Surpresas e pergaminhos





Embora tivesse prometido para si mesmo que não pensaria mais em Harry Potter, ou qualquer coisa que pudessem lembrá-lo, Gina estava achando muito difícil. Principalmente quando Rony vinha visitá-los e sua mãe às vezes perguntava de Harry, sem perceber, e Rony olhava para Gina, com uma cara constrangida. Hermione também o fazia. Gina odiava isso, pois o que ela mais queria é que todos pensassem que ela tinha esquecido o menino-que-sobreviveu. Ela queria guardar seu amor lá no fundo, como se ninguém mais pudesse ver, nem ela... Mas estava tão difícil. Todos sabiam que durante malditos anos ela sempre gostou dele... Sempre apaixonada, tentando ter uma notícia... Lembrava-se constantemente do seu quinto ano em Hogwarts, quando eles foram finalmente namorados. Melhor ano de sua vida, ela pensava. Mas logo se lembrava dele e de Cho... Um ano antes... E agora...
Ela se lembrava perfeitamente bem de quando ficara sabendo do namoro dos dois, alguns meses atrás, e ficou naturalmente abalada. Mas era só um namoro, poderia acabar...

Eram 8 horas da noite quando Gina ouviu o Sr. Weasley gritar “Cheguei”. Ele entrou pela cozinha e viu Gina, se sentada à mesa, mexendo na comida com o garfo, sem dar o mínimo sinal de fome.

- Alguma coisa errada, filha?
Gina não levantou o rosto, continuou a observar a comida, mexendo com o garfo. Disse, quase num sussurro, que o Sr. Weasley teve de chegar mais perto da ruiva para entender.
- O mesmo de sempre. – ela disse, desanimada – Não consegui emprego nenhum hoje, e olha que à tarde eu procurei no Profeta Diário e aparatei em todos os...
- Ah... Bem... Trago boas notícias. – Ele interrompeu, como se lembrasse repentinamente de algo muito importante – O Ministério está com um cargo vago na Seção de Controle do Uso Indevido da Magia, estão procurando alguém para substituir Mafalda Hopkirk, sabe ela está ficando velha e vai se aposent...
- Sério, pai?? – Gina se levantou, eufórica – Porque se for, eu vou lá agora mesmo e...
- Calma, Gina – disse Arthur em tom calmo – Agora não há mais ninguém lá, estão todos saindo... Mas amanhã acho que você pode...
- Puxa, obrigado! – Gina sorri, e dá um beijo na bochecha do pai e corre para seu quarto. Nesse instante, a Sra. Weasley entra na cozinha.
- Aconteceu alguma coisa, Arthur? Até pouco Gina estava tão cabisbaixa...
- Sabe Molly... Nossa filha é uma eterna criança – E sorriu, diante da cara de interrogação da mulher.

Quando Gina chegou a seu quarto, levou um susto. Uma coruja completamente negra se debatia em sua janela. Seus olhos eram grandes e amarelos, dando uma aparência um pouco assustadora para o pequeno animal. Gina revirou suas memórias, mas não conseguiu se lembrar de ninguém que tivesse uma coruja daquelas... No entanto, abriu a janela e retirou um pedaço de pergaminho enrolado da pata do animal, ansiosa. Levou um susto quando de dentro dele pulou uma rosa branca, encantada. Mas ainda havia o bilhete... Um pedaço de pergaminho impecável.

Virginia Weasley,

Bom, em primeiro lugar, olá. Você não sabe quem eu sou, e acho que não ficará sabendo tão cedo... Imagino que já esteja sabendo do casamento de Harry Potter... Bem, eu lamento, muito. Acho que você está precisando de um consolo, e eu te digo, em mim você pode confiar. Gostaria muito de conhecê-la melhor, se é que me entende. Já te conheço, e gosto muito de você mesmo que conheça pouco, embora você não saiba. Se quiser desabafar, me escreva. Dê sua carta a essa coruja, ela trará o bilhete até mim.

Sempre seu,
D.


Foi como se ela visse um dementador, mas, com efeito ao contrário. Em vez de absorver todas as felicidades, imediatamente Gina se viu sem mais nenhum pensamento triste. Seus olhos correram várias vezes pelo bilhete, como se ela não acreditasse que aquilo fosse verdade. Certificou-se voltando ao começo da carta para ler novamente “Virginia Weasley” e confirmar que a carta era mesmo para ela. Examinou cada palavra, cada pingo nos “is”... Percebeu que a pessoa que escrevera tivera o cuidado de fazer uma boa letra. Seus olhos paralisaram no fim: “D?” – ela pensou. Então, olhou para a rosa branca. Como ele saberia que era sua flor preferida? Provavelmente sabia muito dela... E poxa – Gina abriu um sorriso – ela tinha um admirador secreto! Alguém que realmente se importava com ela... Era maravilhoso! A caçula dos Weasley abriu ainda mais o sorriso, e cheirou a rosa. Não havia no mundo um perfume mais gostoso, ela pensou. Então voltou a olhar para o “D”, quando começou a imaginar como ele seria. Vasculhou a mente com todos os nomes que começassem com D que ela já havia conhecido. Era um trabalho difícil, mas ela não ligou. Ficou pensando por minutos, talvez horas... Quando se lembrou que devia responder. Abriu a gaveta de seu rack, a mesma que abrira dias atrás para pegar a foto de Harry. Mas ela nem se lembrou, puxou debaixo do livro “Romeu e Julieta” um pedaço de pergaminho e uma pena. Pensou muito no que escreveria, não sabia nem por onde começar... “Caro D”? “Não, definitivamente não.” “Querido D”? “Muito íntimo, nem o conheço...” E que tal apenas “D”? “Ótimo!” – Ela pensou.
Então ela escreveu. Demorou, mas terminou. E depois de ler e reler a carta, fazer uns ajustes, gastar mais muitos pedaços de pergaminhos, a carta ficou assim:

D,

Nem sei por onde começar... Nunca tive um admirador, é estranho. Mas, sabe, eu gostei da sua carta... Bem, eu fiquei sabendo do casamento do Harry sim... E nem sei se devia contar para alguém que nem conheço, mas como você disse que posso confiar, eu digo. Fiquei muito chateada, chorei bastante... Estou tentando esquecê-lo. É o jeito... Você nunca sofreu por uma paixão não correspondida? Bem, em todo caso, acho que vou melhorar. Amanhã vou procurar por um emprego e tomara a Merlin que eu consiga...
Obrigada por se importar comigo, ultimamente não estou tendo com quem desabafar. A propósito, obrigada pela rosa, é minha preferida! Como você sabia?
Outra coisa, você não pode mesmo me dizer quem é? Eu sei que você pode ter motivos para não dizer, mas estou curiosa...
Obrigada novamente por tudo. Aguardarei uma resposta ansiosamente.
Gina.


Ela decidiu não pensar mais e amarrou o pedaço de pergaminho na pata da coruja, que já estava cansada de ficar ali parada, embora Gina nem desse conta que demorara horas para ler a carta recebida e escrever uma.
Depois a coruja se foi, Gina se pegou pensando se realmente deveria confiar no bilhete... Lembrou-se das coisas horríveis que aconteceram quando ela confiou informações a um certo diário, em seu primeiro ano em Hogwarts... Ficou preocupada, mas não podia voltar atrás. Começou a tremer, as lembranças do diário sempre a pertubava. Mas era diferente... Porque alguém mandaria rosas e escreveria que gostava dela com má intenção? E também, ela não tinha escrito nada demais no papel, só sobre seus sentimentos por Harry...
Mas ele também poderia não gostar... “Será que escrevi demais?” – agora ela começava a ser perturbar perguntando-se se a carta seria do agrado do tal “D”. Imaginou que talvez ele não entenderia a letra da garota... “Não, não, tenho certeza que escrevi com uma boa letra”. Decidiu não pensar mais em bobagens, e se deitou, voltando a pensar em todos que conhecia com a letra “D”.



Talvez Gina tivesse pensando realmente em todos os garotos que conhecia que começassem com a letra “D” – menos um.
Draco Malfoy agora se encontrava deitado em sua cama macia, olhando para o teto. “À essa hora a Weasley já deve ter recebido a carta. Deve estar pulando de emoção” – Draco ria.
- E o final então... “Sempre seu” – agora ele falava sozinho, tentando conter os risos que já ecoavam altos pela mansão Malfoy – Ai, ai Weasley, porque tinha que ser justamente você? Uma pobretona... Traidora do próprio sangue... E ainda por cima caidinha pelo Potter... Sabe, ao menos descobri que escrevo bem... Ai, ai Draco você está cada vez se saindo melhor. A carta ficou realmente muito boa – Continuo o loiro, lembrando-se de cada parte da carta que escrevera – Ainda bem que ouvi uma vez o idiota do seu irmão contando para o Potter qual era sua flor favorita. E ainda bem também que o ridículo do Potter é famoso, até saiu no Profeta Diário sobre seu casamento com a Chang... Imagino que a Weasley deve ter lido e chorado que nem a Murta-Que-Geme...

Draco riu ainda mais. Mas estava enganado, Gina ficara sabendo pelo seu irmão, Rony. E Draco também não queria admitir para si, mas guardou a lembrança de que a flor favorita da caçula dos Weasley era a rosa branca, pois a dele também era. Não que ele gostasse de flores, ele achava cafona, mas se tinha uma flor que ele achasse realmente bonita era a rosa branca. “Até que a Weasley não tem um mau gosto tão grande” – pensou. Mas logo em seguida lembrou-se das vestes de segunda mão da ruiva. “Pensando bem, tem sim” – foi a última coisa que Draco pensou antes de deitar-se.

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N/A: Tá, eu sei que eu prometi a vocês que nesse capítulo teríamos o encontro do Draco e da Gina... mas não deu pra controlar, idéias novas vieram, e sabem como é XD em todo caso, prometo, PROMETO que no próximo eles se encontram. Fiquei mtooo feliz com os comentários, queria pedir para que continuassem incentivando. Vocês não sabem como isso anima a gente, é demais...
Em resposta à Ginny Malfoy, usei o Photoshop :) as imagens eu achei no deviantart.com, lindas né?
Beijão gente, comentem!

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