Antes da detenção.

Antes da detenção.



Cap16.:Antes da detenção

Acordei e senti um leve tremor.

Ele não estava ao meu lado,me encarando como sempre fazia. Nem estava tampouco com as mãos em volta da minha cintura. Ele não estava mais ali, simples assim.

Será que as lembranças desapareciam desse jeito?

Será que eu seria incapaz de guardá-las? De sentir alegria por saber que ele estava ao meu lado e tudo o mais?

Será que... eu não conseguiria lembrar daqui a 10,20,30 anos do que acontecera em apenas uma semana em Hogwarts?

Eu não sabia nenhuma dessas respostas, mas eu gostaria de me apegar aquelas lembranças.

Só por um bom tempo, eu desejaria isso.

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“Weasley!!!”-Dino Thomas berrou, do alto da escada que ia para o dormitório masculino.

Eu, que já estava quase saindo do Salão Comunal, mas eu parei, eu precisava saber o que ele queria comigo.

“O que você quer?”-perguntei.

“Como...arf!... você... não me falou que a McGonagall te colocou em detenção?”-ele perguntou.

“Hum... você não perguntou.”-eu disse, revirando os olhos.-“Quem te contou?”

“Carmen.”-ele falou, todo sorridente.-“Ele foi até o meu dormitório, aqueles cabelos recém-lavados, aquela pele macia e... me contou tudo! Ela tem mais consideração do que você, Weasley!”

“Alguém me livra dessa visão!”-eu falei, meio desesperada.

“Eu estava dormindo, mas eu despertei imediatamente assim que ela pousou aquela mão macia no meu ombro. E quando ela falou: ‘Dino, meu querido, eu preciso falar com você’, eu pensei que um anjo estava falando comigo e...”

“Tá bom, tá bom.”-eu falei.-“Já chega, não acha? Você já me contou detalhes para eu ter pesadelos durante um ano.”

“O que ela fez?”-perguntou o Thomas.-“Você sabe, a McGonagall.”

“Eu... ah, eu não sei como eu vou te explicar isso.”-comecei, com uma leve ironia.

“Você não foi expulsa?”-ele perguntou, enquanto me encarava de modo meio assassino: ou você conta tudo ou eu te mato.

Na verdade, o Thomas sempre me lança esses olhares assassinos.

Acho que ele pensa que eu tenho medo desses olhares.

Encarei o Thomas por dois segundos e disse, sarcasticamente:

“Eu fui expulsa. Só que eu fiquei tão deprimida que eu acabei cortando os meus pulsos. Thomas, isso é segredo, mas eu sou um fantasma nesse momento.”

“Jura?”-ele falou, todo surpreso.

“Não.”-falei.

“Sua cruel!!!!”-Thomas berrou.-“Eu estava quase acreditando em você! Devolva! Devolva as lágrimas que eu iria derramar por sua causa! Quero com juros e correção monetária!”

“Você não iria chorar!”-falei, tentando não rir de toda aquela situação.-“Pense assim: se eu morrer, você terá mais tempo com a Carmen.”

Os olhos do editor brilharam.

“Weasley.”-ele falou.-“Você acha que isso iria acontecer?”

“Não sei. Quem sabe?”-eu falei, toda indiferente.-“Bom, a McGonagall me colocou em detenção. Ela já falou com você?”

“Não.”-disse Thomas.-“Eu meio que me escondi dela nesse domingo.”

“Covarde.”-resmunguei, fingindo que estava tossindo.

“O que você falou?”-ele perguntou, estreitando os olhos.

“Nada.”-disse, então, coloquei a minha mão no ombro de Thomas e disse.-“Boa sorte!”

“Eu acho que ela não vai ser tão cruel comigo.”-ele falou triunfante.

“Ah, pode ter certeza que se ela não for, eu serei.”-retruquei com um sorriso sarcástico.

“Você não seria cruel comigo, Weasley.”

“Você que espere, Thomas.”

“Hey.”-ele falou, quando eu estava quase saindo do Salão Comunal.-“Não esquece das minhas lágrimas, hein?”

Dei risada e saí do Salão Comunal.

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“Você não sabe o que aconteceu, Best!”-falou a Vane, tentando me abraçar.

“Ah, merda.”-falei, me irritando por não ter pegado a passagem secreta que Harry me ensinara há tempos atrás.

“Merda?”-ela repetiu, com um olhar de censura.-“As minhas BFF’s não falam esse tipo de palavrão. Na verdade, as minhas BFF nunca falam palavrão.”

“Merda.”-repeti, enquanto andava até o Salão Comunal.-“Sério, Vane, por que você está falando comigo?”

“Porque eu estou feliz, oras.”

Encarei-a como se ela fosse doente mental.

“Você está feliz?”

“É. Não posso estar feliz porque eu estou em detenção com a minha Best?”-ela perguntou, com aquele sorriso que eu até hoje não sei se é irônico.

Na verdade, eu peço todos os dias que esse sorriso seja MESMO irônico.

E também que ela não esteja feliz por estar em detenção COMIGO, afinal, eu estou quase pensando em suicídio nesse momento.

“Você é pirada?”-perguntei.-“Nenhuma pessoa fica feliz ao saber que está em detenção.”

“Eu sou a primeira, então. Ah, Best, você tem que ficar feliz, afinal, o Malfoy também vai estar lá, não é verdade?”

Agarrei a garota pelos ombros.

“O que você sabe sobre o Malfoy?”-falei, com a voz meio descontrolada.

Parece que caiu a máscara, já que no momento seguinte, a Vane falou com uma voz bem... dissimulada:

“Não sei. O que eu deveria saber?”

“Nada.”-falei, me controlando novamente e soltando a garota.

Voltei a fazer o mesmo caminho (rumo ao Salão Principal),agora, sem a Vane ao meu lado.

Só que eu já sabia.

Ela ainda faria a minha vida... ser um inferno.

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As pessoas ainda me olhavam como se eu fosse uma aberração, então, eu corei um pouco, mas sentei no meu lugar de costume (ou seja, em algum canto escuro do Salão Principal. Não, o canto não era escuro, mas acho que você entendeu o contexto).

“Oi Gina.”-disse a Carmen, se sentando ao meu lado.

“Oi.”-falei, enquanto tomava mais um pouco de chá.-“É legal receber olhares de metade das pessoas de Hogwarts, não acha?”

“Eu adoraria receber esses olhares logo de manhã, Gin.”

“Olha, sinceramente, não é a melhor coisa do mundo.”-eu falei.-“Imagina se eu espirrar, por exemplo, metade das pessoas vão falar saúde.”

O que era bem verdade.

“Ah, Gina, pense assim: algumas pessoas não estão dando a mínima para você.”-falou a garota.

Só que isso não me alegrou nem um pouco.

Afinal, ele simplesmente ignorava que eu estava no mesmo mundo que o dele.

“Obrigada por deixar a minha manhã mais alegre.”-retruquei, sarcasticamente.

“Cruzes!”-ela falou.-“Não precisa ser grossa.”

“TPM.”-falei, tentando me justificar de algum jeito.

“Você não está de TPM, Gina.”-ela observou, me lançando um olhar meio cruel.-“O que diabos está acontecendo com você?”

“É a detenção.”-falei, dando mais uma desculpa.

Só que antes que a Carmen pudesse falar que eu estava mentindo novamente (eu duvido que ela fosse falar que me entendia, já que eu estava, como ela mesmo disse, em detenção com DRACO MALFOY), Pansy Parkinson se aproxima da mesa da Grifinória e começa a...

Mugir.

Sim, eu estou falando sério.

Ela ficou mugindo durante um tempo, enquanto eu não sabia se ria ou se voltava a falar com a Carmen.

Mas eu acho que a Carmen não estava com muita vontade de conversar comigo. Assim, como uma boa parte do Salão Comunal que encarava a Parkinson como se ela fosse completamente... maluca.

Então, ela parou de mugir e lançou aquele olhar cínico para mim.

“Uau, Parkinson.”-eu falei, também bem cínica.-“Você está quase lá. Treine mais um pouquinho para conseguir ser uma vaca melhor.”

O salão se irrompeu em risos e a Parkinson só falou:

“Você me paga.”-então, ela deu meia volta e foi se sentar-se à mesa da Sonserina.

Ao lado de Draco Malfoy.

Sério.

Não é o melhor jeito de começar o dia, não acha?

“Vamos.”-falou a Carmen, colocando o copo em que estava bebendo em cima da mesa.-“Aula do Binns.”

Realmente, não é o melhor jeito de começar o dia.

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“Posso saber por que essa cara péssima?”-escreveu a Carmen, em um pequeno pedaço de papel e me passou.­-“Não seria por causa da Parkinson, seria?”

“Eu realmente preciso dizer pela QUINTA vez que está tudo bem comigo?”

“Bom, se você continuar falando que está tudo bem... eu vou fingir que eu te conheço, Gina.”


“Carmen, quer fazer um favor para mim?”

“O quê??? Você quer que eu envie cartõezinhos melosos para o Malfoy? Ou o convite para a festa que o pessoal do sétimo ano vai fazer para o Zabini? Eu posso fazer o que VOCÊ quiser.”

“Meu Deus... como você consegue pensar em coisas que eu JAMAIS pensaria? Sério, eu só iria pedir para você parar de ficar mandando esses bilhetes.”

“Ah, como você é chata. Duvido que você não pensou em nenhum momento em Draco Malfoy e Blaise Zabini.”

“Eu não pensei neles.”-escrevi.-“Você está ficando meio paranóica.”

“Meu Deus, como você mente mal!!!”

“O quê? Eu não estou mentindo.”

“Você sublinhou o ‘neles’, então, significa que você está mentindo. Sério, Gina, você pode falar sobre QUALQUER coisa comigo. Ainda mais se tratando de Draco Malfoy.”

“De onde que você tirou essa teoria do sublinhado? Porque eu tenho uma ótima teoria para você.”

“Qual seria a sua teoria?”

“Que no mundo imaginário da Carmen existe a regra que sublinhado é uma grande mentira.”-falei.-“Eu não quero passar mais bilhetes com você.”

“Eu não disse!!! Eu vou ignorar toda essa coisa de mundo imaginário, mas você está mentindo novamente! E você usou sublinhado!”


“Você é totalmente pirada”-eu escrevi.-“Eu não estou mentindo”

“Lógico que está! Se você estivesse falado a verdade, não teria me respondido antes.”

“Eu desisto de você e das suas lógicas sem nenhuma... lógica.”

“Gina, hoje é o dia em que você tem que estar feliz!”
­-escreveu a garota e eu pude ver que ela tinha o mesmo brilho esquisito no olhar... igual ao Thomas. Eu sei. Assustador ao extremo.-“Então, vamos fazer uma lista?”

“O que uma LISTA tem a ver com o assunto? Carmen, pelo amor de Deus... não seja igual ao Dino.”

“Você está me comparando com meu amor? Que meigo, Gina! Agora você me deixou feliz. Você acha que se eu for parecida com ele... as chances de eu ficar com ele aumentam?”

“Como você é estúpida.”-eu escrevi, em outro pergaminho.-“Se eu fosse comparada ao Dino Thomas... eu mataria a pessoa que me comparou a ela.”

“Desculpe, Gina, mas eu não vou te matar.”

“Você entendeu o que eu quis dizer.”

“Eu só sei que eu estou ficando entediada de brigar com você... por isso, vamos fazer uma lista?”

“Lista do quê?”

“Dos caras mais bonitos, perfeitos e gatos de Hogwarts.”

“Eu estou fora.”

“Você está dentro.”
-Carmen escreveu, ao mesmo tempo em que me lançou aquele olhar assassino.

É meio estranho como as pessoas mudam os seus olhares... do nada.

“Eu realmente preciso?”

“Você vai fazer isso agora.
”-e ela começou a escrever no pergaminho, um tanto grande demais.-“Os garotos mais bonitos de Hogwarts.-por Gina Weasley e Carmen Esperanza.”

“Se eu falar que eu achei esse título brega, você vai me lançar mais um daqueles olhares assassinos que você tem?”

“Escreve o nome de algum menino”

“Neville Longbottom.”

“Você o ACHA bonito???????”

“Não! Cruzes! Deus me livra, saí fora!”

“Então, por que você o colocou na lista?”

“Porque eu não sabia que a gente já tinha começado essa lista.”

A Carmen me lançou um olhar bem cruel, então, pegou um outro pergaminho e escreveu:

“Os garotos mais bonitos de Hogwarts- por Carmen Esperanza e Gina Weasley.

1)Draco Malfoy.

2)Dino Thomas

3)Harry Potter.

4)Rony Weasley.

5)Blaise Zabini.

6)Zacarias Smith.

7)Matt Andrews.

8)Arthur Philippe.

Isso se chama lista. Gina Weasley, lista. Lista, Gina Weasley. Espero que vocês se dêem bem.”

“Eu protesto!!! Essa lista é totalmente ridícula. Draco Malfoy não é o primeiro mais bonito de Hogwarts. E Dino Thomas NUNCA estaria em segundo lugar. Meu irmão em quarto? Zacarias Smith em sexto? O que tinha naquele suco de abóbora? Sério, mesmo.”

“Ótimo. Comente o que você achou da minha lista, agora.”

“Vou fazer isso.

Os garotos mais bonitos de Hogwarts- por Carmen Esperanza com comentários críticos de Gina Weasley.

1)Draco Malfoy.

Você bebeu alguma poção alucinógena. Ele definitivamente NÃO é o mais bonito. Ele nem é simpático. Ele não beija bem e... ah, deixe isso para lá.

2)Dino Thomas.

Totalmente fora. Não entraria nem nos dez mais.

3)Harry Potter.

Tá... esse eu concordo. O Harry é maravilhoso. Foi cruel comigo, mas merece o terceiro. Não, ele merecia o primeiro. É. Ele é melhor que o Malfoy. Beija pior que o Malfoy e... ah, meu Deus, o que eu estou escrevendo? Não, ele definitivamente beija melhor que o Malfoy. Ou melhor, tão bem quanto.

4)Rony Weasley.

Simplesmente nojento eu comentar o que eu acho do meu irmão.

5)Blaise Zabini.

O que falam é que ele faz o melhor strip de todos os tempos de Hogwarts. Só falta descobrir se o corpo do Zabini é tão bom quanto ao strip que ele faz. Não que eu tenha vista o strip. Por pouco que eu não vi. Não que eu quisesse.

6) Zacarias Smith.

Nojento demais para comentar, a revanche.

7)Matt Andrews.

Quem é esse mesmo?

8)Arthur Philippe.

Você simplesmente inventou esse nome, certo? Por que eu não conheço ninguém com esse nome aqui em Hogwarts.

Pronto. Bem melhor.”

“Só para a sua informação esses nomes existem sim. Todos eles.”

“Você não conhece nenhum Matt Andrews. Muito menos Arthur Philippe.”

“Conheço sim...”

“Resposta muito vaga, Carmen.”

“É realmente problemático ficar imaginando caras maravilhosos que poderiam gostar de MIM?”

“Sinceramente?”

“Sinceramente.”

“É.”

“É o quê?”

“É problemático, oras.”

“Então, vamos refazer a lista. Com pessoas de verdade certo?”

“OK, mas a gente tem que mudar algumas coisas dessa lista.”

“Como tirar o Dino do segundo lugar?”

“Bem isso. Espera aí. Como assim tirar o Dino do segundo lugar?”

“Gina, ele é a minha alma gêmea e tudo o mais. Só que ele ainda tem a mania irritante de colocar a camisa por dentro da calça.”

“Você está falando que ele não é bonito só porque ele coloca a camisa dentro da calça?”

“Hum... sim?”

“Carmen, você tem que entender que existem coisas muito piores do que isso. Em Dino Thomas, se você não entendeu.”

“Ciúmes!!!!”

“Vontade de fazer você enxergar os motivos de Dino Thomas não ser uma pessoa menos bonita só porque ele coloca a camisa dentro da calça. É. Essa é a verdade”.

“Quais seriam os SEUS motivos?”

“Ok. Vamos lá:

1)Ele tem cara de louco.

2)Ele fala coisas sem sentido.

3)Ele parece gay.

4)Talvez ele seja meio gay.Só meio. Ou três quartos... ou... ah, não sei.

5)Ele faz umas coisas bem esquisitas.

6)OK, ele é TOTALMENTE esquisito.

7)Ele usa a camisa por dentro da calça.

8)Ele quase cospe quando fala.

9)Ele parece que não se pensa em... se proteger.

10)Ele é um egocêntrico.”

“Uau, você realmente ama o cara!”

“Não, querida. Quem ama essa coisinha é você.”

“Ele não é uma coisinha!”

“Você está mentindo!”

“Não estou.”

“Então, me responda: por que você sublinhou o não?”

“É... eu já falei que a teoria não tem lógica nenhuma?”

“Ah, deixa para lá, Carmen. O sinal acabou de tocar mesmo.”

E assim, eu peguei os pergaminhos que nós deveríamos ter usado para anotar tudo que o Binns tinha falado e saí da sala.

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“Gina, eu mandei para o meu pai a sua foto.”-disse a Luna, balançando os brincos de nabos, como sempre.-“Mas seria bom se você se lembrasse de onde que tiraram aquela sua foto. Para você sabe, que eu comece a investigar sobre o fato de existir ou não os duendes amarelos com bolhas roxas.”

“Lógico, Luna.”-eu falei.-“Mas a foto... eu não lembro onde que tiraram a não ser que...”

Foi quando eu lembrei.

Aquela foto horrorosa sempre estivera no meu quarto. Guardada no último álbum que eu trouxera para Hogwarts.E como aquela era a foto que eu adoraria esquecer, só nesse momento é que eu percebi que alguém entrara no dormitório da Grifinória e a roubara.

Assim, Draco Malfoy está tecnicamente falando a verdade.

Não que eu esteja feliz por causa disso.

“Luna...”-eu falei, meio ofegante.-“Você é um gênio!”

“Ah, ainda bem que alguém percebeu. Espera aí.”-disse a Luna, parando e observando todas as pessoas que passavam pelo corredor onde estávamos conversando.-“Acho que alguém lançou um daqueles kaisies em cima de você, Gina. Você sabe do que os kaisies são capazes?”

“Hum... não?”-eu falei, enquanto não sabia o que fazia.

“Bom, eles fazem as pessoas ficarem confusas, mas eu estou achando isso tudo muito estranho, já que os kaisies vivem na Escandinávia. Ou nas Ilhas Mauricio. Algum lugar com esse nome.”

Eu nunca na minha vida tinha pensado que kaisies, Escandinávia e Ilhas Mauricio poderiam estar juntos em apenas uma frase.

“Luna, alguém está me chamando nesse momento, então, é melhor eu ver o que ela quer e...”

“Tudo bem, Gina!”-ela falou, toda contente.-“Só toma cuidado com os kaisies, certo?”

“Certo.”-falei, quase saindo correndo.

Então, eu tomei um caminho totalmente contrário do que a Luna costumava fazer, só que eu não esperava encontrar com...

Blaise Zabini.

“Uau, se não é a nossa querida, Val?”

“Uau, se não é o ridículo do Zabini.”-eu falei, com um certo desprezo.

“Falar que eu já sabia que você não era a Proust, faria com que eu fosse culpado pelos folhetos?”

“Não, Zabini.”-falei, toda seca, enquanto tentava continuar andando.

“E por que não?”-ele falou, franzindo o cenho.

“Você sabe ficar quieto se eu te contar alguma coisa?”-perguntei, toda sombria.

“Lógico que sim.”-ele falou, todo curioso.

“Eu sei muito bem o jeito que conseguiram a minha foto.”-comecei.-“E a pessoa que espalhou esses panfletos pode ter apenas dois dedos quebrados se ela se apresentar até o jantar.”

“Se eu falar que eu ajudei a espalhar os folhetos... você vai quebrar o meu dedo?”-ele perguntou, quase choramingando.

“Eu não vou fazer isso, Zabini.”-eu falei, com a voz mais cínica que eu tenho.-“Se você me contar quem que pensou nesses folhetos.”

“Só me mandaram espalhar, Weasley.”-retrucou ele.-“Não sei quem armou tudo isso.”

“Ótimo.”-eu falei.-“Nos vemos na detenção.”

E voltei a andar até o Salão Principal.

Só que o Zabini meio que segurou o meu braço e falou:

“Que porcaria de detenção?”-e quando viu que a sua mão estava tocando o meu braço, ele imediatamente o soltou e disse em voz alta.-“Droga Weasley! Será que você poderia fazer o favor de não ficar segurando a minha mão?”

Apenas revirei os olhos e respondi:

“Detenção hoje na cozinha.”

“Hey!”-ele berrou, totalmente surpreso.-“Eu não sabia que a detenção iria ser com você.”

Então, só para deixá-lo um pouquinho mais irritado (e qual não é a graça de ver Blaise Zabini irritado?), eu falei bem alto:

“Pode deixar que na detenção, eu pego em outros lugares.”

E assim, voltei a andar até o Salão Principal.

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“Uau, você parece feliz, Weasley.”-falou Stephanie Allen, assim que me viu entrando na sala de Slughorn.

Pergunta básica:

Desde quando eu pareço feliz nas aulas de Poções?

OK. Stephanie Allen me tortura desde que ela viu que eu era pobre, não muito popular e não tão bonita quanto ela achava que uma garota deveria ser. Ou seja, ela percebeu que eu seria uma pessoa bem, ahn, torturável assim que ela me viu.

“Eu estaria mais feliz se você não estivesse aqui, Allen.”

“Oh, meu Deus, Weasley.”-ela falou, desencostando da parede onde estava apoiada.-“Sabe, eu estava me perguntando se a sua felicidade era porque você tinha me visto.”

“Ah, lógico que foi.”-retruquei, irônica.

“Bem que eu pensei nisso.”-ela falou, de modo bem cruel.-“Afinal, a sua felicidade era ficar me espiando no banheiro, não é?”

Ah, meu Deus.

Eu mato essa garota.

Ela acha que ela pode falar qualquer coisa desse tipo?

Mesmo ela sabendo tudo o que aconteceu entre eu e o Mal...

MERDA!!!!

Ela sabe! Ela sabe de tudo o que aconteceu entre eu e o Malfoy.

E, não, não, não. Ela não pode falar para ninguém o que aconteceu entre eu e Draco Malfoy.

“Allen.”-eu falei, enquanto tentava controlar o medo que eu sentia.-“Eu não sou da sua laia.”

“Cuidado, Weasley.”-ela retrucou.-“Antigos relacionamentos podem vir a tona, não acha?”

E sem esperar pela minha resposta, a garota se sentou e começou a conversar com Elizabeth Jagger.

Sendo que eu estava ali, ainda parada perto da porta com a maior cara de... patética.

“Senhorita Weasley, quer fazer o favor de se sentar?”-disse Slughorn, me olhando com um pouco de...rancor.

Não foi uma coisa muita bonita fingir ser a garota que teve o cérebro coagulado, mas ele não precisava estar desse jeito comigo precisava?

Ah, qual é, eu sou uma excelente aluna em Poções.

Apenas, perdi o meu talento natural... há seis anos atrás. Isso não é problema nenhum, certo?

OK.

Não adianta eu tentar me convencer.

Nunca vou ser boa nessa porcaria de matéria. Nem que eu tenha aulas de reforço com o Slughorn ou qualquer coisa assim.

Então, acabei me sentando e, novamente, rezei para que poção de hoje não queime, não fique de uma cor diferente do que o livro indica e que também eu não exploda a sala.

Sendo que a última opção, não é tão ruim assim.

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“Então, como você está se sentindo?”-perguntou a Carmen, pela terceira vez enquanto eu tentava comer alguma coisa antes de ir para a detenção.

Meu estômago estava embrulhado. Minha cabeça rodava e tudo o que eu mais desejava era que um buraco aparecesse bem nos meus pés. Assim, eu morreria bem rápido e não precisaria enfrentar todas aquelas pessoas na cozinha.

“Eu estou.”-falei, enquanto tentava comer mais um pedaço do empadão de frango que parecia, para mim, uma gosta nojenta e tudo o mais.

“Você está bem?”-perguntou Rony, enquanto se sentava ao meu lado e tava aquele olhar para mim.-“Gina, eu sei que você vai se encontrar com duas pessoas que, na minha opinião, podem ser os seus estupradores e por isso eu...”

“Rony!”-eu falei, totalmente roxa de vergonha.

Tente falar a palavra estupradores em pleno Salão Principal com um bando de adolescentes ávidos por qualquer informação sobre sexo.

É totalmente previsível que esses adolescentes vão querer saber do que se trata o assunto e quando esses adolescentes percebem que quem falou sobre sexo é Rony Weasley diretamente para a sua irmã, Gina Weasley, as chances dessas pessoas terem uma vontade enorme de escutar a conversa...aumenta um bocado.

“Eu vou à detenção com você!!!”-ele falou, dando um soco na mesa.-“Assim, eu vou proteger a minha irmã não mais virgem de dois ninfomaníacos!”

“Rony.”-eu falei, com severidade.-“Eu não preciso que você me defenda. Agora, você quer parar de falar que eu fui estuprada?”

“Gina... você tem certeza que você não quer contar comigo?”-disse o meu irmão, tentando ser persuasivo.-“Ou melhor, por que você não conversa com a Hermione sobre isso? Eu acho que ela adoraria conversar com você.”

Lógico que sim.

Só que eu não tenho A conversa com a minha mãe, imagina se eu teria A conversa com a Hermione.

Afinal, do jeito que a Hermione é, ela vai tentar me explicar por que as mulheres menstruam e tudo o mais.

Como se eu não soubesse nada disso.

“Eu tenho detenção.”-eu falei, levantando e deixando metade da comida no prato.-“A gente conversa depois, certo?”

“Gina!!!”-falou meu irmão.-“Espera que eu vou com você!”

Só me faltava essa.

Ficar na cozinha com Lilá Brown e Romilda Vane... horrível.

Ficar na cozinha com Lilá Brown, Romilda Vane e Blaise Zabini... pior do que o horrível.

Ficar na cozinha com Lilá Brown, Romilda Vane, Blaise Zabini e Draco Malfoy... vontade de cortar os pulsos.

Ficar na cozinha com Lilá Brown, Romilda Vane, Blaise Zabini, Draco Malfoy e Rony Weasley é igual a furar os olhos.

O que mais me falta acontecer?

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Ah, lógico.

Faltava ele.

Faltava a pessoa que me colocou nessa maldita confusão.

E tudo aconteceu porque eu cheguei antes que todo mundo e os elfos ainda estavam ali, me encarando de maneira bem esquisita.

Só que tudo ficou mais esquisito porque eu resolvi sentar naqueles bancos e apoiar a cabeça na mesa, mas antes que eu conseguisse respirar aliviada; Afinal, Hermione fizera com que Rony não fosse na minha detenção porque ela deu uma bronca gigante nele, já que o meu irmão não estava na biblioteca pesquisando maneiras de lutar contra o Mal.

OK.Se eu fosse o meu irmão, eu faria qualquer coisa para não ficar perto de Hermione em uma biblioteca. Ela consegue ser mais chata do que a minha mãe quando eu apareço toda imunda em casa (e sem querer querendo, acabo pisando naquele tapete que ela acabou de lavar).

Mas isso não interessa agora.

Assim que eu sentei, algo segurou a minha perna.

Não, essa não é história de terror e muito menos de suspense, mas como em qualquer história desse tipo, aconteceu aquele grito que é capaz de arrepiar qualquer pessoa.

“Senhorita Weezly?”-disse Dobby, me encarando com uma certa apreensão.-“Você está bem?”

Acho que Dobby foi a única pessoa que teve a coragem de falar comigo, já que os outros elfos me encaravam como se eu fosse uma grande aberração.

“Hum... eu acho que tinha alguma coisa embaixo da mesa que segurou a minha perna, tipo uma aranha.”-eu falei, já de pé (e BEM longe da mesa).

Se eu tivesse gritado: “como essa cozinha é suja!”, os elfos não ficariam tão desesperados como agora.

Então, eu voltei a mesa onde eu estivera sentada e me agachei.

Talvez fosse apenas um rato ou uma barata, mas o que eu vi era bem pior.

Era apenas Dino Thomas acenando para mim e falando, com certa severidade:

“Precisa berrar que nem uma idiota?”

Hum... sinto muito, mas a pessoa idiota que se esconde embaixo de mesas na cozinha de Hogwarts, se chama Dino Thomas, não Gina Weasley.

“Levanta, Thomas.”-eu falei e quando ele já estava de pé, eu bati palmas e todos os elfos me olharam com medo.

“Ela está perto da aranha!!!!”-berrou Dobby, temeroso.-“Senhorita Weezly, por favor, saia daí! É muito perigoso.”

“Hum...”-eu falei, enquanto tentava de algum modo não fazer aquilo parecer tão ridículo.-“Eu estou, na verdade, do lado da aranha.”

“Preparem o fogo.”-falou um dos elfos.-“Aranhas devem morrer queimadas!”

Dino Thomas olhou com medo para mim.

“Bom, houve um engano.”-ele foi falando.-“Eu queria fazer uma surpresa para a minha amiga, mas ela achou que eu era uma aranha e...”

“Dobby, me desculpe.”-acrescentei, rapidamente.

“O que vocês estão fazendo aqui?”-disse Minerva McGonagall, com um olhar que eu não sabia se era censura ou irritação para os elfos.-“Eu não disse que vocês estão dispensados?”

“Perdoe-nos, diretora.”-falou um dos elfos.-“Mas aconteceu uma pequena confusão com a senhorita Weezly.”

“Então, peguem os seus casacos e... fiquem longe dessa cozinha!”-disse a diretora, dando um sorriso que me parecia... que ela realmente queria que eles se divertissem.

O que para mim, era muito estranho.

Quando os elfos, um tanto a contra-gosto, saíram foi que eu vi.

Draco Malfoy estava ali. Há alguns metros. Estava como sempre com a maior cara de:eu odeio ter que estar aqui.

Mas eu tenho que dizer:meu coração se apertou um pouquinho quando eu vi o quanto ele estava.. ah, meu Deus, bonito.

Eu percebi que ele estava me encarando, mas quando ele percebeu que eu também estava o olhando, ele pareceu achar bem interessante uma mancha no piso da cozinha.

“O que o senhor está fazendo aqui?”-perguntou a McGonagall encarando Dino Thomas.

Mas eu não estava prestando a mínima atenção na bronca que Thomas estava recebendo da diretora.

Meu olhar continuava fixo nele.

Mas eu não poderia imaginar, nem por um segundo, o quanto que isso ia me comprometer depois...

CONTINUA...

N/a: Escutando: I don’t give a damn- Avril Lavigne.

N/a: Olá!

Espero que vocês, nesse momento, não estejam bravos (as) comigo.

Bom, vamos colocar créditos em algumas cenas.

A primeira cena da Gina com o Dino, quando o Dino fala sobre as lágrimas: bom, eu tirei de Fruits Basket (cena da Mayu com o Hatori), já que eu achei tão, mais tão engraçado que eu prometi: eu vou colocar essa cena em alguma fic! E dito e feito. Afinal, não tinha ninguém melhor que o Dino para falar aquilo XD

A teoria do sublinhado : roubei emprestada da minha amiga. É a teoria mais sem nexo que eu já vi (OK, a mais sem nexo foi quando um cara falou que o Sirius era pai do Harry, mas essa é a segunda XD), então, acabou parando na fic.

A lista: de onde mais senão do Diário da Princesa?

A aranha: essa é piada pessoal com os meus amigos (que, por acaso, não lêem essa fic, mas mesmo assim), na verdade, tem A aranha, mas essa é uma história muito longa...

Bom, cap não tão curto assim (12 páginas), mas era para ter o dobro, só que no fim... resolvi deixar a detenção para o próximo cap (não me matem!).

Obrigada a Tah Malfoy< /b> e Gabrielly Malfoy pelos comentários! Adorei!

Eu quero comentários!!!

Cap novo não saí sem os comentários!

Beijos

Anaisa

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