O Segredo de Tiago
Capítulo I - O Segredo de Tiago
-Me solta, seu brutamontes!- ela gritou, meio assustada.
-Só um beijinho, gatinha.- o garoto, muito maior do que ela, segurou-a pelos punhos, aproximando-se para um beijo.
-Nem que você fosse o último garoto da Terra!- ela transmitia nojo em sua voz.
Ele olhou-a ameaçador, aproximando-se em seguida para tentar um beijo. A reação dela foi cuspir na cara dele.
-Você me dá NÁUSEAS!- ele não a soltou, ao contrário, apertou seus punhos com mais força. Os rapazes que estava ao lado, amigos dele, riam da situação.
-Ah, gatinha, você vai se arrepender disso...- ele esbravejou, cuspindo enquanto falava- Se não foi por bem, vai ser por mal!
Ele estendeu a mão, soltando um dos punhos dela. Ela fechou os olhos e colocou o braço livre à frente do rosto, protegendo-o, esperando que a mão pesada dele a acertasse...
-SOLTA ELA, MCNAIR!- alguém gritou. McNair voltou a segurar o punhos da garota, com ainda mais força do que antes.
Ele olhou para o dono da voz e viu a varinha de Tiago apontada para ele. Sirius e Remo estavam ao lado de Tiago e já tinham dado um jeito nos dois brutamontes amigos de McNair.
-Veio salvar sua namorada, Potter?
-Solta ela...- Tiago baixou o tom de voz, mas parecia mais ameaçador do que nunca. McNair gargalhou.
-Você está me machucando, seu idiota!- Lilly tentou se desvencilhar de McNair, sem êxito.
-O cara tá mandando você soltar a garota dele, McNair.- Sirius apontou sua varinha para McNair.
-É melhor fazer isso por bem, McNair.- Remo apontou a varinha para McNair, este que olhou de relance para a insígnia dourada no peito do Grifinório- Não queremos te machucar.- ele prosseguiu.
-Me machucar?- McNair gargalhou mais alto dessa vez, de modo que seu riso estridente soasse pelos vales ao redor, como um eco- Ratos como vocês não conseguiriam me machucar!
-Me...solta...- Lilly começou a chorar, não agüentando a dor nos punhos.
-Antes você vai me dar um beijo gatinha!- McNair alcançou a boca de Lilly à força, e beijou-a com violência. Ela se debateu e ele, tentando controlar a situação, bateu com força no rosto dela.
Aconteceu tudo muito rápido e Tiago, Sirius e Remo não tiveram tempo de fazer nada. McNair correu pelo lado oposto ao dos rapazes, dando a volta na Casa dos Gritos. Sirius e Remo foram atrás dele.
McNair empurrou Lilly no chão quando saiu correndo, fazendo-a torcer o pé, que depois ficara para o lado de fora da perna, num ângulo de 90°. Os punhos dela estavam muito vermelhos e em determinados pontos chegavam a sangrar. E os dedos grossos de McNair marcavam seu rosto, como brasa quente.
-Lilly...- Tiago correu até a garota e ajoelhou-se ao seu lado- Você está bem?- perguntou, sem esconder a preocupação que sentia.
-Por que vocês, homens, gostam de bater? Parece que ensinaram a vocês como bater com precisão no rosto de uma mulher...- ela falou chorosa. Tiago conjurou uma bolsa de gelo e pousou-a delicadamente no rosto de Lilly.
-Há homens que não batem, Lilly.- ele disse sinceramente, olhando ao fundo daqueles olhos verde-esmeralda da garota- Bom, eu não sou curandeiro, e acho que não tenho a mínima vocação para tal, então, acho melhor você ir ver a Madame Pomfrey para ela tratar dos seus pulsos e do seu rosto. Você não gostaria de ter um olho roxo para combinar com seus olhos verdes, não é mesmo?
-As carruagens vão demorar a sair.- ela informou- Acabamos de chegar. E a escola deve estar a uns cinco quilômetros daqui...- Tiago levantou-se e olhou em volta, observando se tinha alguém por perto.
-Você consegue andar?
-Receio que não.- ela falou, massageando o tornozelo torcido.
-Lilly, olhe só, eu só vou fazer isso porque...bem, porque eu... gosto de você...- ela olhou-o surpresa com a declaração dele- pronto, falei!- ela permaneceu calada- Mas você vai me promete que não vai contar a ninguém, certo?
-O que você aprontou, Potter?- ela perguntou desconfiada.
-Vai prometer ou não?- ela olhou do tornozelo torcido para ele, e para os punhos e o tornozelo novamente.
-OK, certo, você venceu. Eu prometo!- ela levantou a mão direita e, com a esquerda, fez uma cruz no peito.- Tiago olhou novamente para os lados e depois para Lilly.
-Então, com licença.- ele abaixou-se e pegou-a no colo, que protestou a um primeiro instante, mas depois deixou-se ser carregada- Vamos por aqui.
Ele deu a volta na Casa dos Gritos pelo mesmo lugar que McNair, Sirius e Remo correram instantes antes, e parou em frente à porta. Olhou mais uma vez para os lados antes de atravessá-la.
-Potter, o que você pretende fazer?- Lilly falou com a voz embargada- Não será na Casa dos Gritos que eu serei tratada...ou você quer algo...
-Olha aqui, Evans, eu não quero nada agora, OK?- ele interrompeu-a de um modo quase irônico- Confia em mim só essa vez, está bem? É só o que eu te peço...- ele terminou de um jeito quase suplicante, desejando por um voto de confiança por parte dela- só esta vez...
-Mas só desta vez, Potter.- ela falou, realmente confiante.
Tiago desceu um lance de escadas vacilantes, chegando até o que parecia um quarto, já que havia uma cama muito velha em dossel de madeira gasta e cheia de cupim, e lençóis muito sujos e rasgados.
-Por ali.- ele virou à esquerdo no único buraco que aparentemente era uma porta, mas que não tinha uma. E então, correu mais rápido do que antes.
Lilly agarrou-se ao pescoço de Tiago quando ele saltou de dois em dois degraus, escada abaixo, seguindo por um corredor que a cada passo ficava mais escuro.
-Você tem certeza sobre onde estamos, Potter?- ela disse, ainda agarrada ao pescoço dele.
-Evans, o que eu te disse sobre...
-...confiar em você só desta vez, OK, OK...- ela resmungou, ao que ele sorriu diante da frustração dela- Eu só espero que esse corredor dê mesmo em Hogwarts.- ela completou, terminando com um longo suspiro.
-Estamos quase chegando, você vai ver...- ele parou por um instante, ao sentir que ela repousara sua cabeça em seu ombro. A respiração quente de Lilly em seu pescoço estava provocando arrepios crescentes nele.
-Por que parou?- ela perguntou, com a voz cansada, ainda com a cabeça no ombro dele.
-Não...não é nada...- ele começou a andar dessa vez, a passos curtos e cautelosos- Seu pé ainda dói?
-Eu não sei...- ela abraçou-se mais a ele- não sei qual dói mais... se o pé, os punhos ou o rosto... acho que já não dói mais nenhum...
-Uhm...OK...- Tiago sentiu um degrau à frente de seu pé- chegamos...só mais uns degraus...- cautelosamente ele subiu alguns degraus- Eu vou precisar da sua ajuda agora, sim?- ela ergueu a cabeça e olhou para onde a cabeça dele deveria estar- Acima de você tem um alçapão de madeira, preciso que você o abra.- ela ergueu a mão- não, espere um minuto, quero te falar uma outra coisa a respeito.- ele se calou, engolindo em seco algumas vezes.
-Então?
-Bem, estamos debaixo do Salgueiro Lutador.- ela falou um sonoro "O quê?", ao que Tiago pediu silêncio- É, debaixo do Salgueiro. O alçapão está entre as raízes, mas os galhos são realmente muito violentos, e alguns deles podem chegar até aqui.
-Então como você pretende passar comigo por aqui?
-Do lado esquerdo do alçapão tem um nó, que quando apertado, faz o Salgueiro ficar imóvel por algum tempo.
-Você quer que eu abra o alçapão e aperte o nó, é isso?
-O mais rápido que você puder.
-Uhm, OK eu acho...quero dizer, eu acho que posso fazer isso.- os dois ficaram em silêncio durante alguns segundos.
-Está pronta?
-Uhum...
Tiago sorriu para ela, mas provavelmente Lilly não viu, já que estava escuro demais para se ver alguma coisa.
Lilly também sorriu para ele, um sorriso diferente de todos os que ela já dera para ele. Não era irônico, furioso ou entediado, na verdade, este era confiante.
***
N/Rbc: Uhm, OK, primeiro capítulo! Mais uma fic publicada... que cool... :-) então? O que acharam? Este é só o primeiro capítulo, não tem muito romance, mas ainda vai ter...podem acreditar nisso...anyway... comentem, certo???
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