Depois do Incidente com o Amig
CAPÍTULO XIX. - DEPOIS DO INCIDENTE COM O AMIGO LOBO
“‘Oh, porra!’
Ela suspirou baixinho, enquanto via um cachorro arrastar o corpo imóvel e sangrento do seu melhor amigo para fora da árvore.”
Foi como se todos os pensamentos, de repente, tivessem se apagado da cabeça dela. Não conseguiu pensar mais que estava numa festa secreta. Não teve tempo de raciocinar... Apenas saiu correndo, sem dar explicações a ninguém, e esperando que ninguém notasse a sua saída...
Mas Filch a viu enquanto ela passava pelo salão principal.
- EI! LAIR! VOLTE AQUI!
Ela nem se deu ao trabalho de responder. Não dava tempo. Continuou a fazer o caminho até que, finalmente, conseguiu sair do castelo.
Uma brisa gelada arrancou arrepios do corpo dela. O cachorro, que antes arrastava o corpo inerte de Severo, se transformou no namorado dela (o que foi realmente estranho, considerando que, embora soubesse que Sirius era um Animago, ela nunca tinha o visto se transformar). Sirius olhava dela para Snape, de Snape para ela.
Amélia se aproximou mais e diminuiu o passo. Agarrou Sirius violentamente pelo colarinho e o ameaçou com a varinha. Disse, usando a sua voz mais letal.
- Me diga que ele está morto, E EU JURO QUE TE MATO, PORRA!
- Amélia?
- SIM, EU! NÃO ESTÁ RECONHECENDO - Só a idéia de que o seu melhor amigo pudesse estar morto fez os olhos dela se encherem de lágrimas. - Ele está vivo, não está?
Amélia manteve o tom ameaçador, embora já estivesse confusa por causa da tristeza. Sirius ficou olhando para a expressão sofrida da namorada. Parecia não querer entender porque ela se importava tanto. O olhar dos dois foi interrompido por um fio de voz vindo do chão.
- Mia...
Ela apertou os olhos e duas grosas lágrimas caíram.
‘Obrigada Merlin!’
Suspirou em alivio. Largou imediatamente do namorado e se abaixou. Acariciou o rosto de Severo.
- Eu estou aqui.
- Eu sei... Foi por isso que eu te chamei...
Ela sorriu fracamente.
‘Esse é Severo... O meu Severo...’
Ela começou a examinar as partes do corpo do amigo que estavam a mostra. Viu que ele estava sangrando muito e que tinha vários arranhões... pelo corpo inteiro. Percebeu uma ferida particularmente feia me seu pescoço. Passou os dedos perto dela, preocupada. Severo se contorceu.
- Ele não te mordeu, não foi?
- Não. Pelo menos até Potter me acertar com um feitiço e eu bater com a cabeça e desmaiar.
Ela olhou para Sirius, exigindo uma resposta.
- Ele não foi mordido – ele disse, com raiva.
Ela se voltou para o amigo, que estava começando a se levantar. Severo parecia estar tonto. Passou a mão perto da nuca. Quando a trouxe de volta, estava molhada. Amélia segurou a mão dele carinhosamente... E percebeu o sangue.
- Deixa-me ver isso.
Ela engatilhou até as costas de severo e examinou o corte em sua nuca. Era bem superficial... nada muito preocupante, a primeira vista. Deu um meio-sorriso. Voltou a encarar o amigo, acariciando mais uma vez o rosto dele (o que deixou Sirius enciumado).
- Isso vai dar um galo e tanto- Ela se levantou e estendeu a mão para ele, que, se apoiando nela, se levantou. - Vamos para a enfermaria, ok?
- Não!
Amélia cerrou os olhos.
- O que? Sev...?
Ele olhou maliciosamente para sirius.
- Foi o que eu disse! Primeiro nós temos que ter uma conversinha com o diretor.
A expressão no rosto de Sirius começou a oscilar entre o ódio e o pavor. Ele, assim como Amélia, ficou sem fala. Severo começou a andar, quando sentiu uma forte dor na sua perna esquerda. Quase caiu, mas Amélia correu até ele e o apoiou (o que, mais uma vez, fez Sirius ferver de raiva). Ele passou o braço sobre o obro dela, e os dois caminharam para a enfermaria, juntos.
XxXxXxX
- Sra Arllington! Amélia chamou a enfermeira, enquanto ajudava Severo a se sentar na cama. - Sra Arllington!
A senhora de meia idade entrou na sala. Primeiramente, pareceu horrorizada com o estado de Severo, mas logo colocou um olhar profissional e examinou rapidamente com a sua experiência.
- Perna quebrada. Várias escoriações. Hematomas não demorarão a surgir. Meu garoto, em nome de Merlin, onde diabos você se meteu?
- Em nenhum lugar importante!
Respondeu um garoto na porta da enfermaria. Era Sirius, que vinha acompanhado de um muito machucado Tiago Potter.
- Oh, Merlin! Onde vocês...?
- Apenas uma brincadeira - Tiago respondeu, com a voz fraca, mas sem nunca perder o sorriso.
- Deitem-se aqui!
A enfermeira ajeitou duas camas para os amigos. Ela se voltou para Amélia.
- Minha querida, você estava metida nessa... brincadeira?
- Não! Por Merlin, não!
- Então vá para o seu dormitório. Já passou e muito da hora dos alunos irem dormir
Amélia olhou relutante para a enfermeira. Depois olhou para Severo, como se pedisse permissão para sair. Ele apontou o olhar para a porta. Ela suspirou e saiu, sem mais pestanejar. Teve que se limitar a obedecer à enfermeira... Realmente não poderia fazer nada... Não ajudaria ficando lá na enfermaria... E, definitivamente, não seria nada bom para Sirius passar a noite enfrentando a raiva que ela estava sentindo.
XxXxXxX
Não havia mais ninguém acordado na torre da Grifinória qando ela chegou. Deitou-se no sofá... Estava muito cansada para subir até o dormitório... Mas não conseguiu dormir nem um pouco...
Passou a noite inteira divagando sobre o que tinha acontecido naquela noite... Como Severo tivera a idéia de seguir Sirius? Ela então pensou sobre a manhã. Ela, de fato, tinha quase beijado Severo... E ele tinha quase deixado escapar isso... E ela saiu... E os dois ficaram sozinhos por um tempo.
O que diabos, nesse pequeno intervalo, eles tinham falado? Bom, já não fazia mais diferença alguma... O mal já tinha sido feito.
'Malfeito feito'
Ela riu. Qualquer coisa, amanhã ela descobriria...
XxXxXxX
À noite, naturalmente, se arrastou. O tempo inteiro ela ficava na ânsia de que amanhecesse logo. E, assim que amanheceu, ela desceu para ver Sirius... Bom, pelo menos foi isso que ela passou horas repetindo para si mesma.
XxXxXxX
Ela chegou na enfermaria. Avistou primeiro o namorado... Mas não conseguiu evitar dirigir o olhar para o seu melhor amigo, que ainda dormia profundamente.
‘Se os dois estão dormindo, não vai ter problema nenhum se eu apenas...’
Ela se aproximou do leito de Severo. Sentou-se, com cuidado para não acordar ele. Acariciou seus cabelos, o que o fez despertar.
- Como você está se sentindo?
Ele suspirou.
- Feliz, por acordar com a pessoa com quem eu estava sonhando.
Amélia sentiu um frio na barriga.
‘Não fala assim, que eu acabo me apaixonando ainda mais por você!’
Sentiu os olhos arderem, mas controlou as lágrimas... Ela nunca tinha ouvido Severo falar assim, tão tranqüilo, tão sereno... Tão romântico...
Ele se sentou. Pousou uma mão no ombro de Amélia e começou a descê-la, numa carícia suave pelo braço dela. Ela sentiu o seu coração bater muito mais acelerado que nunca. Suspirou. Ele terminou a carícia quando pousou a mão dele na dela.
- Por que você foi até onde eu estava ontem?
- Eu tinha que ir. Você estava em perigo.
- E você também, considerando que ele ainda estava à solta quando você foi até o lado de fora.
Ela abaixou a cabeça.
- Eu... Bom, eu me senti um pouco culpada... Sabe, eu comecei a achar que, talvez, tivesse sido tudo melhor se eu tivesse te contado tudo de uma vez!
- Seria.
- Mas...
- Você tem palavra e prometeu segredo.
- Mesmo assim, eu deveria ter adivinhado que você descobriria uma hora ou outra!
Os dois se calaram. O silencio constrangedor que Amélia tanto conhecia se impôs. Ele começou a encará-la daquela maneira estranha. Mas antes que ele pudesse pensar em beijá-la, Amélia desviou o olhar para Sirius, que dormia na cama ao lado esquerdo da deles.
Ela passou um tempo olhando para ele, até que ouviu a voz do amigo.
- Eu ainda tenho que contar tudo para Dumbledore.
- Não- Ela viu o amigo erguer uma sobrancelha - Por favor, Severo! Remo não tem culpa de nada!
- Pois eu aposto que ele foi, no mínimo, conivente com a brincadeirinha do seu namorado!
- Ele não tinha como estar ciente! Ele estava transformado... Você sabe muito bem no que!
Sirius nesse momento acordou. E não gostou nada de ver a namorada com o rosto muito... Mas muito perto do de Severo... Bom, pelo menos eles pareciam estar brigando.
- Ele é uma aberração!
- EI- Sirius, para a surpresa dos envolvidos na briga, entrou na discussão. Imediatamente os dois se distanciaram um pouco. - REMO NÃO TEM CULPA DE NADA! VOCÊ É QUE É UMA ABERRAÇÃO!
- SILÊNCIIIO!
Os três e o recém-desperto Tiago olharam para Dumbledore, que tinha acabado de chegar e presenciar a cena final da briga. O diretor não estava mais com o rosto sereno que sempre carregava.
- Eu não vejo nenhuma aberração aqui, Sirius. Tampouco acho que Remo seja uma, Severo.
Ele se aproximou da cama de Severo, que o olhava descrente.
- Você sabia. - Severo apenas suspirou.
- Sabia, sim.
- E permitiu que aquele... aquele... monstro se infiltrasse entre os estudantes!
- Existem muito tipos de monstros, senhor Snape, e eu posso te assegurar que um lobisomem está longe de ser o pior deles.
- Mas... Mesmo assim...
- Eu confio. – o diretor continuou - Que você vá guardar esse incidente em segredo. - Sem dar chances de resposta para severo, o diretor se virou para Amélia - Espero o mesmo de você, sta Lair - ela acenou - E não mais brincadeiras desse tipo para você, senhor Black.
Sirius acenou, mesmo parecendo ultrajado. O diretor voltou então mais uma vez a atenção para Amélia.
- Eu apreciaria muito se pudesse ter uma conversa com esses três. A sós.
Ela saiu, rezando para que essa conversa não durasse mais que cinco minutos.
Mas durou.
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