Surpresas Inesperadas



Eles haviam chegado à Toca, estava tão escuro, mal dava para se ver um palmo à frente. Eles andavam meio desorientados, até Hermione e Harry gritarem:

- LUMUS!

Agora tudo parecia tão claro. Todos fizeram à mesma coisa, conseguiram se organizar. Harry subira para desfazer as malas. Gina fora para a cozinha com a Sra. Weasley, Fred ficara na sala com Rony, que o mesmo fora chamado por Hermione que já subia as escadas.

- RONY! Venha, tenho algo pra lhe contar.

- Estou indo. – disse Rony animado.

Gina via os dois subindo, e disse para si mesma.

- Devia ter me escutado à tarde.

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Harry estava no seu quarto, que provavelmente dividiria com Rony. Desfazia suas malas rapidamente, estava querendo comer, já que não o fazia há horas. Olhava tudo que tirava de seu malão, como se tudo lhe dissesse algo, como se lembrasse exatamente todos os momentos que passara com seus amigos. Suas lembranças iam e vinham rapidamente pareciam um filme em sua mente.

Até que notara que não estava mais sozinho no quarto, alguém estava ali, o observando, alguém conhecido. Harry na precisou se virá.

- Olá Harry – dissera Dumbledore.

- Dumbledore? O que o senhor faz aqui? – dissera Harry sem muita vontade de saber a resposta enquanto se virava e via a imagem bem clara de Alvo Dumbledore.

- Soube que viria para cá. Apenas vim perguntar se você não quer fazer uma visita comigo a um velho amigo meu.

- Claro, mas primeiro terei de jantar – dissera Harry pensando que não devia ir, sabia que queria ficar aqui.

- Se não quiser ir Harry, não se preocupe, eu posso ir sozinho.
- Não. Eu irei com o senhor.

Enquanto desciam Dumbledore lhe explicava por que precisava da ajude dele, e a quem iriam visitar.

- Preciso de sua ajuda, para convencê-lo a voltar a Hogwarts.

- Mas quem nós vamos visitar? – Harry meio desconfiado levantou uma das sobrancelhas.

- Um velho amigo meu.

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Em um quarto meio sem luz, estavam Hermione e Rony conversando sobre o “namoro” deles.

- Rony, você realmente gosta de mim? – disse Hermione dizendo para si mesma: “Que pergunta mais idiota.”.

- Claro Hermione, eu te amo.

Porque ele tinha de dizer isso? Aquelas palavras machucavam-na, mas ela sabia que não podia mais ficar com ele, não enquanto o coração dela pertencer a outro.

- Rony eu quero lhe dizer algo, não sei bem como lhe dizer e nem como começar, mas você precisa saber.

- Comece pelo começo... – disse Rony aproximando-se dela como se fosse beijá-la.

- Eu... – disse Hermione se afastando –... não posso mais ficar com você, não é você quem eu amo, eu não tive coragem de lhe contar antes, e decidir que devemos acabar. Sei que não é fácil, mas eu não pretendo enganar um dos meus melhores amigos, muito menos usá-lo para tentar esquecer alguém – ela falara tudo muito rápido, senão o fizesse sabia que pararia no meio da frase.

Hermione chorava, sabia que Rony não iria entender, sabia que era o fim pra Rony, mas sabia que era o melhor a fazer.

Rony estava sem palavras, seus olhos enchiam-se de lágrimas, seu rosto estava pálido, sua boca procurava palavras, sua mente procurava um motivo para isso.

- Eu... não... Preciso ficar sozinho... – disse Rony quase chorando e se afastando. Até que Hermione o puxou pelo braço e disse baixo.
- Rony espere, ainda não acabei.

- E REALMENTE PRECISA ACABAR? ESTÁ MUITO CLARO! AGORA POR FAVOR, ME SOLTE E ME DEIXE SOZINHO – disse Rony como se todo o mundo tivesse desabado em cima dele de uma só vez.
Hermione se encostara ao vão da porta e observava Rony correr, dizendo para si mesma:

- Se você soubesse o que eu sinto, se você soubesse meus pensamentos, se você sentisse a mesma coisa que eu, se você soubesse de quem eu gosto, não faria isso.

E ficou assim no só e “E se você soubesse...” até Hermione se dar conta do que estava fazendo, até se dar conta que falava alto o suficiente para quem passasse ouvir. Ela queria sumir do mundo por alguns dias, queria ficar sozinha.

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Harry havia escutado os gritos de Rony, não os entenderá, mas agora não havia tempo, devia ir com Dumbledore encontrar esse “misterioso” amigo.

Agora eles se encontravam na cozinha, Harry tentava escapar apenas com uma torrada, estava curioso para saber quem era esse “amigo misterioso”, mas como sempre a Sra. Weasley o impedia.

- Harry não pode sair sem comer, sei bem que não comeu hoje, nem jantou ontem, sente-se e coma – entregando-lhe um copo com suco de abóbora e algumas torradas.

- Mas Sra. Weasley preciso ir com o diretor para um caso urgente, não posso me atrasar, ele está me esperando.

- Não quero saber, apenas coma.

Dumbledore via a cena e olhava para Harry como se dissesse “Realmente é melhor comer”. Harry entenderá o olhar e rapidamente começou a comer. A Sra. Weasley parecia satisfeita e sorria.

- Essas crianças.

Harry não demorou mais que cinco minutos para comer, estava cheio, realmente comera muito, olhava para a Sra. Weasley vendo na mesma a felicidade. Fora para a sala caminhando lentamente.

Dumbledore estava conversando com Arthur, que o mesmo havia acabado de chegar. Harry fora até onde os dois estavam, sentou-se na poltrona e esperou.

- Querido, finalmente chegou, já estava ficando preocupada.

- Molly, acabei de chegar estava apenas conversando com Dumbledore – falava isso enquanto dirigia-se a mulher – Dumbledore, nos veremos em breve, até mais.

- Até Arthur – disse Dumbledore acenando um simples “Tchau” – Vamos Harry?

- Claro professor.

Saíram da Toca, estava um pouco frio lá fora, mas o céu estava limpo, deram mais alguns passos até o portão.

- Harry, teremos de aparatar, sei que não sabe, por isso segure-se a mim. Vamos rápido, não podemos demorar muito mais.

- Sim Dumbledore – disse Harry enquanto dirigia-se a Dumbledore, segurou o braço do velho diretor, seus pés saíram do chão, seu corpo era pressionado com força, parecia estar preso a algo, não conseguia se mexer, era uma sensação horrível, sua mente girava, era como um Cruccio, realmente preferia viajar usando Chave do Portal.

Seus pés agora estavam em terra firme, sua cabeça estava meio embaraçada, mas parara de rodar, seu corpo estava mole, não conseguia ficar em pé, estava de joelhos no chão procurando os óculos, seu estômago girava, ameaçando vomitar, seus olhos se contraiam como se não estivesse enxergando nada, sua boca procurava ar, nada ouvia, sua “viagem” havia sido bastante ensurdecedora.
Tentava se levantar. Um pouco tonto tentou respirar fundo, colocou os óculos, andou ameaçando cair até onde Dumbledore estava, pôs-se ao lado do diretor, que o mesmo parecia ter acabado de ganhar um presente que o agradara muito.

- Desculpe não me lembrei que era sua primeira aparatação, mas não se preocupe isso sempre acontece, precisa se acostumar.

- Professor, onde exatamente estamos? – disse Harry embolorando e gaguejando algumas palavras.

Para sua sorte Dumbledore entendera.

- Estamos próximo a um vilarejo trouxa, onde alguns dos atuais e aposentados professores de Hogwarts costumam viver.

Harry olhava em volta, realmente os professores que ali deviam moravam serviram por muito tempo a Hogwarts ou vinheram de famílias ricas. O lugar era impecável, havia fontes e bancos espalhados por imensos jardins bem tratados pertencentes a enormes casas com varandas que se espalhavam a sua volta, logo mais saberia que não se precisava ser rico pra morar ali. Era um lugar confortável. Apenas confortável.

Parecia estar muito longe da Toca, o céu ali não estava limpo, prometia chover, havia neblina também. Dumbledore começou a andar, Harry o seguira, e começou.

- Harry, espero que esta noite seja um segredo. Entende?

- Sim, Dumbledore.

- Provavelmente deve estar se perguntando por que está aqui.

- Também, mas estou curioso com o que vamos fazer e quem vamos visitar.

- Bem estamos aqui, para pedir ajuda a um velho professor de Hogwarts. Quanto a quem vamos visitar, logo saberá.

- Mas por que o senhor insiste tanto em esconder o nome desse professor?

- Calma Harry, primeiro prefiro que me chame de você, sei que sou velho, mas convenhamos.

- Irei tentar professor.

- Obrigado Harry, e segundo não precisa se preocupar quanto...

Um lampejo vermelho quase atingira Harry. Dumbledore parou de falar, procurava uma explicação para aquilo.

- Boa noite, Alvo – disse ao longe, a voz de Bellatrix – E veja quem está aqui também, o garoto Potter – disse com certa repugnância.

- Boa noite Bellatrix.

Por alguns momentos Harry olhou com desprezo para Belatriz, sempre a odiou, mas agora seu sangue fervia, pretendia fazer algo, mas foi interrompido.

- Vejo que seu querido diretor não lhe deu educação, não é mesmo Potter? – disse avaliando-o da cabeça aos pés.

- Na verdade eu recebi mais educação do que você pensa, mas acho que “você” não a merece – dando ênfase no você.

Bellatrix foi atingida com esse “você”, mas decidiu não discutir quanto a isso, havia muitas coisas ainda para acontecer naquela noite, não queria ser culpada pelo plano ter dado errado por ter ficado discutindo com um pirralho.

- Ora Alvo, vejo que Potter precisa ter boas maneiras, mas não tenho tempo de dar algumas aulas.

- Então Bellatrix, o que faz aqui? – disse o velho fingindo que não sabia a resposta e ignorando a pergunta da outra.

- Realmente isso não lhe interessa, mas estou aqui a mando de meu Lord, não esperava sua presença e também não gosto de interrupções.

- Mas ao certo o que se deve o risco de vir aqui?

- Vim falar com alguém, nada que diga respeito a você.

- Interessante, creio que seja Severus Snape, estou certo?

- Sim, realmente é com ele com quem preciso falar, sei muito bem que o protege em sua escola como se fosse um inocente, provavelmente não sabe quem é Severus Snape, e o acho muito tolo ao acreditar que Snape algum dia veio deixar de ser um fiel Comensal da Morte.

- Entendo muito bem sua opinião, já que todos pensam assim, mas os motivos de ter aceitado Snape em minha escola vão muito além de acreditar que ele realmente possa ter mudado – disse limpando a garganta.

Harry que até o momento se mantera calado resolveu se intrometer.

- Que motivos?

Mas ignoraram sua pergunta e continuou calado, abrindo a boca algumas vezes, como se fosse falar algo, mas preferiu fitar o cadarço desamarrado.

- Mas não tenho tempo de ficar aqui jogando conversa fora com você, Alvo. Devo ir, meu Lord tem pouca paciência e não gosta de atrasos.

- Como você Bela, temos assuntos pendentes, espero que nos encontremos novamente, foi um prazer vê-la. – sorrindo sarcasticamente.

- Digo o mesmo Alvo – ao dizer sorriu malignamente e pensou “Você não tem idéia de como nos veremos em breve, muito em breve”.

Depois disso Belatriz Lestrange sumiu sem deixar vestígios, deixando finalmente Harry e Dumbledore continuarem sua caminhada até esse “misterioso amigo”. Parecia não estar muito longe.

- Professor por que nós não aparatamos para mais próximo?

- Bem Harry, eu não sei bem, mas acho que algo deu errado em nossa viagem e acho que não seria bom para você aparatar novamente.

- Mas o que deu errado?

- Não sei, acho que alguns bruxos impedem que aparatem em suas casas por precaução.

- Hmm, realmente acho que não ficaria bem se tivesse aparatado duas vezes – os dois começaram a rir.

- Bem Harry, não devemos estar muito longe agora.

- Que bom – resumiu-se a dizer.

- Não se preocupe estamos perto e acho que vai gostar de ter vindo aqui – disse sorrindo docemente para o garoto.

Harry retribuiu o sorriso, um sorriso meio falso, não sabia por que, mas algo realmente lhe dizia para ficar ali e realmente saber por que Dumbledore o chamara.

Olhava para trás, ouvira alguns barulhos, mas nada com o que se importar, sabia que àquela hora poucas pessoas estariam dormindo, provavelmente lendo alguns livros, cochilando na sala, pensando na vida ou perto da lareira com a família do lado contando algumas histórias.

Harry não notara, mas estava chorando, as lágrimas desciam lentamente, tinha vontade de parar perto de uma janela olhar crianças e seus pais sentados na lareira sorrindo enquanto ouvia algumas histórias.

Harry não teve pais, mas considerava os Weasleys sua família, eles eram a família que ele nunca tivera, aqueles que estiveram ali quando ninguém estava, aqueles que o abrigaram com carinho, aqueles que o entendiam, aqueles com quem vinha passando as melhores férias de sua vida, aqueles que nunca deixaram Harry sozinho.

Suas lágrimas caíam desesperadamente, lavando seu rosto. Dumbledore agora via Harry chorando, decidiu ficar calado, começou a andar mais devagar e deixa-lo chorar.

Harry não conseguia esconder suas lágrimas, apenas abafava o choro, suas mãos tremiam perante o frio que se alastrava pela noite, sua boca estava seca, seus ouvidos estavam gelados, seus olhos ardiam, suas lágrimas paravam no nariz, fazendo-o ficar vermelho e gelado, fungava um pouco, mas nada que se ouvisse.

Dumbledore resolveu fazer alguma coisa, se aproximou de Harry tendo de voltar alguns passos.

- Harry, não sei exatamente por que chora, desconfio que seja da perda de... – Dumbledore parara e resolveu não continuar a frase, hesitou por uns momentos, mas resolveu ficar calado.

- Sirius – disse meio desanimado – Mas na verdade não era por ele.

- Espero que quem vinhemos ver o deixe mais... – hesitou por um momento – O deixe mais...

- Feliz... – Harry deu um sorriso despercebido.

- Pelo menos o faça sorrir.

Harry não entedera bem, mas percebeu que era alguém conhecido. Em alguns minutos teria a certeza de seu pensamento, em alguns minutos teria alguém de volta para perto de si, em alguns minutos seria uma das primeiras pessoas a saber o que Hogwarts há muito tempo sonhava em ter de volta.

- Bem Harry, aqui estamos.

Harry sorriu, pareceu feliz com essa frase, alguns segundos após a chegada de Harry e Dumbledore, a porta parecia abrir, realmente quem quer que fosse já estaria os esperando, quem quer que fosse esperava notícias sendo elas boas ou ruins, quem quer que fosse não imaginava a felicidade que teria em receber o que vinha abaixo do bolso do belo sobre tudo púrpura de Dumbledore.

A porta finalmente abriu.

- Alvo, por favor, entre – Harry notou que quem estava ali ainda não sabia que ele havia vindo também, mas o mesmo não demorou muito a notar isso – Harry?

A voz era familiar a Harry, ele a reconheceu muito bem. O sorriso da pessoa a porta ia de ponta a ponta, sua felicidade era grande, além disso sentia saudades. Harry olhava para quem estava abrindo a porta, estava surpreso. Harry chorava de novo. Tristeza? Mais do que felicidade. Mas como ele poderia estar ali?

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