Um mês de detenção



Era um lugar maravilhoso. Ele estava acompanhado de uma linda mulher ruiva, numa praia. Tudo parecia perfeito, tudo era perfeito. De repente, um grupo de comensais cerca os dois e capturam a ruiva que o acompanhava. Ele luta com todas as forças que consegue arranjar em seu corpo, mas não foi suficiente. Um comensal saca a sua varinha e lança uma maldição Cruciatus nele. Draco desmaia, mas não antes sem ver que levaram a coisa que mais importava na sua vida: a mulher ruiva.
Draco acorda suado e assustado. “ Que sonho maluco. Pelo menos eu acordei cedo.” E se dirigiu ao banheiro, para tomar um bom e demorado banho quente.

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Era um lugar maravilhoso. Ela estava acompanhada de um lindo homem de cabelos louro platinado , numa praia. Tudo parecia perfeito, tudo era perfeito. De repente, um grupo de comensais cerca os dois e a capturam. Ela consegue vê-lo lutando com todas as forças que consegue arranjar em seu corpo, mas não foi suficiente. Um comensal saca a sua varinha e lança uma maldição Cruciatus nele. Ginny vê o homem desmaiar antes de ser levada pelos comensais para longe do que mais importava para ela...
- AAII! – grita Ginny, acordando uma de suas companheiras de quarto. Ela sempre esquecia o nome daquela garota.
- Tudo bem, Virgínia? – pergunta a garota.
- Foi só um sonho... er.. como é mesmo o seu nome?
- Susie.
- Ah, desculpe, Susie. Tá tudo bem, obrigada por perguntar.
- Bom, de nada. Eu vou voltar a dormir. Ainda são cinco da manhã.
- Ok, eu vou tomar um banho. Bons sonhos.
- Obrigada. – respondeu Susie voltando a dormir.
“Hoje vai ser um looongo dia, Gina...”
Depois do banho, Ginny desceu as escadas do dormitório sozinha, como sempre fazia depois que sua amiga se mudou. O trio que ela tanto queria participar, nunca lhe dava atenção, já que estavam muito ocupados tentando salvar o mundo bruxo das mãos de Voldemort. Mas isso agora não importava mais. Depois do que aconteceu no dia anterior, Ginny queria distância de Harry, nem que para isso tivesse que se afastar um pouco de seu irmão e de Hermione...
Quando estava entrando no Salão Principal para o café da manhã, Ginny encontrou a única pessoa que não gostaria de olhar naquele momento...
- Ginny!
Ela fingiu que não ouvia e continuou o seu caminho.
- Ginny! GINNY!
Agora ela não podia fingir que não ouviu, quem se aproximava já olhava espantado para o seu rosto. Ela se virou e olhou naqueles olhos verdes que tanto mexiam com ela. Era difícil, muito difícil depois de ontem, mas ela tinha que parecer ser forte. Não poderia fraquejar na frente dele.
- Oi, Harry.
- Você não me ouviu te chamando não?
- Desculpe, estava distraída...
- Aa.. Olha, Ginny, desculpe por ontem. Eu deveria ter te contado que eu tô namorando a Cho... Pra você não passar por isso.
- Harry, Harry, Harry... Isso foi até bom pra mim. Ai eu percebo que é melhor parar de me iludir, que o mundo não é tão perfeito quanto a gente pensa...
- Mas Ginny, eu vi quando você saiu correndo e você tava..
- Não continue, Harry. Ninguém mais precisa saber o que aconteceu ontem. – interrompeu Gina. – Agora, por que você não volta pra sua namorada? Afinal, ela pode estar preocupada com a sua demora... – Ginny falou com um sorriso nos lábios, mas, só quem realmente a conhece poderia dizer que aquilo não era algo verdadeiro, pois não chegava aos seus olhos.
- Que bom que você não tá chateada comigo Ginny!
Dizendo isso, o garoto a abraçou e entrou no Salão Principal. Logo depois, Ginny entrou. Mas nenhum dos dois percebeu que eram observados por alguém que tinha dúvida no olhar...
“O quê será que ela tava falando com ele?! Ahh! Mais tarde eu pergunto pra ela.. Mas quê que eu tenho a ver com a vida da Virgínia? E desde quando ela é Virgínia pra você? Desde quando ela falou que eu podia chamá-la de Virgínia, seu idiota. É melhor eu comer alguma coisa... Não quero chegar atrasado pras aulas. ”
“Mas por que o Harry veio falar comigo? Eu não entendo.. Será que.. Não, não. IMPOSSÍVEL. Harry Potter nunca vai gostar de você, Gina. Cai na real! Droga! Tenho 10 minutos pra chegar na aula de Poções do Morcegão!” E Ginny saiu correndo; não queria chegar atrasada mais uma vez na aula do Snape...

*-*-*-*-*-*-*-*-*-No jantar...*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*

“Até que as aulas não foram tão ruins assim... Ver o Potter perder 50 pontos pra Grifinória pela sua falta de competência e ainda levar uma detenção. Isso a gente não vê todos os dias.. Aquela cara de panaca dele.. O que a Virgínia viu nele?” Draco não conseguia comer hoje. Parecia que a comida estava intragável.” Eu acho que já sei o porquê. Porque eu vou ter detenção com a idiota da Weasley!” E nesse momento ele levanta a cabeça e olha para a pequena criatura de cabelos chamativos na mesa da Grifinória. Como se percebesse que estava sendo olhada, ela faz o mesmo movimento de Draco e seus olhares acabam se cruzando. Nisso, a menina cora bruscamente e abaixa o rosto. “Que encantador! Virgínia ficou corada!”
- Draquiiiiinhoo!!
“Pela voz, eu já percebo que o meu pior pesadelo se tornou realidade...”
- Draquinho! O quê você tá fazendo?
- Não enche, Parkinson. Não tá vendo que eu tô te ignorando e que eu não te suporto?
- Ai, Draquinho. Isso não é nada educado sabia?
- Me deixa, Parkinson, ou eu juro que vou te lançar uma maldição imperdoável!
- Aii! Tá bom, tá bom.. Eu saio.
E, finalmente, a garota com cara de buldogue saiu de perto de Draco e ele se levantou da mesa da Sonserina. “Agora, direto pra minha agradável detenção.”

Ginny, com os gritinhos de sua “querida amiga” Pansy Parkinson começa a assistir aquela cena “comovente”: Draco fazendo de tudo para tirar aquela coisa inútil de perto dele. “Coitado! Nem o Draco merece garota tããão chata como aquela. Desde quando ele é Draco pra você, Virgínia Weasley? Desde quando ele deixou. Opa, ele não tinha deixado... Mas ele não falou que eu não podia chamá-lo assim!” E olhou para seu pulso, checando as horas. “Droga! Cinco minutos pras 19:30! Maravilha!“ E, mais uma vez, saiu apressada.

- Atrasada Virgínia.
- Eu nem estou tão atrasada assim. São só 19:35... Hei! Eu não devo satisfação da minha vida a você!
- Mas foi você que quis me dar satisfações sobre a sua vida. Eu não pedi nada. – e foi entrando na biblioteca.
“E não é que o desgraçado tem razão... Humpf. Odeio essa mania que ele tem de ser o sabe-tudo! Pior que a Mione!”
- Muito bem. Vejo que finalmente resolveram aparecer. –disse a senhora bibliotecária –Vocês já sabem o que fazer né? Afinal, já faz um mês que estamos fazendo isso. Ah! E me entreguem suas varinhas. Ordens de Minerva. – acrescentou essa última frase vendo que Ginny iria argumentar.
- Vai ser outra loonga noite, Virgínia.
- Concordo plenamente, Draco.
E assim os dois começaram a organizar os livros.
De vez em quando, Ginny dava uns gritinhos por encontrar algum inseto e Draco morria de rir das caras que ela fazia. “Parece que ela é a única pessoa que consegue me fazer rir. O QUÊ?? Tá doido, Draco??? Ela é uma Weasley. Vocês se odeiam. Chega de sentimentalismo e volta ao trabalho.”
- Draco, você pode ler qual o nome daquele livro lá pra mim? – perguntou Ginny.
- Se vira, Virgínia. Eu tô muito ocupado aqui.
- Será que eu posso pegar aquela escada?
- Acho que sim...
- Ok.
- Virgínia... – começou Draco.
- Sim?
- Cuidado com essa escada, ok?
- Tá preocupado, é, Draco?
- É só pra você tomar cuidado. Do jeito que você é estabanada e apressada, não duvido nada que você possa cair dessa escada..
- Pois não se preocupe. Eu vou tomar cuidado. – e foi subindo a escada.
Quando estava já no topo da escada, ela não viu que o último degrau estava quebrado. Ao pisar, o degrau se partiu e a garota caiu. As únicas coisas que ela conseguiu fazer foram fechar os olhos e gritar.
Iria ser uma grande queda se, ao quase entrar em contato com o chão, braços fortes não a tivessem segurado.
- Eu falei pra você tomar cuidado, Virgínia.
Ginny abriu seus olhos. Ela o viu ali, parado, a segurando. “Ele é muito lindo!!”
Tudo aconteceu tão de repente: num momento, Draco a segurava; num outro, eles já se beijavam.
Quando ela finalmente saiu do transe, seu cérebro funcionou e ela empurrou delicadamente o garoto que a beijava.
- Desculpa. – disse Draco
- Você, um Malfoy, pedindo desculpas a uma Weasley? O quê há de errado com você, Draco?
- Eu não sei.. Eu não sei.. - e Draco voltou a organizar os livros.
Ginny continuava a olhá-lo atordoada. “Além de lindo ele beija bem! Merlin, ele é perfeito! Não, não, não, não! Ele é um Malfoy, Gina. Não se iluda, menina! Por que ele fez isso? É melhor eu acabar com isso...”
- Draco...- começou.
- Sim?- disse ele sem tirar os olhos da estante cheia de livros.
- Por que você fez isso?
Finalmente ele se vira para ela e responde:
- Eu não faço idéia, Weasley! É a mesma coisa se você me perguntar porque na aula de História da Magia os alunos sempre dormem. Eu vou te responder a mesma coisa: eu não faço idéia!
E Ginny fica em silêncio. De repente, ouve-se a voz de Draco:
- Você acha História da Magia chata, não?
- Não, até que eu gosto.
E os dois começam a rir.
- Deixa eu ver como ficou o trabalho de vocês.. – começou a bibliotecária. – Bom, muito bom! Vocês estão liberados. Vejo vocês amanhã no mesmo horário.
Os dois afirmaram com a cabeça e saíram.
- Bem... Eu vou indo pro meu dormitório. Até amanhã, Draco.
- Espera, Gina.
- Sim?
- Posso te acompanhar?
- Agora é minha vez de te perguntar: por que eu deveria aceitar?
- Nunca responda com outra pergunta. Parece que você é meio burro pra responder então faz outra pergunta como resposta.
- Mas me responde. Eu não ligo pra o que as pessoas pensam de mim.
- Bom... é porque... porque...
- Porque...?
- Porque é perigoso ficar andando por ai sozinha de noite.
- É, sei...
- E...?
- E o que?
- Posso te acompanhar?
- Ah, sim! Pode.
Draco fica incomodado com o silêncio e começa a falar.
- Qual é a sua flor preferida?
- O quê??
- A sua flor preferida. Qual é?
- Ah.. Eu adoro rosas vermelhas.
- Humn..
- Por que a pergunta?
- Puxar assunto.
- Aaa..
- Por que? Acha que eu sou de comprar flores pra qualquer garota?
Ela ficou calada. “Por que eu tive a impressão de que Draco poderia me dar flores? É claro que ele só tava falando aquilo pra puxar assunto. Deixa de ser burra, Gina!” Mas a resposta dele foi o que mais magoou a ruivinha. “Por que eu fiquei chateada com a resposta dele? Será que..? Não, não.. eu só posso estar maluca.. é isso. Só pode ser isso.”
- Chegamos, Malfoy.
- Ué? Quê que aconteceu com o Draco?
- Você acha que eu sou de chamar qualquer garoto pelo primeiro nome? - e atravessou rapidamente o retrato da Mulher Gorda.
“Wow! Isso doeu! Por que ela falou isso? Será que...? Não, não... eu só posso estar maluco.. é isso. Só pode ser isso.”
E Draco saiu com a cabeça baixa e com uma dor no peito, sem saber o motivo de tudo isso. “Alguma coisa estranha tá acontecendo! Mas como eu posso descobrir o que é? Eu não vou perguntar isso pra Virgínia. Além do mais, ela não tá falando comigo... Merda! Ela NÃO tá falando comigo!” Sem nem pensar, ele voltou e parou em frente ao retrato, murmurou a senha que Ginny havia dito há pouco tempo atrás.
Entrou no salão comunal da Grifinória e encontrou uma cabeleira ruiva próxima a lareira. “Ela tá chorando, mas por que?”
- Virgínia?
- É Weasley pra você, Malfoy. – disse limpando as lágrimas que teimavam em cair sobre o seu rosto. – E o que você faz aqui?
- Eu não vou voltar a te chamar de Weasley, Virgínia. Eu tô aqui pra saber porque você fez aquilo. E pra te perguntar: o quê tá acontecendo comigo?
Ele não agüentava mais aquela dúvida que vivia rondando sua cabeça desde o início do ano.
- Como assim o que tá acontecendo com você?
“Merda! É isso! Eu tô a fim da Weasley!! Eu não posso contar pra ela.”
- Nada. Esquece. Eu vou voltar pro meu dormitório. Boa noite, Virgínia.
- Boa noite, Draco.
E sentiu uma súbita vontade de beijá-la, mas se conteve. Isso não poderia acontecer de novo.


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