Temos Muito o que Viver
Temos Muito o que Viver
Minha mão saiu do calor das cobertas, enfrentou o leve ventinho que surgia não sei de onde, para derrubar o despertador que soava a fim de estragar qualquer ouvido.
Era segunda feira. Virei para meu lado direito, longe dos raios solares que invadiam o quarto e tentei descansar mais uns cinco minutos prometidos para meu sono. No mesmo momento – eu sei, tem alguém lá em cima que deve me odiar – bateram a porta. Batia constantes vezes até eu me levantar e abrir aquela maldita peça de madeira.
Era Deena, abriu um largo sorriso e entrou no quarto.
- O que está fazendo ainda de pijamas?! – Perguntou apontando para minha roupa.
- Será que dormindo seria uma resposta digna...? – Virei os olhos e tirei meu uniforme de dentro do guarda roupa. – E o que você está fazendo aqui a essa hora da manhã?
- Esqueceu que ontem você prometeu que ia me ajudar naquele assunto? – Deu ênfase a última palavra.
Parei o que estava fazendo, ergui uma das minhas sobrancelhas, mirei meus olhos em ícones que me façam lembrar até que comecei a concordar com a cabeça levemente dando um pequeno sorriso.
- Mas temos que fazer isso em plena manhã?! Você sabe como eu sou meio lerda quando eu acordo. – Fui até o banheiro, Deena se sentou na cama, distraída com Bichento que roçava na sua perna.
- Hermione, você também se esqueceu que o Ron pediu uma resposta até as dez da manhã porque ele precisa confirmar com os outros? – Virei os olhos e surgi no quarto com a escova entre os dentes e pasta saindo para todos os cantos da minha boca. Fiz um gesto de calma e enxagüei minha boca.
- Aceita, oras. – Comecei a me trocar.
- Parece que você não entende! Garotas como eu nunca são convidadas para essas tais festas aí.
- Olha, - Me aproximei e me abaixei a sua frente. – garotas como você não ficariam assim por ser chamada pra essa tal festa da Gina, estaria super empolgada! E ainda mais, indo com o Ron. – Um leve sorriso apareceu no meu rosto. – Idiota daquela que recusar. – Me levantei um pouco frustrada comigo mesma, voltei até minhas roupas e terminei de colocar minha gravata.
- E você?
- Eu o quê? – Me olhava no espelho de corpo inteiro com uma expressão cansada.
- Gina... te convidou? – Dei uma risada gostosa.
- Até parece, né? Gina me odeia! Assim como eu odeio ela. – Terminei com aquele nó chato e coloquei minhas sapatilhas.
- Não sei, ela podia te convidar, por que não? – Tinha um leve sorriso esperançoso nos lábios.
- Sem chances. Eu não a convidei para a minha festa de aniversário, por que ela me convidaria para uma festa dela?
Sei lá o que eu senti aqui dentro. Eu sabia muito bem que não era pena, muito menos dó de alguém. Talvez um arrependimento bobinho de ver as conseqüências dos meus atos no passado. Mas relevando essa minha 'culpa sem motivo', Gina não dá as melhores festas, pode ter certeza.
- Como eu disse: não sei. – Levantou-se e foi até a porta vendo que eu já estava quase pronta.
- 'Pera, a maquiagem! – Voltei para dentro do banheiro, passei uma leve maquiagem instantânea e corri para fora com Deena.
Dentre todas as chances que eu – um dia – poderia ter de ser convidada para uma festa de Gina Weasley, foram pro esgoto naquele dia no trem. Sabe, não que eu nutra uma vontade de apertar as mãos, me ajoelhar no chão e implorar perdão entre lágrimas, não, não é isso. É um tipo de 'por que eu fiz tudo isso?'.
Por que decidi que não ia passar mais por cima de ninguém? E aquilo foi uma passada por cima de alguém?! Francamente, ela que levou tudo pelo lado mais sombrio. Eu apenas a repreendi, ela que se achou no direito que montar um clã contra mim.
E também, nunca vi, ouvi, soube da existência, de um dia, Gina Weasley dar uma festa. Legal que deve ter levado suas duas semanas apenas para preparar, soltou com uma semana antes do acontecimento, mas eu acho que ela não leva muito jeito para a coisa. Não que eu leve, lógico, mas, convenhamos, a minha festa de aniversário, foi uma das melhores.
E agora isso. Deena ia com Ron, aqueles dois parecem que finalmente poderiam, pelo menos, dar uns beijos e depois fingir que nada aconteceu. Essa loira está aos pés desse ruivo, ele que é muito lerdo para não perceber. E pelo jeito, não irá mais haver meu 'encontro' com McLaggen. A festa é na sexta! Lógico que ele irá.
Tudo bem, o fim de semana está aí e Hogsmeade pode me salvar.
Ao descermos as escadas das masmorras, percebi que havia uma agitação a mais naqueles corredores. Ah, Meu Merlin, que não seja a chegada de Dumbledore. uma súplica a mais não faz mal a nenhum santo. Meu estômago começou a dar cambalhotas quanto mais perto do Salão Principal eu chegava. Deena me contava algumas coisas e eu nem ouvia. Estava indo para o juízo final.
Prepare-se, Hermione, para uma manhã inteira no escritório de Dumbledore.
Pare de ficar fazendo auto recomendações! Olha, de novo! Quando a Hermione de fora começa a brigar com a Hermione de dentro, nunca sai alguma coisa boa. Dane-se. Ao pisarmos no Salão Principal, a sineta tocou. O sonho de bombas de chocolate, fios de menta, suco de abóbora, pedaços deliciosos de pães, bolos e rocamboles estavam se distanciando aos pouco conforme Deena ia me arrastando para fora dali. Com o bichinho da fome devorando meu estomago, migrei sozinha para a minha primeira aula.
Astronomia. Por que tinham que fazer uma torre tão longe do chão? Pensava inutilmente enquanto subia as escadas com mais alguns alunos apressados.
Nem me dei o trabalho de subir todas as escadas; Alguém acabou chamando meu nome e dizendo que era para eu dar prioridade ao pedido de Dumbledore: ir a sua sala agora mesmo. Eu sei muito bem que o pobre aluno do primeiro ano, que veio me dar essa notícia, não tinha culpa de nada, mas se ele rolasse acidentalmente das escadas, não seria minha culpa! Quem manda Madame Malkin errar o olho e fazer suas vestis um pouco mais longas do que de costume?! Que acidente delicioso.
Acorde, Hermione. Vamos, Dumbledore está a sua espera. Parei de encarar com um ar maléfico a face redonda daquele menino e desci as escadas agradecendo. Descendo as escadas, pensei em todas as possibilidades de fuga que havia naqueles corredores.
Mais à frente, uma passagem para o jardim, roubaria uma vassoura no armário ao meu lado e sairia de lá. Também, há dois passos da sala de troféus, tinha uma passagem que dava para perto de Hogsmeade. Harry que me mostrou. Fugir era a coisa mais fácil. Mas você era Hermione Granger, tinha que encarar qualquer problema de frente.
Qualquer problema, não um bruxo enfurecido porque seu aluno morreu nos corredores e você foi culpada indiretamente! E aquele colar ainda estava em meu poder. Poderia xingar Tonks com qualquer palavrão ou ofensa que viesse em minha cabeça, mas vamos dar tempo ao tempo. Será que chamou Harry também? Ah, lógico. O que Harry Potter não participa nessa escola? Esqueço dos detalhes que me colocou nessas linhas mortais.
- Entre, senhorita Granger! – Nem tinha percebido o quão rápido eu tinha chegado em frente a porto do Escritório de Dumbledore. Juntei as duas mãos geladas e suadas de medo e olhei o esquadrão que tinha naquela sala.
Em pé, em frente a sua cadeira, Dumbledore num semblante nervoso e cansado, Minerva estava ao lado da mesa, mãos juntas largadas numa expressão aterrorizada. Snape estava lá também, no seu jeito imponente ficava do outro lado da mesa.
Vi também Hagrid ao canto da sala, reconheci Tonks – aquela estava em todos os lugares – ao lado de Moody – outro que não perdia uma. Achava que tinha acabado, ao ver a cabeça de Harry por detrás das duas cadeiras colocadas especialmente para nós em frente à mesa de Dumbledore. Ajeitei minha bolsa em cima do ombro e fui pras cabeças.
Sentei-me jogando um olhar assustado em cima de Tonks. Ela tinha entendido, mas nada podia fazer. Dumbledore sentou-se, Minerva deu uma respirada fina e troquei um olhar com Harry. Sabe, não tinha muito que se dizer ali. Poderíamos ficar nos encarando por horas, apenas deliciando esse momento terrível. Pensei que o primeiro a se manifestar, fosse Dumbledore com sua chuva de ironias e frases sem sentido, mas foi Hagrid, sim, o nosso gingante Hagrid.
- Professor, o senhor não acha que Harry e Hermione têm alguma coisa a ver com tudo isso, não é mesmo? Eles não têm motivos para essa atrocidade! – Desejava que ele ficasse em silêncio, acho que melhoraria nossa situação.
- Hagrid, se acalme. – Pediu o velho bruxo. Sentava naquela cadeira de uma maneira totalmente confortável, levou um cotovelo até o encosto para braços e, com as pontas dos dedos, acariciou sua barba. – Não estamos julgando que eles tenham algum envolvimento grave nesse assunto...
- Eles foram os únicos que não tomaram a poção. – Dedurou Snape, a voz sombria surgindo do nada.
- Foi um pedido nosso. – Moody se colocou à frente de Tonks, quase caiu em tentar subir os degraus para a mesa de Dumbledore, queria ver o amigo um pouco mais de perto. – Isso é totalmente imprudente, Alvo! Ele colocou poções de esquecimento em todos os copos e ofereceu um brinde... Isso não é coisa que se faça numa escola e ainda mais em crianças de onze anos de idade! – Demonstrava toda a sua raiva num murro que deu na mesa, à frente de Harry que engoliu seco como eu.
- Eu também não achei uma idéia totalmente prudente, Alastor, mas ele era o diretor no momento, ele tomou a atitude que lhe coube melhor.
- E por que mandou que apenas eles não tomassem? – Perguntou Minerva interessada. Tonks soltou o ar que prendia e olhou para mim erguendo uma das sobrancelhas e abrindo um leve sorriso.
- Para que houvesse testemunhas.
- Testemunhas? – Perguntou Snape desconfiado.
- Que testemunha melhor para um caso totalmente esquisito do que um dos melhores amigos e a ex-namorada? – Não é possível, eles pensam em tudo.
- Sim, claro. – Soltou Dumbledore parecendo satisfeito, apoiou-se na mesa, juntando as mãos e olhando integralmente para mim e Harry. – Parecem que todas suas dúvidas foram solucionadas, nenhuma pergunta da parte de vocês? – Abri a boca para já soltar uma pergunta como desculpa, mas Harry foi mais rápido.
- Isso não tem nada a ver com Voldemort, não é? – Era tão comum dizer esse nome, Harry já estava acostumado.
- Tudo indica que não. – Soltou Tonks surgindo de trás de Moody, erguendo uma das mãos. – Com licença, professor, será que eu posso roubar a Hermione por um minutinho? – Tinha um leve sorriso. – É importante. – Santa Tonks.
- Se não pode esperar, tudo bem. – Fez um gesto em direção a porta que se abriu. Tonks me pegou pelo braço e saiu sorridente dali. Eu não entendi nada, mas amei.
- Sabia que eu queria escutar...? – Perguntei ironicamente, quando a porta se fechou.
- O colar. – Esticou a mão parando a minha frente.
- Você acha mesmo que eu o usarei de novo? – Era óbvio que não.
- Ótimo, então me leve até ele. – Descemos as escadas do escritório e começamos a rumar até meu quarto.
- O que será que eles irão debater lá dentro?
- É Harry Potter! – Riu gostoso. - Voldemort, coisas sombrias, a ligação de Harry com tudo isso... Coisas do tipo, você já deve estar cansada de saber, não é? – Ri. - Eu te tirei daquela repetição toda.
- Harry sabe? – Ela negou com a cabeça aproveitando para mudar a cor do seu cabelo para verde.
- E quem é louco de contar para ele? – Riu. Não achei muita graça, era um assunto um pouco sério e Harry não sabendo, vai dar treta quando ele souber. – Quanto menos pessoas souberem, muito melhor.
- É, concordo. – Abaixei meu olhar.
- E aí? Tá namorando? – Como o caminho era um pouco longo, ela gostava de puxar assunto desses tipos.
- Não. – Fiz uma expressão confusa e óbvia.
- Mas está de olho em alguém, não?
- É. – Soltei para não deixá-la dar continuação a conversa.
- Quem é? – Perguntou animada. Errei, não deveria ter respondido.
- Te interessa? – Perguntei cruzando os braços.
- É lógico que me interessa! – Sorriu largamente. – Quem é, hein? – Não respondi, evitava olhar para ela e sair logo contando que era o McLaggen. – Oh! Não acredito! O McLaggen?! – Arregalei os olhos e olhei para ela. – Eu sabia! – Riu e deu algumas piruetas parando na minha frente, andando de costas. – Sabe, não que eu me meta nesses assuntos, mas ele é o garoto mais cobiçado de Hogwarts! – OK, agora fala para eu usar minha calça pantalona, que eu sou um broto e nosso encontro será supimpa!
- Tonks, menos. – Virei os olhos.
- Agora, você acerta de namorado! – Fez um sinal de positivo e sorriu para mim.
- Por que agora eu 'acerto de namorado'? Quer dizer que eu não acertei até agora?! – Ela riu.
- Vamos fazer uma viagem panorâmica pelos seus relacionamentos: - Passou uma mão no meu ombro e continuamos nosso caminho. – Krum, velho de mais. MacMillan, um perfeito idiota. Córner, um safado. David, teve seu fim. – Que horror. – McLaggen é o seu número! – Sorriu ainda mais.
- Tá bem atualizada, não? – Estava começando a ficar aborrecida. Todos sabiam da minha vida! Todos! E quando eu falo que é uma perseguição: Não, Hermione! Que isso, tá ficando louca! - Tá, que ele seja lá o meu número, eu duvido que saia de alguns beijos... É assim com todos!
- Lógico, você se cansa deles! – Cruzou os braços. – Você caça o momento perfeito, o dia perfeito, termina tudo quando cansou de mostrar que o ama e dá um jeito de sempre ficar por cima, como uma exterminadora.
- Exterminadora é uma palavra muito forte. – Tentei desconversar.
- Fala se tudo isso que eu disse não é verdade? – Riu com meu silêncio surpreso.
- Que seja verdade! Mas se eu for ficar com o McLaggen, eu vou deixar bem claro que só namorando sério e que dure mais do que os outros. – Cruzei os braços num ar decidida.
- Se não se cansar antes... – Mandei que ficasse quieta e logo chegamos ao meu quarto. Rapidamente, peguei a caixinha e joguei em suas mãos. – Tá aqui?
- Lacrada com um feitiço que só eu posso tirar.
- Lendo livro de feitiços avançados de novo? – Caiu nos ombros analisando a caixinha e vendo se não conseguia abrir mesmo.
- Uma olhadinha só. – Sorri sem jeito. Balançou e ouviu o barulho que vez batendo nas paredes da caixa.
- Ótimo, muito bom trabalho. – Sorriu. – Mas – Odiava esses 'mas'. – irá com a gente tirar esse feitiço, não é? Não podemos abrir isso aqui em Hogwarts!
- Justo agora? Eu vou ter que me explicar com Minerva por não ter ido numa penca de aulas vespertinas! Ela vai ficar no meu pé, não irá deixar eu sair.
- Ela não precisa saber. – Sorriu.
- Tonks, chega de me ferrar. – Fiz um gesto de basta e fechei a porta antes que alguém escutasse. – Olha, eu já roubei esse maldito pra vocês, ele está bem guardado aí, ele pode até ser uma prova de um crime, ou o causador, mas não vem ao caso, OK? Não podem esperar até o natal quando eu for pra lá? – Ela me olhou achando um absurdo.
- Isso tem que ser levado para estudos! – Corri até a minha cabeceira de cama, arranquei tudo que lá dentro tinha e ajeito algumas folhas de pergaminho, umas dez para ser exata. Todas escritas ao meu punho, eram as coisas importantes que tinha encontrado sobre aquele colar. – Você descobriu tudo isso? – Seus olhos percorriam cada linha, cada página.
- Deu um trabalhão, sabia? – Cruzei os braços. – Olha, se baseie nisso aí. Eu não irei sair de Hogwarts até o natal. – Estava completamente determinada.
Tonks me olhou cansada. De dentro da sua pequena bolsa, tirou alguma coisa que eu nem conseguia ver, um saco invisível. Era grande para caber a caixinha, e os papeis sem amassá-los. Tudo sumiu, o saco era mágico, lógico.
- Faça como quiser. – Soltou aborrecida. Abri um sorriso e abri a porta para sairmos.
- Juro, no natal eu irei com o Harry e Ron!
- E a Gina, não se esqueça. – Virei os olhos. – Ela é a namorada do Harry.
- Não estraga meu dia, tudo bem?! – Disse chateada. Tonks abriu um sorriso malicioso e assim ficou até pegarmos os corredores mais rápidos para a sala de Dumbledore.
- Você é caidinha pelo Harry, não? – Todos percebiam, era perturbador.
- Lógico que não, eu e Harry estamos mais afastados do que nunca! – Reclamei soltando o ar que prendia.
- Isso não impede seu amor pelo moreno, Hermione, não tente esconder. – Abri a boca para protestar, mas continuou: - Você adora quando as pessoas falam isso, você se sente ainda melhor. – Riu.
- Pára, OK? Será que tiraram o dia para atazanar minha pobre vida? – Coloquei as duas mãos no peito e fingi que tinha sido afetada brutalmente com essa notícia.
- E se a Gina não for? – Ergueu uma de suas sobrancelhas.
- É certeza que a cenoura irá. Deixar Harry a solta comigo na mesma casa? Com cama, mesas, qualquer lugar sólido onde eu possa se tornar 'senhora Potter' e não ela? – Ri, mas ri tão gostoso que tive que colocar as mãos no abdômen para parar de doer.
- Do jeito que você fala, parece ser uma canibal.
- Não, não sou uma canibal, Tonks. Apenas seguro o que eu quero com unhas, dentes e um pouco de charme! – Pisquei e sorri largamente.
- Querida, tenho que aprender com você... – Rimos. – OK, desbanca a perua faminta sexualmente e encara a sensata. – Começamos a subir as escadas para a torre de Dumbledore, mas fomos pegas de surpresa com a saída de Harry, seguido por Moody xingando tudo e todos.
- Eu juro! Eu juro que ainda acabo com aquele idiota com a protuberância! – Disse Moody grosseiramente, atropelando eu e Tonks descendo as escadas rapidamente.
- O que deu nele? – Perguntou Tonks a Harry, apontando para trás.
Eu estava tão doido que não reconheci.
The fire burning in her eyes,
O fogo queimando em seus olhos,
The chaos that controlled my mind,
O caos que controlava minha mente,
Whispered goodbye and she got on a plane.
Sussurrou adeus e entrou num avião.
Never to return again
Para nunca mais voltar
But always in my heart.
Mas está sempre no meu coração.
- Snape. Ele quase fez um interrogatório digno de seções de tribunais da magia. – Estava aborrecido como o bruxo manco. – Não perdeu nada. – Deus dois tapinhas em meus ombros que me fez jogar olhares em cima de Tonks.
- Vai devagar, cicatriz. – Peguei no capuz de suas vestis. – Cabeças rolaram? – Coloquei as mãos na cintura.
- Você acha que – Pegou nos meus cotovelos e me conduziu até as escadas. – o melhor lugar para- – começou a descer as escadas comigo.
- Que é isso?! Me solta! – Meus olhos cresceram.
- Se discutir isso, é em frente da sala de Dumbledore? – Descemos as escadas e ainda continuou me empurrando. Tonks ria, disfarçava colocando a mão no rosto, apenas nos seguia.
- Me solta! – Me soltei com brutalidade e parei a sua frente. Arrumei minha bolsa em cima do meu ombro e a gola da minha camisa que estava incomodando meu pescoço. – Então?
- Cicatriz? – Soltou quase rindo. – O que deu em você em me chamar assim?
- Irá contar ou não? – Cruzei os braços segurando alguns livros.
Esse amor me deixou abalado,
She said goodbye, too many times before.
Ela disse adeus muitas vezes antes.
and her heart is breaking in front of me,
O coração dela está partindo na minha frente,
I have no choice cause i won't say goodbye anymore!
Eu não tenho escolha, não vou mais dizer adeus!
- Não aconteceu nada de mais. Dumbledore não tá nem aí pra gente e porque a gente não tomou a maldita poção. – Voltou a andar, Tonks apenas observava. Em passos curtos, andei ao seu lado, querendo protestar e saber mais detalhes, mas era breve em suas resposta que estava começando a me dar nos nervos. – Hermione, nada de mais aconteceu!
- Aconteceu, sim! Naquela sala foi discutido um assunto de suma importância, Harry! Pelo amor de Deus! Não deve ter ficado só nisso! – Ele parou e ergueu um dedo na altura do meu nariz.
- Você não tem mais nada a ver com isso. – Abaixei seu dedo e quase o torci. – Relaxa, você não está encrencada. – Caí nos ombros.
- Harry, querido, você nem sabe da metade! – Surgiu Tonks colocando uma mão em seu ombro e a outra apertando seu nariz.
Meu queixo caiu, meus olhos cresceram e uma vontade de matar aquela metamorfoga aumentou dentro de mim.
- O que eu não sei nem a metade? – Sorriu seu jeito olhando para ela e depois para mim.
- Hã, nada, absolutamente nada! – Peguei em seu braço e o arrastei para longe de Tonks. – Então, e você?
- Sempre sobra pra mim. – Sorriu sem jeito e assim retribui. Uns olhares um pouco bobos e encabulados, lembrando daquela manhã constantemente.
- Irá passar a semana de natal conosco, não é Harry? – Passou a mão pelo meu ombro e apoiou em mim, tirando o encanto da cena romântica.
- Lógico. Irá também? – Concordei sorrindo. – Posso levar Gina? – Tonks fechou seu sorriso e olhou dos lados.
- Sabe o que é, Harry... Nós esperamos apenas três pessoas, não quatro, entendeu? – Meus olhos se arregalaram novamente.
Eu fiz de tudo pra saciar o apetite dela,
Keep her coming every night.
Fazê-la chegar ao orgasmo toda noite.
So hard to keep her satisfied,
Difícil deixá-la satisfeita,
Kept playing love like it was just a game.
Continuava brincando de amar como se fosse apenas um jogo.
Pretending to feel the same
Fingindo sentir o mesmo
Then turn around and leave again.
Para então dar a volta e sumir de novo.
- Ah, tudo bem. Ela irá entender. – Sorriu satisfeito do mesmo jeito. – Eu vou indo, tenho aula, e você também. – Passou por nós.
- Artes das trevas? – Concordou. Íamos dividir o período, que emocionante. – Já estou indo, vá na frente.
Quando Harry sumiu dos nossos olhares, me virei para Tonks que rolava de rir.
- Vai, continua a rir mesmo. – Cruzei os braços e a olhei com desprezo. – Fez isso de propósito!
- Lógico! – Riu mais uma vez. – Aproveita! – Sorriu maliciosamente.
- Você me dá medo, isso sim. – Tomei o rumo para minha sala de Defesa Contra as Artes das Trevas.
Em passos rápidos, consegui encontrar com Harry. Para falar a verdade, ele que encontrou. Não tinha notado onde estava. Me chamou voltando mirar seu olhar no céu. Debruçado no parapeito da janela, abriu um leve sorriso.
- Apesar de tudo que aconteceu esses dias, parece estar tão calmo. – Olhei para o horizonte.
Um leve sol, naquele clima de outono quente.
- Eu também acho. – Mordi o lábio inferior. – Calmo até de mais. – Fechei meu sorriso aos poucos.
Harry tinha me pegado com uma brutalidade só, me jogou contra a parede, passou a mão pelo meu corpo antes de grudar sua boca, já aberta, na minha. Queria me engolir em um beijo só. Podia sentir isso com a intensidade que me beijava. Um beijo desesperado, romântico e doce ao mesmo tempo. Também era quente, voraz e tentador a qualquer garota. Lentamente, desceu a mão para minha coxa, erguia minha saia sem perceber. Sua mão era leve, era tudo de bom.
Esse amor me deixou abalado,
She said goodbye, too many times before.
Ela disse adeus muitas vezes antes.
and her heart is breaking in front of me,
O coração dela está partindo na minha frente,
I have no choice cause i won't say goodbye anymore!
Eu não tenho escolha, não vou mais dizer adeus!
- Hermione? Está acordada? – Perguntou rindo. Um devaneio.
- Desculpe. – Sorri sem jeito. – Um pouco longe. – Bem longe.
- Ainda temos alguns minutos. – Olhou no seu relógio e pulso e comprovou. – Dez, para ser exato.
- Muitas coisas podem acontecer nesses dez minutos. – Abriu um pequeno sorriso malicioso ainda com seus olhos mirados na frente. – Oh, eu disse isso alto? – Onde eu estava com a cabeça?!
- Bem alto. – Riu olhando para mim.
- Que vergonha... – Fiquei de costas para aquela paisagem, encostei minhas costas nas paredes e cruzei os braços.
- Quando Parvati volta?
- Hoje. – Fui breve. – E você e a Gina? – Me olhou erguendo uma sobrancelha. – O quê...? Não posso perguntar mais?!
- Vindo de você, parece mais uma provocação. – Virei os olhos.
- Eu apenas perguntei! – Ri cruzando os braços. – Algum problema em perguntar? – Num leve sorriso, pegou no meu braço e começou a me arrastar até a sala.
- Todos possíveis. – Aborreceu-se.
- Ah, estão numa crise! Eu sabia! – Dei uma risada convencida ainda sendo levada por ele. – Não querendo bancar a psicóloga de casais encalhadona, mas – Ri parando a sua frente e erguendo um dedo para demonstrar meus pensamentos. – isso é um reflexo que vocês não combinam! – Rolou os olhos algumas vezes e voltou a andar, agora me deixando ali. – Sem querer também jogar areia no seu fogo mas Gina é uma garota que não suporta apenas um homem. – Cruzei os braços e fiquei ao seu lado. – Como você também demonstrou não ser um homem de uma só mulher. – Ri.
- E serei crucificado por isso-
- Até que a terra o cubra. – Sorri maldosamente segurando em seu braço. – Você é um cara de sorte, Harry.
- Um cara de sorte? – Riu. – Como posso ser um cara de sorte sendo: órfão, tem um paranóico maldito querendo me matar, minha namorada não quer saber de sexo e tem uma outra louca que só falta me agarrar na frente de todos?! – Arregalei os olhos e levei as mãos a boca.
- Então é isso: greve de sexo. – Soltei ainda mais abismada. – Gina é uma idiota! Eu não posso acreditar nisso! Não mesmo! Não dá, sabe? É praticamente irreal, é- gaguejei olhando para os lados. – é esquisito. – Não achei palavra melhor. – Cara, tem meninas que moveriam montanhas apenas por um olhar a mais seu, tem garota aí que sonha todas as noites com você apenas sorrindo! Ainda tem umas loucas que tentam pegar alguma peça de roupa sua para ver se algum feitiço das trevas consegue te amarrar ao pé dela! – Ri ainda achando um absurdo. – E sua namorada com esse doce todo?! Pelo amor de Deus!
Vou remendar o que está despedaçado,
Repair your broken wings,
Consertar suas asas quebradas,
And make sure everything's alright.
E me certificar de que está tudo certo.
My pressure on her hips,
Minha pressão sobre seus quadris,
Seeking my fingertips To every inch of you
Percorrendo cada parte de seu corpo com as pontas de meus dedos
Cause I know that´s what you want me to do.
Porque eu sei que é isso que você quer que eu faça.
- Essas 'garotas' seriam você? – Cruzei os braços e ponderei.
- É, em partes. – Sorriso sarcástico já. – Não fico atrás de peças de roupas sua, fica tranqüilo. – Dei duas batidinhas em seu ombro. – Agora me fala: por que a Gina tá negando o seu amor?
- Você vem perguntar para mim...? – Soltou o ar que prendia e olhou dos lados. – Olha, eu nem sei porque eu disse isso para você, você não tem-
- Absolutamente nada a ver com isso, conheço seu discurso. Mas estou tentando ajudar! – Sorri largamente.
- Ajudar? Você quer mesmo que eu-
Esse amor me deixou abalado,
She said goodbye, too many times before.
Ela disse adeus muitas vezes antes.
and her heart is breaking in front of me,
O coração dela está partindo na minha frente,
I have no choice cause i won't say goodbye anymore!
Eu não tenho escolha, não vou mais dizer adeus!
- Não! Não termine essa frase! Lembra do papo de não colocar coisas na minha cabeça? Então, não. Definitivamente, não. – Harry riu.
Mesmo estando totalmente desesperada para que ele logo termine de brincar de 'salada' e tenha algo sério comigo, eu ainda o fazia rir, ria da minha incapacidade de se manter a calma quando estou ao seu lado. A sineta tinha acabado de tocar. Ainda tinha um período com aquele cara, ainda tinha que ficar agüentando ele. Ficaria a eternidade agüentando aquele idiota, eu sabia disso, estava reclamando para mim mesma porque sou uma imbecil.
- Hermione! – Acenou Kim num sorriso largo do outro lado do corredor. Fui até ela deixando Harry ir com Ron.
Nossos caminhos quase se separaram, e nos voltamos a nos encontrar apenas dentro da classe. Alguns olhares tortos, alguns sorrisos um pouco sem jeito. Teve até uma coisa que Ron disse que nos fez rir. Isso tudo sentados um de cada lado da sala. Mesmo estando distantes, estávamos nos sentindo um perto do outro.
Ao terminar todas as aulas matinas, me dirigi com Kim, Deena e Verônica até o dormitório. Segundo Madame Pomfrey – que acompanhou a vinda de Parvati para Hogwarts – ela estaria no dormitório repousando. Quando entramos, vimos aquela garota já demonstrando estar totalmente curada, arrumando suas coisas e tendo uma pequena discussão com Romilda Vane.
- Tá bom, Romilda, apenas saia da minha frente! – Parecia estar bem aborrecida.
- Idiota, não vê que ela acabou de chegar do hospital? Pára de ficar atazanando a vida dela! – Soltou Kim se colocando na frente de Parvati.
Romilda bateu os calcanhares e sumiu de nossas vistas, sumindo do quarto também. Demos aquele caloroso abraço comunitário na nossa amiga e já a colocamos por dentro de todos os acontecimentos que rondava aquela escola.
Eram mais de três da tarde. Nos divertíamos com alguns doces que Parvati tinha ganhado de algumas outras pessoas de Hogwarts, virávamos folhas de revistas e jornais. Fazíamos tudo que nos cabia bem.
- Souberam da nova? – Perguntou Verônica num largo sorriso.
- O quê? – Disse com a boca cheia de tortinhas de caramelo.
- Parece que David Scott foi transferido. – Por que eu perguntei?! – Cara, ninguém viu ele depois de sábado! Todos os amigos dizem que ele sumiu, do nada, e levou a Fibby junto. – Um aperto bateu bem fundo. Mastigava lentamente, com os olhos mirados no chão. Às vezes, doía ninguém saber de tudo que acontece comigo.
- Que pena... – Soltou Kim um pouco tristonha. – Eu gostava mesmo dele. E você, Mione? – O assunto virou-se para mim novamente.
- E-eu? – Gaguejei com a boca limpa de qualquer coisa. – E-eu, bem-
- A Hermione não sente amor por ninguém além do Potter. – Brincou Parvati rindo com todas as outras.
- E junto com tudo isso, o seu incrível humor voltou? – Tinha me deixado aborrecida. – Sabe, se fosse para fazer essas brincadeirinhas, o hospital seria uma boa casa para você. – Todas me olharam estáticas. O silêncio acalentou aquele lugar como a boca de todas ali. Parvati me olhava com olhos de espanto, terror, sei lá. – Sabe, tem muita gente cuidando da minha vida.
- Hermione, me des-
- Como você, Parvati, a vida é minha. Quem eu amo, quem eu odeio, cabe apenas a mim e mais ninguém.- Ainda me olhava com aqueles olhos aterrorizados. - Eu tenho mais o que fazer. – Me levantei daquele chão um pouco duro, peguei minhas coisas e não dei um tchau, até logo ou adeus, apenas virei as costas e continuei meu caminho.
Posso ter sido um pouco grossa de mais, mas sempre que tocavam nesse assunto, tanto quanto David quanto Harry uma pequena revolta nascia aqui dentro e quando me dava conta, já tinha falado. Isso tem acontecido muito, eu preciso trocar meu filtro.
Desci as escadas e me deparei com Gina em plena Sala Comunal da Grifinória, estudando com Harry, Ron e Jane. Sabe quando todos perdem a educação, param o que estão fazendo e ficam de encarando? Coisas assim, acontecessem quando você acaba tropeçando no ultimo degrau e indo ao chão.
Foi humilhante, Gina soltou uma leve risada com Jane. Uma mão se estendeu para mim, tudo para completar. Era de Antonio, uma mão de anjo, assim como a defini. Ajudou-me, pegou minhas coisas e perguntou se eu estava bem.
- Estou bem, obrigada mesmo. – Sorri.
- Nos vemos por aí. – Acenou jogando um olhar no centro da sala onde ainda Gina e Jane faziam comentários cínicos e riam.
Como um pimentão, saí daquela sala. Era totalmente desconcertante ser humilhada daquele jeito, e tive que ter uma mão de fora para me ajudar. Lógico, não esperava que Harry fizesse o que Antonio fez, mas...
Descendo as escadas principais em passos duros, observava cada pessoa que passava por mim. Parecia que podia ler cada pensamento. Dentre um grupo de CDFs, assuntos sobre a metafísica bruxa e as mais conceituadas matérias. Num grupo de garotas, garotos. Num grupo de garotos, garotas e quadribol, lógico.
Como mudei de grupo... Ficou tão aparente que doía apenas de pensar. Dane-se, quem está ligando. Os únicos que tinha que dar satisfação dos meus mais loucos atos, eram meus pais. Como agora vivo sem eles, a única pessoa que deve esperar uma explicação, sou eu mesma.
Passaria pelo jardim, espairecer um pouco é sempre bom. Estava repleto de alunos. Cada palavra que escutava, sentia uma vontade de socar o dono da voz. Era incrível, estava transbordando raiva e não sabia canalizada. Sentei de frente para o lado e a casa de Hagrid.
Lá estava aquele grandão, pegando seu machado e indo para a floresta. Lenha. Num leve sorriso me levantei, ajeitei a bolsa no ombro e me certifiquei que ninguém estava me seguindo. Chamei seu nome em meus passos rápidos até parar e acenar para mim.
- Está indo cortar lenha? – Perguntei um pouco desconcertada, arrumando minha bolsa e meu cabelo que caia no rosto.
- Oh, irei sim, Hermione. – Sorriu. – Está- - Hesitou minguando o sorriso aos poucos. - querendo alguma coisa? – Pisquei algumas vezes e mostrei os dentes num largo sorriso fazendo o gigante arregalar os olhos.
- Tem certeza?
Estávamos numa clareira. No centro, um toco de árvore enorme como base para cortar o resto.
- Lógico que sim, Hagrid! Tenho que descontar minha raiva em alguma coisa, antes que desconte em alguém! – Estava terminando de erguer as mangas e prender o cabelo. Já tinha ido sobretudo, suéter, gravatas, anéis e pulseiras.
- Sabe mexer num desses? – Concordei sem paciência pegando o machado de suas mãos. – Tem mesmo certeza, Hermione? Você pode se machucar feio.
- Hagrid, relaxa. – Soltei apoiando o pesado machado naquele tronco e olhando em volta. – Então, o que temos para hoje? – Sorri. Aquele gigante não estava acreditando que uma garota totalmente delicada como eu, soubesse cortar lenha.
Meu pai me ensinou de tanto eu ficar enchendo seu saco quando eu tinha meus dez anos. Hagrid colocava o pedaço de madeira e dá-lhe machado separando aquilo em dois. Era totalmente relaxante. Fazia isso em constantes movimentos, com alguns gemidos de força e impressionando Hagrid.
- Por que está com tanta raiva? – Mais um separado em dois, esse voou longe.
- Sabe o assunto mais comentado entre os professores?! – Fiz uma ironia.
- Ah, Davi-
- É! Isso aí mesmo! – Separei mais uma, depositando raiva e suor.
- Mas, achei que estava tudo resolvido.
- E está! – Quebrei mais um. – Mas – e mais um. – as pessoas ficam me lembrando e eu fico me sentindo totalmente culpada! – No último, tive que tirar o machado com força daquele tronco.
- Culpada? – Perguntou pegando as lenhas jogadas longe, um tempo para descansar. Sentei-me ao lado do machado e joguei as mãos sobre as coxas.
- Me expressei mal, apenas isso! Eu fui namorada dele! Isso me deteriora por dentro! – Coloquei a mão no peito. Minha respiração estava totalmente acelerada, meus pulsos doendo e uns fiozinhos chatos atrapalhavam minha visão. – Olha, é duro todo mundo esquecer um cara e só você lembrar! – Me levantei e peguei o machado, andando de um lado pro outro.
- Vocês deveriam ter tomado.
- E esquecer de tudo isso?! Nem ferrando, Hagrid! E você sabe como o Harry é orgulhoso, ele nunca aceitaria nada do Snape. – Deixou mais um tronco de árvore, com as duas mãos grudadas no machado, quase voou na cabeça de Hagrid. – E tem o Harry! O meu outro grande problema! – Andava de um lado para o outro esperando que ele reponha.
- Problema? Como assim um problema, Hermione? – Machadei aquele tronco em quadro pedaços rapidamente, era muito grande.
- Problema, Hagrid! Sabe, você já notou que eu sou afim do Harry, eu- parei de falar para acabar com mais um. – eu me sinto totalmente completa quando estou com ele. – Um sorriso bobo nasceu no meu rosto. Sentei encostando as costas no machado fincado no tronco. Abri um botão da minha camisa e a tirei para fora da saia. – É idiota, eu sei! Mas não posso viver um amor impossível?
- Mas nunca será impossível! – Com mais raiva, acabei com mais um.
- Lógico que sim! Tem a idiota da Gina no meu caminho!
- Harry não irá casar com a Gina, Hermione, francamente... – Aquele gigante estava me surpreendendo.
- Como você sabe? – Com as pontas dos dedos, tirei os fios de cabelo que estavam em cima do meu olho.
- Está na frente de todos, debaixo de cada bigode, de cada nariz. – Sorri.
- Tomara que ele pense – Era o último, graças a Deus. – como você.
Hagrid ficou para organizar toda aquele lenha. Eu tinha que ir, estava dando minha hora. Podia ver que o sol estava quase se pondo e eu necessitava de um banho. Com as mãos vermelhas, a saia preta totalmente suja como a camisa branca de terra, ferragem e poeira, subi o pequeno morro e entrei no castelo uma nova pessoa. Torcia por nenhum professor me ver assim, muito menos McLaggen, imagina só! Eu, imunda que só vendo, encontrando ele nos corredores. Que romântico.
Entrei no quarto e joguei minhas coisas no chão, me olhei no espelho e vi meu estado critico por completo. Mas, podia estar imunda, suada, mãos e braços doendo e meu cabelo uma porcaria, estava muito mais aliviada.
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