Capítulo 23
N/A: Acho q esse capítulo vai agradar muita gente! Se vc não se sente a vontade lendo NC's, por favor não leia este capítulo!
Capítulo Vinte e Três
Hermione partiu para Londres bem cedo, na manhã seguinte. Retornou a Gryffindor ao anoitecer. Trazia nas mãos o objeto que vira em uma loja na primeira vez que fora a Londres. Lembrara-se de Harry assim que pusera os olhos naquela peça, mas, na ocasião, o preço lhe parecera excessivamente alto. Além disso, não teria sido apropriado comprar um presente para ele, então. Porém, ao longo de todas aquelas semanas, a lembrança do objeto ficara impressa em sua mente, até ela começar a temer que, se demorasse muito para comprá-lo, alguém poderia fazê-lo.
Não fazia idéia de quando daria o presente para Harry. Certamente, não agora, quando o clima entre eles era tão tenso e hostil. Por outro lado, sabia que não poderia esperar muito. Fechou os olhos ao pensar no preço que pagara. Harry havia estipulado uma quantia extremamente alta para a sua mesada e Hermione mal tocara no dinheiro até então. Porém, o tal objeto lhe custara cada centavo que possuía e muito mais. Felizmente, o proprietário da loja luxuosa se mostrara mais que disposto que abrir uma conta em nome da marquesa de Gryffindor, de maneira que ela pudesse pagar o restante mais tarde.
— O lorde está no escritório — Slughorn informou-a, ao abrir a porta.
— Ele deseja me ver? — Hermione perguntou, surpresa com a atitude do mordomo ao lhe dar uma informação que ela não pedira.
— Não sei, milady — ele indagou, desviando o olhar. — Mas ele... andou perguntando se a senhora já se encontrava em casa.
Percebendo o embaraço de Slughorn, Hermione lembrou-se da ansiedade de Harry quando ela havia se ausentado por uma tarde inteira, no dia seguinte ao casamento. Como sua viagem a Londres tinha demorado o dobro do tempo necessário, simplesmente porque ela não conseguia se lembrar da localização exata da loja, calculou que o pobre mordomo fora chamado à linha de fogo mais uma vez.
— Quantas vezes ele perguntou? — quis saber.
— Três... na última hora.
— Compreendo — Hermione falou com um sorriso, sentindo-se extremamente satisfeita com a informação.
Depois de deixar Slughorn tirar-lhe a capa, Hermione foi ao escritório de Harry. Impedida de bater na porta por causa do pacote que levava nas mãos, baixou a maçaneta com o cotovelo e empurrou a porta com o ombro. Em vez de estar trabalhando, atrás de escrivaninha, como ela esperava, Harry encontrava-se diante da janela, o olhar perdido nos gramados lá fora. Ao perceber a presença dela, ele se virou.
— Você voltou — falou, enfiando as mãos nos bolsos.
— Pensou que eu não voltaria?
Ele deu de ombros.
— Para ser franco, nunca sei o que você vai fazer.
Repensando as atitudes que vinha tomando, Hermione admitiu para si mesma que era fácil entender por que ele a considerava a mulher mais impulsiva e imprevisível do mundo. Somente na noite anterior, flertara com ele, o tratara com ternura e, então, despejara sua fúria sobre ele, deixando-o sozinho no salão. Agora, tinha de controlar o impulso de se atirar nos braços do marido e implorar que a perdoasse. Em vez de seguir tal impulso, que poderia resultar em mais uma rejeição, decidiu mudar seus planos e entregar-lhe o presente imediatamente.
— Havia uma coisa que eu precisava comprar em Londres — anunciou, exibindo o pacote. — Eu a vi há semanas, mas não tinha dinheiro para comprá-la.
— Devia ter me pedido o dinheiro necessário — Harry replicou, encaminhando-se para a escrivaninha, na intenção óbvia de se afundar no trabalho novamente.
Hermione sacudiu a cabeça.
— Eu não poderia lhe pedir dinheiro para comprar um presente para você! — Estendeu-lhe o pacote. — É seu.
Harry interrompeu seus passos e fixou os olhos no pacote.
— O quê? — inquiriu, confuso, como se não houvesse compreendido as palavras dela.
— O motivo pelo qual fui a Londres foi porque queria comprar isto para você — Hermione explicou.
Ele continuou olhando o pacote, imóvel, as mãos ainda metidas nos bolsos. Com um súbito aperto no peito, Hermione se perguntou se, alguma vez, alguém dera um presente a Harry. Era improvável que a primeira esposa, ou mesmo a amante, houvesse pensado nisso. E seria desnecessário dizer que a louca que o criara jamais lhe dera qualquer coisa.
A compulsão de se atirar nos braços dele já era quase incontrolável, quando Harry finalmente tirou as mãos dos bolsos. Apanhou o pacote e girou-o nas mãos, como se não houvesse o que fazer com ele. Disfarçando a profunda ternura que a invadiu com um sorriso largo, Hermione se sentou na beirada da mesa e perguntou:
— Não vai abri-lo?
— Quer que eu o abra agora? — Harry indagou, visivelmente confuso e embaraçado.
— Que momento poderia ser melhor? — ela brincou e deu um tapinha na mesa a seu lado. — Pode colocá-lo aqui, antes de abrir, mas tenha cuidado, pois é frágil.
— É pesado — Harry comentou com um sorriso hesitante, enquanto desfazia o embrulho.
— Fez com que eu me lembrasse de você — Hermione confessou, observando-o retirar da caixa forrada de veludo a linda pantera esculpida em ônix, com olhos de esmeraldas.
Como se um felino vivo houvesse sido capturado em um passe de mágica e, então, transformado em ônix, cada linha do corpo da pantera transmitia a idéia de movimento, graça e poder. Os olhos verdes exibiam perigo e inteligência.
Harry, cuja coleção de obras de arte era tida como uma das melhores da Europa, estudou a pantera com tamanha reverência, que Hermione foi obrigada a lutar contra as lágrimas. Tratava-se, sem dúvida, de uma peça belíssima, mas ele a estava tratando como se fosse um tesouro inestimável.
— É linda — ele finalmente murmurou, passando um dedo pelas costas da pantera. Com extremo cuidado, colocou a peça sobre a escrivaninha e virou-se para Hermione. — Não sei o que dizer — admitiu com um sorriso maroto, quase infantil.
— Não precisa dizer nada... exceto “obrigado”, se quiser — Hermione replicou, sentindo-se mais feliz do que nunca.
— Obrigado — Harry murmurou com voz rouca.
Agradeça com um beijo. As palavras surgiram na mente de Hermione e, sem pensar, ela falou:
— Agradeça com um beijo.
Harry respirou fundo e, apoiando as mãos na mesa, inclinou-se e roçou os lábios nos dela. A ternura daquele beijo inocente fez Hermione perder o equilíbrio e, quando Harry ia se erguer, ela se segurou em seus braços. Para ele, o gesto foi um convite irrecusável, a que Harry respondeu, aprofundando o beijo. Quando Hermione retribuiu em abandono, ele perdeu de vez o controle. Seus braços a enlaçaram e Harry a puxou da mesa, apertando-a contra si. Hermione deslizou as mãos pelo peito largo, para enroscar os dedos nos cabelos negros e despenteados, que a faziam se lembrar dos pêlos de uma pantera. Sem pensar, Harry deslizou uma das mãos até um dos seios de Hermione, acariciando-o com reverência. Em vez de fugir ao contato, como ele esperava que ela fizesse, Hermione colou o corpo ao do marido ainda mais, tão perdida na paixão daquele beijo quanto Harry se sentia.
A voz alegre do capitão Lupin se fez ouvir no corredor, bem diante da porta do escritório.
— Não se preocupe, Slughorn. Conheço o caminho.
A porta do escritório se abriu e Hermione se afastou de Harry com um pulo.
— Harry, eu... — o capitão começou a falar, ao mesmo tempo em que entrava no escritório, mas parou ao se deparar com o rubor de Hermione e a expressão sombria de Harry. — Eu deveria ter batido.
— Nós já terminamos — Harry falou em tom seco.
Incapaz de encarar o amigo, Hermione sorriu para Harry e balbuciou algo sobre subir para trocar de roupa.
O capitão Lupin estendeu a mão.
— Como vai, Harry?
— Não sei — Harry respondeu, distraído, observando Hermione deixar o escritório.
Os lábios de Remus Lupin se curvaram em um sorriso, mas seu divertimento se transformou em preocupação quando ele viu Harry se dirigir à janela com passos lentos. Como se estivesse extremamente cansado, Harry passou a mão pelos cabelos e massageou a própria nuca.
— Algo errado? — o capitão perguntou.
Harry respondeu com uma risada amarga:
— Não há nada errado, Remus. Nada que eu não mereça. Nada que eu não possa resolver.
Quando Remus partiu uma hora depois, Harry reclinou-se na cadeira e fechou os olhos. O desejo que Hermione lhe acendera ainda o fazia queimar por dentro. Desejava-a com tamanho ardor, que teve de cerrar os dentes e lutar contra o impulso de subir e fazer amor com ela imediatamente. Tinha vontade de estrangulá-la por ter dito que ele deveria ser um marido “civilizado” e ter uma amante.
Sua nova esposa o estava deixando louco. Tentara jogar xadrez antes, mas, agora, estava se arriscando em um jogo bem mais perigoso: o da provocação. Sentava-se na beirada da mesa, no braço da cadeira, dava-lhe presentes, pedia beijos... De repente, Harry se perguntou se ela fingira que ele era Draco, uma hora antes, quando se beijavam.
Contrariado com a reação de seu corpo a Hermione, ele se pôs de pé e se dirigiu ao seu quarto. Soubera desde o início que iria se casar com uma mulher que pertencia a outro homem. O que não sabia era que tal fato lhe faria tanto mal. E era por orgulho que não pretendia ir para a cama com ela de novo. Por orgulho e pelo conhecimento de que, quando terminasse, não se sentiria mais satisfeito do que se sentira em sua noite de núpcias.
Ao ouvi-lo no quarto, Hermione bateu na porta de comunicação. Ele respondeu que entrasse, mas o sorriso de Hermione morreu nos lábios quando ela viu Franklin arrumando uma mala, enquanto Harry guardava uma pilha de papéis em uma pasta de couro.
— Aonde você vai? — ela perguntou.
— Londres.
— Mas... Por quê? — Hermione insistiu, profundamente desapontada.
Harry virou-se para o valete.
— Eu mesmo arrumarei a mala, Franklin. — Esperou que o criado saísse, para então responder. — Lá, consigo trabalhar melhor.
— Ontem, você me disse que não poderia me acompanhar a Londres hoje, porque tem uma reunião importante aqui, amanhã bem cedo.
Harry parou de enfiar papéis na pasta, endireitou-se e encarou-a.
— Hermione, sabe o que acontece a um homem que passa dias seguidos sem satisfazer sua necessidades sexuais?
— Não — ela respondeu, corando.
— Então, vou lhe explicar.
Hermione sacudiu a cabeça, apreensiva.
— Talvez seja melhor você não fazer isso... Ao menos, não agora, que está de péssimo humor.
— Eu não costumava ter mau humor, antes de conhecer você. — Dando-lhe as costas, ele plantou as mãos no consolo da lareira e fixou os olhos no chão. — Estou avisando. Volte para o seu quarto, antes que eu me esqueça de que devo agir como um marido “civilizado” e desista de ir a Londres.
Hermione sentiu uma forte vertigem.
— Vai visitar a sua amante, não vai? — perguntou, incrédula, lembrando-se do momento de extrema ternura que haviam partilhado quando ela lhe entregara o presente.
— Está começando a falar no tom desagradável de uma esposa ciumenta — Harry comentou entre os dentes.
— Acontece que sou sua esposa!
— Ora, você tem uma idéia um tanto estranha do que significa ser esposa — ele retrucou em tom de zombaria. — Agora, saia daqui.
— Será que não percebe que não sei o que é exatamente ser uma esposa? — Hermione explodiu. — Sei cozinhar, costurar e cuidar de um marido, mas você não precisa de mim para nada disso, pois tem outras pessoas para desempenhar essas funções. E vou lhe dizer uma coisa, lorde Potter. Posso não ser uma esposa muito boa, mas você é o pior marido do mundo! Quando o convido para jogar xadrez, você se zanga. Quando tento seduzi-lo, fica irado...
Harry ergueu a cabeça com um gesto repentino e violento, mas Hermione estava tão furiosa, que não deu a menor atenção à expressão de surpresa no rosto dele.
— E quando lhe dou um presente, você corre para Londres, para visitar a sua amante!
— Mione, venha cá — ele chamou com voz estrangulada.
— Ainda não terminei! — Hermione prosseguiu, furiosa e humilhada. — Vá ver sua amante, se é isso o que você quer, mas não me culpe se nunca conseguir ter um filho. Posso ser ingênua e ignorante, mas não a ponto de acreditar que posso gerar um bebê sem... sem a sua cooperação!
— Mione, por favor, venha cá — Harry repetiu, mas, desta vez, sua voz não passava de um sussurro rouco.
A emoção crua daquele pedido finalmente se registrou na mente de Hermione, dissipando sua ira no mesmo instante. Porém, ela ainda temia sofrer mais uma rejeição de seu marido.
— Harry, acho que você não sabe o que quer. Você afirma querer um filho, mas...
— Sei exatamente o que eu quero — ele a corrigiu, abrindo os braços. — Se vier até aqui, vou lhe mostrar.
Hipnotizada pelo convite sedutor daqueles olhos verdes, bem como pela suavidade aveludada da voz grave e profunda, Hermione se aproximou lentamente e, então, viu-se envolvida em um forte abraço. Os lábios de Harry pousaram sobre os dela com ternura, para então iniciar uma exploração ousada, que transformou seu corpo em uma fogueira, em questão de segundos. Sentiu a intimidade do contato do corpo de Harry, pressionado fortemente contra o seu, ao mesmo tempo em que as mãos dele deslizavam, famintas, por suas costas, ombros e seios, afastando-lhe os medos e acendendo chamas de desejo por onde passavam.
— Mione — Harry murmurou com voz trêmula, beijando-lhe as faces e o pescoço, antes de voltar a capturar-lhe os lábios, com paixão crescente.
Dessa vez, beijou-a sem pressa, deixando suas mãos continuarem o passeio fascinante por aquele corpo repleto de curvas sedutoras, deleitando-se com os pequenos gemidos do mais puro prazer que Hermione já não era capaz de reprimir.
Quando Harry a tomou nos braços e, com delicadeza e devoção, deitou-a na cama, Hermione teve a impressão de que o mundo girava a sua volta. Agarrando-se àquele universo mágico, onde nada mais existia, a não ser seu marido, ela manteve os olhos bem fechados, enquanto Harry se despia. Ao sentir o peso dele no colchão a seu lado, lutou contra o pânico e esperou que ele desamarrasse a faixa que prendia seu robe em torno da cintura.
Porém, em vez de despi-la, Harry depositou beijos ternos e suaves sobre as pálpebras, puxando-a para si com movimentos extremamente delicados e cuidadosos.
— Princesa — sussurrou-lhe ao ouvido —, por favor, abra os olhos. Prometo não me precipitar, desta vez.
Hermione respirou fundo e abriu os olhos, sentindo-se invadida por profundo alívio ao descobrir que ele tivera o cuidado de apagar todas as velas, exceto as que se encontravam sobre o consolo da lareira, do outro lado do quarto.
Reconhecendo o medo naqueles grandes olhos castanhos, Harry se apoiou em um cotovelo e afagou-lhe os cabelos espalhados sobre o travesseiro. Homem nenhum, exceto ele mesmo, jamais a tocara, pensou com reverência, antes de ser invadido pelo orgulho de tal conhecimento. Aquela mulher linda e corajosa se entregara a ele... somente a ele. Queria compensá-la por sua noite de núpcias, ouvi-la gemer de paixão, de êxtase.
Ignorando a tensão urgente que se acumulava em seu corpo Harry roçou os lábios nos de Hermione, sussurrando:
— Não sei o que você está pensando, mas parece muito assustada. Nada é diferente do que foi, há alguns minutos, quando estávamos nos beijando.
— Exceto pelo fato de você estar sem roupa — Hermione lembrou-o, visivelmente embaraçada.
Harry reprimiu um sorriso.
— Verdade, mas você continua vestida.
Não por muito tempo, ela pensou, e ouviu a risada baixa de Harry, que parecia ter lido seus pensamentos.
— Gostaria de continuar com o robe? — ele perguntou, beijando-lhe a face.
A esposa, cuja virgindade ele havia tirado com brutalidade, fitou-o nos olhos, acariciou-lhe o rosto e declarou:
— Quero agradar você. E não acho que você queira que eu continue vestida.
Com um gemido sufocado, Harry beijou-a com ternura e paixão, estremecendo quando ela retribuiu o beijo com ardor inocente.
— Mione, se me agradar mais do que agrada quando me beija, vou acabar morrendo de prazer!
Respirando fundo, ele começou a desamarrar a faixa do robe com dedos trêmulos, mas a mão de Hermione pousou, rígida, sobre a sua.
— Não vou abri-lo, se você não quiser, minha querida — ele prometeu. — Só pensei que não haveria mais nada a nos separar, nem mal-entendidos, nem portas... nem mesmo roupas. Tirei as minhas para me mostrar a você, não para assustá-la.
Derretendo-se diante de uma explicação tão terna, Hermione retirou a mão de sobre a dele e, para felicidade de Harry, passou os braços em torno de seu pescoço, oferecendo-se a ele, sem pudor.
O robe se foi e Harry voltou a beijá-la, ao mesmo tempo em que lhe acariciava os seios. Em vez de simplesmente se submeter às carícias dele, Hermione puxou-o para si, retribuindo o beijo com ardor desconhecido até mesmo para ela. Então, ele sentiu o mamilo rosado enrijecer sob seus dedos e, invadido pelo fogo da paixão, inclinou-se para beijá-lo.
Hermione sobressaltou-se e Harry deu-se conta, mais feliz e orgulhoso, de que jamais um homem a tocara como ele fazia agora.
— Não vou machucá-la, querida — garantiu, antes de voltar a beijar-lhe o seio com suavidade, até sentir que ela relaxava.
Então, deu vazão ao seu ardor, arrancando dela um gemido de intenso prazer.
A surpresa e o choque provocados pela carícia jamais imaginada por Hermione deram lugar ao mais puro deleite. Fascinada pela descoberta de que aquele tipo de contato era extremamente prazeroso e provocava em seu corpo reações totalmente novas, porém agradáveis, ela se abandonou ao toque experiente de Harry, enroscando os dedos em seus cabelos, puxando a cabeça dele contra o peito, como se não desejasse que ele parasse de fazer o que estava fazendo... até que sentiu a mão dele deslizar lentamente entre suas pernas.
— Não! — o protesto aterrorizado deixou seus lábios, ao mesmo tempo em que suas coxas se fechavam, tensas.
Em vez de irritar Harry, como ela temia, sua resistência arrancou-lhe uma risada terna. No instante seguinte, ele beijava sua boca, mais uma vez, voltando a atormentá-la de prazer.
— Sim — ele murmurou de encontro a seus lábios. — Ah, sim...
Voltou a baixar a mão lentamente, acariciando, provocando, brincando, até sentir a tensão deixar Hermione, suas coxas se afastarem de livre e espontânea vontade, cedendo à persuasão gentil. Ao sentir o calor e a umidade com que Hermione o recebia, Harry quase perdeu de vez o controle. Porém, lutou e venceu, oferecendo a sua doce esposa um vislumbre das delícias que poderiam fazer parte de seu casamento, dali por diante.
Mal podia acreditar no ardor que Hermione possuía, bem como na facilidade natural que possuía de enlouquecê-lo de prazer. Cada vez que Hermione vencia o medo e entregava a Harry uma pequena parte de seu corpo, ela o fazia por inteiro, sem reservas, nem pudores.
Ao sentir a invasão delicada dos dedos dele, ela ergueu os quadris de encontro à mão que a acariciava, como se buscasse mais, como se já mal pudesse esperar para tê-lo dentro de si.
Então, Harry se posicionou sobre ela, sem jamais deixar de beijá-la e acariciá-la de maneira sedutora.
O coração de Hermione deu um salto no peito, em uma mistura de prazer e terror, quando ela sentiu a virilidade de Harry pressionada entre suas pernas. Porém, em vez de penetrá-la, Harry colou os quadris aos dela, movendo-se em círculos, que a deixaram tonta de desejo, afastando o medo, substituindo-o pela necessidade desesperada de se render a ele por completo.
— Não tenha medo de mim — Harry suplicou.
Hermione abriu os olhos para o homem que pairava acima dela. O rosto de Harry exibia a paixão desesperada, seus braços e ombros se apresentavam tensos e ele respirava com dificuldade. Fascinada, ela tocou-lhe os lábios com a ponta dos dedos, dando-se conta de quanto ele a desejava, bem como do esforço que fazia para se controlar e não dar vazão ao desejo que o sufocava.
— Você é tão meigo — murmurou, emocionada. — Tão meigo...
Com um gemido abafado, Harry penetrou-a parcialmente, para então voltar a penetrá-la com maior profundidade, até seus corpos estarem totalmente unidos. O suor banhou-lhe a testa, enquanto ele lutava bravamente contra as exigências tirânicas de seu corpo, movendo-se lentamente dentro de Hermione, observando-lhe as feições afogueadas. Com a cabeça pressionada no travesseiro, ela ergueu os quadris, trêmula e ofegante, buscando a satisfação que ele estava determinado a lhe dar. Imediatamente, Harry aumentou o ritmo de seus movimentos.
— Entregue-se à felicidade, Mione. Vou dá-la a você. Eu prometo.
Uma explosão de êxtase tomou conta do corpo de Hermione, arrancando-lhe um grito quase selvagem de prazer. Com um último e desesperado beijo, Harry juntou-se a ela no clímax da paixão.
Temendo que seu peso ferisse o corpo delicado e lânguido de Hermione, Harry rolou para o lado, puxando-a consigo, seus corpos ainda unidos em profunda intimidade. Quando, finalmente, recuperaram o fôlego, beijou-lhe a testa e afagou-lhe os cabelos.
— Como está se sentindo? — perguntou.
Hermione abriu os olhos e fitou-o.
— Estou me sentindo uma esposa — respondeu.
Ele riu e a abraçou com força.
— Harry — Hermione falou, com voz embargada pela emoção. — Preciso lhe dizer uma coisa.
— O que é?
— Eu o amo.
O sorriso morreu nos lábios de Harry.
— É verdade. Eu o...
Ele pousou um dedo em seus lábios, a fim de silenciá-la, e sacudiu a cabeça.
— Não, você não me ama — declarou em voz baixa e implacável. — Nem deve. Não me dê mais do que já deu, Mione.
Hermione desviou o olhar sem dizer nada, mas a rejeição de Harry doeu muito mais do que ela jamais imaginara possível. Então, lembrou-se das palavras contundentes: “Não preciso do seu amor e não o quero”.
Franklin bateu na porta, a fim de verificar se lorde Potter precisava de ajuda com sua mala. Por não ter recebido resposta, calculou que Harry estivesse no banheiro e, como de costume, abriu a porta.
Deu um passo no quarto mal iluminado e, então, parou. Seus olhos pousaram no casal deitado na cama, antes de se desviarem, horrorizados, para a pilha de roupas que Harry estivera escolhendo para levar para Londres e, agora, jaziam espalhadas pelo chão. O valete eficiente lutou contra o impulso de apanhar o elegante casaco de veludo e escová-lo. Então, recuou em silêncio e fechou a porta com cuidado.
Uma vez de volta ao corredor, o desprazer provocado pelo descuido com que lorde Potter tratara suas roupas deu lugar à profunda satisfação pela cena que acabara de testemunhar. Deu meia-volta e correu até o topo da escada.
— Senhor Slughorn! — chamou, apoiando-se perigosamente na balaustrada, acenando para o mordomo, que se encontrava perto da porta de entrada. — Senhor Slughorn, tenho uma notícia de grande importância! Aproxime-se, para que ninguém mais nos ouça...
No corredor à esquerda de Franklin, duas criadas alertas saíram dos quartos que estavam limpando, chocando-se uma contra a outra e se acotovelando em sua urgência de ouvir o que Franklin tinha a dizer. À direita, um lacaio se materializou repentinamente e começou a limpar um espelho com enorme entusiasmo, esfregando-o com cera de abelha e óleo de limão.
— Aconteceu! — Franklin anunciou para Slughorn com um sussurro, passando a informação em código, usando uma palavra tão vaga que, certamente, ninguém compreenderia, mesmo que ouvisse.
— Tem certeza?
— Claro que tenho!
Um sorriso iluminou as feições normalmente austeras de Slughorn, mas ele logo recuperou a compostura e a formalidade.
— Muito obrigado, senhor Franklin. Suponho que eu deva ordenar aos cavalariços que voltem a guardar a carruagem no estábulo.
Com isso, Slughorn virou-se e se encaminhou para fora, onde a carruagem luxuosa, contendo o brasão de Gryffindor na porta, aguardava. Parando no topo dos degraus da entrada, o mordomo informou aos cocheiros:
— O lorde não vai precisar dos seus serviços esta noite. Podem guardar a carruagem e os cavalos.
— Não vai... — John começou, surpreso. — Ora, mas recebi ordens de estar aqui quando ele saísse.
— O lorde mudou seus planos — Slughorn declarou com voz fria e autoritária.
John suspirou, exasperado.
— Deve haver algum engano — insistiu. — Ele pretende ir a Londres...
— Idiota! Ele pretendia ir a Londres, mas já se retirou para os seus aposentos!
— Às sete e meia da noite... — Assim que Slughorn lhe deu as costas e entrou na mansão, John sorriu e lançou um olhar malicioso para o companheiro. — Acho que lady Potter decidiu que as loiras estão fora de moda!
Então, sacudiu as rédeas, incitando os cavalos na direção do estábulo, ansioso para dar a notícia aos cavalariços.
Slughorn foi até a sala de jantar, onde McLaggen assobiava alegremente, enquanto retirava da mesa os pratos e talheres que havia colocado para o jantar solitário de lady Potter.
— Houve uma mudança, McLaggen — Slughorn anunciou.
— Com certeza, senhor Slughorn — o lacaio insolente concordou.
— Pode tirar a mesa.
— Já fiz isso.
— Porém, esteja preparado para o caso de lorde e lady Potter decidirem jantar mais tarde.
— Lá em cima — McLaggen completou com um sorriso ousado.
Slughorn empertigou-se e saiu.
— Irlandês insolente! — resmungou.
— Inglês pomposo! — McLaggen retrucou as suas costas.
N/A: Ainda não está tudo perfeito, mas vai melhorar!
Esse capítulo era pra ter sido postado a um tempinho, mas eu fui ao cinema ver PIRATAS DO CARIBE, que é ótimo por sinal, não percam! Já sabem como é né, acabei me atrasando toda na digitação do capítulo! Mas ta ae!
Bjsss,
Jéssica Malfoy
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