A Deusa da Esfinge
- Harry! HARRY! – chamava Hermione.
- O que foi? – queixava-se Harry, descendo as escadas em espiral da sala comum de Gryffindor.
- Preciso de falar contigo! JÁ!
- Está bem, Hermione! – a rapariga estava alterada. Harry assustou-se e perguntava-se do que raio é que Hermione queria falar com ele.
- Harry, eu estive a falar com a Audrey.
- O QUÊ?
- Sim, Harry...
- ONDE É QUE ELA ESTÁ? – Harry estava agora exaltado. Queria vê-la. Precisava de Audrey, a sua deusa.
- Tem calma, ela foi tomar o pequeno-almoço. HARRY, CALMA! – Harry ficou a olhar para Hermione, assustado.
- ‘Tá bem, e o que é que falaste com ela?
- Ela mostrou-me o medalhão que ela tem como colar.
- Sim, e o que tem?
- Bem, ela mostrou-mo...
- Já disseste.
- HARRY, DEIXA-ME FALAR!
- Porra, o que te aconteceu?
- Bem, ela tem uma esfinge.
- Uma quê?
- Tu não sabes o que é uma esfinge? – perguntou Hermione, estarrecida.
- Não.
- É uma figura mítica, do Egipto. É um anima com... – Harry virara a cabeça para outro lado – CORPO DE LEÃO E CABEÇA HUMANA! HARRY, OLHA PARA MIM! – ficaram todos a olhar para ela.
- Corpo de leão... cabeça humana? – perguntava Seamus – Que raio é isso, Hermione?
- Cala-te, Finnigan.
- Eh, tu nunca me trataste pelo meu apelido!
- Ele tem razão, Hermione. – disse Harry – Vamos para uma sala sem ninguém a espiar...
Sairam ambos da sala comum pelo retrato da Dama Gorda, que obviamente estava a cantar.
- O MEU AMOOOOOOOOOR VEIO DE LÁÁÁÁÁÁÁÁ, MAS NUUUUUUUNCA MAIS O VIIIIII! AI QUANDO O VIIIIIR, VOU-LHE LANÇAAAAAAR UM ENCANTAMEEEENTO QUE ELE NUUUUNCA MAIS ESQUEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEECE! – Harry e Hermione tiveram de tapar os ouvidos para aquela horrível música não lhes rebentar os tímpanos. Correram, até chegarem a uma sala vazia e entraram.
- Bem, aqui estamos melhores. – disse Harry.
- Sim, pelo menos, não temos cinquenta pessoas a olhar para nós e uma Dama a gritar.
Ficaram ambos a olhar um para o outro durante uns momentos. Ele olhava-a. Ela olhava-o. Até que pararam.
- Hermione, não dá. Continua.
- Sim, Harry. Bem, o medalhão dela tem o símbolo de uma esfinge, e essa é a Esfinge de Corpolah.
- De quem?
- De Corpolah. Esse nome deriva de um faraó mágico que mataram, por causa da feitiçaria e que se chamava Romus Corpolah. Ele mandou erguer uma esfinge enorme. Depois da sua morte, o seguinte faraó mandou deitar abaixo a esfinge. Não conseguiram. Disseram que aquele monumento estava enfeitiçado e que era das trevas. Desde então, diz-se que a Esfinge de Corpolah é uma manisfestação das trevas.
- E o que é que isso tem a ver com a Audrey.
- Eu não vou dizer nada, só digo para teres cuidado com ela.
- Hermione, agradeço a tua consideração, mas ela parece-me ser um exemplo de pessoa. Ora vê, trabalhava com o Fred e o George e eles põem toda a gente à prova... Depois veio para Hogwarts estudar... Não sei... mas acho que é só uma coincidência. E ora vê, se ela fosse “do mal”, achas que ela te mostrava o medalhão assim, sem mais nem menos. Isso denunciar-la-ia, não é?
- Sim, és capaz de ter razão. Mas, de qualquer maneira, fala com ela. Coitada, anda sozinha, ainda não conhece ninguém. Ela ainda deve lá estar em baixo.
- Obrigado, Hermy! – e saiu.
- Hermy? OLHA À CONFIANÇA! – gritou para Harry, sorrindo. Harry retribuiu-lhe o sorriso.
Harry correu o mais que pode, descendo as escadas, saltando de onde em onde, a ideia de ir ter com Audrey dava-lhe força para tudo. Até que chegou ao Salão. Procurou-a. Encontrou-a. Estava sozinha, encostada numa parte da mesa dos Gryffindor. Ela não estava a comer muito. Provavelmente, não estava habituada a estar com pessoas. Não era muito social, talvez... Mas que estupidez, pensava Harry, estou aqui em vez de ir ter com ela. Andou, excitado, mas com calma, para nao levantar suspeitas nem intimidar a rapariga.
Quando chegou à beira dela olhou-a de relance e sentou-se à sua frente. Ela pegou nas suas coisas e preparava-se para mudar de lugar, quando...
- Tem calma, não precisas de sair daqui. É mesmo contigo que eu quero falar. – disse Harry, sorrindo para ela. Ela ficou por momentos a olhar para ele e depois sentou-se.
- A Hermione contou-te, não foi, Harry? – o simples ouvir da sua voz foi sufocante. O facto dela ter dito o seu nome fê-lo congelar. Mas rápido respondeu.
- Sim, Audrey.
- Então e... está tudo bem?
- Sim... e contigo?
- Também... – ficaram, por momentos, em silêncio.
- Tens um colar muito bonito.
- Gostas? Encontrei-o uma vez.
- Ah... – Harry estava feliz por poderem ter estabelecido uma conversa duradoura – E onde é que encontraste?
- Ah, foi numa aldeia... deixa ver se me lembro... – o seu olhar quando estava a pensar, a posição do seu cabelo era... – Foi em Godric’s Hollow! – ...assustador.
- GODRIC’S HOLLOW? – ficaram todos a olhar para ele, mas Audrey tentou disfarçar, sem sucesso. Ignorou.
- Harry, o que é que tem?
- Audrey... bem... foi nessa aldeia que os meus pais morreram.
- Ai, desculpa, eu não sabia que tinha sido lá... Desculpa...
- Não tem mal, eu simplesmente não estava à espera.
- Bem, vamos começar tudo de novo. Olá, eu chamo-me Audrey Godress.
- Olá. E eu chamo-me Harry... Godress?
- Tu não tens o mesmo apelido que eu!
- Tu chamaste Godress?
- Sim, o que tem?
- Porque tens tudo a ver com Godress...
- Hã?
- Godress é parecido com Godess, que significa...
- Deusa.
- Tu és Audrey Deusa... ehehe... Bem, tens o visual de uma deusa!
- Harry... por favor, não me envergonhes. – Audrey começava a corar. Harry gostou. As suas faces avermelhadas eram lindas.
- Queres ir dar uma volta depois das aulas? – perguntou Harry. Nem sabia como tivera coragem de lhe perguntar isso.
- Claro. – Harry ficou deliciado com a resposta. – Vêmo-nos mais logo. Até lá. – Deu-lhe um beijo na face esquerda. Harry ficou enfeitiçado. Ela era mesmo uma deusa.
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