E Para Fechar o Ano com Chave
CAPÍTULO XXIII. - E PARA FECHAR O ANO COM CHAVE DE OURO...
“Um feixe de luz saiu da varinha de Tiago, e Snape foi imediatamente suspenso no ar de ponta-cabeça. As vestes dele subiram e revelaram as pernas e a cueca cinza que ele usava. Augusto riu. Amélia ficou furiosa”.
- Quem quer ver eu tirar as cuecas do Ranhoso?
A maioria das pessoas deu gritinhos de excitação. As risadas ecoavam pelos jardins. Tiago olhou para Sirius. Ele acenou, como se desse autorização para que a humilhação fosse concluída. Sem conseguir se manter calada, Amélia se jogou no meio da roda, gritando para todos ouvirem:
- Eu quero!"
As risadas morreram imediatamente... O que inclui as risadas de Sirius e Tiago. Remo se sentou mais ereto, alerta. Amélia respirava com velocidade. Sirius se aproximou dela. Disse, bem baixinho.
- O que você quis dizer com isso?
- Você tem algo haver com isso, não tem, Sirius? – Amélia sussurrou, exasperada. – Essa é a sua vingança, não é? Pelo que você viu ontem? – O garoto a fuzilou com o olhar. – Por que você tinha que me seguir, em primeiro lugar?
- Eu...
- Agora desça ele... ou eu vou ter que fazer o que eu não quero.
- Nem em sonho.
- Pois bem. Você que pediu!
Ela se aproximou mais, ficando com o rosto bem próximo do de Sirius. Ela estava disposta a magoá-lo. Falou alto, para todos ouvirem.
- Embora tenha dito que sim, não quero que Tiago tire a cueca do... Ranhoso! O que eu quero, na verdade, é uma coisa bem perto disso... Sabe por que, Sirius?
Ela se voltou para a multidão, aumentando ainda mais o seu tom de voz, de modo que ninguém deixasse de ouvir as palavras dela.
- Porque eu acho que a tarefa de tirar a cueca do Ranhoso cabe a mim! - Ela voltou a se aproximar perigosamente de Sirius, mantendo a voz alta, mas extremamente aveludada... E um sorriso hostil no rosto. –E quando eu tirar a cueca do Ranhoso, fique certo que eu estarei só com ele. Sem audiência. Só eu e o Ranhoso.
- Chega, Amélia – Sirius disse, com os dentes cerrados. Amélia fingiu não ouvir.
- E quer saber mais? Ele também vai tirar as minhas roupas. – Ela passou a circular Sirius. Encostou os lábios no ouvido dele. Sussurrou. – Bem lentamente... Tal qual você sempre quis fazer... Mas nunca pode! Eu nunca deixei. E, como você mesmo viu ontem, ele, o Ranhoso, pode.
“Deixa-me contar um segredo... – Olhou nos olhos de Sirius. Ele já não a olhava com raiva... Estava triste. Deixou o garoto e se voltou para a multidão que, tensa, assistia o desenrolar do conflito. Voltou a subir a voz. – Aliás, vou contar para todos vocês. O grande e desejado Sirius foi trocado! – o povo começou a comentar entre si. Amélia não conseguiu conter o sorriso que apareceu no canto da sua boca – Isso mesmo! Trocado! Pelo ranhoso! É verdade, minha gente! O popular Sirius Black foi trocado, após receber um belo par de chifres! - Ela se riu, enquanto a platéia se entreolhava, tensa. Sirius abaixou a cabeça - Oh! Você não sabia! Eu sinto tanto, Sirius! – Ela gargalhou e se voltou para Tiago.
"Agora será que você pode colocar o meu namorado no chão? Vamos, Tiago, eu sei que você não vai ceder aos seus impulsos homossexuais aqui, na frente de todo mundo!".
Tiago estava pasmo. Desde que Amélia tinha entrado na roda, não fizera nada, além de observar os atos da... Amiga. Obedeceu.
Severo olhou para Amélia... reprovando? Ela não se importou. Ele devia mesmo era agradecer. Ela caminhou até ele e o beijou lascivamente, como ela nunca ousara beijá-lo antes, somente para não deixar ninguém com dúvidas sobre a natureza do relacionamento deles.
Depois do beijo (que avivou uma certa área bastante perigosa no namorados), ela falou com Severo, ainda num tom em que todos pudessem ouvir.
- Agora, meu amor, será que você merece vingança?
- Vingança? Eu? - Ele disse, com um sorriso no canto da boca. - Sinceramente, Mia, a cara de paspalhão de Black já é suficiente!
- Ah, Sev, você vai negar esse momento de diversão para os nossos queridos amigos?
Dizendo isso, como se tivesse sido ensaiado, Augusto e Bellatrix deram um passo à frente. Do meio da multidão, apareceu Narcissa e Rodolphus.
Antes que os Marotos pensassem em reagir, os quatro gritaram "expeliarmus", um apontando para cada Maroto – inclusive para Lupin, que estava apenas assistindo. E foi por ele que Amélia intercedeu.
- Lupin não fez nada! Ele não participa das brincadeiras que Sirius e Tiago fazem, então não há porque ser castigado.
- Ah, Amélia - Narcissa disse, implorando - Mas assim fica um para cada!
- Você e Bella podem dividir Pettigrew. Eu não sei se ele estava nessa brincadeira, mas, bom, eu não gosto dele!
Ela pareceu se dá por satisfeita. Amélia, ainda abraçada com Snape, disse.
- Vamos, meu amor? - Ela olhou deliberadamente para Sirius - Nós temos coisas muito mais interessantes para fazer.
- Concordo.
Ele caminhou um pouco e se agachou na frente de Remo. Sussurrou.
- Você é um, eles são quatro. Seria uma grande estupidez, reagir. Eles também não iriam querer que você se machucasse, já que não tem nada haver.
- Eles são meus amigos.
- Não há nada que você possa fazer. Exceto vir comigo.
E os três saíram. Ao chegar na entrada do castelo, ainda podiam ouvir gritos de agonia abafados.
XxXxXxX
Amélia e Severo, após se separar de Remo, entraram no castelo e rumaram diretamente para o salão comunal da sonserina. Ela chegou finalmente percebendo o que tinha acabado de fazer. E ele já chegou condenando ela.
- No que você estava pensando?
Amélia franziu o cenho. Irritou-se.
- Em você! Que estava preste a ficar nu, na frente de todas aquelas pessoas!
- Eu tinha que me livrar deles sozinho!
- E como você pensa que iria fazer isso? Pelo amor de Merlin! Não precisamos mais nos esconder... E eu humilhei o seu pior inimigo... que é...ou pelo menos era meu amigo. Agora ele deve estar sendo humilhado pelo pessoal e deve estar se sentindo como uma merda... E o orgulho dele foi mais que ferido, quando disse que ele tinha sido traído! Você saiu por cima.
- Por sua causa. Todos vão pensar que eu preciso da sua ajuda!
- Deixa de ser imbecil!
- Eu vou relevar, mas só porque você está bêbada.
Amélia crispou os lábios. Jogou-se no sofá. Passou a mão pelos cabelos. Snape se sentou ao lado dela.
- Eu vou ser odiada pelo resto da minha vida.
- Como?
- Eu fui bem m�, lá em baixo! Lembre-se que eu sou um grifinória... O pessoal da minha casa vai querer me matar.
- Foi justificável.
Ela franziu o cenho e encarou o namorado, que a olhava divertido. ‘Claro! Ele não acabou de perder dois grandes amigos!’
- Como assim?
- Já disse: Você bebeu.
- O que? Como vo...
- Whisky. Barato, por sinal.
- Como voc...
- Seu beijo é muito revelador!
Ela sorriu e abaixou a cabeça. Ele continuou.
- Eu ainda digo mais: Você bebeu mais que oito doses.
- Também pelo beijo?
- Não. Pela atitude. Sabe Mia, você é bastante sonserina quando está meio bêbada.
- Eu não es...
- Claro que est�! Senão não teria dito tudo aquilo! Sabem todos agora pensam que nós... Você sabe!
Ela se apavorou com a idéia.
- Você acha?
- Tenho certeza! Aliás, você não deixou dúvidas! E não sou eu quem vai desmentir.
Ela olhou para ele ameaçadoramente.
- Severo Snape se você não me ajudar a desmentir essa história, eu juro que nós jamais vamos... Você sabe!
- O que eu duvido, pelo jeito que você me beijou lá em baixo!
Ela riu. Não conseguia ficar com raiva dele. Os dois ficaram namorando o resto do dia.
XxXxXxX
Amélia chegou na torre da Grifinória. Percebeu todos os olhares hostis. Um garotinho do primeiro ano, que ela nem conhecia, aproximou-se dela e disse:
- Eles estão na enfermaria! E é a sua culpa.
Amélia fechou os olhos e suspirou.
‘Agora eu vou ter que agüentar criancinhas me dando lição de moral...’
Olhou ameaçadoramente para o garoto.
- Encha meu saco, e eu faço igualzinho com você.
O garoto abriu os olhos e saiu de perto ela, correndo. Amélia nunca tinha se sentido como uma estranha dentro da Grifinória... Mas agora... Ela mordeu o lábio. Remo estava sentado no sofá. Ela se aproximou com cautela.
- Você também não está falando comigo?
Ele a olhou tristemente. Suspirou.
- Eu não faria isso com você, Mia.
Ela deu um meio-sorriso.
- Que bom...
- Mas não espere o mesmo dos meninos.
Ela baixou a cabeça.
- É, eu sei.
- Você não foi exatamente um exemplo de amiga...
- Eu fui péssima. Mas eles também foram.
- Isso não é desculpa. – Ele segurou a mão dela – Eu ainda não te agradeci.
Ela riu.
- Nem precisa.
Lílian chegou. Sentou-se ao lado ela.
- Estão todos falando mal de você. Parece que os próximos anos serão um inferno.
Amélia bufou exasperadamente. Gemeu.
- Por que aquele maldito chapéu não me colocou na sonserina?
XxXxXxX
Até Amélia voltar das férias, nenhum grifinório, exceto Remo e Lílian, falou com ela.
E esse foi o seu quinto ano em Hogwarts.
XxXxXxX
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