Não sem Dor
No silêncio da noite, Snape sentiu sua marca queimar, e forte. Acordou sobressaltado, acordando Hermione também, que estava nua a seu lado. Ele também ainda estava completamente nu.
- Que foi? – perguntou ela, com um semblante preocupado.
- Hermione, eu... – ele levantou-se e começou a se vestir muito rápido, mas não eram suas roupas normais que ele vestia. Ela logo reconheceu as vestes de Comensal e seus olhos ficaram marejados. – Minha marca, Hermione... está doendo muito. Ele está muito bravo. E eu faço uma boa idéia do motivo...
Ele suspirou e virou-se para se despedir. Viu as lágrimas silenciosas que ela derramava. Ele sorriu para ela.
- Se eu morrer, as suas lágrimas são a melhor lembrança que levo, meu amor. Vejo que você me ama por meio delas... – ele sussurrou, beijando-a com paixão.
Ela retribuiu à altura.
- Dumbledore já sabia que eu teria de ir ainda nessa semana. O fato de Potter e Weasley terem vindo com notícias do oeste já demonstram que o Lorde das Trevas já havia terminado seu trabalho por lá. Nunca se esqueça de que eu te amo.
Ele beijou-a outra vez e deixou o lugar, dizendo:
- Avise a Dumbledore o quanto antes.
E desapareceu na noite. Hermione vestiu-se mais rápido do que nunca e correu para a sala do diretor. Disse a senha para a gárgula às pressas e quase derrubou a porta. Felizmente Dumbledore abriu-a logo.
- Ele teve que ir – ela murmurou tristonha.
Dumbledore deu um sorrisinho triste e convidou-a a entrar. Ela viu Harry e Rony por lá e se perguntou sobre a bronca que eles teriam levado para estarem lá às duas horas da madrugada.
- Sente-se, Hermione.
Ela sentou-se na poltrona que ele indicou e suspirou, sem saber esconder as lágrimas. Seus dois amigos estavam sem reação. O comportamento dela em relação a Snape mudara demais em dois meses.
Dumbledore lhe serviu chá e obrigou-a a aceitar. Depois se sentou em outra poltrona, mais perto da lareira.
- Acalme-se, Hermione. Ele vai ficar bem. Ele sempre fica.
- É, mas quantas vezes ele já desobedeceu Voldemort? – perguntou ela, com as lágrimas enxarcando-lhe o rosto.
Dumbledore fez que não com a cabeça.
- Ele te disse, né? – perguntou Hermione. – O que o senhor acha? Ele... ah, meu Deus!
Ela chorava muito; nem Harry nem Rony entendiam o que estava acontecendo.
- O... o que foi que Voldemort pediu para Snape fazer que ele não fez? – perguntou Harry com cautela.
- Voldemort não pede, ele manda – corrigiu Hermione, enxugando algumas lágrimas. – Ele mandou o Severo me matar.
Os dois amigos prenderam a respiração.
- Mas... mas... se ele tentou matar o Dumbledore... por que foi que ele não quis matar você, Hermione? Quero dizer, eu adoro você, mas se ele recebeu uma ordem... se ele tem que continuar como espião... o certo não era ele agir como agiu com o professor Dumbledore? – perguntou Rony, muito confuso.
- Era o certo – murmurou Hermione baixando os olhos. – Mas ele nunca faria isso.
- Mas ele sempre foi tão cruel, sempre nos detestou... – murmurou Rony. – Não seria tão difícil para ele...
Harry chutou o amigo por baixo da mesa.
- Ai, Harry! Que foi? – perguntou Rony.
- Você ainda não percebeu que eles tão envolvidos? – perguntou Harry, irritado.
Rony arregalou os olhos.
- Quem? O ranhoso e a nossa Mione? Mione, isso é verdade?
- Mais que envolvidos, Ronald – respondeu Hermione calmamente, enxugando mais algumas lágrimas.
Rony fez cara de nojo; Harry estava apenas bravo.
- Isso é... é... patético! Numa hora ele tava te agarrando e eu tirei você das mãos dele... Na outra você e ele...
- Está bem, Harry, já entendemos aonde você quer chegar – disse Dumbledore aborrecido. – Hermione, agora precisamos começar a pôr o plano em prática. Sabe, se o Severo morrer, o que eu rezo para que não aconteça, teremos uma perda muito grave. Você ficará fora de vista por enquanto. Todas as suas lições serão feitas fora de vista, assim como suas provas... Não posso deixar você à vista...
- Mas... mas o que vai acontecer com... O que Severo vai dizer ao Voldemort?
Dumbledore suspirou.
- Vai dizer que eu o vigiei o tempo todo. Vai levar algumas coisas que ele descobriu sobre mim, para compensar a falha dele em matar você. Vai dizer que você esteve sob a minha asa na maior parte do tempo e, quando não estava, eu sabia que ele estava com você. Isso parece suficiente para convencer Voldemort da lealdade dele e mantê-lo vivo.
Hermione suspirou.
- Mas não é o bastante para ele não castigar o Sevie... – completou ela.
O velho diretor assentiu em silêncio. As lágrimas voltaram a inundar o rosto dela sem qualquer explicação.
- Ah, meu Deus... ele está... sozinho... de novo.
Harry e Rony se entreolharam, sem imaginar como a opinião dela a respeito dele mudara tanto de uma hora para outra.
Snape desaparatou aos pés de Voldemort, que estava sentando em sua cadeira, cercado de vários outros comensais. O mestre de Poções estava de joelhos, olhando para o chão, com o ar mais submisso que conseguia expressar.
Voldemort olhava-o com desprezo.
- Creio que lhe dei uma ordem, Snape – disse Voldemort, muito sério, com uma expressão que demonstrava claramente que ele não estava satisfeito.
- Sim, mestre.
- E qual foi a ordem que lhe dei, Snape?
- Matar a sangue-ruim amiga do Potter – respondeu Snape de modo submisso.
- E no entanto você me desobedeceu, Severo – a expressão de Voldemort deixava claro que ele não estava nada nada satisfeito.
- Jamais o faria em toda a minha vida, meu senhor – disse Snape, ainda mantendo a face baixa.
- Explique-se – disse Voldemort. – Vou deixá-lo explicar antes de castigá-lo apenas porque sua tentativa de matar Dumbledore me provou sua total lealdade a mim.
- Mestre, eu bem que tentei achar uma oportunidade em que fosse possível matá-la sem deixar um rastro, mas... Dumbledore a vigiava o tempo todo. Imagine, depois daquela organização da festa... E foi ela que fez Dumbledore voltar ao normal... Bom, milorde, ele simplesmente aparecia a todo o momento para ver como ia nosso trabalho... Hermione ou estava com ele ou estava a sós comigo... Não tinha como matá-la, sendo que Dumbledore sabia que ela estava em meu laboratório...
- Muito bem... Então o seu problema é só incompetência – declarou Voldemort debochado, e os outros comensais riram.
- Temo que sim, meu senhor. Mas, se me permite...
- Fale – disse Voldemort entediado.
- Descobri uma parte do plano de Dumbledore para a grande batalha final... – começou Snape com cautela.
Voldemort ajeitou-se em sua cadeira.
- E o que temos, Snape?
- Bem, parece que Dumbledore espera atraí-lo para uma armadilha em Hogsmeade, perto da casa dos gritos...
- Hum... – Voldemort pensativo. – Acha conveniente cairmos na armadilha, Snape?
- Muito, milorde. Eles têm uns poucos e estúpidos aurores. Têm Potter e Weasley, o que é uma clara desvantagem. A Granger será um trabalho um pouquinho maior, mas posso me encarregar dela e...
- Não – disse Voldemort. – De jeito nenhum. Malfoy?
Lúcio deu um passo à frente, destacando-se entre os comensais.
- A Granger é sua. Na batalha ou antes dela, se tiver oportunidade. Faça o que quiser com a menina, mas ela deve acabar morta.
Lúcio Malfoy assentiu com um sorrisinho e fez uma pequena reverência antes de dar um passo para trás. Snape não demonstrou expressão nenhuma.
- Que mais tem para mim, Snape?
- A Ordem da Fênix vai estar lá em peso... Apenas seres patéticos, com exceção de McGonagall, Lupin e o próprio Dumbledore. Tonks é uma idiota, assim como os outros aurores...
- Como será essa armadilha?
- Eles pretendem usar uma isca, senhor, mas ainda não tive tempo de descobrir qual...
- E como Dumbledore espera me atrair com todos os comensais por causa de uma simples isca.
- Deve ser um pequeno trunfo deles, mas não tive tempo de...
Um grito encheu a noite. Voldemort lançara a Cruciatus em Snape sem sequer terminar de ouvi-lo. Snape contorceu-se no chão. Tentava parar de gritar, mas a dor era tanta e preenchia tanto cada mínimo espaço de seu corpo que já não era possível controlar o impulso de gritar. Era a única alternativa que tinha.
Enquanto sentia como se mil facas entrassem em seu corpo e como se seus músculos estivessem sendo distendidos mais do que seu corpo jamais permitiria, procurava pensar em Hermione. Ajudava muito lembrar dela sorrindo-lhe de modo tão doce e tão sincero... Bela peça a vida lhe pregara. Jamais imaginara que um dia ela poderia corresponder a esse amor maluco.
Descobriu por que conseguiu pensar: Voldemort interrompera o castigo momentaneamente e agora estava em pé ao seu lado, apenas olhando atentamente para seu servo.
- Diga-me, Severo, espera que eu acredite que está a meu lado depois de ter passado quase dois meses passando informações a Dumbledore? Sabe que o Potter é uma boa fonte de informações. Eu posso senti-lo... A amiguinha dele está lá, chorando por você...
Houve risadas de comensais.
- Vai querer se explicar ou já posso voltar às torturas antes de executar a sua morte? – perguntou Voldemort, dando-lhe um chute na altura do estômago.
Snape tentou conseguir ar. Sabia que o imbecil do Potter não deveria ter sabido, nem o Weasley. E não esperava que Hermione corresse tão depressa para avisar a Dumbledore. O fato de ela estar sofrendo por ele, por pior que fosse isso, reconfortou-o. Ela o amava mesmo. Aquilo lhe deu ânimo para tentar mais uma vez.
- Milorde, eu lhe imploro que espere – disse ele, ofegante.
Voldemort assentiu. Snape tentou levantar-se como podia, mas o máximo que conseguiu foi sentar-se e colocar-se de joelhos. Voldemort deu um meio sorrisinho. Snape sentia toda a dor que podia pondo-se naquela posição, e ainda assim o fazia.
- Seduzir a sangue-ruim foi muito fácil, milorde. É uma menininha idiota e não muito amada. Os pais dela morreram. Eu fiz uma bela encenação sobre o quanto me arrependia de tê-los matado e que não tinha como evitar, porque deveria provar minha total lealdade ao Lorde das Trevas. Ela é inteligente para assuntos da escola, mas completamente estúpida para os assuntos da vida. Foi com ela que consegui as informações. Imagino que ela as conseguia com Potter, ou com o próprio Dumbledore, que passou a confiar nela cegamente depois de tudo isso. Eu... bom, devo me confessar que tirei proveito dela, milorde, mas estava tempo demais afastado de nossas lindas comensais...
Voldemort ainda olhava-o de cima.
- E como ela é? – perguntou ele.
- Aconselho que Malfoy tente descobrir antes de matá-la – disse Snape, com um sorrisinho cínico, que fazia doer cada parte de sua face. – É... no mínimo deliciosa...
Voldemort sorriu aquele sorriso assustador.
- E quanto a passar informações a Dumbledore durante esses últimos dois meses?
- Eu passei informações tão estúpidas, senhor, que você mesmo pode notar que não nos afetou em nada. Eram coisas tão banais que ousei achar que não era necessário atormentá-lo com isso. Eu tinha que conseguir de volta a confiança dele de algum jeito... Bom, eu disse uma vez, por exemplo, que os comensais pretendiam atacar Hogsmeade. Grande coisa, milorde, os comensais sempre atacam Hogsmeade.
Voldemort suspirou e deu-lhe mais um chute na boca do estômago.
- Bom, muito bom. Mais uma vez seus argumentos me convenceram. Mas ainda estou muito decepcionado com a sua incompetência, Snape. Terei uma pequena diversão antes de deixá-lo voltar a Hogwarts... Para os braços da sangue-ruim...
Snape não ousou responder. Nova onda de dor percorreu seu corpo. Desta vez, era como se estivesse levando um choque em todas as partes do corpo ao mesmo tempo. Depois, foi como se cada um de seus quatro membros estivesse sendo puxado para um lado a fim de esticá-lo ao máximo.
Ele caiu o chão de qualquer jeito.
- Malfoy – chamou Voldemort. – À moda trouxa.
Lúcio Malfoy aproximou-se sorrindo e chutou-o na altura dos rins. Snape já não tinha como controlar; as lágrimas que lhe escorriam pela face não eram por sua vontade, mas eram de fato involuntárias. Ele foi ao chão. Malfoy chutou-o na altura do estômago, e de novo na do rim esquerdo, e pisou nas costas dele com toda a força que conseguiu.
Uma de suas costelas já havia se partido, o que tornava sua respiração mais difícil, pois sentia um estranho incômodo em respirar. Malfoy chutou seu rosto por fim.
- Chega, Malfoy. Não o quero em estado irrecuperável – disse Voldemort, de sua cadeira. – Bella, meu amor. Você agora.
Era aproximou-se rindo. Abaixou-se ao lado dele e sussurrou em seu ouvido:
- Hum... Snape... Que pena...
Ela chutou-se o peito com força, puxou-o para cima pelos cabelos, enquanto arranhava seu pescoço.
- Sabe... É nessas horas que penso em todas as ofensas que você já me fez...
- Bem que você gosta, sua vagabunda – ele disse, com a voz muito falha.
Ela chutou uma parte bem mais delicada dele, levando-o ao chão. Com uma risada, ela pisou nas costas dele e depois enterrou o salto na panturrilha dele, fazendo-o urrar de dor.
- Bella... não exagere – disse Voldemort, ajeitando-se na cadeira. – Está bem... deixem Snape na frente dos portões de Hogwarts... Se os aurores não o acharem antes, Snape, você tem uma chance. E não ouse voltar sem mais informações. Só que tem um detalhe: você deve vir quando eu o chamar.
Malfoy e Bella fizeram uma aparatação conjunta e pararam com ele na frente dos portões de Hogwarts. Ela lambeu os lábios dele e sussurrou:
- Ora, Snape... Seja razoável... Se ele te chamar em duas semanas, quando você terá acabado de se recuperar, você sofrerá outro castigo por não ter conseguido nada.
Malfoy pisou na panturrilha ferida de Snape com força, fazendo-o gritar mais.
- Tente entrar em Hogwarts e se esconder antes de algum auror aparecer.
Os dois comensais desapareceram, deixando Snape sozinho. Ele tentou alcançar a varinha a fim de fazer um feitiço para chamar ou Dumbledore ou Hermione, mas suas mãos tremiam. Ele não sabia que parte de seu corpo doía mais. Não tinha forças para se mexer, nem para se arrastar. Era um lixo. Não passava disso. e ninguém iria encontrá-lo.
Sentiu o sangue que se esvaía de seu corpo pelas feridas. Sentiu a dificuldade em respirar. Duas costelas quebradas de um mesmo lado. Uma dor indescritível. Não conseguia se mexer. Precisava continuar acordado. Seus olhos pesavam. Sentiu a vida esvaindo-se de seu corpo. Ia morrer. Sentiu que ia... Mas pelo menos iria embora desta vida sabendo que pelo menos um dia em sua vida fora amado.
A última imagem que viu em sua mente foi a de Hermione sorrindo-lhe e acariciando-lhe o rosto. quase podia sentir o toque dela em sua face. queria tanto dizer mais uma vez o quanto a amava! Mas era impossível: ele estava morrendo.
MINHAS LEITORAS LINDASSSSSSSSSSSS
QUEM TÁ COM VONTADE DE ME MATAR LEVANTA A MÃO!!!
AEWWWWWWW
ESTÁ BEM, EU SOU MUITO CRUEL, MAS JURO QUE VOU TENTAR ATUALIZAR A FIC O MAIS RÁPIDO POSSÍVEL, ANTES QUE ALGUÉM CHAME UM TERRORISTA PRA ME EXPLODIR....
POR FAVOR, NÃO ME MANTEM AINDA, SENÃO NINGUE´M VAI SABER O QUE ACONTECEU DEPOIS.
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