Sorria para Mim



Eram oito horas da manhã quando Hermione estava novamente perto do lugar onde parecia ser o quarto de Snape. Não havia porta, não havia nada.
Ela não vira ninguém de sua casa: chegara muito tarde e saíra muito cedo. Passara o sábado longe da vista de todos e também o domingo. Aquilo preocuparia muita gente, mas ela não se importava. Não ia para as masmorras sentindo raiva de ter que ir para lá; ia até bem leve. Era divertido trabalhar com Snape.
Ela não esperou nem meio minuto, quando Snape apareceu e puxou-a para dentro do laboratório e trancou a porta logo em seguida.
- Não tinha ninguém com você, tinha? – ele perguntou.
- Não que eu tenha visto, Snape, e tomei cuidado para ver tudo. Vim por passagens secretas para não encontrar ninguém no caminho.
- Ah, está aprendendo – comentou ele. – Dumbledore disse que apareceria aqui lá pela hora do almoço.
- Ah, o chefe vai ver como andam as coisas – comentou Hermione bem humorada.
- Acordou alegre – ele comentou. – Nem parece que vai passar o domingo presa nas masmorras fazendo poções e me ouvindo reclamar de tudo o que você faz.
Hermione considerou um momento.
- Está exagerando, Snape – ela disse por fim. – E prefiro parecer estar de bom humor, pra fazer tudo certo e não estragar nada.
Snape arqueou a sobrancelha.
- Parecer estar de bom humor? – perguntou ele.
- Fazem só três meses, Snape – retrucou Hermione, um pouco abatida. – Por favor, entenda.
Ela respirou fundo e olhou para os caldeirões. O silêncio pesou durante alguns minutos ali.
- Então? Que vamos fazer isso?
- Atua quase tão bem quando eu – disse Snape com um sorriso sarcástico.
- Modesto, além de tudo – comentou Hermione, irônica.
Ela pegou um caldeirão e olhou para o pergaminho, com as sobrancelhas franzidas.
- Qual dessas aqui? São todas tão complicadas...
- Nenhuma que você não teria feito no 2º ano – disse Snape, começando a pegar ingredientes no armário.
Hermione olhou-o inquisidoramente.
- Ah, Granger, você fez uma poção Polissuco no segundo ano; todas as outras são bem menos complicadas – explicou Snape. – E, se você conseguiu roubar do meu armário, sendo sempre tão ética e tão defensora das regras, vai conseguir fazer outros tipos de poções.
Ela corou.
- Foi o Harry que te disse isso, né?
- É, acho que o Potter estava tentando me irritar... mas ele não sabia que eu ficaria orgulhoso de você. Uma aluna que conseguiu roubar do meu armário. Muito astuto da sua parte, Granger. Digno de uma verdadeira sonserina.
- Vou tomar isso como um elogio – disse Hermione, fazendo uma careta. E riu. – Acho que não tenho vocação pra Sonserina...
- Ah, o chapéu poderia dizer isso melhor do que eu. Mas, depois de algumas semanas de aula, achei que o chapéu deveria ter posto você na Corvinal.
- Sei lá porque ele quis me pôr na Grifinória – disse Hermione.
- Para que eu te detestasse, talvez – retrucou Snape, aparentemente bem humorado.
- Acordou de bom humor, Snape – ela disse. – Viu um passarinho verde?
Snape arqueou a sobrancelha.
- Isso é gíria de trouxas... Mas você não veio aqui como se viesse para a morte; já é algo que me deixe de bom humor. É terrível trabalhar com alguém que não vê a hora de ir embora.
- Como eu ontem? – ela perguntou, com um sorriso calmo.
- Mais ou menos – respondeu Snape.
Ele sentou-se à bancada e começou a cortar seus ingredientes.
- Poção Polissuco mesmo? – ela perguntou.
- É... – disse Snape, que mal tinha ouvido a pergunta dela.
Hermione olhou-o e perguntou, num tom bem sério:
- Você dançava can-can com as saias da sua mãe?
- Aham – respondeu ele, que nem tinha prestado atenção ao que ela dissera.
Ela caiu na gargalhada, despertando Snape de sua concentração.
- O que foi, Granger? – ele perguntou, sem entender.
Mas ela ria tanto que estava quase sem ar. Snape suspirou, entediado. A risada dela era gostosa de ouvir, mas ele não imaginava o motivo de tamanho riso.
Hermione olhou para o chão e respirou fundo, com um sinal de riso ainda bem visível em suas faces ruborizadas. Mas ela olhou para ele e voltou a rir.
- Devo estar bem engraçado – disse Snape sério, ainda olhando para ela, à espera de uma explicação.
Ela fechou os olhos e respirou fundo. Abriu os olhos e controlou a vontade de voltar a rir.
- O que foi esse acesso de debilidade mental? – ele perguntou sério.
- É que te imaginar dançando can-can foi muito... estranho – ela disse, e voltou a gargalhar.
Snape franziu as sobrancelhas, sem entender.
- Dançando can-can? – ele perguntou, sem entender.
- Ai, deixa pra lá – ela disso, ainda rindo, mas uma risada mais controlada.
Lágrimas de riso ainda escorriam por sua face, mas mesmo assim ela voltou a cortar os ingredientes e a separá-los como devia.
Finalmente ela controlou o riso.
- Que história é essa, Granger? – perguntou Snape, intrigado.
- Peso na consciência é fogo – ela disse. – É que você não tava dando a mínima pra mim, aí eu pensei numa pergunta bem absurda pra ver se você tava me ouvindo, e perguntei se você dançava can-can com as saias da sua mãe e você resmungou um “aham” em resposta; era por isso que eu tava rindo: imaginei você dançando can-can.
Snape fez que não com a cabeça.
- Traumas demais deixam as pessoas meio retardadas... – ele comentou.
- Culpa sua, seu idiota – ela disse, mas ainda havia sinal de riso em seu rosto.
Ela conseguiu se concentrar. Começou a levar a poção a sério.
- Leva um mês para preparar essa, como você bem deve saber – disse Snape, quebrando o silêncio. – Você terá que vir aqui pelo menos duas vezes por dia para ver como andam as poções.
- Claro – ela disse.
- As outras, acho que dará tempo de preparar aqui com você.
- Espero que sim – ela disse. – Não quero ter que preparar tudo isso sozinha.
Snape assentiu e voltou a encarar sua poção.
- Ahn... Snape?
- Sim? – perguntou Snape, pousando seu olhar sobre ela.
- Pra que tantas poções? – ela perguntou curiosa.
- Devemos ter um estoque razoável para essas, que são as principais poções para uma guerra – disse ele, sério.
- Então você e Dumbledore já têm um plano?
- De certa forma. O Lorde das Trevas anda conseguindo muitos aliados, e aliados fortes. Precisamos pensar melhor.
- Eu posso ajudar – disse Hermione.
Snape olhou-a de sobrancelha arqueada; ela desviou o olhar.
- Certo, não precisa dizer nada; idéia ridícula.
- Não – disse Snape. – Mas você é melhor com guerra psicológica do que com guerra propriamente dita.
Hermione permitiu-se um sorriso.
- Severo Snape, você ainda está aí?
Ele deu um daqueles sorrisos no canto da boca, bem cínico e disse:
- Não se pode mais fazer um simples comentário...
- Socorro! – ela simulou um grito. – Socorro! Roubaram o Snape!
- Você anda muito engraçadinha, Granger – ele disse, sério. – Onde está a verdadeira Granger?
- Morreu – respondeu Hermione, deu uma risada falsamente malvada. – Eu tomei o lugar dela.
- Percebe-se – disse Snape, sem entender como ela poderia estar fazendo brincadeiras e palhaçadas para ele, pois ele tinha quase certeza de que ela era séria e até bem chata, mesmo com os amigos. Pelo que sabia, o piadista do grupo era Ronald Weasley.
- Terminei essa etapa – ela disse, levantando-se. – É o que eu digo: os céus estão cantando aleluia! Achei eu não ia acabar isso hoje. Essa poção não me trás boas lembranças...
- Ah, é, a Câmara Secreta – disse Snape. – O primeiro horcrux, que o imbecil do Malfoy deixou ser destruído: o diário de Tom Riddle. As coisas mudam de uns tempos para outros.
- Você não sabe o quanto – disse Hermione, olhando para dentro dos olhos dele, de modo enigmático.
- Granger, você está bem? – ele perguntou.
Ela fez que sim com a cabeça e desviou o olhar para o chão.
Uma pontada passou por sua cabeça – uma dor de cabeça fina, estranha. Ela se apoiou na parede.
Snape levantou-se rápido e em um segundo estava ao lado dela.
- O que foi? – ele perguntou. – Você está bem, Granger?
- Estou – ela murmurou, mas desmaiou logo em seguida.
Snape segurou-a com firmeza para que ela não caísse no chão.

Quando ela acordou, viu-se deitada numa cama de casal imensa, e viu Snape conversando com Dumbledore a um canto, perto da lareira. Ela sentou-se.
- Ah, que bom que você acordou – disse Dumbledore com um sorriso.
- O que... o que aconteceu? – perguntou ela, sem entender. – Numa hora eu estava bem, na outra não estava... O que aconteceu comigo?
- Nós acreditamos que a culpa do seu mal estar tenha sido causada pela longa exposição aos vapores de poções – disse Dumbledore com um sorrisinho amistoso.
Ela arqueou a sobrancelha.
- Como assim? Nunca ouvi falar disso! Eu faço poções há muito tempo e...
- Sempre numa aula que não dura mais que duas horas – disse Snape. – Normalmente, numa sala bem ventilada e grande. A minha sala é grande, mas não tanto, e tem uma só janela, que estava fechada. Você ficou ontem o dia inteiro assim, e já estávamos trabalhando havia umas boas horas... Para quem não está acostumado, pode haver uma reação assim... Dores de cabeça desconfortáveis, um desmaio repentino.
Hermione parecia chocada.
- Mas que ridículo! Estou me sentindo uma idiota! Então eu não vou poder ajudar?
- Ah, creio que o problema não seja tão grave assim – alegou Dumbledore. – Só precisa de um bom almoço e tudo estará bem. Pena que ainda sejam onze horas; o almoço só será servido à uma hora; até lá, você não poderá voltar. Pode ter um mal estar de novo.
Hermione fez uma careta.
- Nossa, que péssimo! – ela exclamou perplexa. – Estou me sentido uma grande idiota. Que vergonha!
- Pode se acalmar, Granger. Quer um livro? – perguntou Snape. Ele indicou uma estante enorme e disse: – Pegue o que quiser dali.
Hermione ensaiou um sorriso. Snape e Dumbledore desceram as escadas falando sobre alguma coisa que Hermione não prestou atenção.
Ela olhou em volta.
Estava deitada na cama do Snape. Ela se levantou e foi até a estante. Olhou os títulos, todos muito interessantes; não sabia por qual começar.
Ainda olhava todos os títulos com atenção, quando ouviu Snape entrar no quarto.
- Indecisa, Granger? – ele perguntou, aproximando-se e olhando para sua estante com uma espécie de orgulho. – Tenho uns bons títulos aqui...
- Reparei – ela disse. – Eu leria uns dez de uma vez só, mas sou meio obstinada. Se eu começar a ler algum desses agora, não vou parar até terminar... aí eu não poderia ajudá-lo nem depois do almoço.
- E o que pretende ficar fazendo até a hora do almoço? Faltam duas horas ainda.
- Ah, fico à toa, né, fazer o que... Mas você vai voltar às poções, não vai?
- Eu preciso, mas não sei se é certo deixar você sozinha – ele disse, meio em dúvida. – Você poderia ter outro mal estar e...
- Ah, pare de fingir que se importa! – ela desabafou, irritada.
Snape virou-se inteiro para olhá-la.
- Você está louca, Granger? Por que disse isso?
Hermione desviou o olhar e suspirou.
- Nada, Snape. Estou meio imbecil. Ainda me sentindo uma ridícula por ter desmaiado daquele jeito... Me desculpe.
- Ou será que você ficou ofendida que eu tenha te trazido para o meu quarto e te deitado na minha cama? – perguntou Snape, pacientemente.
Hermione fez-se escarlate.
- Ah, acabei de achar problema – comentou Snape, com um meio-sorriso. – Eu não tinha muita escolha; onde eu ia pôr você? No chão? Na bancada?
- Ah, me desculpe, está bem? – perguntou ela, como quem se declara vencida.
Snape olhava-a com um ar paciente; o olhar dela encontrou o dele.
Ah, Granger, não faça isso! Quer me ver perder o controle?
Mas ela parecia inocente do que fazia com os pensamentos dele. Olhava-o séria e muda. Ele procurou se controlar, desviar os pensamentos, mas não adiantava mais. Snape não resistiu àqueles olhos; àquela boca tão próxima; puxou-a para si e beijou-a. Pega de surpresa, Hermione não teve o que fazer; aceitou o beijo mais rápido que das outras vezes, no Ministério, e chegou a abraçá-lo com força.
Ela sentiu as mãos dele passarem velozes pela sua cintura, sem descerem mais que isso; sentiu as mãos quentes dele passarem por dentro de sua camiseta, nas costas. Mas deixou-o fazer tudo isso por algum motivo que não sabia.
O beijo dele era ousado, chegava a ser sufocante, mas ela não podia negar que estava gostando.
Snape, então, percebeu o que estava fazendo e se afastou. Foi para a janela.
- Me desculpe – a voz dele saiu amarga como ela nunca vira antes. – Eu... eu... Ah, me desculpe, Granger! Não me odeie, eu só...
Ele se interrompeu e deu um suspiro abatido. Odiava-se pelo seu descontrole. Ela estava um pouco ofegante; ainda não conseguia atinar as idéias para pensar em algo para dizer.
- Ahn... Snape... – ela começou, um pouco incerta se deveria falar ou continuar calada.
- Está certo, você pode falar a Dumbledore sobre esta minha conduta – ele disse, a mesma voz amarga de antes.
Ela respirou fundo. Sabia as conseqüências do que ia dizer, e previa o que viria a seguir, mas, como ela mesma dissera, o medo passava por ela como um relâmpago.
- Olha, Snape – ela começou, ansiosa. – Você não sabe o quanto me amaldiçoei por ter gostado, de certa forma, do que aconteceu no Ministério, porque eu não queria dar prazer ao assassino dos meus pais, mas... as coisas mudaram e... você não sabe o quanto... Eu ainda não... eu não... Tá certo, eu estou fazendo papel de idiota, porque não sei o que falar, mas...
Mas Snape já se virara, e mirava-a um pouco surpreso.
- Se você não me odeia, acho que já tenho um ponto – ele disse, mal disfarçando seu espanto.
Com um gesto, mesmo sem a varinha, a porta do quarto bateu e Hermione pôde ouvir a tranca. O coração dela disparou. Mione, você escolheu assim, agora agüenta, ela pensou.
Ele se aproximou lentamente, olhando-a nos olhos. Ela corou muito rápido, sem ao certo saber por quê. Não tinha forças nem para recuar; estava presa pelo olhar dele.
Snape lentamente envolveu a cintura dela e puxou-a para si, com certa cautela. Foi devagar que se aproximou para beijá-la outra vez. Hermione ainda sentia seu coração acelerado, e só conseguiu corresponder ao beijo dele. As mãos dele agora pareciam um pouco mais pesadas e desceram mais do que antes.
Agora essas mesmas mãos passaram por dentro da blusa não só nas costas, mas na frente também. As mãos dela também eram ágeis – e mais do que ele previa. Enquanto se beijavam, ela abriu sua camisa.
Vencendo o medo pela rapidez, hein, Granger?, ele pensou. E livrou-se bem rápido de sua camisa.
Ela estava visivelmente nervosa; ele não sabia ser muito carinhoso; não sabia como aliviar a tensão dela. Tentou controlar o máximo que podia seus impulsos e ir devagar com os beijos e com as mãos, mas a proximidade dela o fazia implorar por mais.
Hermione, mesmo com um pouco de medo por ser sua primeira vez, queria que ele gostasse, queria corresponder pelo menos um pouco do desejo que ele demonstrava. Um pouco do amor dele. Começou a beijar o pescoço dele e desceu pelo tórax.
Ela é virgem mas bem sabe o que fazer, pensou Snape, sentindo seus pensamentos ficarem difusos. Sem controle.
Ele a levou para a cama e deitou-a lá. Lentamente, abriu a calça jeans dela e tirou-a. Hermione não cabia em si de tanta vergonha, mas sentia que precisava ter Snape mais perto, por isso ignorou a vergonha. Ele tirou a calça dela e lançou-a longe. Qualquer coisa que ele fosse fazer, ela o interrompeu e sentou-se. Passou as mãos pelo tórax dele e desceu mais e mais, até chegar ao fecho da calça. Abriu-o, um pouco assustada com o tamanho do que estava escondido ali. Ela abriu a calça dele e ele livrou-se dela muito rápido e jogou-a de volta na cama. Beijou-a mais e mais, desceu pelo pescoço, deslizou os lábios pelos seios dela e sugou cada um deles com força. Ela gemia, o que o deixava louco. Tirou as peças íntimas dela e as suas tão rápido que, quando ela percebeu, já estavam sem elas.
Ela fechou os olhos e buscou relaxar. Sabia que a única coisa que tinha que fazer naquele momento era esperar, e foi o que fez. Ele olhava para ela, tentando segurar os impulsos, sabendo que era a primeira vez dela, mas ansioso por algo com que sonhava há tanto tempo.
Entrou nela devagar, sentindo-a apertada e úmida. Ela soltou um gritinho de dor.
- Confie em mim – sussurrou ele, sem se mover. E deu um beijo nos lábios dela. – Relaxe.
Ela respirou fundo e buscou relaxar. Via os olhos negros dele queimando sobre ela, mas sentia uma dor que nunca havia pensando que sentiria um dia. Era como se ele a rasgasse por dentro.
Ele tentou se mover lentamente, mas as pernas dela travaram ao seu redor. Ele suspirou. O suor escorria por seu rosto, seu membro latejava febrilmente, precisando do alívio que só o corpo dela lhe daria, mas ele não queria machucá-la. Achava-se incapaz disso.
- Desculpe – murmurou ela, constrangida. Estava se sentindo idiota.
- Shh – sussurrou ele. – Tente relaxar.
E novamente ela tentou. Ele desceu os lábios pelo pescoço dela lentamente, passou a língua por toda a extensão de pele que ligava o pescoço com os seios dela e beijou um e depois outro, primeiro devagar, depois mais forte conforme ela gemia mais alto.
E novamente Snape tentou começar a se mover bem devagar. Ela fechou os olhos com força; ele parou outra vez.
- Nós podemos desistir agora, mas vai ser pior para você depois – murmurou ele. – A dor não vai passar se você não enfrentá-la, sabe.
- N-não pare – sussurrou ela, tímida, se perguntando se ele não estaria muito decepcionado.
Snape assentiu e voltou a se mover lentamente. Ela tinha uma expressão de dor, com os olhos fechados com muita força. Ele não estava mais agüentando. Ele não queria nada mais que se afundar dentro dela com força; seu corpo implorava inteiro por isso, mas lá estava ela, tão frágil, tão inocente.
Ele suspirou e retirou-se do calor dela, sentindo-se como se fosse morrer. Ela arregalou os olhos. Ele havia saído de cima dela e estava se ajeitando para se levantar.
- Por que você parou? – perguntou ela, segurando-o pela mão, para impedi-lo de se afastar.
- Porque não quero machucar você – murmurou ele, e Hermione pôde sentir o quanto a voz dele estava rouca e viu o quanto o membro dele ainda estava duro.
- Mas você ainda não... – começou ela.
Ele olhou-a, seus olhos varrendo o corpo dela, sem saber de onde havia tirado tanto autocontrole.
- Eu posso resolver isso embaixo do chuveiro em um minuto – tornou ele, seco.
Hermione murchou. Ela se lembrou dos beijos dele, do toque dele, e achou que valeria a pena agüentar qualquer dor agora e aproveitar o resto depois. Ela se levantou decidida e aproximou-se dele. Ele se afastou.
- Não é seguro você brincar comigo assim – sussurrou ele, e sua mão desceu quase inconscientemente para se tocar.
Ela olhou-o; aqueles olhos negros queimando sobre ela.
- Vem cá – murmurou ela, fazendo sinal para ele se aproximar.
Ele parou e tentou entender o que ela pretendia. Ela se aproximou.
- Eu quero sentir você chegar lá dentro de mim – murmurou ela.
Ela viu os olhos dele queimarem mais, e se aproximou. Sussurrou no ouvido dele:
- Eu quero te dar prazer...
Ele engoliu em seco e fitou-a. Puxou-a pela cintura num gesto seco, que a lembrou vagamente da noite no Ministério. Ela sentiu a ereção dele em seu abdômen.
- Você tem certeza? – Perguntou ele.
Ela o beijou vorazmente, agarrando-o pelo pescoço. Ele respondeu, ainda mais feroz. Uma das mãos dele desceu pelo corpo dela desde os seios até tocá-la. Ela gemeu dentro da boca dele, o que o fez levá-la para a cama outra vez. Ele deitou-a lá e deitou-se por cima. Voltou a tocá-la. Primeiro um dedo deslizou para dentro e para fora dela. Ela fechou os olhos, gemendo de prazer. Ele a olhava atentamente e sentia seu membro pulsar, cada vez mais dolorido. Mas ele esperou.
Agora, dois dedos. Ela se contorceu sob ele, gemendo mais alto. Ele pôs três dedos, e viu algo parecido com dor quando ela cerrou os olhos, mas passou logo. Ele a olhava. Ela se contorcia sob ele. Ele tomou um dos seios dela na boca, sem parar com os dedos.
- Vamos, querida... Vamos... vamos... – sussurrou ele, com uma voz irreconhecível. – Ta começando a apertar... Você está gozando?
Ela engoliu em seco, enquanto sentia as pernas bambas, e uma corrente elétrica percorrer seu corpo. Ela gemeu alto o nome dele, com a respiração acelerada. Ele se postou na entrada dela e sussurrou em seu ouvido:
- Abre mais as pernas...
Ela obedeceu. Ele entrou nela devagar. Ela fechou os olhos, ainda havia algo de dor, mas ela arqueou e mordeu o lábio inferior. Snape achou seguro se mover. Ela pareceu sentir, mas não como antes. Ele continuou devagar.
- Ah... Você é tão gostosa... – gemeu ele, rouco. – Tão molhada...
Hermione abriu os olhos e contemplou um Snape totalmente entregue. Ele mordeu o lábio inferior.
- Posso meter mais forte? – sussurrou ele em seu ouvido.
Ou foi o sussurro, ou a respiração desritmada e quente dele em seu ouvido, mas ela gemeu mais. O vocabulário pouco cortês dele, por incrível que parecesse para ela, a fazia estremecer mais.
- Ai... pode...
E ele o fez. Estocou mais fundo. Estocou mais forte. Ela gritou, menos por dor do que por prazer.
- Você ta apertando meu pau... – murmurou ele. – Você vai gozar de novo? Ta perto?
Incapaz de responder, ela assentiu. Ele deu um jeito de se segurar, pois achara um espetáculo vê-la chegar lá, mas não pôde segurar mais quando ela se contraiu toda, arqueando e gemendo seu nome. Ele se derramou no fundo dela com um urro de satisfação.
Beijou-a e retirou-se dela, arfando mais do que já imaginara em sua vida.

Hermione enrolava-se nos cobertores enquanto observava Snape se vestir.
- Espero ter sido digno de estar na sua memória para sempre – ele disse, sério.
Hermione respondeu-lhe com um sorriso doce:
- Como é convencido! – ela exclamou, com uma risada deliciosa. Mas era verdade. Era a primeira vez dela; boa ou ruim ela sempre se lembraria.
Já vestido – com as calças e a camisa, – Snape voltou à cama e deu um beijo nela. Não se lembrava da última vez que se sentira tão feliz.
Ele olhou o relógio.
- Adorei esse jeito de passar o tempo – ele disse, com um meio-sorriso zombeteiro. – Precisamos repeti-lo mais vezes.
Hermione riu.
- Está bem... – ela disse. – Vou me trocar; pode ir ver como andam as poções. Até lá, acho que já dá tempo de dar a hora do almoço.
Snape assentiu e abriu a porta do quarto para descer ao escritório. Estava até mais leve.
Ela levantou-se e tratou de se vestir. Pensou que queria tomar banho, mas deixou isso para depois. Como que adivinhando os pensamentos dela, ele disse, do meio da escada:
- Pode usar o banheiro como quiser.
Ela sorriu agradecida, pegou suas roupas no chão, e foi tomar um banho, o mais rápido possível.

Quando ela voltou ao quarto, o almoço estava em cima da mesinha; Snape a esperava.
- Você está linda – ele disse, tentando falar algo que achou que ela poderia gostar de ouvir.
- Ahn, é que meu cabelo ainda não secou – ela disse. – Ele vai dobrar de volume, você vai até sair correndo.
Ele fez que não com a cabeça, meio que sorrindo; depois, olhou para a cama e disse:
- Esses lençóis têm que ir para a lavanderia logo.
Ela olhou para lá. Uma pequena mancha de sangue era visível. Ela voltou a olhar para seu prato.
- Estou com fome. E depois de comer voltamos ao trabalho.
- Se quiser passar a noite comigo, não vou me opor – ele disse, bem humorado como Hermione nunca o vira.
- Tenho aula amanhã, Snape – retrucou ela.
Ele fez uma careta.
- Snape? – perguntou ele.
- Ahn... não sei se posso te chamar de Severo só por causa do que aconteceu aqui...
- Só? – ele perguntou, abismado. – Então eu também menosprezo a sua primeira vez?
Ela corou.
- Ahn, me desculpe, Sna... Severo, é que não pensei que...
- Não se justifique – ele disse sério. – Acho que não te disse isso ainda, mas eu amo você.
Hermione, que segurava um copo de suco, deixou-o cair no chão.
Ela tossiu e se levantou rápido, para limpar a sujeira que tinha feito. Snape não fez nada, apenas observou o desconcerto dela. Ela gostou de ouvir isso ou não gostou?, ele perguntou para si mesmo. Por fim, ela puxou a varinha e recitou um feitiço para limpar tudo. Depois voltou a sentar-se em sua cadeira.
Ficou em silêncio; não sabia o que dizer. Snape quebrou o silêncio novamente:
- Você não precisa retribuir, Granger, eu só estou dizendo isso para você saber que não desejo você, apenas.
- Ahn... se vou ter que te chamar de Severo, você pode me chamar de Hermione – ela disse, com um sorriso doce. – É que... não pensei que... que você soubesse dizer isso... Ou que... ou que eu fosse ouvir isso um dia...
Ela abaixou a cabeça e ficou olhando para seu prato, sem saber o que mais dizer.
- Coma – ele disse, por fim. – Senão você pode passar mal outra vez.
Ela obedeceu.
Enquanto ela almoçava, sentia o olhar de Snape fixo nela. Aquilo chegava a ser incômodo.
- Me desculpe, Sna... Severo, mas por que me olha tanto? Está me deixando muito... ahn... desconfortável.
- Não tenho como evitar – disse Snape. – Passei mais tempo do que você imagina pensando nesse momento, sem nunca acreditar que ele pudesse acontecer... E agora, no entanto, estamos aqui.
- Ah... – ela pareceu considerar a questão. – Bom, pra ser bem sincera, eu nunca imaginei esse momento, porque nunca nem passou pela minha cabeça que ele pudesse acontecer... Eu nunca quis isso e... Puxa, é tão estranho imaginar que eu transei com o professor Snape!
Ela riu. Parecia achar a forma como as coisas haviam se desenrolado muito engraçada.
- Quero dizer... quando é que eu, Hermione Granger, a Sabe-Tudo, pensaria em Severo Snape como homem e não só como aquele professor desgraçado que me odiava? É tão... estranho.
- Olhando por esse lado, parece estranho mesmo – concordou Snape.
Mas então ele ficou em silêncio, olhando para ela.
- Que foi? – a jovem perguntou.
- Sorria para mim – ele pediu, sério.
Hermione olhou-o, sem entender. Ele fora direto e sério demais para pedir algo muito simples.
- Ahn? Mas o que...
- Apenas... – ele se interrompeu um pouco, mas completou a frase, com um ar ainda mais grave: – sorria para mim.
A jovem não sabia o que fazer, ou o que dizer. Era muito estranho ouvir aquilo sendo dito de modo tão sério.
- Não posso forçar um sorriso assim, Severo, eu...
Ele se levantou; ela soltou os talheres, e olhou-o sem entender nada.
Snape puxou-a pelo braço gentilmente, para fazê-la se levantar. E beijou-a. A mesma paixão de antes, até amor. Aquilo estava muito estranho. Hermione interrompeu o beijo e olhou Snape, preocupada.
- O que foi, Severo?
Mas ele não respondeu; apenas passou a mão pelo rosto dela, pelos cabelos. Hermione não entendia. Nunca imaginaria que Snape sabia acariciar alguém. Nunca se imaginou naquela situação antes. Ele a abraçou com força; ela retribuiu o abraço.
- Severo – ela sussurrou lentamente, – por que você está preocupado? O que aconteceu?
- Tenho que matar você – ele respondeu, ainda abraçando-a com força, até com amor. – Sorria para mim, por favor.


LALALALAL

ESSE PÓS CAP É NOVO E FOI FEITO ESPECIALMENTE PRA QUEM VEIO CONFERIR A MINHA NC

BJOSSSS

PS: EM BREVE TEM ATT

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