Um mau começo.



Capítulo 12.
Um mau começo.


- Você leu? - Perguntou Harry, seco e impaciente.

A garota começou a gaguejar.

- Eu... N-n-não! - Disse finalmente.

Harry abaixou a carta bruscamente, encarou-a uma última vez. Balançou a cabeça negativamente, se virou e subiu.

Hermione ficou meio perdida. Aconteceu tudo muito rápido. Por mais que ela tentasse entender, não conseguia. Deixou o corpo cair no sofá.




Hermione estava acabando de arrumar sua mala, só faltavam as roupas limpas que ainda estavam sobre a cama. Harry não havia tirado muita coisa de dentro do seu malão, então não estava muito difícil de ser arrumado. Jogou as roupas lá dentro, colocou o presente da Sra. Weasley, o de Rony e o de Hermione...

Devido ao remexido na mala, ele encontrou outra coisa: uma foto. Virou para ver de quem era. Sim, aquela foto, muito antiga, dos três no primeiro ano em Hogwarts. Não deixou de sorrir. Guardou-a logo para não deixar rolar lágrimas pelo rosto, mas pensamentos vieram a sua cabeça, logo interrompido por gemidos de dor de Hermione. Olhou para a garota e viu que a mesma olhava, preocupada, para a parte de dentro do braço esquerdo, e o pressionava pra parar a dor. Voltou sua atenção à mala que estava arrumando.

Harry abriu os olhos, assustado, depois de ouvir um grito da Sra. Weasley chamando pelo Rony. Estavam todos lá em baixo com suas malas, faltava apenas o ruivo. Harry estava sentado em um das poltronas da sala, apoiado na mão esquerda. Havia, por descuido, dado um cochilo.

- Ronald Weasley, se você não estiver aqui em exatos cinco minutos, você, esse ano, ficará em casa! - Gritou a Sra. Weasley nervosa.

Não demorou muito e ele apareceu na escada, sonolento. Desceu, batendo o malão em cada degrau da escada, gerando barulho. Saíram da casa.

- Ainda bem que seu pai conseguiu emprestado um carro do Ministério. - Resmungou Molly no caminho.

- Eu estou morrendo de fome! - Reclamou Rony colocando a mão na barriga.

- Ninguém mandou você acordar tarde! - Respondeu a Sra. Weasley.

Dentro do carro estavam: Harry, Rony, Gina e Hermione, atrás. E na frente: Arthur e Molly.

Chegaram a King's Cross faltando pouco mais de cinco minutos para o trem sair - a viagem foi muito rápida. Foram em direção a plataforma 93/4. Eram passos longos e apressados. Harry se atrasou um pouco, puxando a Sra. Weasley.

- Sra. Weasley, sobre hoje de manhã... Entre eu e Hermione... Você reclamou do clima que estava entre a gente...

- Sim.

- Bom... Você não se lembra do que aconteceu no casamento? Você viu, não viu?

- Não lembro... O que aconteceu? Vocês brigaram?

Harry não conseguiu responder.

- Querida, os garotos vão se atrasar! - Lembrou Arthur mais a frente.
A mulher não voltou a falar. Apressou o passo... Harry foi junto.

Despediram-se rapidamente e atravessaram a parede. Gina estava com medo e precisou ser praticamente empurrada para atravessar a mesma.

Harry estava na frente, seguido de Hermione, Gina e por último, Rony. O primeiro passava o olhar em cada vagão, procurando por um vago e via alguns alunos do primeiro ano cochichando, apontando para ele. Ele chegou a escutar, em uma das cabines, meninos dizendo algo como: Harry Potter.

Estava passando da metade do trem, quando um garotinho parou na sua frente, fazendo-o parar, juntamente com os amigos atrás.

- Me dá um autógrafo! - Pediu o menininho com uma voz fina, sorridente.

Harry deixou sua mala em pé, pegou a pena que estava em uma das mãos da garoto e autografou um caderninho que estava na outra mão do pequeno.

Rony e Hermione passaram à frente.

- Temos que ir à reunião de monitores Harry, a gente encontra vocês mais tarde na cabine. – anunciou o ruivo.

- Certo – consentiu Harry.

Rony saiu continuando o caminho seguido por Hermione, que fazia pressão no próprio braço e olhava para o curativo, preocupada.

O menino olhou para a assinatura e sorriu. Olhou para Hermione e Rony, que iam sumindo e chamou Harry com um gesto manual. Harry inclinou a cabeça para baixo.

- É a sua namorada, aquela? - Perguntou curioso, de bom humor, com um tom mais baixo.

Harry sorriu.

- Não, não. Mas não nego que queria que fosse. - Completou mais baixo.

O garotinho sorriu, também.

- Vou me lembrar disso.

Harry levantou a cabeça e encostou o indicador nos lábios, num gesto de silêncio. O pequeno balançou a cabeça positivamente e entrou na cabine, feliz. Harry voltou a andar, sorrindo. Ele e Gina eram os últimos, e os únicos ainda sem uma cabine. Quando, finalmente, acharam uma, o trem começou a andar. Colocaram seus malões num canto e se sentaram. Harry e Gina ficaram um de frente para o outro, na janela.

Harry grudou sua testa no vidro da janela e ficou apreciando a paisagem do lado de fora. A mulher dos doces já havia passado. Harry não havia comprado nada para ele, mas pegou uns sapos de chocolate para Rony, o moreno sabia que o amigo não havia comido; e por educação, comprou uns doces para Gina, também. A ruiva adorou. Pouco tempo depois, Rony voltou.

- Me retirei do cargo. - Explicou o ruivo devorando a comida. - Hermione consegue cuidar de tudo... E acho que não levo jeito para a coisa. - Concluiu dando os ombros.

O céu estava quase totalmente escuro. Harry pensava o que ia fazer em Hogwarts. Uma ligeira vontade de fugir lhe veio á cabeça.

Hermione apareceu na porta, já arrumada.

- Estamos chegando. - Disse, rapidamente, e saiu.

Os garotos sentiram o trem parando. O barulho começou. Todos saindo de suas cabines e se dirigindo até as portas. Conseguiram sair. Harry olhou em volta á procura de Hagrid... Nada. Não conseguiu achá-lo. Escutou uma voz diferente, gritando, mas conhecida: Alunos no primeiro ano, aqui! Era novamente Grubbly-Plank. A multidão foi se acalmando, e Harry puxou Rony para falar com ele.

- Você viu o Hagrid?

- Não.

O garoto deu mais uma olhada no lugar, para ver se realmente o gigante não estava ali. Desistiu. Hagrid era o único que, talvez, pudesse ajudar-lo e saber o que ele sentia. Dirigiu-se junto com Rony, Gina e Hermione para as carruagens.

- Você ainda os vê? - Perguntou uma voz familiar, atrás de Harry.

- Oi, Luna. - Disse Harry se virando e forçou um sorriso. Ele voltou-se para as carruagens que estavam á poucos metros dele, e balançou a cabeça positivamente, respondendo a pergunta que a garota fizera.

Aqueles cavalos negros e tenebrosos faziam os cabelos da nuca de Harry arrepiar. O garoto viu a poucos metros Gina entregando Bichento para Hermione. Ele já estava com a gaiola de Edwiges nos braços. Entraram em uma das poucas carruagens que sobraram. Luna foi junto. Harry não falou nada durante todo o percurso. Rony olhava para Hermione meio confuso... A garota também estava calada. O garoto sabia do clima que rolava entre ela e Harry, e respeitou o silêncio da amiga. Gina estava maravilhada com o lugar. Prestava atenção em tudo e em todos. Fez amizade com Luna, e foram conversando por todo o caminho. As carruagens pararam. Os alunos desceram, rapidamente, e se dirigiram ás escadas. Harry deu uma olhada rápida na cabana de Hagrid... Totalmente escura. Juntou-se ao grupo de pessoas que subiam as escadas para chegar ao castelo.

Harry chegou ao Saguão de Entrada. Olhou tudo em volta... Mais um ano ali. Estava tudo mais iluminado, mais cheio de vida, mas ao mesmo tempo, Harry conseguia ver de um jeito diferente, um jeito que ninguém mais conseguia ver... Estava mais sombrio, apesar de toda aquela iluminação. Escutavam-se muitas pessoas conversando, expressões de alegria. Estavam todos fascinados. Dirigiram-se até o Salão Principal. Cada aluno sentou em sua respectiva mesa. Os primeiranistas, como sempre, formaram filas em frente à mesa dos professores. Harry, Rony, Hermione e Gina sentaram-se, mais ou menos, no meio da enorme mesa. Harry e Hermione sempre separados por Rony e Gina. A multidão se acalmou e Minerva se dirigiu até o lado da cadeira que estava o Chapéu Seletor. Todos tiveram que esperar a cansativa e tediante canção do Chapéu e logo depois, Minerva começou a chamar os nomes. A cada nome que se chamava, Harry olhava quem era. A mesa da Grifinória começava a encher mais.

- Glaidman, Érick.

Harry observou aquele garotinho de cabelo preto, baixinho, com uma carinha de bebê, aparentemente feliz. O garoto se dirigiu até a cadeira e se sentou meio incomodado, temendo a resposta do Chapéu. Era ele! O garotinho que havia pedido o autógrafo de Harry no Expresso.

- Hum, hã... - O Chapéu soltou um risinho irônico. - Grifinória!

A mesa toda aplaudiu enquanto Érick se dirigia feliz, até a mesa. Harry o chamou com um gesto.

- Senta aí. - Pediu mostrando um lugar ao seu lado. Ele estendeu a mão enquanto Érick se sentava. - Bem-vindo à Grifinória. - Completou sorrindo.

- Obrigado!

Quando todos os primeiranistas já estavam sentados em suas respectivas casas, Dumbledore se dirigiu à frente da mesa dos professores.

- Sejam bem-vindos, alunos, a mais um ano em Hogwarts. Este ano teremos inúmeras surpresas.

Harry, agora, conseguia ver claramente quem estava sentado ali. Havia dois professores que ele não conhecia.

"Um sábado de cada mês parentes ou amigos que tenham ligação com o mundo bruxo poderão vir visitá-los. - Houve um burburinho. - Amigos da Beauxbatons e da Durmstrang também serão bem-vindos. - Rony não gostou de lembrar que Victor Krum poderia vir até Hogwarts - Será feito apenas um time de Quadribol da escola, da qual jogará contra a Durmstrang. Como vocês sabem existem outras escolas de Magia pelo mundo. Então, caso vocês ganhem da Durmstrang, decidi que poderão enfrentar o time da idade de vocês da Irlanda e da Nova Zelândia. - A agitação foi total. Harry abriu um sorriso. Dumbledore continuou: - Em um sábado de cada mês os alunos acima do terceiro ano poderão ir a Hogsmead. Teremos outros tipos de esporte... – A curiosidade tomou conta de todos. - algo que os não-bruxos, conhecidos como trouxas chamam de Futebol e Vôlei. - Agora foi Hermione que abriu um sorriso. Todos se entreolharam."

- Eu sei jogar Vôlei! - Comentou para Gina, que estava ao seu lado.

- Sério? - Se intrometeu Rony colocando a cabeça para frente para conseguir enxergar a garota.

Hermione balançou a cabeça positivamente.

- Quando eu viajava com meus pais a gente jogava.

- Acho que não vejo nada de errado em ensinar um esporte diferente. - Comentou Dumbledore. - No final do ano haverá jogos entre as casas. Futebol para os meninos, vôlei para as meninas.

Do outro lado Draco reclamava.

- Espere só até meu pai saber disso.

- Certifico-lhes de que todos os seus responsáveis já estão sabendo disso, e que não houve nenhum tipo de objeção a respeito. - Disse Dumbledore olhando diretamente para Draco e depois continuou: - Apresento-lhes o professor de vocês: Frederick Feelglad. Estudou aqui em Hogwarts, também. - Todos bateram palmas para o novo professor. Agora Harry sabia quem era um dos desconhecidos sentados á mesa. - Seja bem-vindo, professor. - Disse Dumbledore se virando para ele. O homem apenas abaixou um pouco a cabeça agradecendo. Dumbledore continuou: - Ao final do ano letivo teremos mais um baile. - Todos começaram a cochichar e o barulho foi aumentando. - Mas será um baile diferente: será apenas para casais já formados, se é quem vocês me entendem. - Hermione ainda tentou olhar discretamente para trás, tentando achar o olhar de Harry, sem sucesso, Gina e Rony tampavam a vista. - Bom, o professor Snape, esse ano, será professor de Defesa Contra as Artes das Trevas de vocês. - Harry e Rony reclamaram um pouco alto, fazendo algumas pessoas por perto se virarem para eles. - Apresento-lhes o novo professor de Poções: Adam Portman. - Mais palmas. Dumbledore novamente se virou para dar boas-vindas ao professor. – Bem, como vocês viram esse ano, temos um número realmente grande de primeiranistas. Hoje, terça-feira, vocês arrumam suas coisas, e amanhã não teremos aula. Faremos um tour pelo colégio, apenas com os alunos do primeiro ano, para ele conhecerem o local. - Tratou logo de falar antes de ser interrompido por mais barulho. - Ficando por responsabilidade dos professores e monitores de cada casa. E os outros estão liberados amanhã. - Começou novamente a gritaria. Dumbledore bateu palma duas vezes e a comida apareceu. Gina arregalou os olhos. Não era comum ver comida aparecendo do nada. - Bom apetite.

A comida como sempre estava deliciosa. Hermione não comeu muito, nem Harry. Já Rony... Sem comentários sobre ele. O pessoal ia esvaziando aos poucos o Salão Principal.

- Rony, eu estou subindo. - Disse Harry se levantando. Ele olhou rapidamente para Hermione e se virou em direção à porta.

- Ok, daqui a pouco eu apareço por lá.

Não demorou muito e Hermione disse que ia se retirar também. Gina foi com ela, e Rony, sem querer ficar sozinho, foi também. Chegaram ao retrato da Mulher Gorda e viram Harry lá, entediado, de braços cruzados, esperando alguém entrar para ele passar junto.

- Alguém sabe a senha?

- Eu sei. - Disse uma voz conhecida atrás deles.

- Neville? - Perguntou Rony surpreso.

O garoto passou entre os amigos.

- Sopa de Coroação. - Falou para o retrato, e ele se abriu. Neville entrou e os amigos foram atrás.

- Sopa de Coroação? Quem já se viu colocar uma senha dessas. - Resmungou Rony.

Os garotos subiram por um lado e as garotas por outro. Harry entrou e se jogou na cama. "Hermione... Hermione, eu ainda te esqueço...". Seu malão já estava lá; Rony desfez um pouco de seu; Neville já havia tirado um pouco de sua roupa e prestava atenção em uns objetos que estavam pelo quarto; Simas tinha acabado de entrar e se dirigiu até sua cama; Dino não estava no quarto, ainda.

- Você anda tão pensativa... - Comentou Gina quando entrou no quarto junto a Hermione. Ela ficou observando o local, enquanto Hermione se afundou na cama.

- É... Penso da vida de vez em quando. - Respondeu Hermione mirando o teto.

- Essa escola é legal... - Disse Gina, depois de um tempo, após observar cada canto do quarto.

- Essa escola não é legal... - Gina olhou para ela -... Essa escola é incrível.

A amiga se limitou a apenas sorrir.

- O que essa coruja ta fazendo aqui? - Perguntou aos amigos se dirigindo até a janela, e abrindo-a logo em seguida. Harry pegou a carta que estava no pé do animal e viu para quem era.

- Para mim?

Rony se aproximou.

"Espero-o em minha sala em cinco minutos.
Tenho Torrão de Barata se quiser.
Atenciosamente,
Alvo Dumbledore.”

Harry e Rony se entreolharam.

- O que ele quer com você a essa hora da noite? - Perguntou Rony curioso. - Porque ele disse que tem Torrão de Barata? - O ruivo levantou uma sobrancelha.

- Não sei. Talvez seja algo sobre Quadribol, sou o capitão agora. Ah, e isso é senha. - Harry revirou os olhos.

- Ah, ta.

Harry dobrou a carta, jogou em sua cama e saiu do quarto. Passou pelo retrato da Mulher Gorda. Andou por alguns corredores, onde alunos conversavam. Chegou à sala da Gárgula.

O que ela está fazendo aqui?

Hermione se virou e viu Harry chegando. Pensou a mesma coisa sobre ele. Os dois não se falaram. Harry apenas se dirigiu à frente da Gárgula.

- Torrão de Barata! - Exclamou para a estátua, que logo criou vida.

Harry subiu as escadas primeiro, seguido de uma Hermione muito curiosa. O garoto bateu na porta e escutou um "Entrem" como resposta. Entrou ainda hesitante. Hermione fechou a porta. Dumbledore estava sentado em sua cadeira e conjurou mais duas, fazendo um gesto com a mão para eles se sentarem. Os dois se sentaram. O silêncio tomou conta do local. Nem Harry, nem Hermione sabiam o que fazer ou o que falar. O professor observou os dois por um momento e analisou a situação. Pegou, ainda em silêncio, um jornal que estava na ponta da mesa. Ele virou o jornal para a página principal, deixando de frente para os dois garotos.

- Alguma explicação para isso? - Perguntou, finalmente, o mais velho, com aquele tom calmo que apenas ele conseguia ter.

Harry e Hermione observaram cuidadosamente o jornal. Suas expressões não eram nada boas, estavam de olhos arregalados.

A foto já dizia tudo: estava Harry em cima de sua vassoura segurando Hermione nos braços, voando. Para quem não conhecia na história, diria que estavam muito bem se divertindo. Ambos sabiam que não se tratava de uma diversão: Hermione estava caindo de uma altura consideravelmente alta, quando Harry a salvou. Mas no anúncio não dizia isso...


CAZALZINHO DE DIVERTE EM CIMA DE UMA VASSOURA À VISTA DE TROUXAS!

Jovens, conhecidos por Harry Potter e Hermione Granger, passaram um pedacinho de suas férias voando por cima das cabeças dos trouxas, algo considerado de extrema irresponsabilidade. O ministério alega que teve dificuldade de apagar a memória das pessoas que viram, mas que a situação já estava sob controle, e que...


Harry não leu mais. Olhou para Hermione, que a mesma permanecia concentrada no jornal. Olhou para Dumbledore, e o mesmo o olhava esperando uma resposta. Hermione acabou de ler toda a matéria. Olhou para Dumbledore e depois para Harry. Rita havia aprontado de novo.

- Professor, é que... Não foi exatamente isso o que aconteceu... - Harry gaguejava muito e não conseguiu acabar de falar.

- Desculpe professor. Foi tudo culpa minha. - Harry se virou surpreso para amiga. "O que ela vai dizer?". O mais velho continuou a fitá-la, calmo, esperando a resposta. Hermione continuou: - Achei que conseguia voar a uma distância maior. No meio do caminho me desequilibrei, cai e... - Ela teve dificuldade de continuar: -... E Harry conseguiu me salvar a tempo. - Durante toda a explicação, a garota permaneceu de cabeça baixa.

- Acredito em suas palavras, Srta. Granger. - Disse Dumbledore, finalmente.

Hermione hesitou em olhar para ele, mas mesmo assim ainda o fez. Por causa do jeito que o professor a olhava, um medo, um nervosismo, uma angustia... Ela não sabia ao certo... Começou a se instalar dentro dela. Não havia dito que fora a Sra. Weasley que havia causado aquele vento; não iria dizer que duvidava que a mulher estivesse sob o controle da maldição imperius. Assumiria a culpa e caso encerrado.

- Não se preocupe. - Tratou Dumbledore, logo de dizer logo após observar a expressão de Hermione. - Como falei, acredito em suas palavras, não vou ler sua mente. - Ele juntou os dedos, como usualmente faz. - Precisava escutar o que realmente havia acontecido, não acredito muito no Profeta Diário.

O medo de Hermione foi se esvaindo, tomando lugar um grande alívio.

- Bom, como foi uma emergência, não poderia dar uma detenção para vocês, mas também... - Ele deu uma pausa. - Não poderá ficar por isso mesmo. Terão de começar o ano com um saldo negativo. Menos 20 pontos para a Grifinória.

Harry suspirou fundo... Ela não havia contado da Sra. Weasley. Hermione ficou pensativa.

- Bom, era só isso Srta. Granger. - Harry estreitou os olhos para o professor. Hermione se levantou. - Você fica Harry. - Hermione saiu.

O garoto se ajeitou na cadeira. Dumbledore esperou Hermione fechar a porta, e se virou para o garoto.

- Primeiramente: Boa sorte no cargo de capitão de Quadribol. - Harry balançou a cabeça levemente, num gesto de agradecimento. - Bom, sem querer me meter na sua vida pessoal, mas percebi algo estranho entre você e a Srta. Granger, estou certo?

- Não quero falar sobre isso. - Respondeu Harry o mais calmo possível.

- Entendo... - Ele deu uma pausa - Mas realmente esse não é o assunto a se tratar. Creio que tenha lido minha carta...

- Li, sim. - Ele franziu a testa. - O que o senhor quis quiser com "duvidar de tudo e de todos"?

- Nós não estamos nos metendo com um bruxo qualquer, Harry. Estamos nos metendo com o bruxo mais temido do nosso mundo. Ele vai fazer de tudo para chegar até você, seja por bem, ou por mal...

Harry suspirou. Lembrou-se da Sra. Weasley, do comportamento estranho que ela estava tendo... Não! Ele não podia pensar nisso, não nesse momento, não perto de Dumbledore. O professor era um legilimente de primeira.

- Só queria te preparar para emoções que poderão vir pela frente.

Harry novamente estreitou os olhos para ele.

- O que o senhor quer dizer com isso?

- Apenas te preparar... Não é certeza... Pois não sabemos o que vai acontecer pela frente.

Tudo que o professor dizia deixava Harry mais confuso ainda.

- Tudo bem... Seja o que for, estarei preparado. - Ele deu uma pausa. - Era só isso?

- Sim, pode ir.

Harry se levantou e se dirigiu até a porta. Colocou a mão na maçaneta e se lembrou de algo.

- Ah, professor. Será que o senhor poderia enfeitiçar um pomo-de-ouro? Gostaria de treinar como ele um pouco mais rápido. - Disse o garoto se virando.

- Sim, claro. - Harry sorriu e saiu.

“Ele leu minha mente, ele leu minha mente". Era o único pensamento de Hermione durante toda a noite. "Como ele sabia que eu estava preocupada com isso?". Deu uns murros no travesseiro para deixá-lo mais confortável, se virou e tentou dormir, ainda em dúvida sobre o professor. A única pessoa que vinha em sua cabeça quando fechava os olhos era Harry. Não agüentava mais aquilo. Tinha vontade de chorar, de gritar, de correr, de fugir... Não conseguia ficar parada sem fazer nada. Pensava em tentar falar com ele, fazer as pazes, falar o que sentia. Mas pensar era tão fácil. E fazer? Não se via capaz disso. A garota adormeceu em meio a esses pensamentos.

Harry fitava o teto. Tentava achar alguma coisa que lhe explicasse o que estava acontecendo, alguma coisa nas falas do professor. Seu cérebro trabalhava muito rápido. Não estava dando certo, também, pois uma hora ou outra, Hermione aparecia na sua mente. Desistiu. Ajeitou a cabeça no travesseiro e tentou dormir, mesmo com os altos roncos de Rony.

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N/A: Finalmente... Hogwarts! =D
Muito abrigada para as pessoas que comentaram. Continuem vindo aquii!! =P
8 páginas de Word.

Bom, comentem muito e votem, ok? ;D
Agradecer de novo a Anderson. Você é rápido, hein, garoto? =)
Té próximo capítulo.

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