Mais Uma Detenção com Dousset
CAPÍTULO XX. - MAIS UMA DETENÇÃO COM DOUSSET
“Ela saiu da enfermaria, rezando para que essa conversa não durasse mais que cinco minutos.
Mas durou..."
Durou, e Amélia não viu nem o seu amigo e nem os marotos durante o dia inteiro. Ela passou as aulas da mãe preocupada – não conseguiu prestar atenção por um momento sequer. Quando voltou para a enfermaria, na hora do almoço, já não tinha mais ninguém lá. Amélia procurou por Sirius, ou assim ela quis pensar, o dia inteiro, mas ele simplesmente sumiu (assim como Severo e Tiago).
Ela apenas teve a chance de ver um deles após o jantar.
Ela tinha acabado de voltar para o salão comunal da grifinória quando avistou Sirius Black. Ele estava sozinho, o que era muito difícil de se ver, jogado num sofá. Ela foi até ele. Quando a avistou, Sirius a olhou com um certo desprezo.
- Eu estou muito bem, sim, obrigado!
Amélia franziu o cenho.
- Eu não perguntei nada.
- Eu sei - ele se levantou. - Você não perguntou absolutamente nada! Desde ontem! Eu também estava machucado, sabia?
- EI! Espera aí! Eu era quem deveria estar zangada! O meu melhor amigo quase morreu!
- E eu quase morri para salvar o seu melhor amigo!
Amélia sorriu sarcasticamente.
‘E ele ainda quer se fazer de vítima?’
- Eu não me importo! Como foi que ele teve a brilhante idéia de te seguir, hein? Diga-me!
Sirius deu de ombros.
- Eu disse para ele me seguir e descobrir, oras! Sinceramente, eu já estava cansado daquele seboso seguindo cada passo que eu dou!
- Bom você não é exatamente gentil com ele, não é?
- Amélia, o que você quer? Por que você defende tanto aquele cara?
- Porque eu o amo- Ele a olhou surpreso. ‘Droga! Falei demais!’ Amélia tinha falado rápido demais, sem medir as palavras. Apressou-se em concertar - C-Como amigo. Você sabe que ele é o meu amigo mais querido!
- Sei, sei sim! Queridíssimo!
Ela pareceu ultrajada.
- O que você está querendo dizer com isso?
- Que o seu queridíssimo amigo está tentando levar a minha namorada!
- Como?
- Ele gosta de você, AméliaÉ tão óbvio!
Ela suspendeu a respiração por um momento. Seria possível que ele realmente gostasse dela? De verdade? E, se sim, por que ele não deixava Bellatrix de uma vez?
- Não...
Ela se sentou no sof�, tentando absorver a nova informação.
- Sim! Ele não se enxerga, sabe! Quer dizer, você tem a mim! Por que iria querer um ranhoso seboso?
- Não fale assim dele.
- O que, Amélia? Você gosta dele também? Não me faça rir!
- Não!
O silêncio se abateu por um tempo, até que sirius disse. Ameia ainda não conseguia pensar direito... Estava confusa... Com o que sentia. Sirius sentou ao lado dela.
- Vamos, apenas, esquecer tudo que houve ontem, ok?
- Não.
- O que?
Ela finalmente olhou para ele.
- Eu não vou esquecer. Eu não vou esquecer que você quase tirou a vida do meu melhor amigo! Da pessoa com quem eu mais me importo nesse mundo! Eu não vou esquecer e nem conseguir perdoar!
- Mas...
- Eu realmente falei sério quando disse que te mataria se algo ocorresse com Severo!
- O que você que dizer com isso?
- Eu acho que... acabou.
O rosto de Sirius passou a transmitir uma pequena onde de tristeza e choque. Amélia não tinha idéia de como era difícil acabar com alguém com quem realmente gostasse... Mas nunca tivera tanta certeza na vida. Ela não podia continuar com aquilo... Por mais que realmente gostasse de Sirius. Ela olhou para o relógio e se lembrou da...
- Detenção! – Ela se levantou tão rapidamente que Sirius chegou a se assustar. - Eu preciso ir até a sala de Dousset!
Virou-se e saiu.
XxXxXxX
Amélia passou pelos corredores de Hogwarts correndo, temendo se atrasar muito para uma detenção que já seria suficientemente ruim.
Ela chegou na sala de Defesa Contra as Artes das Trevas. Respirou fundo. E abriu a porta.
Encontrou professor Dousset parado, já a esperando e com cara de poucos amigos.
- Professor. – Ela começou, tentando inventar uma desculpa.
- Vo... a sta esta atrasada, Lair.
- Eu tive um dia cheio, professor. Acabei me esquecendo.
- Quanta responsabilidade! Típico da senhorita.
Ela abriu a boca para protestar. Mas preferiu não piorar a situação.
Dousset a olhava com um misto de incredulidade e satisfação. Ela estava realmente tentado se desculpar? Era o que ele parecia pensar. Amélia suspirou cansada e olhou para o professor, suplicando por uma réplica igualmente simpática.
- O seu amigo já chegou.
Ele se afastou da porta e deixou Amélia entrar. A sala de Defesa Contra as Artes das Trevas era sempre muito diferente à noite... Ela ficava muito sombria. Ela sentiu um leve calafrio... Que foi amenizado assim que viu Severo sentado em cima de uma mesa.
- Você está atrasada, Amélia.
Ela quase riu.
- Eu... Ah esqueça!
Ela se aproximou e viu que na mesa em que Severo estava sentado tinha um caldeirão e vários ingredientes diferentes. Ela franziu o cenho e olhou intrigada para Dousset, esperando instruções.
O velho professor foi, sem dizer uma só palavra, até uma grande prateleira cheia de livros. Pegou um particularmente escondido. Um de capa negra com letras prateadas. Ele folheou algumas páginas e entregou a Severo.
- Eu quero que vocês façam essa poção. Eu mesmo faria, mas sou alérgico a pó de presa de naja.
Os dois alunos examinaram a poção por um tempo, um tanto admirados. Amélia disse:
- Professor, você está ciente de que isso é um veneno poderoso, não est�?
- Claro que estou, menina insolente! Você acha que eu estou caducando?
- Mas, professor - Severo completou - você não pode nos mandar fazer magia negra!
- E por que não, senhor Snape? Eu sei que você e a sua amiguinha aí vivem praticando artes das trevas!
- Eu tenho que perguntar- Amélia, um tanto cautelosa, disse - Para que você vai usar isso? Isso pode matar dezenas de pessoas!
- E milhares de ratos, sta LairÉ para isso que eu quero!
Ele fitou os dois alunos, como se esperasse alguma resposta. Mas nenhum disse nada. Ele então se virou e começou a caminhar para a porta que tinha no fundo da sala. A abriu e então se voltou para os alunos.
- Vocês ficarão bem sem mim, não? A poção demora duas horas para ficar pronta, logo, em duas horas eu volto.
E entrou pela porta e a fechou com um baque ensurdecedor. Amélia olhou para Severo, ainda sem saber o que dizer.
- Bem... Vamos começar?
Ela não tinha percebido, mas Severo já tinha começado com os ingredientes.
- Eu já comecei. Falta você
- Ah... - ela constatou, meio sem graça - verdade. Desculpa.
Amélia começou a trabalhar, mas só por cinco minutos. De repente, soltou a faca e as asas de libélula que estava cortando.
- Me diz o que aconteceu!
- Quando?
Ela bufou.
- Ontem! Depois de eu voltei para a sala de Dousset.
- Oh. – ele deu de ombros. - Black disse para que eu parasse de meter o meu nariz “anormalmente grande” onde não era chamado. O que incluía você e os – ele fez uma cara de desprezo – “Marotos”. Eu disse que nós éramos só amigos e que não ia deixar de meter o meu nariz nos Marotos porque eu tinha certeza de que eles quebravam as regras da escola e não descansaria até ver todos expulsos. Então ele disse para que eu o seguisse e descobrisse. Só isso.
Amélia baixou a cabeça.
- Eu não acredito que Sirius fez isso.
- O que?
- Te mandou para morrer!
Ele levantou o rosto para, finalmente, olhar para ela. Como sempre, ele estava inexpressivo.
- Eu aposto todas as minhas fichas que os outro sabiam!
- Tiago não sabia! E nem Remo! Eles brigaram com Sirius!
Severo considerou por um instante. Então cautelosamente perguntou.
- E você?
Amélia, impaciente, suspirou.
- E eu o que?
- Você também brigou com Sirius?
Ela levantou os olhos para encar�-lo. Ele e olhava com malícia. Ela sentiu o rosto ficar quente. Tornou a abaixar a cabeça, dessa vez para esconder o avermelhado. Sentiu o ar deixar seus pulmões.
- Bom... Er... Ai... Briguei. E acabei tudo.
- Bom saber.
E voltou para a poção. Amélia sentiu o rosto ficar quente de novo. Dessa vez, de raiva.
‘Bom saber? Só isso?’
Segurou o braço do amigo com força, fazendo-o voltar-se para ela.
- Severo Snape, você pode me explicar por quais cargas d'água vocês está feliz em saber que eu acabei?
- Eu odeio Black - ele disse displicentemente, o que fez o sangue de Amélia ferver.
- Você odeia Black? Então você só está feliz porque Black se deu mal?
- Amélia, abaixe essa voz! – ele falou severamente. - E me explique, calmamente, do que exatamente você está falando?
- Eu não vou abaixar a porra do meu tom de voz! E eu estou falando de nós!
O olhar dele ficou sarcástico. Era incrível como ele conseguia fazer isso sem mexer um músculo sequer.
- Nós?
Ela bufou, com raiva e impaciência.
- Sim, nós! Eu e você! Você não acha que já ficamos nessa situação por tempo demais, não?
- Que situação?
- Que situação? Eu vou te explicar a situação: Eu adoro o meu namorado. Eu te adoro como amigo. Eu vou estudar com você, você me beija e estraga tudo! – ela sentiu os olhos queimarem. Baixou o tom de voz. - Eu quero ficar com você. Eu sei que você quer ficar comigo! Por que, entãoé tão difícil?
- Eu...
É difícil para você dizer “Amélia, acabe essa merda desse namoro, porque você tem que, e vai, ficar comigo!”?
- Am...
É difícil – a voz começou a subir de novo – Tentar me obrigar à deixar de namorar, pelo simples fato de que eu sou sua?
É tão difícil para você dizer que está tão apaixonado por mim que mal consegue ficar em pé perto de mim, pois as suas pernas bambeiam?
- Mi...
É tão complicado dizer que você me ama e que, até o momentoé comigo que você quer passar o resto da sua vida?
- Am...
- Por que, severoé isso que eu sinto! – ela sentiu uma lágrima cair. - E eu sinto que você também se sente assim! Então porque tem que ser tão difícil para nós dois? Porque eu passei tanto tempo com Sirius se eu sabia que queria você? Por que você está com Bella, se sabe que m...
- AMELIA!
Ela parou de falar instantaneamente. Severo estava segurando os dois braços dela e a olhando com uma expressão indecifrável. Ela chorava e ofegava por causa do discurso. Ele, calmamente, falou.
- Eu não estou mais com Bella faz alguns dias. Eu acabei com ela porque sabia que tinha que ficar com você. E estou feliz que você tenha acabado com Sirius simplesmente porque você é minha. Eu estou tão apaixonado por você que mal consigo ficar em pé quando você, Amélia, está perto de mim, de tanto que as minhas pernas bambeiam. Eu te amo e, até o momentoé com você que eu quero passar o resto da minha vida. Satisfeita?
XxXxXxX
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