Alma de jornalista?

Cap3.: Alma de jornalista?

Eu disse para Thomas que eu nunca aceitaria essa missão.

Só que a gente brigou até à meia –noite.

Sem brincadeira.

Minha cabeça já estava explodindo.

Afinal, que horas que eu tinha dormido? Eram tipo, as duas da manhã. E eu sou uma adolescente. Eu tenho que dormir, senão...

Ah, meu Merlim. Eu não estou falando coisa com coisa.

Resumindo tudo.

Eu aceitei a missão.Disse : “Eu odeio você, seu filho da mãe, mas aceito.”

O Thomas ficou com os olhos brilhando e disse:

“Você não sabe como que vai ser bom para a Gazeta.”

Revirei os olhos e disse:

“Que seja.”

Por mais que eu parecesse estar nem aí com toda essa situação... eu estava percebendo.

Eu estou completamente ferrada.

E eu comecei a me odiar.

Por que eu tinha que falar que aceitava?

Por que?

Alguns motivos:

1)Eu estava com sono.

2)Eu estou com o coração partido porque eu amo alguém que não dá a mínima para mim.

3)Finalmente, a alma de jornalista resolveu ser mais forte.

Mesmo sabendo que os dois primeiros motivos eram os mais adequados... eu fingi que acreditava piamente no terceiro.

Aceitar a situação que eu estava com sono e que eu não sou correspondida, só me deixaria pior do que eu já estou.

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Deitei na cama.

Tentei sorrir, tentei falar que tudo ia ficar bem.

Mas como ficaria se eu vou para Sonserina?

Eu vou para o covil das feras. Eu vou ser morta lá dentro... Eu vou ser Valkiria Proust, a garota que deixa Pansy Parkinson morrendo de medo. A garota que rouba na maior cara de pau o Draco Malfoy na cara de buldog.

Ah, meu Merlim. Será que eu vou ter que roubar o Draco Malfoy?

Mas como eu vou roubar se eu gosto do... Harry?

Bom, eu só posso fazer uma coisa:

Dormir.

Pelo menos, nos sonhos eu esqueço que eu estou completamente ferrada.

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Ou não.

Até nos sonhos, Dino Thomas me assusta.

Ele aparece. Coloca a peruca em mim e diz: “Arrebenta, Weasley.”

E eu apenas o olho, não digo absolutamente nada.

Entro no Salão Principal e a primeira pessoa que eu vejo é...

Harry Potter. Tento ignorá-lo, mas enquanto eu estou passando, ele agarra o meu braço e diz, bem alto:

“GINAAA!!! GINAA!!! Por que você ta loira?”

Só que Draco Malfoy pára ao meu lado e diz:

“Se manca, Cicatriz. Essa daqui é a Proust. Não a compare com a pobretona.”

O Harry apenas bufa de irritação, me puxa pelo braço e grita para Draco Malfoy:

“Você acha que a Gina seria a nojenta da Proust? Por que ela iria querer ser a Proust?”

Só que o Malfoy me segurou pela cintura...

E nesse exato momento eu acordei.

Ta, eu acordei, berrei e coloquei a mão na minha cintura. Crente que a mão gelada (eu acho que ele tem a mão gelada) ainda estava encostando na minha pele.

Entretanto, garanto a você que, ao ver que eu estava deitada na MINHA cama, eu me acalmei um bocado. Só que mesmo assim...

Eu ainda estava em pânico.

“Algum problema, Gina?”-perguntou Hermione, abrindo as cortinas vermelhas.

“O que... o que você ta fazendo aqui?”-eu perguntei debilmente. Então, eu vi TODAS as meninas do meu dormitório me encarando, assustadas.

“Eu escutei o seu berro.”

“Hermione... o seu dormitório é no andar de cima.”

“Você berra muito alto, Gina.”-disse a garota, tentando dar um sorriso.

Mas você quer saber o que eu acho?

Que ela e o meu irmão estavam no corredor, fazendo você sabe o quê.

Só que não comentei isso. Eu sei, pelo menos, ser discreta. Apenas disse, um pouco confusa:

“Que horas... que horas são?”

“Duas da manhã.”-disse Mione, deixando escapulir um bocejo.

Bom, acho que Rony e a Mione não estão fazendo o você sabe o quê.

“Desculpa!!!”-eu choraminguei.-“Não queria fazer ninguém acordar a essa hora. Não queria mesmo. É, que o meu sonho... era um pesadelo. Um pesadelo total. Sabe aquele pesadelo que você...”

“Gina.”-disse Hermione, ela pôs a mão no meu ombro e disse.-“Pára de falar, pelo amor de Merlim.”

Fiquei quieta. Ela se sentou na minha cama e disse:

“Você poderia me falar o que você sonhou?”

“Hum... acho íntimo demais.”-eu disse, mas na verdade escapou.

Hermione endureceu o rosto levemente. Eu não poderia brigar com Hermione. Não nesse momento. Então, eu tentei consertar e disse:

“Na verdade, não é tão íntimo para a minha cunhada...”

Ela começou a se alegrar.

E eu entrava em desespero. O que eu iria falar?

A verdade?

Hahaha, até parece.

“Sabe, Hermione...”-eu disse, baixando a voz.-“Eu sonhei com o Harry.”

Ela deu um gemido. Ela sempre faz uma expressão de dor quando eu falo do Harry.

Afinal, até a Hermione percebeu que aquele pé na bunda... foi uma crueldade.

“E...?”-ela perguntou baixinho. As meninas do meu dormitório desistiram de saber o que eu tinha sonhado, então cada uma foi para a sua cama, mas eu podia escutar alguns muxoxos de indignação, mas eu não posso fazer a minha mente bloquear os meus sonhos (pesadelos) não acha?

“E a gente estava namorando. Tava tudo MUITO perfeito, só que ele me deu um pé na bunda. De novo.”

“Ahh, Gin.”-ela disse, com uma careta.-“Acho que você tem que desencanar de novo.”

“Eu não consigo. Eu não consigo. EU NÃO CONSIGO!!!”-eu berrei.

Acho que agora que as meninas do meu dormitório me expulsam. PARA SEMPRE.

“Não precisa berrar!!!”-disse a garota, alarmada.

“O que você faria...”-eu sussurrei novamente.-“Se o garoto que você AMA te fala que nunca vai dar certo?”

“Peraí.”-disse a Hermione.-“O Harry não te disse isso.”

“Ele disse ontem.”

“Ontem? Você e o Harry?”

“Nós saímos.”-sim, escapou. Eu estou contando a minha vida amorosa para Hermione.-“E... eu o beijei. Só que o Pirraça viu e...”

“Vocês entraram em pânico.”-concluiu a garota.-“Você provavelmente disse um sinto muito e o Harry te deu mais um fora.”

Apenas apertei o meu travesseiro.

“Bom, Gin.”-Hermione disse.-“O Harry ama muito você.”

Eu parei de apertar o travesseiro, para apertar o braço de Hermione.

“Como ele me ama? Como???”-e eu já a estava chacoalhando. O meu sonho? Draco Malfoy ME agarrando pela cintura? Ah, eu já estava esquecendo totalmente.-“Me conta pelo amor de Merlim.”

“Ele voltou... por sua causa.”-disse a garota.

Eu parei imediatamente de chacoalhá-la.Pude escutar Hermione falando graças, mas pouco me importei.

Apenas me deitei e com um sorriso débil repeti:

“Ele me ama. Ele voltou por minha causa.”

Sim, eu pensava que eu não o veria mais, Você sabe, minha mãe tinha me mandado a força para Hogwarts (segurança, como sempre). Só que, UAU!!!, Harry, Rony e Hermione, o trio perfeito, também resolveu voltar.

Só que eu não sabia o motivo. Eu não sabia o porquê desse retorno. E te dou um galeão se você perceber que eles não me contaram nenhum detalhe.

“Hermione.”-eu sussurrei.-“Tenha uma boa noite.”

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“Bom, eu vou explicar a sua rotina, de maneira mais clara.”

Eu bocejei na cara de Thomas e disse, exasperada:

“Pelo amor de Merlim. Você me acordou às CINCO da manhã, me arrastou até a Sede do jornal... para falar da rotina de uma missão que eu não tenho a mínima vontade de fazer.”

Fui grossa com Thomas, mas mandar uma coruja às CINCO da manhã? Fazer a criatura ficar bicando a janela até eu acordar?

Dino Thomas é MUITO problemático.

Ele me fitou sério e continuou falando:

“Weasley. Você vai começar no domingo”

“Começar o que?”

“A fingir que é a Proust.”

“Que domingo?”-eu perguntei, bocejando.-“Sabe, eu acordei no meio da noite e...”

“Eu não me importo com o seu tempo de sono, Weasley.”-retrucou Thomas.-“E é esse domingo. Você sabe, daqui há quatro dias.”

“COMO???”-eu berrei, totalmente desperta.-“Você está falando que eu vou domingo para a Sonserina e que eu vou usar uma peruca ridícula e...”

“No café da manhã, você vai voltar a ser Virginia Weasley.”-completou Thomas, rapidamente.

“E você está me dizendo que no café da manhã, eu vou voltar a ser Virginia Weasley.”-eu repeti.

Parei.

Meu cérebro começou a processar as palavras.

Então, eu disse:

“Eu não vou voltar, no café da manhã a ser Gina Weasley.”

“Você quer que o Slughorn, a McGonagall e todos os professores descubram o seu disfarce?”

Fiquei um bom tempo em silêncio.

“Thomas.”-eu falei.-“Se eu tiver algum desvio de personalidade... vai ser culpa sua, você está me entendendo?”

“Então... você não vai voltar atrás?”-ele perguntou, maravilhado.

“Não. Não vou voltar atrás.”-eu respondi.

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Por que?

Por que eu disse?

Por que eu aceitei de novo?

Por que eu não falei: sabe, Thomas, a noite passada eu estava encarnando uma jornalista... então, por isso que eu aceitei a missão, mas eu voltei a ser eu mesma de novo. Por isso, esquece porque eu não vou fazer missão nenhuma?

Por que eu não disse isso?

Ta, a resposta é completamente idiota, mas será que o Thomas não diria: ah, eu entendo, Weasley. Pode deixar que eu vou pensar em outra missão para você?

Não, ele não diria isso.

Deitei a cabeça na mesa e fiquei me lamuriando, em pensamentos, lógico.

“Gina...?”-disse Harry, me encarando.-“Você tem certeza que ta bem?”

“E por que eu não estaria?”-a minha voz saiu esganiçada.

“Você poderia me responder.”

“Sabe, quando você percebe que está entrando em uma encrenca gigante?”-eu comecei a dizer, ainda deitada na mesa.-“E quando você percebe... você não consegue sair?”

Peraí.

Eu estava falando para o Harry dos meus problemas.Ok,ok. Metade dos meus problemas... Eu não mencionei sobre a Sonserina.

E eu não vou mencionar. Nunca.

“Bom, eu tentaria sair, sabe?”-ele começou, sentando do meu lado.-“Por que se você sair... você não vai estar em nenhuma encrenca, não acha?”

“E se... eu não conseguisse sair?”-eu disse, na verdade, eu estava começando a chorar. Que vergonha que eu sinto de mim mesma.

“Acho que sentar e chorar não é uma boa solução.”-ele disse, um tanto encabulado, mas ele viu algo, ou alguém e continuou rapidamente.-“A gente se vê depois.”

Eu parei de chorar na hora.Levantei a minha cabeça e só conseguia pensar: será que ele ia ver alguém?

Alguém igual a uma menina.

Ah, Meu Merlim.

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Estou usando corretivo e base.

Bom, cheguei a uma simples conclusão.

Se eu aceitei a missão, eu vou dar o meu melhor.

Então, hoje, eu estou no banheiro, com a base e o corretivo que eu ganhei da minha mãe.

Começo a passar.

Mas quem diz que eu entendo de maquiagem? Quem diz???

Eu fico borrada e entro em desespero.

“Weasley!!!”-era Carmen, uma das garotas que me adora (sarcasmo? Não, dessa vez é sério).-“Você poderia sair desse banheiro?”

Começo a lavar meu rosto.

A maquiagem não saí.

Lavo mais um pouco. Esfrego, começo a rezar e me olho no espelho.

Estou muito melhor.

Abro a porta do banheiro, peço desculpas e Carmen diz:

“Você está esquecendo.”-e me dá o corretivo e a base.-“Por que você está usando isso?”

“Bom, acho que estou cansada das minhas sardas”- minto. Ela me olha e diz:

“O seu rosto tá manchado. Agüenta aí que eu te ensino.”

Eu tenho muita sorte.

Carmen Esperanza era uma garota cheia de cicatrizes, mas o seu rosto agora estava completamente perfeito.

Divina maquiagem, não acha?

Carmen sai do banheiro com um estojo de maquiagem... enorme.

“Você usa tudo isso?”-pergunto, com os olhos esbugalhados.

“É bom ter muita experiência.”-ela explica.-“Não entendo porque você quer esconder as suas sardas. O seu rosto é perfeito, Gina. Ele não tem tantas espinhas, nem uma cicatriz feia.”

Eu dou um risinho.

Espinhas? Bom, eu tenho sim. Só que eu estou me cuidando nesse exato momento.

E cicatrizes? Digamos que meu pai não era um louco e não quis me matar com várias facadas... no rosto.

“Se você pudesse ficar longe da maquiagem.”-Carmen suspirou.-“Ela pode entupir os seus poros... e é horrível.”

Não respondi. Ela começou a procurar o tom certo da base ou algo desse tipo.

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Eu não estava parecendo uma baranga quando eu desci para o jantar.

Os meninos começavam a virar os seus pescoços e as meninas lançavam aquele olhar de: o que essa idiota pensa que tá fazendo.

Só que eu não estava retribuindo nenhum olhar. Por que eu só conseguia procurar uma única pessoa. Só que essa pessoa não estava sentada no lugar onde ela costumava ficar. Não,essa pessoa não estava ali.

“Gina?”-perguntou o meu irmão, enquanto eu me sentava.-“O que você fez com o seu rosto?”

“Cansei das sardas.”-menti.-“Me passa o pão e me fala onde ta o Harry.”

Escapuliu. Não a parte do pão, mas a parte do Harry.

Rony deu um rápido olhar para Hermione e me disse:

“Eu também não sei onde que ele está.”-passando a cesta de pão.

Meu irmão estava mentindo. Eu sinto que ele estava.

Só que eu queria saber o por que...

Por que ele não me conta que o Harry está com outra pessoa?

“Sabe, Rony.”-eu disse.-“Se você não quer contar que o seu melhor amigo está com uma outra pessoa, eu consigo te entender.”

O meu irmão cuspiu.

Sem brincadeira, ele cuspiu e começou a tossir que nem um louco. Hermione tentou ajudá-lo dando aqueles tapas nas costas, só que ele estava tão, mais tão vermelho...

“Caralho, Gina.”-ele falou, tomando mais um gole de água.-“Por que você sempre pensa o pior?”

Motivos?

Será que eu sou meio azarada?

“Porque está na cara.”-eu disse.

“Você acha que o Harry tem outra?”-disse a Hermione, incrédula-“O que você andou bebendo?”

Confesso.

Eu sou uma pessoa insegura

Eu sofro por antecipação.

“Gina?”-disse meu irmão, meio desesperado.-“O que está acontecendo com você?”

“Por que?”-eu me sentia como se estivesse num redemoinho e eu ficava cada vez mais tonta...

“Porque você está com cara de lunática.”-disse a Hermione.-“Eu te conto o que está acontecendo, se você me contar qual é o seu problema.”

“Qual é o meu problema?”-eu perguntei, dando uma gargalhada.-“Eu não estou com problema algum.”

É, eu estava mentindo. Afinal, eu tenho que morar na Sonserina, tenho que me maquiar, tenho que trocar os meus olhos para, depois de dez minutos voltar a ser a mesma Gina Weasley.

Problema? Você acha que isso é um problema?

“Você está com problema,sim.”-disse o Rony, irritado.

“EU NÃO ESTOU COM PROBLEMA!!!”-eu me vi, berrando, do nada.

“Rony.”-disse Hermione, puxando o meu irmão pelo braço.-“Deixa que eu falo com ela.”

“Alô?”-eu disse.-“Eu tô aqui. Vocês não precisam fingir que eu sou invisível.”

“Você não é invisível.”-retrucou Rony.-“Todo mundo tá te olhando, nesse exato momento.”

Virei-me. O salão tinha parado para me observar, senti meu rosto ficar cada vez mais quente.

“Eu não sei o que está acontecendo comigo.”-eu disse, baixinho.-“Não sei mesmo.”

“Você parece meio descontrolada.”-comentou Rony, recebendo logo uma cotovelada de Hermione.

“Acho que é stress.”-Hermione disse, tentando parecer amável.

É, eu estou estressada. Eu não durmo direito, eu sou uma pessoa não amada. E eu vou para Sonserina.

Respira fundo, Gina.

Respira fundo, Gina.

Eu vou morrer.

Quatro dias para ser executada.

Quatro dias para ir para a Sonserina.

CONTINUA...

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