A Menina e o Lenço
A ruiva foi acordada pelo alvoroço de primeiranistas e gritaria de pessoas ansiosas para chegar ao Castelo. Pegou o malão e saiu do Expresso.
- Mas o que é isso? Por favor, por aqui. - disse Lily à um grupo de novatos que gritavam e corriam pela Estação.
- Isso, agora parem de olhar e vamos, sigam-nos. Vão! Agora! - Remo vinha empurrando outros novatos, que faziam caretas e pelo jeito não gostavam de receber ordens.
Depois de todos nas carruagens, Lily dividiu a sua com Katherine McPheelin, Monique Creevey e Julie Spinnet. Conversavam sobre férias e quais carreiras iriam seguir quando acabassem Hogwarts, um futuro bem próximo.
Na carruagem dos Marotos, o assunto era totalmente diferente.
- Não podemos deixar isso para o fim do ano de novo - dizia Tiago, num tom sério e ligeiramente desafiador.
- Isso mesmo, Pontas, um mês será o máximo de tempo - foi a vez de Almofadinhas, apoiando o amigo.
- Falando sério, gente, estou com um pouco de medo, mas nada que uma aventurazinha não resolva! - Pedro era realmente o mais medroso, mas acabava seguindo os outros, muitas vezes até por falta de alternativa.
- Hey Lobinho! Qual o problema? As férias foram ruins (Tiago uivou e depois riu) ou você está pensando em coisas ou alguém que não sabemos? - Sirius sorriu marotamente.
Lupin realmente estava desligado. Suas vestes não tão novas estavam colaborando com seu rosto cansado e muito branco de sempre para uma aparência medonha. O garoto tinha cabelos castanhos - claro, olhos também claros, e com um olhar vago contemplava os testrálios. Sua cabeça estava apoiada em uma das mãos, a outra apertava uma espécie de pergaminho velho, com alguns deveres de Monitor-Chefe. Ao ouvir o comentário de Sirius, sorriu marotamente.
- O nosso Reminho está apaixonado?
- Se estivesse, vocês seriam os primeiros a saber. - disse sinceramente.
- Aluado, Aluado! Não minta que é feio. Quem é a vítima? Brincadeira, Lobinho. - Tiago logo anunciou a piada devido o olhar cortante de Remo.
- Não é mentira. Estou assim porque estou cansado, férias para mim não existem. Já estou ficando cheio disso, não tenho sossego! - Remo precisava falar. Todas as noites de lua cheia eram terríveis, ao mesmo tempo em que ele sentia medo de morrer de tanta dor, sentia receio de machucar alguém.
- Por isso não podemos adiar. Temos que ir com você sim, ganhar sua confiança como lobisomem, nos machucar se for preciso, sem você dizendo que não. - Tiago alertava o amigo. - Cara, só queremos ajudar você. E você precisa da nossa ajuda. Está marcado, próxima lua cheia, todos irão até a Casa dos Gritos e à Floresta.
- Marcado, então. - dizia Sirius, sorrindo e dando palmadinhas no ombro de Lupin - Ah, cara. Vamos lá, você vai ter nosso apoio, não se preocupe! - Remo sorriu agradecido. Era o máximo que podia fazer, quando os amigos colocavam alguma coisa na cabeça...
- Mas que bom! Já chegamos ao Castelo! Agora é só esperar Dumbledore dar aquele discurso sagrado e vamos poder atacar o banquete, e depois, finalmente, dormir. - Os olhos de Rabicho até brilhavam quando falava em comida.
- Nossa Pedro! Você não pensa em outra coisa que não seja só comer, ou outra coisa do tipo?
Os Marotos se entreolharam sorrindo marotamente, depois caíram na risada, saíram da carruagem e entraram no Castelo.
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Lily entrou acompanhada das outras amigas, olhava tudo como se fosse a última vez... E era mesmo a última vez que faria aquela entrada no Grande Salão. O teto, como sempre, enfeitiçado para parecer que estariam a céu aberto, muitas estrelas e velas muito derretidas levitando sob suas cabeças.
As quatro mesas compridas estavam tão limpas que pareciam novas, na da Grifinória, um leão rugia enfeitiçado, na da Sonserina, uma serpente rastejava magicamente, na da Lufa-Lufa, um texugo muito agitado corria, e na da Corvinal um lindo corvo fazia um vôo espetacular, depois parava elegantemente.
Os alunos se sentaram pouco a pouco e o silêncio finalmente reinou. Sem ninguém dizer nada, a enorme porta se abriu, e lá vinha a Profª McGonagall com o Chapéu Seletor nas mãos, um chapéu muito velho e negro, rasgado, e tinha uma grande abertura que seria sua boca. Logo após vieram aqueles garotos que olhavam tudo e todos, com olhos de interesse e ao mesmo tempo um pouco de medo, cochichavam uns com os outros e apontavam para o céu e as mesas.
Uma garotinha prendeu a atenção de Lily: baixinha e loira, parecia muito menos interessada que os outros, segurava um lenço laranja-claro nas mãos, que brilhava magicamente. Era muito bonita, e estava à procura de alguém.
- Aqui! Emily! Estou aqui! - dizia Katherine McPheelin, a outra melhor amiga de Lily. Conseguia ser incrivelmente linda, seu cabelo liso era loiro-escuro, seus olhos castanho profundo, e seu sorriso era encantador. Acenava alegremente para a garotinha, apontando a mesa que estava.
- A conhece, Kath? - disse Lily sorrindo, ao ver a empolgação da amiga.
- Ah, Lily! Mas é claro - Katherine voltou a atenção para Lily - Minha irmãzinha, Emily. Comentei sobre ela com você antes de sairmos de férias. Desde que descobriu que era bruxa, sonha com esse dia. Coitada, quase não dorme esperando, ela lê meus livros e não se cansa. Será uma grande bruxa.
- É mesmo. Agora reparei a semelhança entre vocês - Lily sorriu - E porque esse lenço? Alguma promessa?
- Mamãe deixou para ela antes de morrer. Nunca vi tanto amor entre duas pessoas, disse que um dia, se ela acreditar, ele servirá para alguma coisa, coisa que mamãe não consegiu fazer, e passou a ela. Disse também que nessa hora ela vai saber, para não se preocupar. Desde então, não larga esse lenço. Veja Lily! O Chapéu! - disse Katherine ao ver as crianças enfileirando-se e esperando a boa vontade do Chapéu começar a falar. Agora todos estavam em silêncio novamente.
- Hogwarts sempre foi - O Chapéu começou a sua canção - o refúgio de alguns e a casa de outros. Desde sua inauguração, fui consagrado a escolher e a classificar corretamente as pessoas com suas personalidades em suas respectivas Casas. Este ano serei breve, dizendo apenas o necessário: vocês, novatos, têm quatro possíveis Casas, que serão suas moradias, durante esse e os próximos 6 anos. Alguns irão para Sonserina, onde serão bruxos poderosos e de gênio forte, sempre seguindo as regras de Slytherin: somente totalmente bruxos - Katherine fez uma careta, não era totalmente bruxa, sua mãe que havia morrido era bruxa, mas seu pai era trouxa -, ou seja, os puro-sangue. Contudo, outros irão para a Grifinória, bruxos nobres e corajosos, companheiros e competitivos. A Lufa-Lufa aceitará os de gênio bom, amigos e sinceros, que não temem os inimigos e são de bom coração. Finalmente a Corvinal, Casa dos sábios e pensadores, então se você for inteligente, aplicado, sejam muito bem-vindo! Que comece a seleção.
A euforia tomou conta do salão. Os novatos mais ansiosos que nunca, e os alunos, alegres em receber novos amigos de Casa.
- Abbott, Alfred - chamou McGonagall olhando por cima dos oclinhos para a lista de nomes no pergaminho. O menino de cabelos muito pretos e olhos verdes sentou-se no banquinho e colocou o chapéu.
- Lufa-Lufa! - bradou chapéu. Os alunos da Lufa-Lufa se levantaram e aplaudiram.
Seguiu a seleção até a parte que prenderia a atenção da ruiva mais uma vez.
- McPheelin, Emily.
- É minha maninha! - Katherine tirou o cabelo do rosto e prestou mais atenção que nunca.
- Difícil... Muito inteligente, mas não gosta nem um pouco de regras. Corajosa e se coração bom. Talvez se dê bem na Grifinória!
Tanto os grifinórios quanto os outros bateram palmas. A menina sorriu e foi juntar-se à irmã, agora apertando o lenço contra o peito. As irmãs se abraçaram, até que todos já estavam devidamente selecionados.
O discurso de Dumbledore não foi como Pedro esperava. Foi longo, disse da Floresta Proibida, das regras, os recados de Filch e as recomendações e boas vindas de sempre.
- Bom, já falei demais, agora, tenham um bom jantar. - Ele sorriu simpaticamente, olhando para todos através dos oclinhos de meia-lua e a barba longa levemente prateada. Com um aceno das mãos, surgiram nas mesas frangos com batatas, montanhas de sorvetes, purês, sopas, sucos de abóbora e cerveja amanteigada, fígado cozido, orelhas de dragão e outras gostosuras.
- Sabe Rabicho, às vezes eu te por gostar tanto de comer. Olha só pra isso! Que maravilha! - disse Pontas se servindo de suco de abóbora e algumas panquecas. - Não tão maravilhosa quanto a minha ruiva, mas dá pro gasto. -Os Marotos riram.
- Pontas, eu pago pra ver o dia em que a Evans disser um sim pra você.
- Querido Almofadinhas, por favor, não gaste seu precioso galeão! Quando você menos esperar, ela não me dirá apenas um sim, mas aceitará até namorar comigo.
- Tiago, você é persistente - disse Aluado -A Lily te descarta há 4 anos e você ainda fica atrás dela. Será que tá pagando promessa?
- Talvez... Uma promessa que o destino me fez pagar. A promessa do amor. A Lily foi feita pra mim, e ela ainda descobrirá isso! - Tiago suspirou e continuou comendo.
- Ah, NÃO! - Por favor, me diz que o Pontas não está filosofando de novo com essa história de destino e amor! Por favor, me poupe, Tiago.
- Sirius você diz isso porque ainda não encontrou a garota certa, a que você sabe que vai ser pra vida inteira.
- Como eu não achei a certa...
-...Saio com as erradas! Isso já virou seu lema, Almofadinhas!
- Enquanto o cachorro e o veado... Desculpe, o cervo, ficam filosofando, a comida está esfriando. Olha aí até rimou, vocês filósofos e eu o poeta!
Eles riram e voltaram a comer.
Não tardou para acabar toda a comida e os Monitores serem chamados para levar os novatos aos dormitórios.
Foi realmente uma noite cansativa para Lily e Remo. Levaram os novatos, depois teve uma pequena comemoração de abertura de ano na Sala Comunal da Grifinória. Estavam todos lá, muita comida (apesar de terem acabado de comer), cerveja amanteigada e muito mais.
- Sabe Aluado, talvez eu esteja errado em pensar assim, mas adoraria viver só de Quadribol. É o que eu gosto de fazer, então seria uma boa. - dizia Sirius tomando suco de abóbora com Remo encostado na parede perto da janela. Era o mais bonito dos Marotos, tinha cabelos bem negros e lisos, que insistiam em cair nos seus olhos, meio acinzentados. Seu físico era o que se considerava perfeito; alto e forte, sempre arrancando suspiros das garotas por onde passava, sempre agradecendo com sua voz grave.
- Sirius, aconselho a ter uma profissão mais...Vamos dizer, mais garantida!
- E viver jogando Quadribol não é garantia, Reminho? - Lá vinha Tiago.
- Não Pontas, por exemplo: quando você ficar velho, não vai mais agüentar jogar. E vai se sustentar de que?
- Ah, isso não é problema. Eu começo a economizar, sei lá.
- Você quer dizer que nós temos que ser professores, que quanto mais velho, mais experiência? - disse Sirius se curvando e apoiando-se numa bengala invisível, arrancando risos da metade da Sala Comunal.
- É uma boa, Sirius! - dizia Remo, se sentando, não conseguia parar de rir.
- OK pessoal, papo legal, mas eu preciso me retirar. A razão do meu viver chegou! - disse Pontas indo ao encontro de Lily que estava sentada no lado oposto da Sala com Kath.
- Olá Katherine! Oi meu amor! - dizia Tiago tentando abraçar Lily.
- Olá Tiago.
- Sai daqui Potter. E por favor, não faça mais isso.
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Boooom pessoal xD Capítulo 4 na área, demorou mas chegou \õ/ espero que gostem =] Quero ver os coments, hein xDD Obrigada pra quem comentar \õ\
Beijos ;*
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