Irresistível



Capitulo – V - IRRESISTÍVEL

Aparatou na frente do prédio onde Snape deveria morar.

Olhou ao redor... Não, não precisaria apagar a memória de ninguém. Ninguém tinha a visto aparecer ali... Já imaginava que seria assim... Tempos difíceis, os trouxas estavam vivendo. Ninguém mais ficava nas ruas uma hora daquela.

Observou o prédio: não parecia, nem de longe, com a mansão que o seu ex-namorado costumara viver. Era um prédio antigo caindo aos pedaços... Mas ela não se importou. Aliás, achou até melhor, já que pôde entrar sem se identificar, graças à ausência de porteiros ou seguranças.

Observou o papel que fora dado pela mãe dele. O apartamento de Severo era o 302. Subiu os três andares de escadas até chegar à frente da porta suja. Ajeitou o vestido e apertou a campainha.

Nada.

Apertou novamente.

O barulho de vidro de espatifando veio de dentro do apartamento e, logo depois, um falatório ávido. Em pouco tempo a porta se abria.

Olhando para Amélia com desdém estava uma loura precariamente vestida. Amélia não deixou de reparar no cheiro de bebida que ela exalava. Absinto. A loura estava com o batom borrado e os cabelos desgrenhados.

- O que você quer?

- Desculpe, eu acho que acabei no apartamento errado. Você pode me informar onde Severo Snape mora?

A loura gargalhou.

- Não se enganou não. Sabe, você é a primeira morena que procura por ele. Eu vou chamar. Pode entrar.

O apartamento inteiro cheirava a cigarro. Uma música alta tocava. Garrafas e mais garrafas secas de Absinto se espalhavam pelo chão.

O lugar, em si, era bem impessoal, exatamente como o apartamento que Amélia tinha comprado. Nada era a cara de Severo.

A loira entrou numa porta... e logo saiu acompanhada de mais duas mulheres, igualmente loiras, igualmente semi-nuas, igualmente despenteadas e igualmente lânguidas.

A da esquerda, a mais baixa, disse rispidamente.

- Severo mandou perguntar quem você é.

Amélia, que apenas observava a situação em choque, não conseguia raciocinar direito. A primeira coisa que passou pela cabeça foi:

- Vocês são prostitutas?

A loira que tinha feito a pergunta fez uma carranca e se aproximou de Amélia, ultrajada.

- Prostitutas! Jamais! Nós estamos aqui porque gostamos de Severo! E gostamos de uma boa sacanagem. Não somos pagas, se é essa a pergunta! – sorriu maliciosamente, então – E você? Prostituta? Se for, pode sair! Severo não precisa pagar para ter uma boa foda!

A morena deu um meio sorriso. É... Parece que as coisas tinham mudado muito...

- Não, não sou prostituta. Como vocês, costumo dar de livre e espontânea vontade. Mas não é isso que vi fazer aqui.

A do meio rolou os olhos.

- Se você não veio dar para Severo, pode ir saindo. Ele está ocupado, como você pode ver!

O sangue subiu à cabeça de Amélia. Quem eram aquelas três para mandá-las embora do apartamento de Severo? Estava preparando uma boa resposta, quando uma voz aveludada cortou a sala.

- Quem você está mandando embora, Christie?

Amélia olhou, petrificada, para o que Severo tinha se tornado. Ele estava um tanto mais alto. A antiga magreza deu lugar a um corpo bem definido e sensual. 'Eu adoraria passar a minha língua por esse abdômen'. O rosto dele estava másculo. A barba por fazer, os cabelos negros, ainda oleosos, caindo, moldando, o seu rosto.

Ele vestia apenas uma calça de tecido fino... E pelo volume que estava fazendo numa certa parte, ele não vestia absolutamente nada embaixo dela.

Amélia mordeu o lábio.

- Amélia?

- Eu.

- Ei, acorda, Morena!

A voz esganiçada de Christie fez Amélia tirar os olhos do corpo bem definido de Severo. Respirou fundo, buscando fugir dos seus pensamentos. Então caminhou na direção dele, sorrindo.

- Eu senti a sua falta!

- Você está diferente!

Sim, ela estava diferente... Exercícios constantes mudaram o seu corpo e os seus cabelos, agora, estavam mais curtos, mais funcionais.

- É... Um pouco?

- Você está... Uau.

Os dois se perderam em olhares por um tempo... O pigarrear de Christie os trouxe de volta para a realidade.

Amélia sorriu, marota.

- Bem, essa é a hora em que você me abraça e diz que também sentiu a minha falta.

E ele a abraçou forte. Ela sentiu novamente em seu corpo a masculinidade de Severo. Ele enterrou o rosto no pescoço de Amélia, sentindo o seu cheiro. Ela suspirou. Ele sussurrou.

- Eu também senti sua falta.

Ela se deixou ser abraçada por um longo tempo, matando as saudades que costumava se proibir de sentir. Depois, se separou. Ele estava um tanto constrangido, ela podia perceber, mesmo com todo o esforço que fazia para se manter inexpressivo. Ela sorriu, enquanto ele falava.

- Mas o que diabos você está fazendo aqui?

Ela elevou as mãos até o pescoço, para pegar o colar que, há alguns anos, ele tinha dado a ela. Mas, no meio do caminho, desistiu.

- Primeiro eu tenho que fazer uma coisa.

Ela foi até as três mulheres loiras que, agora, estavam sentadas no sofá, esperando que a cena de reencontro terminasse. Começou a puxá-las pelo braço, fazendo-as reclamar de dor e desconforto. A mais falante, Christie, livrou-se das mãos de Amélia e foi até Severo insinuante. O beijou levemente nos lábios.

- Por que você ainda não mandou essa mocréia para fora, hein, meu bem?

- Já disse que odeio que me chame assim. – ele respondeu secamente – E quem eu expulso da minha casa ou não é problema seu.

'Grosso'

- Nossa! Calma! Está estressadinho, é? Eu sei bem como te acalmar...

A mulher já voltara a tentar se esfregar com Severo. Amélia rolou os olhos e foi até ela. A arrancou do homem.

Disse, sarcasticamente.

- Mas eu gosto quando ele está estressado, ok, Christine?

Ela a fuzilou com o olhar.

- É Christie.

Deu de ombros.

- Tanto faz! – sorriu. – Agora, meninas está na hora de dormir... E eu não estou dizendo dormir com Severo. Sabe, se vocês três estiverem muito excitadas, existe um artefato trouxa conhecido, por razões óbvias, por consolo. Vocês vão poder se divertir à beça com ele. Agora saiam daqui!

Ela segurou Christie pelo braço e a levou até a porta. A jogou para fora do apartamento, enquanto a mulher protestava. No lado de fora, a loira rosnou.

- Você pensa que pode satisfazer ele? Olhe para você! É só uma! Ele gosta de ter três, quatro na cama com ele!

Gargalhou.

- Pois é, mas eu não vi para ir para a cama com ele! Então, não faz mal! Tchau!

Fechou a porta. Viu que as outras duas ainda estavam lá, acariciando o peito dele. Rolou os olhos.

- Vocês também podem ir!

A mais alta deu um muxoxo e saiu, sem pestanejar muito. A outra, o perguntou, com a voz afetada pela bebida.

- Essa é a tal namorada, é?

- Não – ele respondeu. – Na verdade, ela é uma ex-namorada minha.

- Ah!

Ela foi para a porta aberta, enquanto ajeitava o pequeno vestido em seu corpo. Resmungou.

- Ex é pior que atual! Ô criaturinha chata!

E se foi, junto com as duas que ainda a esperavam.

Gargalhando, Amélia fechou a porta.

Encostou-se a ela, um olhar quase sedutor se colocando em seus olhos involuntariamente. Um sorriso luxurioso apossou-se dos seus lábios enquanto ela caminhava lentamente para o encontro de Severo.

As suas mãos pousaram sobre o peito dele... Deslizaram até o seu pescoço, onde ela ficou quase o abraçando.

Com a voz rouca, disse:

- Só pra ficar claro, Senhor Irresistível, eu não vim dar pra você!

XxXxXxX

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