Harry (5º dia)

Harry (5º dia)



Cap8.: Harry (5º dia).

Enquanto eu faço a minha tarefa de poção (a quem eu estou querendo enganar? Eu vou copiar amanhã de manhã a tarefa da Carmen), vejo Draco Malfoy dormindo na minha cama. Ok, ele está se remexendo um bocado, ele pronuncia umas palavras sem sentido enquanto segura firmemente o braço.

Começo a ficar preocupada. Afinal, não é normal alguém se remexer daquele jeito, só que antes que eu o sacuda ou algo do tipo, ele para de se mexer.

Entretanto, eu não estou mais preocupada com Malfoy. Afinal, a mão que segurava firmemente o braço escorregou pelo seu corpo.

Então, eu vi.

O símbolo dos Comensais. A marca negra.

“Malfoy”-chamo, cutucando-o com o braço.

Só que ele não fala nada, ele apenas continua dormindo.

Meu Deus.

Está caindo a ficha agora.

Eu estou dormindo com um Comensal da Morte.

Não consigo escrever mais nada. Não consigo pensar em nada.

Então, deito ao seu lado e finjo que eu estou dormindo.

----------------------------------------------------

Só que desde a meia-noite até as seis (SEIS!!!) da manhã, eu fiquei acordada.

E quando Draco Malfoy pôs o braço na minha cintura e me puxou mais um pouco, eu desejei que não fosse o braço com a Marca.

Só que quando eu vi aquele troço escuro, eu quase tive um ataque, então, tirei o braço rapidamente da minha cintura.

Acho que isso o despertou.

“O que está acontecendo?”-ele perguntou, enquanto eu já me levantava da cama.

“Isso.”-eu falei e apontei o braço.

“Você não se importava.”-ele falou.-“Você até achava legal.”

Meu Deus.

A Proust não sabe o que significa a Marca Negra? Ah, esqueci.

Nós estamos na Sonserina.

É normal na Sonserina vermos aquele símbolo horrível de uma caveira com uma cobra no braço das pessoas.

Enquanto se você aparece com esse símbolo na Grifinória... acho que você é surrado, torturado, linchado, esquartejado e tudo o mais.

“Você não poderia escondê-la?”

“Está incomodada?”-ele perguntou, enquanto tentava se aproximar de mim, mas dei dois passos e meio que me enrolei na cortina verde.-“Por que você sabe que eu não vou conseguir tirá-la.”

“Mas escondê-la?”-eu pergunto, tentando dar um sorriso.

“Valkiria...”-ele começou, meio impaciente, já sentado na cama-“Eu esqueci,ok? Eu esqueci de escondê-la.”

“Faça isso.”-eu digo, enquanto puxo as cortinas.

“Eu não sabia que isso te incomoda tanto.”-ele retrucou, sarcástico.

“Não quero que ninguém veja.”-eu falei, mas antes que eu pudesse dar mais um passo, Draco Malfoy colocou aquelas duas mãos na minha cintura.

E me jogou na cama.

Prendi a minha respiração ao ver que ele estava em cima de mim e que ele começava a me analisar com aqueles olhos cinzas.

Imediatamente, corei. Eu fico extremamente incomodada quando Draco Malfoy me olha daquele jeito.

“Malfoy...”-eu sussurrei, quando senti as mãos geladas dele por baixo da minha camiseta.

“O quê?”-ele perguntou, bem no meu ouvido-“Por acaso você não está gostando?”

Não respondi, mas eu já sabia.

Eu estava gostando e não me conformo com isso.

Como eu posso estar gostando de ter Draco Malfoy em cima de mim? Como posso aceitar um Sonserino me beijando, dormindo todo dia comigo?

“Valkiria?”-ele me perguntou, enquanto eu tentava ignorar todos os meus pensamentos.-“Algum...”

“Malfoy.”-eu comecei.-“Saí de cima de mim, por favor.”

“Hum... eu realmente devo?”-ele me pergunta, enquanto eu tento desviar daqueles olhos.-“Sabe, você me irrita, às vezes.”

“Eu te irrito?”-eu pergunto.-“Sabe, se você está tão irritado por eu não querer que você fique em cima de mim... eu realmente não posso fazer nada.”

“Você está com problemas mentais sérios, Valkiria. Eu não estou com a mínima vontade de brigar com você.”-ele falou, saindo de cima de mim.

Agora, você me explica: por que eu fiquei desapontada ao ver que ele tinha saído do meu dormitório?

--------------------------------------------------------------

“Você não fez a sua maquiagem ainda?”-perguntou a Carmen, assim que eu entrei no banheiro.-“Sabe, você está desrespeitando a Valkiria Proust. Ela é linda, maravilhosa e você parece um trapo.”

Sem dizer nada, peguei o meu uniforme, tirei a peruca, joguei para a Esperanza e entrei na cabine.

“Uau, nós chamamos isso de... eu sou Gina Weasley e tenho problemas de fala.”-ela berrou, enquanto eu tirava aquele uniforme que me dava ânsias e vestia o usual.

Abri a porta da cabine, peguei o maldito uniforme da Sonserina e joguei de qualquer jeito na bolsa.

“E Gina Weasley deve, provavelmente, ter batido a cabeça em algum lugar porque ela acha normal sair com os olhos de uma outra pessoa.”-continuou Carmen, fingindo que estava usando um micranofone. Ou qualquer coisa desse tipo.

Peguei a varinha e desfiz o feitiço.

Sem esquecer de lançar um olhar cínico para a Carmen.

“Mas antes que Gina Weasley saia do banheiro mais requisitado de Hogwarts, nós temos que perguntar: o que diabos foi aquele manifesto contra-sexo?”

“Não fui eu.”-falei, com a voz mais controlada que eu podia e quando vi que Carmen queria falar mais alguma coisa, eu a cortei e disse.-“Eu vou tomar o meu café.”

Ela então fez um sinal estranho, como se estivesse segurando uma tesoura, ou algo do tipo e disse:

“Você vai precisar disso.”-e me deu uma caixa de lenços de papel.

Carmen Esperanza pirou.

--------------------------------------------------------------

Mas eu comecei a entender direitinho o porquê da caixa de lenços.

Harry tinha voltado.

“Não sentiu a falta de alguém?”-ele me perguntou, assim que eu entrei no Salão Principal.

“Não.”-disse, sem encará-lo e segui em frente,sentando ao lado de Colin Creevey.

Harry me seguiu e falou:

“Não entendi o por quê de você estar brava comigo.”

Eu prometi que não ia berrar.

Que não ia brigar com Harry. Não na frente de todo mundo.

Mas era impossível.

“Você não entendeu!”-eu disse, tentando achar graça. Mas não era NADA engraçado.-“Você acha normal o seu NAMORADO sumir no primeiro dia de namoro?”

“Gina, eu fiquei fora por três dias.”-ele disse, como se não fosse nada demais.

É. Não é nada demais. O cara te abandona. Te faz ver navios... e não tem nenhum problema?

“VOCÊ NÃO SE DESPEDIU DE MIM!!!”-eu gritei, já me levantando. Percebi que todos estavam me encarando.

“Não grita.”-Harry falou.-“Vem, vamos sair daqui.”

“EU NÃO VOU SAIR COM VOCÊ!!!”-berrei, totalmente nervosa.

“Gina...”-ele disse, puxando o meu braço.-“Pelo amor de Merlim.”

“O que você tiver que dizer, Harry.”-eu comecei, tentando controlar a minha voz.-“Você diz na frente de todo mundo.”

“Eu não posso.”-ele falou, saindo do Salão.

Eu tinha entendido.

Ele queria terminar tudo comigo.

Então, me sentei no banco e abaixei a cabeça.

Pouco me importava que as pessoas estavam me olhando com pena. Pouco me importava que Carmen me fitava com uma expressão de “eu acho que não deveria ter dado os lenços à ela”, ou então, Colin que me observava e dizia:

“Os homens são horrorosos!!!”

Entretanto, muitas pessoas não entenderam o que significou aquele ‘eu não posso’.

Assim, não haveria comentários que o Casal Perfeito terminou.

Pelo menos, não nessa manhã.

----------------------------------------------------

“Então, está tudo terminado?”-mandou a Carmen, no meio da aula de Transfiguração.

“O que você acha?”-respondi, parando um pouco de copiar o que a Minerva McGonagall escrevia na lousa. Eu não estava entendendo absolutamente nada mesmo.

“Que ele te chutou.”

“Você está um amor.”

“Eu enxergo além.”

“Você só enxerga desgraça.”

“Certo. Ele te chutou. Agora, é bola para frente, garota!”

“O que você quer dizer com isso?”

“Bola para frente. A fila anda. Você não deve chorar pelo leite derramado.O que mais você quer que eu faça? Desenhe?”

“Juro para você que eu não entendi.”

“Gina, existe alguém que te quer. E não é o Harry. Sabe, eu sinto que o Harry foi chutado para sempre do seu coração.”

“Você quer virar romancista, Carmen? Por que isso parece um trecho daqueles livros água com açúcar.”

“Romancistas não escrevem chutados.”

“Ah, meu Merlim. Eu não vou discutir com você.”

“Gina, você esqueceu do começo da minha frase? Existe alguém que te quer.”

“É, meu pai, minha mãe. A minha família. É, eles me querem. O Harry? O Harry também me quer...”-só que antes que eu te continue a minha ‘lista’, Carmen, retira o bilhete da minha mão e escreve:

“E Draco Malfoy.”

“É, tem o Malfoy também.”-escrevo distraída. Paro imediatamente.-“NÃÃÃÃÃÃÃO!!!! Draco Malfoy não!!!”

“Ele quer você.”

“Valkiria Proust.”

“Você é a Virginia Proust.”

“O QUÊ?”

“Ou Valkiria Weasley. Decide.”

“...”

“Desisto. Não consigo botar um pouco de juízo na sua cabeça.”

Eu nem respondo. Apenas tento voltar a prestar atenção na aula.

-------------------------------------------------

“Vem comigo.”-diz Harry, no meu ouvido.

Não tenho escolha. Uma das mãos do garoto está segurando firmemente a minha cintura.

Nós andamos até uma sala de aula vazia e eu o encaro, não muito feliz:

“O que você quer?”

“Saber qual é o seu problema.”-diz o moreno, me encarando.

“Eu não estou com nenhum problema.”-sibilo, tentando esquecer que aqueles olhos verdes estão cravados em mim.

Mas aqueles olhos verdes... me fazem lembrar alguém. Alguém que não está na Grifinória, alguém que não é moreno... alguém chamado Draco Malfoy.

Ok. Fale o que você quiser sobre mim. Fale que eu sou doente ou que eu preciso parar de fumar uma ervinha.

“Você está com problema sim.”-disse Harry, já me segurando pelo ombro.-“E eu quero entendê-lo.”

“Você que tem que me dizer qual é o SEU problema.”-eu digo, tentando esquecer que há segundos atrás eu estava pensando em Malfoy.

“Eu não estou com muitos problemas.”-ele fala, ainda me segurando pelos ombros

“Não.”-falo, enquanto tento fazer com que ele se afaste de mim.-“O seu problema Harry ERA eu.”

Só que ele não deixa que eu saia e me encarando diz:

“Você nunca vai ser um problema. Não para mim.”

Harry Potter é a pessoa mais complicada que eu conheço em toda a minha vida. Como ele pode dizer isso?

“Então, todo aquele discurso de: eu tenho que te proteger, Gina, simplesmente não existe?”-pergunto, tentando fazer com que ele me encare.

Só que ele desvia os olhos. E então, eu entendo.

Nunca daria certo. Ele nunca conseguiria pensar que eu não sou mais aquela garotinha que escreveu, no primeiro ano, uma carta de amor para ele. Ou, então, aquela garota que ao vê-lo por perto ficava mais vermelha do que... os próprios cabelos.

“Eu já entendi.”-falo, também olhando para baixo.-“Nunca existiria nós dois.”

“Gina...”-ele diz, mas antes que ele fale mais alguma coisa, eu tiro as duas mãos que ainda estavam no meu ombro.

E saio rapidamente da sala de aula.

Meus olhos estão cada vez mais cheios de lágrimas. Mesmo que eu tenha prometido não chorar, é uma tarefa totalmente impossível. Ainda desnorteada, chego até a Torre de Astronomia.

Ela está vazia. Então, sento no chão e quando estou afogando as minhas mágoas (entenda: chorando que nem uma idiota), um par de sapatos que eu conhecia muito bem estavam na minha frente.

“Weasley?”-falou Dino Thomas, enquanto se sentava ao meu lado.-“Estava te procurando por todos os lados.”

“Ah, que ótimo.”-eu digo, com toda a ironia que eu podia captar.-“Já achou. Agora, cai fora!”

“Aquela sua amiga, a tal de Esperanza, ela estava que nem uma louca atrás de você.”-ele começou a explicar.-“Então, resolvi ajudá-la.”

“Você não ajuda ninguém, Thomas.”-eu começo, o olhando atravessado.-“Sem ter algo em troca, lógico.”

“Credo, se você falar isso para a sua amiga, ela vai achar que eu sou uma pessoa horrível.”

Já entendi tudo.

“E eu crente que você era gay.”-falo, enquanto seco as lágrimas que ainda caíam.

“Sua... ingrata!”-diz Thomas, me encarando terrivelmente bravo.-“Você esqueceu que saiu comigo?”

“É, eu deveria ter feito isso.”-digo, enquanto tento não rir.

Impressionante, é que, há poucos minutos atrás eu estava chorando.

“Mas Thomas, se você quer saber. Eu fico muito feliz ao saber que você está interessado pela Carmen, ela é uma ótima pessoa! Já por ela...”

Thomas me lança aquele olhar de desafio e pergunta:

“E ela o quê?”

“Bom, se ela não morrer quando sair com você...”

“Hey, você saiu comigo!”-ele falou, indignado.-“E você está viva.”

“Eu sou muito resistente.”-falo, dando uma fungada. Ele, então, se senta ao meu lado e diz:

“Sabe, se você não tivesse tantos problemas... eu fazia você trabalhar mais pesado no jornal.”

“Você já me faz trabalhar pesado.”-eu falo, com toda a dignidade que consigo reunir.-“E bem, acho que está dando certo.”

“O que está dando certo?”-Thomas pergunta.-“A sua missão?”

“Lógico, né?”-falo, o encarando como se ele fosse burro ou algo do tipo.

“Ah, mas você não está indo bem, não.”-ele fala, dando aquele sorriso malvado.-“Afinal, eu tive que mudar algumas coisas no seu texto. Tive que acrescentar alguns boatos, sabe?”

Parei um pouco.

“A espiã não se baseia em boatos, Thomas.”

“Weasley, foi um jeito de falar.”-explicou o Thomas rapidamente.-“Na verdade, eu escrevi sobre o seu manifesto.”

“Você colocou meu nome?”-eu entrei em pânico.-“Você sabe muito bem que a McGonagall lê esse jornal toda segunda!”

“Calma, eu sei ser sutil.”-ele me tranqüilizou.-“Você acha que só você vai se ferrar se descobrirem quem é a verdadeira Valkiria Proust?”

“Você vai conseguir se safar.”-eu digo, tentando não parecer tão desesperada.-“Thomas, você só tem esse ano pela frente. Já se me descobrirem a chance que eu me forme vai ser... mínima.”

“Se eles descobrirem... eu juro que tento te ajudar.”

“O que você vai querer em troca?”-pergunto, o encarando.-“Um encontro com a Carmen?”

“Nada, Weasley.”-ele diz, enquanto sorri maliciosamente.-“Mas não seria uma má idéia...”

Por que eu abri a minha boca? Sério, eu não deveria dar essas idéias loucas para o Thomas. Por que vai saber o que ele vai fazer com a Carmen? Sei lá, ela não é muito normal, mas junto com o Thomas, acho que as coisas ficarão piores.

Lógico que para o meu lado.

“Tudo bem. Fique pensando como seria um encontro perfeito que eu já vou descer e...”

“Quem disse que eu te procurei pelo castelo todo apenas para ver se você estava bem mesmo?”-o garoto falou.

Eu me arrependo de estar aqui na Torre de Astronomia. Sei lá, eu não poderia me esconder em um lugar mais difícil?

“Droga.”-resmungo, baixinho.-“Por que eu?”

“Bom, eu quero combinar certas coisas com você. Você tem que fazer mais do que já está fazendo.”-ele começa, fingindo que não tinha escutado os meus comentários.

“COMO?”-eu berro.-“Já sei o que você quer fazer! Quer que eu visite a Lufa-Lufa também. Nossa que idéia fantástica, Thomas.”

“Não é nada disso.”-ele fala.-“E quer parar de falar nesse tom comigo? Sério, eu sei que os seus hormônios estão em alta porque você e o Harry terminaram, mas começar a falar coisas desse tipo, não vão te ajudar.”

“Então, fala logo o que você quis dizer sobre o meu trabalho extra.”-falo, tentando ignorar o que ele dissera. Sabe, sobre o Harry.

“Por que você não faz...alguma outra matéria? Mas sem ser A espiã. Só para a Lilá Brown parar de achar que você está dormindo comigo ou algo do tipo. Sabe, ela acha que você não está fazendo muita coisa no Jornal porque é a minha protegida.”

Missão de hoje: matar Lilá Brown. Deixá-la morrer bem lentamente.

Na verdade, fazê-la pedir pela morte. É, isso ia ser deliciosamente reconfortante.

“Ela é uma estúpida.”-Thomas falou.-“Não a mate ainda. Ela consegue boatos... não sei de onde, mas consegue.”

“Você pode me dizer.”-eu falo, tentando controlar a minha voz, mas as minhas mãos já estavam se fechando e eu sentia que meu rosto ficava cada vez mais vermelho... de pura raiva.-“O que eu vou escrever?”

“Comece um romance!”-falou Thomas, parecendo maravilhado.-“Isso! Você pode começar a escrever um romance ou algo do tipo.”

“Ótimo.”-resmungo.-“Agora me dá licença que eu vou matar uma certa pessoa.”

E sem esperar que o Thomas falasse algo,o que provavelmente seria: “Não a mate, pois ela é muito útil”, eu saí correndo da Torre.

Pronta para matar qualquer pessoa.

------------------------------------------------------

Ótimo.

Eu estou na sala da Minerva McGonagall. E ela está me dando uma bronca imensa por ter socado duas garotas. Ela diz que em Hogwarts nós nunca devemos bater nas pessoas.

Acho que ela quis dizer que é normal as pessoas levantarem as varinhas e começarem um duelo. Em pleno corredor. Eu deveria ter pegado a minha varinha e lançado algumas azarações que aprendi com o Fred. Mas não. Eu tenho que ser a pessoa diferente. Eu tenho que começar a bater a cabeça da garota contra o chão.

Sabe, se você visse a cena, eu poderia muito bem ter encarnado Pansy Parkinson. Porque eu deveria estar medonha.

Na verdade, eu sei que eu estou medonha. Eu não dormi direito, eu acabo de perceber que a minha alma-gêmea não tem condição de ficar comigo e que uma pessoa ridícula está inventando boatos ridículos sobre mim.

“Senhorita Weasley.”-falou Minerva McGonagall.-“Se a senhorita está com algum problema com Lilá Brown com Romilda Vane, seria mais prudente se você conversasse com as duas. Não que tentasse arrancar as cabeças dessas garotas.”

“Professora.”-eu digo.-“Quer dizer, Diretora, eu acho que não adiantaria conversar com as duas. Não nesse momento.”

“Eu quis dizer antes.”-começou McGonagall, irritada.-“A senhorita não pode partir para a briga quando escuta boatos simplórios.”

“Não são boatos simplórios.”-eu replico, também irritada.-“Elas estavam acabando com a minha integridade!”

“Com a sua o quê?”-ela pergunta, não entendendo.

“Elas estavam dizendo.”-eu começo, com a voz cheia de vergonha.-“Que eu estava... dormindo no quarto de um garoto.”

“E você não está fazendo isso, senhorita?”-pergunta Minerva McGonagall arqueando as sobrancelhas e me encarando daquele jeito.

Bom, eu vou ter que mentir. Na verdade, eu não acho que vou estar mentindo, pois a McGonagall não acha que eu estou na Sonserina e que Draco Malfoy está dormindo no meu quarto.

“Lógico que não.”-falei, com toda a minha convicção. Afinal, eu estava omitindo Draco Malfoy, Sonserina e na mesma cama.

Apenas isso.

“Devo acreditar na senhorita?”-ela me perguntou séria.

Pareci ofendida na mesma hora.

“Lógico que sim. Garanto a senhora que não fiz nada...”-falo, mas logo acrescento.-“Que não deveria ter feito.”

“Desisto convencer você, Weasley, do que é certo ou errado.”-falou a diretora, sentando pesadamente na sua mesa.-“Está certo que a senhorita está passando por um momento delicado da sua vida, mas descontar a sua raiva nos outros é completamente errado.”

Ah, Merlim.

Ela NÃO sabe o que está acontecendo na minha vida. Ela não sabe o que passa pela minha mente, ela não conhece o que Dino Thomas está fazendo com a minha vida.

“Diretora.”-começo, controlando a minha voz para não começar a falar tudo o que eu estou pensando.-“Qual vai ser o meu castigo?”

“Vou pensar direito. Temos que analisar o seu caso. Agora, vá para a aula.”

E arrastando os meus pés, fui em direção à aula de História da Magia.

--------------------------------------------

“E aí? Qual foi o castigo?”-tinha escrito a Carmen, em um pedaço pequeno de papel, assim que eu me sentei ao seu lado. Na verdade, antes eu tinha levado uma bronca do professor Binns, ele disse que os duendes quando se revoltam não se atrasam para a batalha ou algo do tipo. Eu apenas assenti com a cabeça e sentei no meu lugar.

Só eu que acho que o Binns é uma grande perda de tempo? Hum... acho que não.

Então, pegando a minha pena, respondi:

“Ela não me falou qual foi o meu castigo. Só espero que não seja nada grave.”

“Torce para ser algo com o Malfoy. Assim, ele vai perceber que é a sua alma-gêmea ou algo do tipo.”

“Credo!!!! Se for algo do tipo, pode ter certeza que eu não bateria com tanta força na Lilá e na Vane.”

“Gina...você deixou as duas totalmente desnorteadas.”

“O que você queria que eu fizesse? Falasse: ah, mas é verdade que você vem dizendo que eu estou dormindo na mesma cama que o Thomas? E aí ela fala que é. Então, eu digo: nossa, eu te perdôo por tudo o que você está fazendo. Você acha que eu deveria ter feito isso?”

“Sim?”

“Você é uma tapada!!! Ela mereceu umas boas pauladas na cabeça. Assim como a Vane.”

“Mas a Vane não fez nada. Ou melhor, ela fez?”

“Fez. Ela só falou que eu traía o Harry com o Thomas porque eu lucro mais.”

“Tá. Ela mereceu levar umas pauladas na cabeça. Mas Gina, você não está completamente sã. Já que acabou de levar um fora.”

“Carmen, não me lembre disso. Por favor.”

“Tudo bem! Desculpa na verdade. Ou melhor, veja pelo lado bom.”

“Existe lado bom?”

“Você pode ter alguma detenção com Draco Malfoy.”

“ECAAAAAAAAA!!!!!”

“Cadê? Cadê aquela Gina que falou que amou o beijo de um certo loiro?”

“Você deixa de amar quando você vê a marca negra no braço dele.”

“Gina...”

“O quê? Você vai falar, por acaso, que existe um lado bom nisso também?”

“É. Tipo, pense. Pelo menos ele é um comensal da morte BEM gostoso.”

“Lado bom? Eu só vejo coisa ruim. Pelo amor de Deus, Carmen! Você não consegue entender que eu não posso ficar com um Comensal da Morte?”

“Uau! Que surpresa!”

“E posso saber por quê?”

“Porque você já está pensando no futuro que terá seu relacionamento com Draco Malfoy.”

“Você não presta. Não presta mesmo.”

“Eu estou sendo realista. Acho que você tem que esquecer a marca negra. Pelo menos, por enquanto.Sabe, até ter certeza que ele não vai te matar ou algo do tipo.”

“Você é muito trágica.”

“Tragédia!!! Isso é música para os meus ouvidos.”

“Vou dormir. Ninguém merece ler isso.”

“Oh, Julieta!!!! Você não deve fazer isso com o Romeu.”-
Carmen escreve e me passa.

“Que porcaria é essa?”

“Você e o Malfoy.”

“Meu nome é Virginia se você não se lembra.”

“Mas você é a Julieta!!!”

“Como?”

“Julieta. Romeu e Julieta. Shakespeare.”

“Grego.”

“Sua... sua sem cultura!!!”

“Ah, que seja. Quem é Julieta? Quem é Romeu?”

“Duas pessoas que eram de famílias rivais.”

“E daí?”

“Você não entendeu?”

“Carmen, eu sei ler.”

“Não. Quero dizer sobre o fato de você e o Malfoy também serem de famílias rivais.”

“Que seja. Carmen. Não fale mais nada, ok? Eu e o Malfoy. Juntos? NUNCA daria certo.”

“Gina, deixa eu te contar o final.”

“Não. Não quero saber. Me acorda quando a aula acabar ok?”

Pude ver que a Esperanza ficou desapontada comigo, mas eu não poderia fazer nada.

Na verdade, eu não queria saber da história porque aquilo poderia ser um reflexo da minha vida ou algo do tipo. Assim, tentei ficar de maneira mais confortável possível.

Para a minha surpresa, acabei adormecendo.

------------------------------------------

“Gina.”-dizia Carmen, bem no meu ouvido.-“Acorda.”

“Argh...”-eu disse, enquanto tentava dormir mais um pouco.-“A aula não acabou ainda.”

“Hum, na verdade, acabou sim.”-ela disse, então, eu abri um olho e a encarei.-“Todo mundo já saiu.”

“Ah, que maravilha.”-eu disse, com a voz ainda meio sonolenta.-“Então, eu posso dormir de novo...”

“Não.”-Carmen disse.-“Vem. Você tem que ir para a Sonserina.”

Se antes eu tinha levantado, eu apenas deitei novamente.

“Não. Muito obrigado, mas não.”

“Ânimo!!!”-gritou a espanhola.-“Dessa vez você não fala, por favor, que eu roubei o seu gloss.”

“Olha.”-eu disse, levantando a cabeça.-“Desculpa, quanto a isso, mas elas não poderiam imaginar a Proust falando com você. Pelo fato de sermos simples... nada.”

“Isso foi realmente profundo, Gina.”-falou Esperanza, me olhando com desdém.

“E desculpa pelo roxo. Sei lá, foi a primeira cor que apareceu na minha mente.”

Mentira.

Tinha aparecido amarelo, mas acho que me contive sobre o gloss amarelo. Já que eu acho que ia ser pior... ou não.

“Gina, ninguém fica bem com gloss roxo.”-disse Esperanza, tentando me convencer que eu sou bem demente.-“Da próxima vez, fala que não me viu ou algo do tipo.”

“O que elas fizeram com você, Carmen?”-perguntei.

“Hum... elas me perseguiram. E falaram para eu parar de roubar a maquiagem dos outros.”

“Merda!”-eu disse, agora já em pé.-“Sério, essas meninas tem sérios problemas mentais.”

“Ainda bem que você percebeu. Por isso, invente qualquer coisa. Menos isso.”

“Pode deixar.”-eu disse.-“Só que a gente tem que ir em outro banheiro. Sabe, para ninguém saber o que está realmente acontecendo.”

“Lógico.”-falou a espanhola.-“Hoje, eu vou fazer uma super maquiagem em você. Porque, sinceramente, você está horrorosa.”

“Ótimo.”-falei, enquanto saíamos da sala de aula.

-----------------------------------------------

“Uau.”-disse Zabini, quando me viu entrando pelo Salão Comunal da Sonserina.-“Alguém está mais bonita do que o normal.”

Dei um sorriso e falei:

“Deve ser o gloss.”

“É... talvez seja isso.”-falou o Zabini.-“Mas eu tenho que me comportar. É. Eu não posso ficar olhando para você porque o Draco está lá em cima e...”

Meu coração deu um pulo.

Então, eu disse, tentando controlar a minha voz:

“Ele está... no dormitório?”-e acrescento, um tanto sutilmente.-“Sozinho?”

“Claro, Val. Ele está meio chateado com você, sabe?”-disse o Zabini, então, ele diz em tom de brincadeira.-“Mas se você quiser se aproveitar do amigo do seu namorado...”

Dou uma risada e respondo:

“Não. Não, muito obrigada.”-e, então, sem nem esperar a resposta do Zabini eu começo a subir as escadas para o dormitório.

Meu coração está acelerado.

Mas alguém me diz: por que eu estou fazendo isso? Sério, por que eu preciso simplesmente encontrá-lo? Por que eu preciso olhar para Draco Malfoy e garantir que ele não está chateado comigo?

Talvez porque eu acabei de levar um fora hoje da pessoa que eu julgava ser a minha alma-gêmea.

Porque também eu briguei com duas colegas da minha casa?

Ou porque eu acho que eu vou encontrar paz em Draco Malfoy?

“Ah, Merlim. Não pode ser isso. Não pode MESMO ser isso.”

Então, quando eu bati na porta do dormitório e o chamei. Ele não me respondeu.

Ok. Isso me deixou um pouco mais chateada.

“Malfoy.”-repeti. Batendo mais um pouco na porta.-“Abre essa porta.”

Escuto passos e ele abre a porta e diz:

“O que você quer?”

Bom, ele não parece muito simpático, então tento ser o mais dócil possível:

“Falar com você.”

“Ou me expulsar da sua vida novamente?”-ele pergunta, levantando a sobrancelha.

“Olha. Não foi nada disso que você está pensando, ok?”-eu começo, tentando arranjar as palavras certas. Só que eu estou mais nervosa do que... do que nunca! É impossível, mas está acontecendo comigo.

“Não.”-ele disse.-“Realmente, Valkiria, eu não te entendendo.”

“Por que?”-eu pergunto, tentando encará-lo.

“Porque antes você que vivia correndo atrás de mim.”

Uau.

Sem joguinhos, então?

“Mudanças?”-pergunto. Ok. Eu estou extremamente ansiosa. Eu quero que ele acredite que eu estou mudando. Não eu, a Valkiria. Ah, que seja!

“Pode ser.”-ele fala, tentando não acreditar.-“Sei lá, você parece... outra pessoa.”

Ele tem razão.

Eu sou outra pessoa.

“Malfoy.”-começo, meio sem jeito.

“Shiu.”-ele fala, se aproximando mais um pouco de mim.-“Eu não quis dizer que não gostei dessa sua mudança.”

“Você não gostou.”-eu digo, dando um sorriso meio forçado.-“Mas eu não posso voltar a ser aquela garota.”

“Eu não gostei de algumas coisas.”-ele fala, enquanto coloca a mão na minha cintura.-“Mas pode ter certeza que gostei de outras.”

Ah, Merlim.

Ele não está dizendo isso.

Ele não está insinuando algo desse tipo.

“Algumas coisas que eu não gostei: aquele seu manifesto, o fato de você me expulsar a sete da manhã da sua cama.”-e ao dizer isso, ele me olha bem sério.

“O que...”-eu digo, meio sem fôlego. As duas mãos geladas que estavam na minha cintura, agora estão percorrendo o meu corpo.-“O que você gostou de novo?”

“O seu beijo.”-e nesse momento, ele fala bem no meu ouvido.-“O jeito como você me encara e o jeito que você me abraça.”

Eu vou agarrá-lo nesse momento.

Eu não agüento mais.

Eu sei que eu pareço aquelas adolescentes taradas, mas talvez eu seja uma delas. Entretanto, acho que você também seria uma adolescente tarada. Ainda mais quando Draco Malfoy está te provocando daquele jeito.

Eu não sei como eu estou viva.

“Você acha realmente isso?”-pergunto, já o enlaçando pelo pescoço.

“E o jeito como você hesita, Proust.”-ele completa e sem nem esperar, ele me beija.

Tento me encostar na parede da porta do dormitório.

Mas quando vejo... já estou caindo e Draco Malfoy está em cima de mim.

Não consigo.

É automático.

Eu começo a gargalhar.

“Meu Deus.”-ele diz.-“O que está acontecendo com você?”

“Fale a verdade.”-eu digo, enquanto tento parar de rir.-“Você não achou engraçado?”

“Não.”-ele diz, me encarando.-“Na verdade, não era para ser desse jeito que eu estava pensando.”

“Malfoy.”-eu falo, enquanto tento me levantar.-“No que você estava pensando?”

“Você já vai saber.”-ele diz, de pé, então, se levanta e me estende a mão.-“Vem comigo.”

E sem dizer mais nada, eu me vejo saindo do Salão Comunal da Sonserina.

Sem saber para onde.

CONTINUA...


N/a: Olá!!!

Na verdade, era para ter atualizado na quinta, mas o site deu problema, então, desculpem ok?

E, bom, não gostei nadica de nada desse cap. Na verdade, até o achei rápido demais.

Já se você gostou... me manda um comentário!!! Eu vou ficar imensamente feliz XD.

E agradeço a Gabrielly Malfoy pelos DOIS comentários! Adorei ambos!!!

Beijos

Anaisa

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.