Os beijos e o soco

Os beijos e o soco



Cap22.: Os beijos e o soco.


“E no fim... foi a Allen.”-foi o que eu falei, no meio do nosso caminho.


“É.”-disse Malfoy, todo monossilábico.


Olhei para o mesmo de modo BEM estranho.


E sem nem pensar, perguntei:


“Algum problema?”


“Nenhum.”-respondeu.-“Só não estou interessado em ficar conversando.”


Olhei para o garoto.


Totalmente perplexa é verdade.


“Então”-eu falei, tentando não parecer tão idiota, como eu me sentia.


Tudo bem, é normal eu me sentir uma total idiota, mas, agora, o nível de idiotice estava no máximo.


Nem Harry em todas aquelas idas-e-voltas do nosso namoro me fazia sentir tão burra.


“O que você quer fazer?”-foi o que eu perguntei.


Parecia estranho, mas o que eu mais desejava é que ele não saísse de perto de mim e que (pelo amor de Deus), ele não falasse que estava arrependido de me acompanhar até a minha sala.


O que é bem patético para uma garota que deveria ser totalmente segura.


Mas você não seria uma pessoa segura se estivesse do lado de Draco Malfoy.


Eu já falei que Draco Malfoy é uma pessoa totalmente imprevisível?


Já que a sua próxima ação foi abrir a porta de uma sala de aula vazia, me puxar e simplesmente dizer:


“Essa sua mania de entrar em pânico... simplesmente enche o saco.”-só que antes que eu pudesse retrucá-lo, ele me beijou.


E todo o pânico meio que sumiu.


Já que a única coisa que eu pensava era que...


DRACO MALFOY ESTAVA ME BEIJANDO.


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“Não foi tão ruim assim.”-foi o que o Malfoy disse, com um sorriso nos lábios.


Não respondi.


Eu não beijo mal, beijo?


OK.


Nada de pânico.


Só que ele já percebeu. Eu podia ver aquele sorriso aumentando cada vez mais e quando ele disse:


“Em pânico novamente, Weasley?”-e levantou a sobrancelha.


“Não.”-retruquei.-“Só estou preocupada, Malfoy.”


“Preocupada?”-ele repetiu, se sentando e simplesmente me observando.


Eu preciso dizer.


Eu ODEIO quando ele me observa.


Eu ODEIO o jeito como ele olha para mim. É como... tentasse ver através de mim.


Bom, não pense que Draco Malfoy é um tarado ou algo do tipo (ou que ele quer me ver sem as minhas roupas).


OK.


Ele é só um pouco, sabe? Tarado, se é que você me entende.


Mas quando ele me observa, meu estômago se revira e eu... me sinto, sei lá, talvez, diferente?


“Com o meu irmão.”-menti.


Bom, digamos que eu não menti tanto assim, já que, sim, eu me preocupava com o meu irmão e o seu possível ataque histérico, entretanto, eu me preocupava muito mais...


Com ele.


OK.


É uma idiotice enorme, mas eu não gostaria de pensar que nesse momento Rony está com aquele mapa, está me espionando e... sem querer querendo, pode invadir essa sala e tentar matar Draco Malfoy.


Acho que “tentar matar” ficou um pouco forte, mas você entendeu o que eu quis dizer.


“Se preocupando com o seu irmão?”-ironizou Malfoy.-“Você realmente está fazendo isso?”


“Eu seria uma péssima irmã se não me preocupasse.”


“Se você se preocupasse com ele.”-retrucou Malfoy.-“Você não estaria falando comigo.”


“Então, você acha que eu deveria simplesmente sair correndo por causa do meu irmão?”


“Bom, se isso te deixa menos preocupada.”-disse o garoto, dando de ombros, como se não se importasse. -“Apenas faça.”


“Mas e... se eu não quisesse?”-eu me vi dizendo. -“E se eu não quisesse sair por aquela porta?”


Sinceramente, eu não queria ter falado. A minha vontade era pegar todas essas malditas palavras que sem querer querendo saíram da minha boca e simplesmente engoli-las de volta.


“Então, eu diria que você não está se preocupando com o seu irmão.”


“Eu estou!”-rebati, cruzando os braços.


Malfoy se levantou, ficou na minha frente e segurando a minha cintura, disse, bem baixinho, no meu ouvido:


“Então, vá.”


Não consegui me mexer.


E antes que eu falasse para as minhas próprias pernas se mexerem, a minha cabeça se virou para Malfoy.


Eu podia ver aqueles olhos me encarando. Esperando que eu fizesse alguma coisa. Esperando que eu... me decidisse.


Assim, meu próximo passo foi me aproximar mais um pouco do loiro e beijá-lo.


Sem se preocupar com o meu irmão.


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“Onde você se meteu?”-perguntou Hermione, assim que eu entrei no Salão Comunal.


“Eu...”-comecei, já procurando o meu irmão, mas ele não estava no Salão. Eu só conseguia ver a cabeça de Harry, detrás da poltrona vermelha onde ele estava sentado. -“Cadê o Rony?”


“No dormitório.”-disse Hermione, com os lábios crispados. -“Você tem noção do quanto nos deixou preocupados?”


Harry nem se mexeu, mas eu percebi que algo estava muito errado.


“Por que meu irmão estaria no dormitório?”


“Nós o trancamos.”-respondeu Harry ainda de costas para mim.


Eu não sei por que, mas sentia que o tom de Harry não era dos mais amigáveis. Na verdade, eu achava que não demoraria muito tempo para ele começar a berrar comigo.


“Vocês o trancaram?”-repeti, incrédula.


“Seu irmão estava meio nervoso, Gina.”-começou Hermione. -“Ele queria te procurar pela escola inteira. Ele pediu o mapa emprestado.”


“E o Harry emprestou.”-eu falei, com a voz meio fraca.


Porque eu já sabia o que viria.


“Eu não emprestei.”


Meu queixo caiu.


E, no momento seguinte, eu repeti as palavras, de modo bem babaca:


“Você não emprestou?”


“Não, Gina.”-disse Harry, se virando para mim. -“Não emprestei.”


OK.


Harry estava com um olho roxo. E no momento que ele se virou, eu quase tive um ataque cardíaco.


“Ah, Merlin.”-falei, prendendo a respiração. -“Harry, o seu olho...”


“Bonito, não acha?”-disse o garoto, com um sorriso irônico. -“Enquanto você se agarrava com ele, eu estava sendo socado.”


“Eu não estava me agarrando com ninguém!”-menti.


“O mapa não mente.”


“OK.”-eu falei, cruzando os braços, não parecendo que há menos de dois minutos eu estava preocupada com o rosto de Harry. -“E se eu estivesse? Você não tem nada a ver com isso.”


“Eu não tenho nada a ver com isso?”-berrou Harry, irritado. -“Eu levo um soco por você e eu não tenho nada a ver com isso?”


“Você...”-eu comecei, não acreditando que eu estava nesse momento discutindo com ele. -“Eu não pedi, Harry. Você não precisava se intrometer no assunto.”


“Você não percebe que a gente está tentando te ajudar?”


“E se eu não quisesse?”


“É o Malfoy.”


“Eu sei.”-falei, cruzando os braços. –“E eu não posso fazer nada, está bem? Não é a gente. Não existe mais a gente. Não existe eu e você.”


Harry apenas se virou e ficou novamente encarando a lareira.


Revirei os olhos, no mesmo instante. Se ele não conseguia ser uma pessoa um pouco mais, não sei, madura, eu, sinceramente, não podia fazer nada.


Pude ver o olhar de censura de Hermione, mas acabei dizendo:


“Não comece.”


“Eu não ia falar nada!”-argumentou a garota.-“Só que você foi um pouco grossa com ele.”


Levantei uma sobrancelha e disse:


“Esse é o seu nada?”


“Mais uma coisa.”-ela disse, quando percebeu que eu já estava subindo as escadas. -“Vá falar com o seu irmão.”


Eu não queria, sinceramente.


Você sabe, falar com o meu irmão, mas o olhar de Hermione do tipo: “eu não estou sugerindo Gina, eu estou mandando”, fez com que eu subisse até o dormitório de Rony e batesse na porta.


“Eu abro para você.”-disse Hermione, mostrando a sua varinha e a de Rony, para dizer logo em seguida. - “Alorromora!”


“Você quer que eu entregue para o Rony?”-eu falei, apontando para a varinha. -“Eu não me importo, sabe?”


“Ele não vai tentar te matar, vai?”-perguntou Hermione, preocupada.


“Acho que não.”-falei, sorrindo. -“Acho que vai dar tudo certo.”-e segurando a varinha, eu entrei no dormitório.


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“Quem é?”-disse Rony, segurando o que parecia ser o seu malão. -“Hermione? Harry? Eu vou matar vocês! A minha irmã pode estar morta nesse momento e vocês me deixaram aqui!”


“Ahn, Rony, sou eu, sabe?”-eu falo, um tanto sem graça. -“Acho que você pode abrir os olhos, agora.”


Rony, lentamente, abriu um olho e ao ver que eu estava ali na sua frente, logo perguntou:


“Você não é um fantasma, é?”


“Digo que eu estou bem viva.”-falei, rindo. No momento seguinte, joguei a varinha para meu irmão. -“Desculpe, OK?”


Meu irmão foi pegar a varinha e acabou derrubando o malão no seu pé, assim, ele começou a dizer todos os palavrões que eu conhecia (e até os que nem sabia que existiam), enquanto eu falava um tanto desesperada:


“Não é melhor você calar a boca? Sabe, as pessoas estão dormindo.”


“Gina, eu posso parecer estúpido.”-ele falou, enquanto pulava pelo dormitório. -“Mas você acha que eu não tentei pegar a varinha desses caras? Você acha que não berrei o bastante no ouvido de Neville para que ele acordasse e me ajudasse?”


É, certo.


Tente ser simpática com o seu irmão. Tente não falar que você o acha um tanto estúpido.


“É, lógico.”-eu disse, fingindo que acreditava.


“Eu estou falando a verdade.”-disse meu irmão amargurado. -“Sabe, Hermione ficou bem brava comigo pelo simples fato de eu e Harry termos brigado. Sabe, nem foi algo TÃO grave, assim. Eu apenas o soquei.”


Eu o encarava totalmente estupefata, mas Rony continuou falando:


“Na verdade, Harry foi um verdadeiro babaca. Eu pedi o mapa. Você acredita que ele estava mexendo no mapa, mas não me deixou ver? Então... eu o rasquei um pouquinho.”-e ao olhá-lo, Rony confessou. -“Tudo bem, eu rasguei um pedaço bem grande.”


Dei um suspiro e antes que eu pudesse dizer: “Apenas peça desculpas e aceite as MINHAS desculpas, Rony querido”, meu irmão continuou o seu relato:


“Então, Harry ficou bem puto. E ficou berrando que eu rasguei o maldito mapa, mas antes que eu pudesse pegá-lo - o mapa-, Harry já tinha escondido o mesmo. Foi a minha vez de ficar puto. E eu soquei Harry.”


“Rony.”-eu disse. -“Você vai pedir desculpas, não vai? Afinal, vocês são amigos e amigos não brigam.”


“Eu sei, Gina.”-ele disse.-“Mas você não está entendendo. Eu estava desesperado. E Harry e Hermione me deixaram mais desesperado, ainda. Eles me trancaram aqui e, provavelmente, fizeram algum feitiço para eu não conseguir ,me comunicar com ninguém. Não pegar as coisas de ninguém. E para quê? Para que eles ficassem sozinhos?”


Eu comecei a rir.


“Ah, meu Deus.”-eu falei, enquanto tentava parar de gargalhar. -“Você acha que Harry e Hermione estão juntos?”


“E eu por acaso, não deveria imaginar isso?”


“Ela gosta de você, seu babaca.”


“Se ela gostasse de mim, por que ela me trancaria aqui?”-Rony perguntou. -“Eu não entendo Hermione, Gina. Eu simplesmente não entendo o que passa por aquela cabecinha doida.”


“Ela queria ficar perto de você.”-foi tudo o que eu disse, dando de ombros.


“É, lógico, Gina.”-falou o meu irmão, todo irônico. -“Ela me tranca porque quer ficar perto de mim. Agora, você me responde: por que ela não se trancou COMIGO? Por que ela não ficou aqui, no escuro, COMIGO?”


“Porque ela queria te ajudar, Rony.”-eu falei. -“E acho que a melhor maneira dela fazer isso, seria te deixar trancado aqui dentro.”


“Ela me ajudaria no quê?”


“Hermione viu quando eu cheguei. E a primeira coisa que ela fez foi falar comigo. Para falar com você, para que eu pedisse desculpas a você.”-eu falei, exasperada. -“Agora, você pode simplesmente aceitar as minhas desculpas e pedir desculpas a Hermione e ao Harry?”


Meu irmão virou-se para mim e disse, bem bravo:


“Onde você se meteu?”-e andando novamente pelo quarto, ele continuou. -“Por que você prometeu que voltaria às onze. Gina, eu pensei que você tinha morrido.”


“Não morri.”-falei, com a voz bem fininha. -“Agora, aceite as minhas desculpas, OK? Já é bem tarde para você ficar brigando comigo, Rony.”


“Você não estava com Draco Malfoy, estava?”


Congelei.


“Lógico que não.”-menti.


Qual é.


Meu irmão não tem que saber os mínimos detalhes da minha vida.


Além disso, eu nunca perguntei a ele como que andava o “namoro” dele com Hermione. Nem pedi a meu irmão todos os detalhes que eu tenho a certeza que ele não vai me contar.


Assim, como eu não vou contar que eu estive com Draco Malfoy.


“Gina, você sabe que ele não é uma pessoa boa, não sabe? Ele é um Comensal.”


“Isso todo mundo sabe.”-falei. -“Mas se eu estivesse me envolvendo com ele? Você acha que eu seria corrompida ou algo do tipo?”


“Você é meio influenciável.”-disse meu irmão, desviando o olhar.


“Rony, vamos fazer um trato?”-eu falei, tentando manter a calma. -“Você não pergunta sobre Draco Malfoy e o meu improvável relacionamento com ele e eu não pergunto os detalhes do seu relacionamento com Hermione.”


Rony ficou sem graça e eu podia ver as suas orelhas ficando cada vez mais vermelhas.


Uma cena maravilhosa, não acha?


“Não existe nada que você não saiba, Gina.”-falou meu irmão.-“Mas, olha, eu sou o seu irmão mais velho. Eu tenho o direito e o dever de saber o que está acontecendo com você.”


“Nada, Rony.”-eu me vi, negando até não poder mais. -“Não acontece nada na minha vida desde que eu e Harry rompemos.”


“Mas vocês podem voltar.”-disse meu irmão. -“Assim, o Harry fica menos insuportável.”-e nesse momento, ele fez uma careta. -“Ele só pensa em Você-Sabe-Quem. Ou então nas malditas horcrux. Ou como ele poderia salvar o mundo. Ele está simplesmente obcecado.”


“Admita, Rony.”-eu falei, com um sorriso.-“Você não agüenta mais ficar na biblioteca.”


Meu irmão riu e abrindo a porta do dormitório, ele disse:


“Vá dormir.”-e ao ver que eu continuei parada, meu irmão continuou. -“OK. Eu não agüento mais procurar livros. Agora, vá dormir, certo?”


“Certo.”-falei, saindo do dormitório. -“Agora, vá se desculpar.”


Rony deu um sorriso e eu pude, finalmente, ir para o meu dormitório e descansar.


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Eu pensei que eu poderia descansar.


Na verdade, eu pensei que eu poderia ter uma noite de sono, mas não.


Eu estava deitada sonhando com não sei o que, quando eu senti alguém cutucando o meu ombro. Tentei ignorar, talvez eu estivesse tão cansada a ponto de imaginar que existia alguém cutucando o meu ombro.


Só que alguém começou a dizer o meu nome.


OK.


Eu só posso estar sonhando, mas espera...


É a Carmen.


A Carmen que está dizendo o meu nome. E ela que está falando que eu estou atrasada para a aula.


“Ah, merda.”-resmunguei, abrindo o olho e vendo que o dormitório estava todo iluminado.


“Eu estou te chamando há uns dez minutos.”-berrou a Carmen, histérica. -“Eu tenho que tomar o meu café da manhã reforçado senão você já sabe.”


Eu sabia.


Ela ficava mais histérica do que ela já estava.


O que era muito ruim para mim.


Muito mesmo.


“Por que você não pede para o Thomas trazer o seu café da manhã?”


“Porque não.”-respondeu a Carmen. -“Eu estaria explorando demais o pobrezinho.”


“Você faz isso.”-eu resmunguei, saindo da cama e indo até o banheiro. -“Você o fez carregar os seus livros e ele achou um dos nossos bilhetes.”


“Ele não é o meu escravo, Gin.”-disse a Carmen. -“Ele só se ofereceu para levar os meus livros.”


“E para roubar um dos nossos bilhetes.”-eu falei, voltando para o dormitório e achando no bolso das minhas vestes o pedaço de papel que quase me fez ter um ataque cardíaco na noite passada. -“Seria pedir demais que você não os colocasse entre os livros?”


“Mas é um hábito.”


“Ridículo.”-falei, rolando os olhos.


“Vá se vestir e não fale mal dos meus hábitos.”-ordenou a Carmen.


“Você vai falar com o Thomas?”-eu perguntei, enquanto pegava o uniforme.


“Por causa de um bilhete roubado?”-e ao ver que eu confirmei, foi a vez da Carmen rolar os olhos. -“Ah, pelo amor de Merlin. Ele só roubou um pedaço da nossa conversa.”


Encarei-a incrédula.


“Gina, eu não vou perder o meu namorado por causa de um papel.”


“Por causa de um papel?”-repeti, não acreditando que ela realmente falara isso.-“Você não está entendendo. Se ele souber o que está acontecendo comigo, metade da escola vai saber o que está acontecendo comigo.”


“Você fala como se ele fosse a Lilá Brown de calças.”


“Mas ele É a Lilá Brown de calças.”-retruquei. -“Carmen, eu sei que você o ama. Eu sei que vocês têm um parafuso a menos e tudo mais, mas ele não pode ler as nossas conversas.”


“Você é tão dramática.”-disse a garota, cruzando os braços.


“Não conto o que aconteceu ontem à noite.”


Eu sei.


Infantil ao extremo, mas eu tinha que me proteger do “Thomas louco por fofocas”, não tinha?


E como eu já sabia que ele é totalmente obcecado pela minha vida amorosa, o fato dele ser namorado de Carmen Esperanza não ajudava nem um pouco.


“Você guarda os bilhetes.”-disse a Carmen. -“Ótimo, a primeira aula é de História da Magia. Você vai ter que me contar tudo.”


Apenas rolei os olhos novamente e saí do dormitório.


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Então, se prepare para contar tudo o que aconteceu na noite anterior.”


“Carmen, só me deixe dormir mais DEZ minutos, está bem?”


Ah, meu Deus. Só porque você tem uma vida completamente boêmia, você não me conta mais nada.”


“Cale a boca e me deixe dormir.”


Às vezes eu odeio você, Gina.”


Li o bilhete e sibilei:


“Dez minutos.”


E voltei a dormir.


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“Eu te deixei dormir a aula inteira.”-eu escutava a Carmen reclamando bem no meu ouvido.


“Me desculpe, está bem?”-falei, enquanto procurava por ele.-“Mas eu estava cansada.”


“Se eu soubesse o motivo do seu cansaço, eu até te dava um desconto, mas não, você não conta nada para mim...”


“Carmen.”-berrei, segurando a garota pelos ombros. -“Apenas tenha mais um pouco de paciência, está bem?”


“Gina.”-berrou a Carmen, também me segurando pelos ombros. -“Você sabe que eu sou curiosa. Você sabe que eu posso ter um ataque de fúria e lançar os meus olhares malignos em você. Então, é melhor você me contar onde você esteve ontem à noite porque por sua causa eu fiquei acordada até meia-noite, então, eu também estou cansada.”


Ah, meu Deus.


Ela é tão... legal comigo.


Abracei a garota no instante seguinte e falei:


“Vamos conversar. Eu não tenho nenhuma aula e você?”


“Também não. Eu estou nas mesmas aulas que você, sua tonta.”


E caminhamos até o dormitório das meninas.


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“Eu entrei na Sonserina.”-eu falei.


“E...?”


“E as pessoas simplesmente me encaravam de modo tão maligno que eu tive a ligeira vontade de sair daquele lugar.”


“E?”


“Mas o Malfoy não deixou.”


“E...?”


“Carmen, você quer parar?”-eu falei, irritada. -“Esses ‘e’, me deixam irritada, sabia?’


“Você é irritada, por natureza, Weasley.”-retrucou a garota. -“Mas o que o senhor Draco ‘gostoso, lindo, maravilhoso’ Malfoy fez?”


“Ele me lançou um daqueles olhares malignos dele.”-respondi, suspirando. -“Eu vi que a Allen, a Jagger e o McFair estavam sentados em um canto do Salão Comunal.”


“Então, você foi falar com eles.”


“É, eles simplesmente me ignoraram. E eu acabei fazendo umas ameaças bem bestas, sabe?”


“Sei.”-disse a Carmen, rolando os olhos.-“Você sempre faz coisas bestas, Gina.”


“Como?”


“Ameaçar sonserinos em Hogwarts é uma coisa. Ameaçar sonserinos em um lugar onde você está cercada de sonserinos é outra coisa. Completamente diferente.”


“Eu sei, eu não gosto de lembrar disso, está bem?”-eu falei. -“Então, eu descobri que foi a Allen que espalhou os folhetos.”


“Mas ela não conseguiu a foto sozinha, conseguiu?”


“Então, adivinhe quem roubou a foto do meu álbum?”


“Ah, meu Deus, eu não sei. Ninguém seria capaz de fazer uma coisa dessa. Ainda mais na Grifinória, Gina.”


“Pense, Carmen.”


“Eu não sei!”-berrou a garota. -“Acho que a Lilá Brown não seria capaz de fazer isso.”


Acho que a minha expressão mostrou a verdade.


“Não pode ser!”-ela falou. -“A Brown não tem cérebro para fazer uma coisa dessas.”


“Ela não fez porque queria se vingar de mim.”-expliquei. -“E sim, porque o Zabini se aproveitou um pouquinho dela.”


“Ah, agora faz sentido!”-a garota disse, aliviada. -“Tudo bem, se Blaise Zabini virasse e falasse: ‘vamos?’, eu só falaria: ‘calma aí, que eu vou fazer a minha mala.’”


“Você não está falando sério.”-eu falei, perplexa demais. -“É o Blaise Zabini.”


“É o Blaise ‘gostoso’ Zabini, Gina.”


“Ah, Carmen, Carmen.”-disse, suspirando. -“Você acha qualquer cara que aparece na sua frente gostoso.”


“Essa é uma mentira sem nenhum fundamento!”-disse a garota, lançando outro olhar maligno.


Tratei de me desculpar.


“OK. OK. Eu estou delirando nesse momento por te achar volúvel.”


“Ainda bem, Gina. Ainda bem mesmo.”


“Ótimo, então, vou continuar a história. Zabini pegou a minha foto,a Allen fez os folhetos e o Linux McFair é gay.”


“Você não pode estar falando sério!”-berrou a Carmen, jogando uma almofada na minha cara.-“Ele é tão gracinha!”


“Ele é gay, Carmen.”-respondi. -“Ele não morreu por causa disso.”


“Por que é sempre assim? Por que os caras mais bonitos e mais fofos são sempre gays?”-ela se perguntava.-“Isso é tão injusto!”


“O mundo não vai acabar.”-falei. -“Além do mais, você tem o Thomas.”


“Realmente, realmente.”-ela falou, com um sorriso mais doce.


“OK. Pare. Você está me deixando enjoada com esse sorriso besta.”


“Largue de ser chata, Weasley.”


“Então, continuando, Esperanza.”-eu falei, ignorando essa última parte. -“Depois que ele disse que era gay e ter feito uma piadinha bem tonta sobre o Malfoy, o Linux saiu, assim, eu descobri que a Allen desafiou a Proust e que foi por causa disso que a garota ficou daquele jeito.”


Eu só podia ver a Carmen ficando totalmente quieta.


“Ela jogou a Valkiria Proust na água e a coitada não sabia nadar?”-perguntou a Carmen.


Joguei o travesseiro e respondi:


“Você é burra?”


“Não sei. A Proust era.”-retrucou a garota, com sinceridade. -“Tudo bem, é estranho que a Allen tenha jogado a garota no Lago, mas esse povo da Sonserina é meio problemático, Gina.”


“Ah, meu Deus.”-eu falei, suspirando. -“Você só pode estar de brincadeira comigo.”


“Gina, ela foi empurrada ou não?”-perguntou a Carmen, lançando aquele olhar maligno.


“Ela caiu. Elas tinham bebido demais, então, saíram do castelo e acabaram no Lago. Até que a Allen desafiou a Proust a entrar no lago. Então, ela se afogou. Fim de história.”


“Mas isso é muito trágico.”-disse a Carmen. -“Eu estou me sentindo mal por causa disso.”-então, a Carmen fez uma pausa e logo continuou. -“OK. Eu não estou me sentindo nem um pouco mal por ela, nesse momento.”


“Carmen, você não tem coração?”


“Gina, eu não sinto dó de uma pessoa que simplesmente me torturou durante... sei lá, durante muito tempo.”


“Eu sei, mas você não sente dó de uma pessoa que não vai mais ser como ela era antes? Carmen, a criaturinha chamada Valkiria “eu me acho muito porque sou maravilhosa e estonteante” Proust não existe mais. Ela não vai mais aparecer em Hogwarts balançando aquela cabeça loira e dizendo coisas desagradáveis para a gente.”


“Eu sei, Gina, a garota se afogou. Ela não vai voltar a ser o que era, mas mesmo assim. Eu não sou tão samaritana a ponto de ficar triste por causa disso.”


Rolei os olhos e fiquei quieta.


Eu sabia.


Por mais que Valkiria Proust não estivesse mais em Hogwarts, muitas pessoas ainda lembravam e falavam dela.


Sendo que uma dessas pessoas é justamente... ele.


CONTINUA...


N/a: Escutando Star Girl e Don’t stop me now- McFly.


Ok... Eu estou cantando, escrevendo e mexendo no msn.. tudo ao mesmo tempo XD.


Olá a todos!


Depois de mais de um mês sem nenhuma atualização, eu apareço.


OK.


Não atirem tomates, nabos (!!!), cebolas ou qualquer legume em cima de mim. Eu estive ocupada demais. Recebendo milhares de informações ao mesmo tempo em que eu tinha que ler Dostoievski e Machado de Assis e quando eu pensei que eu poderia estudar para as minhas provas finais...


Eu vejo que essas malditas provas já chegaram. Então, as fics, o Draco, a Gina e a Carmen tiveram que ser deixados de lado por um tempo. Sinto muito por isso.


Bom, chega de falar da minha vida enfadonha.


Sim, esse cap teve action (palmas, por favor!), teve Draco ‘essa sua mania de entrar em pânico me deixa puto’ Malfoy, Harry com olho roxo, Hermione mandando na Gina, um Rony segurando o próprio malão no escuro e com os olhos fechados (não me perguntem de onde que veio essa cena XDDD), a Gina jurando que não tem nada com o Draco e no final.. Gina e Carmen (sim, as pessoas reclamaram que a Carmen não apareceu).


Eu ia fazer a conversa das duas por bilhete, mas acho que desse jeito ficou melhor, OK? Se você não gostou, COMENTE!


Tudo bem que se você for analisar, a Gina ainda não contou tudo o que aconteceu na noite passada, então, é bem capaz de ter mais uma parte no próximo cap ;).


Ah, tenho que agradecer a Dóris Black (me desculpe a demora. Juro que eu não queria deixar as pessoas malucas querendo saber onde eu estava XD. Espero que você goste da action e do cap!) e Amandinha Malfoy ) (fico feliz ao saber que você gostou! Beijooos).


Eu espero que quem está lendo esteja gostando, OK?


Beijos


Anaisa

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