O início do ano letivo
“Hogwarts não mudou nada: os corredores continuam os mesmos, as caras de idiota dos novos alunos continuam as mesmas, os grifinórios continuam idiotas, o Potter continua se achando..” E os pensamentos dele foram interrompidos quando ele avistou uma cabeça ruiva sentando-se na mesa da Grifinória. “ A Weasley fêmea finalmente resolveu aparecer.. Mas o que será que ela tá falando com o Potter de tão particular?Ah, isso não me interessa...” E voltou a comer.
*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-* Na mesa da Grifinória *-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*
“Eu acho que já tá mais do que na hora de contar.. É, eu vou contar!”
- Harry, posso falar com você?
- Claro Ginny. Fala.
- Não posso falar aqui... Vejo você no jardim?
- Claro.
- Ok. Eu vou indo pra lá.
*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*No jardim*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*
“ Droga! Por que eu tinha que falar justo hoje? Desde que a Natalie se mudou, eu num tenho ninguém pra me dar ótimos conselhos e pra me dar idéias.... que falta que você faz, amiga! Legal, agora ele tá vindo pra cá e eu nem sei o que eu vou falar! Eu vou gaguejar e ficar mais vermelha que uma pimenta e o Harry não vai entender uma palavra do que eu disse. Vai ser perfeito.”
- Ginny.
- Ha-Harry..
- Que houve?
- É.. err... ai, isso é difícil de dizer..
- Fala, Ginny!
- EuteamoHarry.
- Quê??
“Vamos, não pode ser tão difícil assim, você já começou, agora termina.”
- Eu te amo, Harry.
O garoto ficou olhando espantado para Ginny.
- Fala alguma coisa, Harry...
- Ginny... Eu tô namorando a Cho...
E isso foi a última coisa que Gina ouviu antes de sair correndo para o castelo, para ficar mais longe o possível do menino de olhos verdes...
*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*
“Crabbe e Goyle são mais burros que uma porta! E só pensam em comida! Eu vou é sair daqui antes que eu encontre alguém indesejável..” Dizendo isso, Malfoy foi se dirigindo para o local que ele mais gostava no castelo: a torre norte.
Qual não foi a sua surpresa ao perceber que havia mais alguém no seu lugar preferido e, ainda por cima, chorando? Quando ele já ia abrir a porta para sair, a pessoa que chorava falou:
- Fique aqui.
- Por que eu deveria? – respondeu Draco.
- Por favor. – a menina tinha a voz de choro.
E Draco foi se aproximou, sentou e constatou que a pessoa que chorava era..
- Weasley?
Mas ela não respondeu, pois não conseguia segurar as lágrimas que teimavam em cair pelo seu rosto.
“ Meu dia não pode ficar melhor: primeiro eu descubro que o Harry tá namorando com a idiota da Chang e, agora, eu fico chorando que nem uma idiota na frente do Malfoy! Hei, por que ele não tá zoando com a minha cara?”
Um pouco mais calma Ginny pergunta:
- Malfoy...
- Sim, Weasley?
- Por que você não tá zoando com a minha cara?
Porém Draco não responde, só fica encarando a pequena Weasley que estava com o rosto vermelho e inchado por ter chorado.
- Por que você tava chorando?
- Eu não acho que seja do seu interesse..
- Se eu perguntei, é porque me interessa.
- Hoje eu falei pro Harry que eu gostava dele. E sabe o que ele me disse? Falou que tava namorando a idiota da Chang!
- Mas o Potter é muito cego! A Chang?!?!- e Draco começa a rir.
“Até que ele fica bonitinho rindo..”
- E você tava chorando pelo idiota do Potter?
- Você não ouviu o que eu acabei de dizer?
- Ouvi, mas é impossível você ainda gostar dele. Cai na real, o cara falou isso na sua cara, sem nem se preocupar com o que ele tava fazendo.
- E desde quando você se preocuparia com os sentimentos alheios?
- Se eu fosse com a cara da pessoa, é óbvio que eu me preocuparia.
- Você é muito esquisito, Malfoy.
- Você é que não me conhece de verdade, Weasley.
- Tá bom.
- Tá bom o que?
- Você falou que eu não te conheço de verdade.
- E...?
- Comece a dizer coisas sobre você.
- Que tipo de coisas?
- Qual o seu nome?
- Draco e o seu?
- Eu não vou dizer o meu nome..
- Por que não?
- Porque eu odeio ele. Me chame de Ginny.
- Eu não perguntei o seu apelido. Perguntei o seu nome.
-Virgínia. - Ginny disse muito baixo.
- O quê?
- Virgínia é o meu nome.
- Eu não acho o seu nome esquisito. Eu gosto de Virgínia.
- Você tá bem, Malfoy?
- Sim. Pelo visto você não sabe nada sobre mim mesmo.
- E por que será? Seria porque nossas famílias se odeiam e a gente acabou herdando esse ódio? Ó, Merlin! – Ginny disse fazendo uma pequena cena.
E mais uma vez Draco começou a rir.
- Até que você é engraçada, Weasley.
- Virgínia.
- Eu sei que o seu nome é esse. Não precisa repetir.
- Não, você não entendeu. Me chame de Virgínia.
- E por que eu deveria?
- Deixa de ser desconfiado! É só porque eu odeio que me chamem de Weasley.
- Você odeia tantas coisas, Virgínia.
- É, Draco.
Pela primeira vez, Draco não se importou que o chamassem pelo seu primeiro nome. E os dois nem viram o tempo passar. Ficaram conversando, parecia que tinham acabado de se conhecer. E era justamente isso que eles estavam fazendo: conhecendo um pouco mais sobre a vida do outro.
- Nossa! Quanto tempo a gente tá aqui? – perguntou Ginny.
- Não sei. Pera ai. – e Draco olhou para seu pulso. – Droga! Meia noite!
- Parece que o Sr. “Eu-odeio-tudo-relacionado-a-trouxas” resolveu aderir a um simples relógio.. Pera ai. Você disse “meia noite”??
- É, não ouviu não?
- Filch vai matar a gente! – e ela começa a entrar em pânico.
- Calma nada vai acontecer com a gente. Vamos logo, antes que piore.
- Ok.
E os dois saíram da sala.
*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*
Os corredores estavam silenciosos demais.
- Você não acha que tem algo estranho? Tá tudo muito quieto por aqui...
- Relaxa, Virgínia. É melhor a gente se apressar se não..
Mas Draco não conseguiu completar a frase: eles ouviram o miado de Madame Nor-r-ra e isso significava que Filch logo estaria ali.
- Anda, Virgínia! Mexa-se!
Ela não conseguia se mexer. “Ótimo. Tomei um fora, chorei na frente do Draco e agora vou tomar uma detenção. Tudo em um dia! Não pode ficar melhor... “
- Vocês dois! Me acompanhem! – Filch gritou.
- Ótimo. – disseram os dois ao mesmo tempo.
Os três caminharam por vários corredores até chegarem a uma porta.
- Minerva saberá o que fazer com vocês. – disse Filch. –
E bateu na porta.
- Entre. – Ginny pôde ouvir a voz de sua professora. Era a primeira vez em todos esses anos que ela ia para a sala de Minerva.
- O que aconteceu, Filch?
- Esses dois estavam andando juntos pelos corredores ainda pouco.
- Não sabem que isso não é permitido aqui em Hogwarts?
- Sabemos, mas... – Ginny começou a falar, mas foi interrompida por sua professora.
- Não quero saber! Os dois vão cumprir detenção juntos! Irão reorganizar todos os livros da biblioteca. Todas as noites, durante um mês, vocês irão para lá depois do jantar..
- Mas como poderemos fazer os deveres?
- Se você quiser, Sr. Malfoy, eu poderei aumentar para dois meses.
- Não, um mês está ótimo. – disse dando-se por vencido.
- 19:30 vocês estarão na biblioteca, esperando as ordens da bibliotecária. Se eu ouvir qualquer reclamação dela sobre vocês, eu aumento o prazo para o ano inteiro! Agora, voltem para os seus dormitórios!
- Sim, senhora. – Ginny respondeu e se dirigiu para a porta.
Quando saíram, Draco falou:
- Obrigado Weasley! Por causa de você eu ganhei uma detenção logo no início do ano!
- Agora vai colocar a culpa em mim?
- É! Se não fosse por você ter ficado parada lá que nem uma idiota, a gente não teria que ir nessa detenção estúpida!
- Quê que eu posso fazer?
- Ficar calada, de preferência.
- Mas você que começou a falar!
- E por que você não pára, então?
- Porque você não manda em mim? Precisa de motivo melhor?
- Calada Weasley!
- Nem em sonhos, Malfoy!
E a ruiva foi seguindo para o seu dormitório muito irritada. “ O que aquele idiota pensa que é para me mandar calar a boca? A culpa não foi minha se a gente tomou uma detenção. Tá, talvez seja um pouco, mas eu NUNCA vou admitir isso pra ele. Nunca!” E passou pelo retrato da Mulher Gorda.
“Idiota. Isso é o que aquela Weasley é. Uma completa e irritante idiota! Por causa dela eu tenho que ir pra uma detenção. Se não fosse pelo fato de ela ficar parada no meio do caminho, eu não estaria na sala daquela bruxa velha, recebendo esporro dela! Se não fosse pelo simples fato do idiota do Potter ter feito a idiota da Weasley chorar, eu estaria de volta ao dormitório, livre de detenções! É isso, eu tô cercado de idiotas!” E entrou irritado no dormitório masculino da Sonserina, batendo a porta bem forte.
- Quê que aconteceu, Draco?- perguntou Goyle.
- Cale a boca e volte a dormir, porque isso não te interessa!
- Tá bom. – e voltou a dormir pesadamente.
Depois de um banho, Draco foi dormir. “Uma boa noite de sono vai fazer esse pesadelo acabar.”
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