Fadas mordentes



Estava tudo escuro, Ariadne abriu os olhos lentamente, mas a luz do sol eram como flechas que atingiam seu cérebro através das pupilas dilatadas. Tornou a fechá-los. Tentou lembrar o que havia acontecido, mas as únicas imagens que vieram a sua mente foi quando tentou enfeitiçar a garrafa de Uísque de fogo para competir uma corrida com o chaveiro em forma de um pufoso da Luna, mas não lembrava quem ganhou ou se ela conseguiu executar o feitiço corretamente para que houvesse alguma corrida.
Sentou-se na cama, abriu os olhos novamente, todas suas colegas de quarto já haviam se levantado, levantou-se de vez então e sentiu uma enorme dor de cabeça.
- Droga! – disse ao por as mãos na cabeça como se isso fosse passar a dor – nunca mais bebo!
Trocou de roupa e desceu para a sala comunal da Corvinal, havia alguns alunos conversando e fofocando, resolveu então ir ao Salão Principal para comer alguma coisa, talvez passasse a dor na cabeça.

Muita gente estava almoçando, Ariadne sentou-se à mesa da Corvinal e serviu-se de arroz, pedaços de frango e outras coisas.
- Ariadne? Você está melhor? – John sentou-se ao lado da amiga.
- Um pouco de dor de cabeça, só...
- Ah, e me desculpe por ontem, eu não sabia que ele só havia trazido você...
- Hã? De que você está falando?
John ficou um pouco vermelho e Ariadne ficou o ficou encarando.
- O Thomas, ontem...
Uns flashs vieram a cabeça da Ariadne.

Thomas já havia posto Ariadne em pé no chão e estava saindo a deixando com Luna, quando John apareceu do nada e deu um soco no garoto da Grifinória.
- POR QUE VOCÊ A FEZ CHORAR? – gritou o Thomas
- PARA COM ISSO! ELE SÓ ME TROUXE AQUI!
John apontou a varinha para o Thomas, mas, como ele, Luna o desarmou e disse serenamente – Lutar com alguém desarmado não é muito feliz...
- NUNCA MAIS APAREÇA AQUI!
- PARA COM ISSO JOHN!
Thomas, que não estava com espírito de briga na hora, pegou sua varinha e voltou para a Ala Hospitalar.




- EU NÃO ACREDITO QUE VOCÊ FEZ ISSO! – gritou Ariadne ao lembrar-se.
- Desculpe. Achei que ele tinha feito algo a você.
Mas Ariadne não escutou, apenas pensou no que o Thomas estaria pensando agora que o John a tratou como se fossem namorados. Ela correu para a mesa da Grifinória, mas ninguém conhecido estava lá, então quando ia sair do Salão viu o Thomas entrando, com um olho bastante roxo.
- Thomas! – gritou a garota, e o garoto ao ver a loira gritando e acenando para ele, deu meia volta e andou. – EEEI!
Ariadne correu atrás do Thomas e finalmente o alcançou já um pouco distante do Salão.
- Não fuja! Você está bem? Desculpe-me por ontem.
- Aquele seu amigo doido não está perto não né?
- Não, não, desculpe-me. Ele é meu amigo de infância, achou que você tivesse feito algo contra mim, sei lá, algo assim.
Thomas deu um sorriso – Tudo bem.
- Você já almoçou?
- Já, mas voltei para pegar alguns pedaços de pudim para o Eric...
- E ele não sabe pegar sozinho não? – interrompeu Ariadne.
- Não te contaram?
Ariadne negou com a cabeça.
- Um dos fogos mágicos explodiu perto dele ontem.
Ariadne levou as mãos a boca surpresa – E ele como está? Onde está?
- Ele já está bem melhor – falou o Thomas calmamente – nos deu um baita susto, mas hoje já está pedindo para ‘contrabandear’ pudins para ele na Ala Hospitalar.
- Meu Deus, e eu aqui pensando em besteira...
- Hã?
- Nada não, vou vê-lo agora.
- Daqui a pouco eu apareço por lá, assim que pegar os pudins.

Ariadne andou um pouco mais rápido que o normal, o que fez ela colidir de frente com um garoto da sonserina.
- Mas que me***! – gritou o garoto enquanto levantava-se do chão.
- Olha a boca suja. – disse Ariadne enquanto também levantava-se.
Colin Linney lançou um olhar fuzilador à garota.
- Por que você está correndo? Não pode correr dentro do castelo sabia?
- Você que estava em meu caminho! – e o Colin olhou para trás – bem, não posso conversar agora, tchauzinho! – e começou a quase correr novamente quando virou-se e disse – acho melhor você correr também – e saiu.
- Ah vá tomar banho! Nunca vou receber ordens de um sonserino idiota.
Porém, poucos instantes depois, Ariande entendeu o porquê da frase Nunca diga nunca , e viu o motivo do sonserino estar correndo, eram fadas mordentes que estavam atrás dele, e agora, atrás dela.

Minutos depois, Thomas chegou à Ala Hospitalar, e deparou-se não só com um, mas com dois amigos deitados e recebendo cuidados da Madade Pomfrey.



- Hei, Átila. – falou o Thomas enquanto descia a escada do dormitório.
Átila parou e esperou o irmão.
- Está indo para algum lugar?
- Não, comer apenas.
- Você poderia fazer então um favor para mim?
Átila assentiu com a cabeça.
- Leva isto para o Eric – Thomas mostrou umas revistas em quadrinhos – ele pediu ontem mas eu vou ter uma reunião com os monitores e o coitado está entediado.
- Certo, vou levar então antes de comer. Só isso?
- Hurum.
- Ok então.
Átila pegou as revistas e foi à Ala Hospitalar.
A cama do Eric estava com as cortinas fechadas, Átila pensou então que ele estivesse dormindo e iria deixar as revistas perto dele. Ao se aproximar então da cama do amigo, começou a sentir bastante frio, e quando abriu uma brecha da cortina lá estava Eric, sem camisa, sem lençol, todo encolhido recebendo um vento bastante frio de uma nuvem conjurada em cima dele.
- VOCÊ ESTÁ DOIDO? Finite Incantatem - a nuvem desapareceu – Por que fez isto?
- Minha pele estava ardendo...
Átila abriu as cortinas, deixando um pouco do sol que ainda restava no inverno bater no garoto.
- Quentinho!! – e o Eric esticou-se mais.
- Trouxe umas revistas que o Thomas mandou.
- Eba! - disse pegando as revistas da mão do Átila e começou a folhear.
- Você está melhor?
Eric balançou a cabeça afirmando.
- Bom, depois então eu passo com mais calma, vou comer alguma coisa e depois pegar a Juliette na estação.
Eric fechou a revista que lia e deitou-se bruscamente na cama e ficou olhando para o teto sério. - Faz tempo que não a vejo...
Átila estranhou por alguns instantes por causa do Eric ter falado isso, tão sério - Será que ele também gosta dela?
- Preciso saber se o cordão que eu consertei se transformou em alguma coisa! – Eric voltou ao seu tom de voz normal – eu toquei a unha do Nicolau Flamel nele! Mas como já era ouro... pode ter se transformado em... em... não sei.
- Não, não gosta...


Átila sentou-se à mesa da Grifinória, e começou a comer, olhava para o relógio a cada 30 segundos para ver se já estava na hora de ir até as carruagens para poder chegar à estação. Ao terminar de dar o último gole no suco de abóbora, levantou-se da cadeira e deu de cara com a Melissa Tuner.
- Olá – disse sorridente.
Átila olhou para o relógio mais uma vez, ainda teria tempo.
- Oi Turner.
- Pode me chamar de Melissa.
Átila deu um sorrisinho.
- Você está ocupado agora?
- Na verdade sim – olhou mais uma vez para o relógio – vou buscar a Sewell, ela foi passar natal com a família.
O sorriso da boca da Melissa diminuiu um pouco.
- Certo... Então depois a gente se fala ok?
Átila assentiu com a cabeça.
A garota deu um beijo no rosto dele e saiu, Átila ficou parado alguns segundos após a cena, mas depois voltou a olhar para o relógio e viu que o seu tempo havia diminuído consideravelmente.
Então correu, e conseguiu pegar uma carruagem, como ele, alguns outros alunos também foram receber os poucos amigos que viajaram no natal daquele ano. Ao chegar à estação, sentou-se em um banco e ficou esperando, até que em alguns minutos, o trem chegou, Átila levantou-se e esperou Juliette sair.
Em poucos minutos, sentiu uma pessoa o abraçando pelas costas, virou-se, viu uma cabeça ruiva, era a Juliette.

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.