Conhecidos Comensais da Morte
CAPÍTULO IV - CONHECIDOS COMENSAIS DA MORTE
- Sim, se eles fossem comensais.
- Eles são.
Foi como se o chão tivesse se aberto bem abaixo dos seus pés. Não sabia se seria bom saber... Mas, mesmo assim, perguntou:
- Como assim? Quem?
- Todos eles – Schwartz riu. – Se você quiser, tem um livro com os nomes dos suspeitos. Só falta pegarmos eles em flagrante. Então, mataria?
Respirou fundo. Se isso acontecesse... EM Hogwarts, ela tinha feito os amigos mais queridos, por mais que há tempos não se falassem... Ainda pensava em todos eles.
‘Mesmo assim, estamos em guerra.’
- Amizades não são nada. Eu mataria até meus pais, se eles estivessem se opondo a mim – o silêncio tomou conta do lugar. – Espero que alguém tenha outra pergunta.
Silêncio. Amélia rolou os olhos.
- Ora, vamos! Vocês já devem ter ouvido um bocado de mim! Não é possível que não tenham nenhuma dúvida! Vamos colocar um clima mais amistoso, aqui, contrariando as expectativas do nosso amigo Fred!
Lentamente, os aurores começaram a levantar a mão. Um sorriso apareceu no canto do rosto dela. Agora sim, estavam começando a progredir... Ela acenou pra que Frank Longbotton falasse.
- Eu soube que você é resistente ao Veritasserum. Como você consegue.
Ela sorriu sarcasticamente enquanto se lembrava.
Uma sala escura. No centro, uma cadeira de ferro traz uma mulher sentada, amarrada pelos pulsos por fios com espinhos. Amélia. O rosto inchado, cheio de hematomas, respingado de sangue... Sangue que se mistura com suor e lágrimas. Um homem, em pé, na sua frente, pergunta:
- Qual é o seu nome?
Arfante,
ela responde:
- Amélia... Beatrice... Lair.
Ele a esmurra no rosto. Um osso se esfacela. Ela grita de dor.
- Qual é seu nome?
Ela começa a abrir e fechar a boca, tentando não dizer. Os pulmões parecem querer explodir. As lágrimas escorrem facilmente. Depois de um minuto de luta contra o seu interior, ela não resiste.
- Amélia Beatrice Lair.
O homem se ajoelha na frente dela e desembainha uma faca. Num golpe rápido, a encrava na sua coxa até encostar-se ao osso. Amélia suprime o grito. O homem passou a raspá-lo lentamente, com a ponta da faca.
- Qual o seu nome?
- Ame.. - Ela ofega, buscando controle. Começa a sentir-se menos tonta. Toma ar. - Não.
- Seu nome?
- Não.
Ele escorrega mais a faca.
- Seu nome! - Ele exigiu.
- NÃO!
Ele, sorrindo com satisfação, retira a faca. Pega um líquido transparente e o enfia na boca de Amélia. Ela levanta a cabeça, com a consciência inteiramente recobrada.
- Seu filho de uma puta! Bastardo!
Ele retira as amarras com espinho. Os pulsos de Amélia começam a se esvair em sangue. Ela não se importa.
- Você foi muito bem. Essa foi à primeira fase do seu treinamento contra Veritasserum. Por enquanto eu estou te machucando para que você não fale. Na próxima etapa você aprenderá a não falar, mesmo sem dor... Claro que a ela você chegará naturalmente, depois de treinar muito com dor. Depois eu te torturarei para que você fale. Quando você conseguir esconder qualquer informação mesmo sob veritasserum e tortura, você aprenderá a omitir.
Ela suspirou e olhou para o auror.
- Não é muito difícil, ser resistente ao Veritasserum... Meses de treino. Um bom professor. E, é claro muitos cortes. Se você quiser, eu te ensino. Mas devo dizer que é um processo lento e muito doloroso. Próxima pergunta.
Uma auror loira disse:
- É verdade que você torturou e matou um comensal quando ainda nem trabalhava aqui?
- Digamos que essa foi a minha entrevista de emprego. Mas eu só o matei depois de conversar com o ministro. Próxima?
Um jovem ainda cheio de espinhas.
- Dumbledore conhece o seu método?
- Não sei e não me importo. Com o método de Dumbledore essa guerra está sendo perdida. Logo, há algo de errado com ele. O velho é uma boa pessoa, mas não é um soldado. Mais alguma?
Ninguém.
- Bom, então eu vou dar essa apresentação por encerrada.
E isso era tudo que ela queria... Afinal, agora, poderia ver a tal lista dos suspeitos... E saber se ela teria que matar alguém realmente importante.
XxXxXxX
Livro de suspeitos... Ela bufou. Por que tinham escondido isso dela? Um fato tão importante... Conhecer o seu inimigo. Ela poderia ter começado a espioná-los a fim de prendê-los, ou algo assim.
Pegou o maldito livro.
Começou a folheá-lo até chegar à página onde os dossiês dos bruxos suspeitos de formar o grupo de Voldemort enchiam linhas e linhas com fotos e informações desconexas. Ela começou a ler os nomes.
'Bellatrix... Rodolphus... Augusto... Lúcio... Oh, Merlin, estão todos aqui! Severo! Oh... Porque diabo esse infeliz tinha que entrar nessa guerra? Deus... Eu estou lutando contra todos os meus amigos!'
Fechou o livro com força e suspirou. Passou a mão pelo pescoço. Sentiu a corrente que Severo tinha dado a ela na última vez que tinham se visto.
'Eu tenho que falar com ele. Eu tenho que perguntar o por que disso tudo. Eu preciso. '
E faria isso... Só precisava saber onde ele estava morando. Mas isso era fácil de descobrir. E descobriria. Ainda naquele dia.
Saiu da sala. Topou com Longbotton.
- Schwartz não deveria ter dito aquilo. – tocou levemente o ombro de Amélia.
Ela meneou os ombros.
- Mas era verdade, não? É melhor que eu esteja avisada. Sabe, um choque no campo de batalhas não é nada bom para a missão.
- Você está bem?
- Faz três anos que não vejo nenhum deles... Os laços que me ligam a eles já não são tão fortes. – mentiu.
- Espero que não. Ah desculpe por Alice.
- Ela deveria estar se desculpando, não você!
Ele deu um sorriso discreto.
- Bom, ela é a minha mulher agora. Acabamos de ter um bebê e, sabe, acho que ela ainda está sendo influenciada pelos hormônios.
- Tudo bem. Se ela não quer matar, é melhor estar fora mesmo! Parabéns pelo casamento e pela criança. Como é o nome?
- Neville.
- Depois eu quero conhecer o pequeno Neville.
- Será um prazer.
Ela saiu do ministério, indo diretamente para a mansão Snape.
XxXxXxX
Aparatou bem no pé da colina onde a Mansão Snape reinava imponente. Lentamente subiu, vendo a casa se aproximar.
Enfim, chegou aos jardins. O portão estava aberto. Encaminhou-se até a porta. Bateu, sendo quase imediatamente atendida por uma figurinha conhecida.
- Twinkly? Lembra-se de mim?
- Twinkly nunca se esquece de um convidado! – O pequeno elfo disse, um tanto ultrajado. – Twinkly lembra muito bem da jovem senhorita Lair.
- Será que eu posso entrar?
- A senhorita é esperada?
- Na verdade, não.
- Então eu devo perguntar ao meu mestre.
- Não! – o elfo se virou – Fale com Eileen, tudo bem?
E o pequeno elfo assentiu e correu para dentro, deixando a porta entreaberta. Logo Eileen Snape estava na porta, com um acolhedor sorriso de boas-vindas.
- Amélia, minha querida, há quanto tempo! Entre, por favor! Vamos tomar um chá!
- Obrigada.
Eileen a levou até a sala e a convidou para se sentar. Amélia se acomodou num dos espaçosos sofás. Eileen se sentou numa cadeira na frente dela. Twinkly foi providenciar o chá.
A mãe de Severo, como a boa anfitriã que era, começou.
- Então, minha querida, como vão as coisas? Eu soube que você não ficou aqui com o meu Severo.
- Infelizmente é verdade. Pouco antes de me formar em Hogwarts minha mãe adoeceu e eu tive que ir cuidar dela, nos Estados Unidos. Mas nada me agradarias mais do que ficar aqui.
- Mas que pena. Ela está melhor?
- Ela ainda está em tratamento, mas eu temo que não tenha muito tempo de vida.
- Meu Merlin. Eu sinto muito.
- Eu também. Mas talvez a morte seja um alívio para ela. O tratamento é pesadíssimo e ela tem sofrido ao longo desses três anos. O que é uma pena é que eu não estarei ao lado dela quando o inevitável ocorrer.
O elfo chegou com o chá. Serviu para as duas mulheres.
- Não estará? Por quê?
- Eu voltei para a Inglaterra.
- Mesmo? Que coisa boa! Eu...
Nesse momento, um homem de aparência severa, quase cruel entrou na sala. Eileen ficou com o semblante preocupado. Ele examinou demoradamente Amélia e, por fim, perguntou para Eileen:
- Quem é essa?
- Tobias, ela é Amélia, uma antiga namorada do nosso Severo.
- Seu Severo – ele falou, irritado. – Aquele desnaturado não entra nessa casa desde que tinha quinze anos de idade. Não o considero meu filho. Está morto pra mim – se voltou para Amélia. – O que você está fazendo aqui?
- Eu queria o endereço do seu filho.
- Não temos!
- Calma, Tobias – Eileen censurou o marido. Depois sorriu para Amélia. – Infelizmente Severo há muito deixou essa família. Não sabemos onde ele habita no momento. Mas vamos continuar a nossa conversa, Amélia! Vamos, deixe-me te mostrar algumas jóias de família. – sem esperar por resposta, pegou Amélia pelo braço e começou a arrastá-la escada acima – com licença, meu marido.
XxXxXxX
Ela arrastou Amélia até o antigo quarto de Severo.
Lembranças povoaram a cabeça de Amélia assim que ela pôs o olho no canto do quarto onde ficava a passagem secreta que levaria para o bosque onde ela perdeu a sua virgindade.
Eileen fechou a porta e foi até a escrivaninha, onde tinha um porta-jóias. Ela tirou a última gavetinha, derramou tudo e retirou um fundo falso. De lá, ela tirou um pedaço de pergaminho. Entregou rapidamente para Amélia, enquanto falava alarmada.
- Esse é o endereço. Ele vive na Londres trouxa – baixou ainda mais a voz. – Meu marido não sabe que mantemos contato. Ele me proibiu de falar com Severo.
Amélia começou a entender porque Severo odiava tanto o pai. Um maldito controlador, ele era.
Eileen se calou e apurou os ouvidos. Pegou um colar cheio de esmeraldas e colocou nas mãos de Amélia.
- Ele está vindo. Pergunte-me algo sobre a jóia.
- Ahn... É de família?
Eileen respirou fundo e começou a explicar calmamente.
- Este colar está há cinco gerações na fa... - Tobias Snape abriu a porta. Ela olhou para o marido descontente e continuou. – na família Snape. É lindo, não acha? Sabe o que é feio, Amélia? Ter a conversa interrompida pelo marido curioso.
O homem ignorou o comentário e disparou.
- Eu vou sair. Você vem comigo. E você, Lair, vai embora.
- Tobias!
Amélia deu um sorriso sem-graça. Já tinha conseguido o que queria, mesmo. Não tinha mais o que fazer na casa.
- Está tudo bem. Eu vou marcar antes de aparecer da próxima vez.
- É bom mesmo! – O homem replicou.
- Tchau, Eileen. Até mais, senhor Snape.
- Até nunca mais.
Deixou a casa.
XxXxXxX
Já era noite quando aparatou no seu apartamento. Olhou o endereço. Não era tão longe. Talvez ficasse há três ou quatro quarteirões... Ela não tinha certeza.
Tomou um demorado banho e trocou de roupa. Colocou um belo vestido vermelho... Um tanto decotado, mas nada vulgar. E desaparatou.
XxXxXxX
Reviews, por favor...
Leia a minha fic do fest, quem naum leu ainda.
Revisão básica para os esquecidos:
Schwartz aparece pela primeira vez no cap. 7 da 1ª parte. Ele eh o segundo namorado da Amélia, depois de George Zwingli. Eles começam e acabam o namoro no cap. 12.
Longbotton era amigo de Amélia. Eles se conhecem no capítulo 4 da 1ª parte, no segundo dia de Amélia em Hogwarts. Ele era do terceiro ano. No ano seguinte ele começa a namorar Alice Tieney – sobrenome por minha conta –, a esposa.
Amélia conhece a mãe de Severo nas férias do seu último ano em Hogwarts – cap. 25 da 1ª parte. Não sei pq eu estou lembrando vcs disso... Tenho quase ctz q vcs se lembram dessa visita! Hehehehe! Mudei os nomes dos pais d Severo, sim... Axu q mta gente sabe pq...
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