusco apoiou a cabeça no espaldar da poltrona e fechou os olhos. Eu rogava para que estivesse peensando em quem poderia fazer isso. Não era possível que alguém que fora tão popular quanto Sírrius Black não tivesse permanecido no coração de ninguém. A voz de Remus estava embargada quando ele finalmente falou.
__ Por que Dumbledore nunca nos deu esta alternativa, por que eu nunca vi nada a respeito?
Ele parecia pensar alto, mas eu tinha as respostas, não poderia, nem conseguiria não responder.
__ Acredito que ele não soubesse...
Tonks olhou-me intrigada. Seus olhos visivelmente perguntavam como uma adolescente poderia sabe algo que Dumbledore não soubesse. Tratei de me explicar.
__ Desde que o Sírius caiu no Véu, fiquei, como todo mundo, desolada. Mas fiquei mais preocupada pelo Harry que ficava mais deprimido a cada dia. Por mais que nos últimos tempos não pareça, ele nunca aceitou...
Notei que a Tonks me observava e Remus continuava com a cabeça pra trás só me ouvindo. Mas eu sabia, por sua respiração que estava atento. Continuei.
__ Bom, procurei em todos os livros da biblioteca e quando digo todos, são todos mesmo, até nos assuntos mais absurdos como romances eu procurei e nada. Já tinha procurado em quase todos os livros da seção restrita quando achei um detalhe. Só dizia quue o "Véu da Morte" estava guardado no Departamento dos Mistérios, no Ministério da Magia e que nada poderia "viver" depois de atravessá-lo. Que mais detalhes estariam na edição seguinte. Claro que procurei. Mas não existiam exemplares da tal edição. Por isso fui procurar Dumbledore. Só que dei sorte. Fiquei sozinha na sala dele e bati um papinho com o Fineus Nigellus...
__ O quê? Você "bateu um papinho" com ele? - Tonks estava passada, como se eu tivesse falado um absurdo.
__ Pois é, eu estava nervosa, andando de um lado pro outro...
__ Como agora! - ela riu.
Só então notei meu comportamento e sorri.
__ Claro que ele tirou um "sarro" da minha cara querendo saber se o Harry havia se metido em outra confusão ou se eu estava com algum problema com minhas notas. Fiquei irada e respondi que estava tentando entender o que havia acontecido ao Sírius e extinto a "MUI NOBRE E ANTIGA FAMÍLIA BLACK". Obviamente consegui a atenção dele e acabei contando a "aparente" inexistência do livro. Ele fez algo que eu não esperava. Me ofereceu ajuda. Tentaria os contatos dele.
__ Quer dizer que aquele "pulha" te ajudou? - Tonks estava incrédula.
Confirmei, afinal ele era um pulha, mas não um idiota. Era da extinção da família Black que falávamos.
__ Voltei dez dias depois e ele me explicou quee havia um livro que explicava o Véu, mas que somente seria encontrado se a pessoa que quisesse lê-lo não o fizesse somente pela sede de saber ou em proveito próprio. O mesmo tipo de feitiço usado por Dumbledore para guardar a pedra filosofal.
__ E onde estava? - Tonks parecia agitada.
__ Na seção restrita. Foi encantado por um diretor de Hogwarts há muitos séculos e ele não permitiu que Fineus me dissesse seu nome. No entanto ele explicou que eu precisaria sentir intensamente para poder encontrá-lo. Levei vários dias pra entender este sentir. O que eu deveria sentir. Me concentrava na minha amizade pelo Harry, pelo Sírius e procurava o livro. Mas parecia que não estava sendo suficiente e...
__ Você precisava entender que os amava! - Remus falou firme, mantendo os olhos fechados - Que precisava do livro por amor a eles!
Sorri. Ele havia entendido.
__ Exato! E só notei isso ao receber uma carta do Vitor. Ele sempre termina suas cartas com uma frase. "Com amor do seu amigo". Entendi que não tinha que me concentrar na amizade em si, quase como se fosse um objeto. Mas no amor que sustentava esta amizade. Tá certo que é um modo totalmente Dumbledore de ver as coisas, mas deu certo!
Tentei sorrir pra quebrar a tensão e só então o Remus levantou a cabeça.
__ Mas por que tanto trabalho se a informação inicial era de que nada poderia vive ao atravessar o véu, Mione?
Tonks parecia aturdida, querendo fundamentos para a minha descoberta e Remus parecia estar guardando a alegria para quando pudesse ter esperança de alguma certeza.
__ Simplesmente porque esta informação não explicava absolutamente nada. Não dava um único porquê.
Finalmente consegui que o Remus sorrisse. Tudo bem que era um sorriso meio bobo, quase commo se falasse "Esta é a Hermione que conhecemos", mas já era um sorriso. Continuei meu relato.
__ Então, nada vive após o véu porque não há ar. É um vácuo. Não existe atividade celular, por consequência, não há vida. Não significa, contudo, que morre, porque não há alteração do estado da matéria, portanto...
__ O Sírius foi estuporado, consequentemente ele ainda está assim...
Remus havia dado um pulo e agora ele que caminhava pela sala.
__ Qual o objetivo deste vácuo? - Tonks questionou.
__ Bom, o bruxo que o desenvolveu tinha um filho doente e queria encontrar uma cura. Achou que para ter tempo um estado de "congelamento" seria adequado. Deixou o garoto inconsciente e colocou-o no Véu. Mas na hora de buscá-lo, o irmão que fazia parte do triângulo de sustentação não amava o outro tanto assim, já que o pai dedicara toda a sua existência à procura da cura para aquele que estava "além do véu" e não dera atenção a ele. Em consequência disso, a mãe do bruxo doente ficou presa dentro do véu. E o bruxo criador não teve coragem de tentar novamente. Reforçou o feitiço para busca tendo por pilares as várias formas de amor, complilou suas descobertas num ínico livros devidamente enfeitiçado, que teve sua publicação anunciada, mas não foi e guardou o Véu no Departamento dos Mistérios como se fosse uma passagem para a morte. Como nosso ministério não tem pena de morte, ninguém vivo foi lançado lá. Alguns corpos talvez, mas ninguém vivo!
__ Mas, e as vozes que ouvimos quando estamos próximos ao Véu? - Tonks interveio.
__ Outro feitiço engenhoso do criador do véu. Você ouve as vozes dos mortos, sabe que estão lá, quer falar com eles, mas não quer ir ter com eles. Atiça o cuidado. E as instruções dos poucos que sabiam da verdade sobre o Véu de terem seus corpos lançados por ele aumentaram as especulações. Po sorte não virou tradição ou teríamos um vácuo repleto de cadáveres.
__ Credo! - Tonks exclamou enojada.
Tomei uma xícara da chá, tentando me recompor, pensando se agira bem ao procurá-los neste momento de fragilidade. Só ao terminar é que notei que Remus olhava-nos de forma incerta, querendo tomar uma decisão. Suspirei, pois agorra eu não podia ajudar. Precisava esperar.
__ Mas... - por fim ele falou - Você falou que a mãe do garoto foi buscá-lo. No caso, o amor filial do Harry será suficiente?
Mais uma vez suspirei, enchendo-me de coragem. Não era uma Grifinória a toa.
__ Quem entra no Véu, Remus, tem que ter um amor que alcance o físico. - senti que corava- Uma mãe tem ligação física com seu filho, assim como... como amantes.
Remus parecia ter notado que eu estava encabulada pois também corou antes de perguntar.
__ E se a pessoa que o ama nunca dormiu com ele? Não existiu contato físico?
__ Mesmo assim existe a ligação pelo desejo. - corei novamente - O corpo deve mandar sinais de resposta quando se aproxima do outro.
__ Tá! Deixa eu ver se entendi. - a Tonks falou e eu sorri notando o rubror do Remus - Eu conheço o Harry. Conheço seu cheiro e seu toque. Mas quando o Remus chega, mesmo que eu não o veja, sinto seu cheiro, minhas mãos gelam, meu corpo treme, este tipo de coisa... Estes são os sinais?
__ Exato!
__ O corpo será uma espécie de ímã? - Remus cada vez mais sério.
__ Isso! Mas é importante que não seja só desejo. É preciso amor. E os quatro têm que estar certos deste amor. -falei firme.
__ Você está certa do seu, Hermione? - Remus falou tenso.
__ Estou! Quando achei o livrro entendi que não foi só meu amor pelo Harry que me ajudou. Achei o livro porque amava o Sírius mas queria salvá-lo pelo Harry. É meio maluco, mas não poderia ser por mim. Seria proveito próprio.
__ Entendo! - virou-se mortalmente sério para a Tonks - E você, está certa do seu amor por ele?
__ Estou, mas o quê...
__ Está ou não, Tonks?
__ Claro que estou. Entraria feliz naquele véu, mas o amo como um irmão! Por que?
Remus olhou-me nos olhos e sentando-se bem na minha frente, segurou minhas mãos e beijou-as antes de finalmente sorrir.
__ Obrigado, Mione. - sorri encabulada - Quando faremos o feitiço?
__ Então você sabe de alguém? Quem?
__ Sim... eu sei!
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Espero que gostem...
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Beijocas
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