Colegas de trabalho



Gina e o Sr. Weasley saíram da sala do ministro com sorrisos nos lábios. A garota conseguira o emprego, e o argumento principal de Fudge foi dizer que ela “já era de confiança”. A ruiva prometeu dar o seu melhor e substituir Mafalda Hopkirk à altura. Quase não acreditava que depois de meses procurando, tinha finalmente conseguido um emprego – e um bom emprego. Porém, Draco não saia da cabeça da garota, e enquanto voltava à sala do loiro ela pensava em um jeito de tentar ignorá-lo. Simplesmente não daria bola para as provocações. “Isso” – ela pensava.

- Querida, eu ainda não entendi a atitude daquele moleque. – o Sr. Weasley parecia pensativo também.
- Ah... pra falar a verdade, eu também não. Acho que ele pensa que só por causa disso, vou ter que comer na mão dele, mas ele que me aguarde.
- Por favor Gina, não faça nada que...
- Pode deixar – interrompeu Gina – Eu sei exatamente o que devo fazer. Não vou ligar para ele, vou trabalhar como se ele nem estivesse lá, fica tranqüilo.
- Se ele tentar alguma coisa, qualquer coisa...
- Ele não vai tentar. Bem, eu já tenho 20 anos incompletos, sei me cuidar, pai. Agora vai – disse ela, quando pararam à porta do novo escritório de Gina – Não se preocupe comigo, eu vou ficar bem.

Arthur Weasley deu um beijo na testa da filha e fez o caminho de retorno à sua sala. Gina se virou para a porta fechada, fechou os olhos, respirou e girou a maçaneta. Draco continuava lá, com os pés em cima da mesa, e dessa vez apenas abaixou o exemplar do Profeta Diário de seus olhos, para saber quem entrara.

- Weasley, quando é que você vai aprender a bater na porta? – ele disse, enquanto voltava a ler o jornal.
- Nessa porta eu nunca mais vou precisar bater, Malfoy.
- Como é?
- Exatamente. Agora eu trabalho aqui.
- Hum... – Draco deu um meio sorriso malicioso, e percorreu os olhos no corpo de Gina, parando em suas pernas á mostra, por causa de sua saia – Definitivamente melhor que a velha Hopkirk. Se bem que – ele levantou uma sobrancelha – acho que você não vai ser muito prestativa, não é? Você nun...
- Olha aqui Malfoy – disse ela olhando pela primeira vez nos olhos de Malfoy – Se você acha que vou comer na sua mão só porque você mandou aquele bilhete para Fudge, está enganado. Eu não sei o que você está pretendendo com ist...
- Talvez um obrigado. Mas nem passou pela sua cabeça agradecer, não é, Weasley? Eu esperava mais de você – ele disse, fingido aborrecimento e cruzando os braços.
- Eu não vou fazer o seu jogo, Malfoy. Agora vamos logo.
- Me desculpe...?
- Você vai ter de me ensinar como funciona a seção, está lembrado? – era a vez de Gina ser irônica.
- Hum... É verdade. Mas sabe, agora estou ocupado, tem uma charge super legal do idiota do Kruckfell aqui na parte de diversão – ele puxou o jornal de volta - Ele está sendo investigado de roubar as moedas da fonte que são destinadas pro Hospital St. Mungus... Cada imbecil que aparece por aqui... – Draco começou a gargalhar vendo a charge do Sr. Kruckfell.

Gina cerrou os dentes e fechou os olhos. “Controle... calma” – ela pensava. Estava difícil.

- Mas quem sabe, Weasley, se você me pedir por favor...
- Por favor.

Draco fechou o jornal e olhou para Gina, que teve vontade de matá-lo quando este abriu um sorriso de satisfação. Ele se levantou e foi para um aparelho muito grande, que parecia uma fonte.

- Venha cá – ele disse, maliciosamente.

Ela se levantou de sua escrivaninha e foi até ele, com os lábios contraídos de raiva.

- Esse negócio se chama Detector de Magia Indevida, e vai te informar sempre que um pirralho menor de idade fizer magia fora da escola – ele apertou um botão que dizia “Demonstração” e um papel voou de dentro da fonte para as mãos do loiro, que esticou o papel para Gina ler.

“O Sr. Olívio Hockfeller, 13 anos, realizou o feitiço de levitamento no dia vinte e cinco de agosto de dois mil e seis; às dezenove horas, treze minutos e cinqüenta e dois segundos; em sua casa na Rua St. Markus, 189; cidade de Corpusville”.

Não há registros anteriores de Olívio Hockfeller.”

- Leu?

Gina fez que sim com a cabeça, agora parcialmente interessada. Draco parecia entediado.

- Hum... então você toma as providências. Se for a primeira vez que isso acontecer, você manda uma carta de advertência – ele apontou para um armário atrás da escrivaninha de Gina, que ela não tinha percebido, e dizia “Cartas de Advertência” - agora suponho que estejam todos assinados como Virgina Weasley e você só vai precisar assinar. Então você vai pegar uma advertência – ele foi até o armário dela e pegou um envelope, que continha um pergaminho dentro – e vai escrever o nome do infeliz aqui nesse primeiro espaço. Nesses outros espaços você escreve o feitiço, a hora, data e lugar que aconteceu. E aqui em baixo, você assina – ele esticou o papel para Gina, que era assim:

”Prezado _____________,
Chegou ao nosso conhecimento que V.Sª executou o feitiço ____________________ às ____________________________________________ do dia ___________________________.
Como é a primeira vez que isso acontece, estamos lhe enviando esta carta de advertência, mas se isto tornar a acontecer, tomaremos medidas drásticas.

Atenciosamente,
Virginia Weasley
Seção de Controle do Uso Indevido de Magia
Ministério da Magia

____________________”


- Uau!
- É. Aí depois de você escrever tudo, você enrola o pergaminho e coloca de volta ao envelope – ele fazia tudo o que dizia – e aperta este botão maior.

Gina estremeceu quando Draco segurou sua mão, levando seus dedos até o botão maior, pressionando-o. O papel imediatamente rodou e sumiu. Ela soltou sua mão das mãos de Draco e levantou seus olhos. Este lhe deu um sorriso mais malicioso do que nunca e estreitou seus olhos claros.

- Entendeu? – ele já não parecia mais tão entediado.
- Entendi. - ela se virou e voltou para sua escrivaninha.
- Que bom. Porque tem mais umonte de coisas pra te ensinar, mas por ora é só.
- E o quê você faz, só lê o jornal?
- Não, eu faço a maioria das coisas por aqui, para dizer a verdade – ele voltou para sua escrivaninha – Mas digamos que preciso me manter informado, não?

Ela não respondeu. Sentou-se, e olhava fixamente para a fonte. Era temporada de férias para os alunos de Hogwarts, e certamente a qualquer momento a fonte poderia “cuspir” um papel.

- Sabe, os pestinhas estão se comportando melhor – disse Draco, observando Gina – Teve uma época em que recebíamos papel quase toda semana.
- Quase toda semana? E isso é muito?
- Claro que é, Weasley. Ninguém é burro para ficar fazendo feitiços, sendo que pode ser expulso da escola. Aliás – ele abriu um meio-sorriso – tem alguém burro o suficiente para isso sim. Potter. Lembro de quando ele quase foi expulso...
- Você não esquece, não é?
- Como é?
- Do Harry – ela olhou para baixo quando falou “Harry” – Até hoje você fala mal dele...
- Se fosse – ergueu as sobrancelhas – Eu não seria o único a não esquecer dele, não é mesmo, Weasley?

Gina tremeu. Agora Draco tocaria no ponto fraco de Gina – Harry Potter.

- Não quero falar sobre isso.
- Eu não acredito, Weasley, que até hoje você não esqueceu o cicatriz. Isso me lembra do poema que você fez pra ele, como era? – Draco riu e começou a recitar teatralmente - ” Seus olhos são verdes como sapinhos cozidos...”
- Pára, Malfoy. – Gina cerrou os dentes.
- “Seus cabelos negros como um quadro de aula...” De onde você tirou tudo isso, ein Weasley? Mas até que valeu a pena, depois você conseguiu agarrar o Pot...
- PÁRA, Malfoy. Já CHEGA! – Gina gritou.

Draco parou de rir, mas sua boca ainda contornava um quase sorriso e ele olhava Gina nos olhos. A garota tremia e respirava muito alto, como quem abafava um choro.

- Qual é, Weasley? O Potter vai se casar com a Chang, suponho que já saiba.
- Sim, eu já sei. E se quer saber eu não... – Gina não completou a frase. A porta se abriu e uma mulher que lembrava muito a prof. Umbridge entrou.
- Pelo amor de Merlin, o que há aqui? Disseram que saíram gritos e risadas daqui, espero que os dois estejam bem – Então ela olhou para Gina que segurava todo seu ódio dentro de si, e Draco, que mirava a ruiva – Hum... Virginia, não é? Fiquei sabendo pelo seu pai que viria tentar ocupar o cargo, mas não soube que tinha conseguido, meus parabéns. Eu sei que suas famílias nunca se deram bem – ela fechou a porta atrás de si – Mas por favor, comportem-se! Vocês não estão mais em Hogwarts para essas briguinhas tolas. Eu, como primeira-assistente do ministro, tenho que garantir que coisas assim não aconteçam no Ministério, e torço muito para que nada de errado aconteça. Sr. Malfoy e Srta. Weasley, vocês terão que aprender a deixar as desavenças de lado e se comportar como colegas de trabalho se quiserem continuar a trabalhar aqui. Quero ver os senhores dando as mãos. Vamos!

Tudo o que Gina queria era não ter que encostar em Draco Malfoy. Por algum segundo, Draco também detestou a idéia, mas teve outra idéia que beneficiaria seus planos. Os dois levantaram-se e chegaram perto. Gina desconcertada, Draco malicioso.

- Garanto que nenhum aqui morde. Dêem as mãos. Ora, vamos!

Draco pareceu pensativo e olhou para a bruxa gorda ainda parada na porta.

- Um aperto de mão... – ele disse com a voz arrastada – Isso é muito falso. Que tal um beijo, Srta Weasley? – ele arrastou a voz ainda mais, e vendo os olhos de Gina se abrirem mais ele completou – No rosto, é claro...

Gina não teve tempo de pensar. Draco se aproximou mais dela, parecia que ia beijá-la na boca, se no último segundo ele não virasse o rosto e alcançasse sua bochecha dando um beijo que Gina poderia jurar ter durado vários segundos. Para completar, Draco sussurrou alguma coisa no ouvido de Gina, que ela entendeu como ”Eu sei que você quer...”. Draco pôde sentir o perfume da ruiva e ela sentiu o de Draco e fechou os olhos por um segundo. O perfume era realmente bom.
Quando se afastaram, Draco segurava um sorriso e denunciava toda a malícia do mundo em seus olhos. Gina estava furiosa, mas não demonstrava. Mordeu o lábio e em seguida olhou para a bruxa gorda. Esta parecia não ter percebido o sussurro, nem mais nada. Apenas sorriu, satisfeita.

- Espero que de agora em diante, convivam com harmonia. Tenham uma boa tarde, senhores. – ela saiu e fechou a porta.

Gina não escondeu mais a sua fúria. Fechou os dedos e olhou com ódio para Draco, que segurava uma risada.

- Sabe, Malfoy, você é mais estúpido do que eu pensava.
- Vou tomar isso como elogio, Weasley. Mas sabe, seu perfume é muito bom, por ser de segunda mão. Não vai elogiar o meu? – ele se aproximou ainda mais de Gina, olhando nos olhos castanho-claros da garota – Se quiser sentir o cheiro de novo...
Gina engoliu seco. Estava com ódio de Malfoy, e não poderia se deixar seduzir por ele. Ela encarou os olhos de Draco por uma fração de segundos e se virou, voltando para a escrivaninha.

Gina não sabia por quê Draco queria seduzi-la. E nem fazia idéia. Sentia sua raiva por Malfoy subir sempre que olhava para ele e via seu sorriso debochado, às vezes irônico, às vezes malicioso...
Draco era bonito, isso Gina não podia negar. Nunca tivera muita chance de olhar bem nos olhos do loiro, mas de longe ele era bonito. E de perto, era mais bonito ainda, Gina confirmou. E amaldiçoou aquela beleza o resto do dia, que se seguiu com Draco ensinando os deveres do novo emprego de Gina. Ele estava realmente se sentindo um professor, superior. Era apenas o primeiro dia de trabalho de Gina, mas ela sentia-se como se já fizesse um mês que ela tinha que agüentar o loiro. “Não quero nem imaginar o que vai ser daqui pra frente” – foi o último pensamento de Gina antes de dizer “Boa Noite” a Draco e aparatar.

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N/A: Viu, vocês comentaram, postei mais rápido hoje ^^
Espero que gostem, e comeeentem!
Beijão

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