Epílogo



Enquanto isso, em Azkaban...

- Malditos sejam esses sangues-ruins nojentos! Malditos sejam!

A mulher jogara ao chão a máscara que antes cobria seu rosto, mostrando uma pele descarnada e corroída pelo tempo. Um dia ela fora bela, mas deixara a maldade dominar cada pedaço de seu corpo e de sua alma, agora perto da imortalidade graças ao Mestre.

Belatriz Lestrange estava lívida. E com medo. Cometera um erro e deixara escapar os nojentos traidores do sangue, o casal Weasley que uma vez tentara raptar Harry Potter e que agora se reunia junto aos Renegados para tentar desbancar o único e verdadeiro líder do mundo bruxo.

- Não permitirei que eles façam isso, Rudolph! Não permitirei, está entendendo?

O homem ao seu lado apenas concordava com a cabeça, parecendo cansado de tudo aquilo. O fanatismo de sua esposa havia levado o casal longe demais, e agora seriam incapazes de voltar atrás em sua lealdade ao Lorde. Mesmo porque Belatriz havia sido a escolhida do Mestre. Era a preferida, a mais leal, a mais fiel. Rudolph era só um adendo desnecessário que viera junto com a devoção de sua esposa. E enquanto ele se tornava mais velho e cansado, ela se tornava mais jovem e adquiria mais força graças ao Mestre.

Ao chegar perto das escadas que levariam para longe das masmorras, o casal Lestrange prostrou-se de joelhos imediatamente ao ver a figura ofídica do Lorde, que acabara de aparatar no local.

- Ora, ora... parece que meus Obliviadores não conseguiram conter um grupo de indefesas crianças, não é mesmo, cara Bella?

Belatriz tremia, e beijava a barra das vestes do Lorde em sinal de extrema devoção e submissão.

- Perdoe-nos, Mestre, perdoe-nos! Nós... – Rudolph começara, tentando se levantar para beijar a mão do Lorde das Trevas.

- Cale-se! CRUCIO!

O bruxo se contorcia no chão enquanto Belatriz se agarrava ainda mais às vestes do Lorde, beijando-lhe e demonstrando todo o respeito em relação a seu Senhor.

Foi quando, em meio aos gritos de Rudolph, ouviu-se uma voz que vinha de uma das celas. O Lorde das Trevas interrompeu o feitiço e dirigiu-se para lá a fim de escutar melhor o que parecia ser o último suspiro da prisioneira encerrada ali. Encarou a mulher, os cabelos crespos e esbranquiçados caindo sobre a face, as mãos descarnadas, mas a voz não combinava com ela. A voz era grossa, forte e parecia vir de algum lugar longe demais dali.

- Ela tem o poder que o Lorde das Trevas desconhece. Ela! Aquela que será capaz de vencer o Lorde das Trevas nasceu quando o sétimo mês terminou.

E, com um suspiro, a estranha mulher partira nos braços da morte.



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